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do Investidor
Educação Continuada – Atualização CPA-20
Data: 01/03/2017
Controle D.04.46.01
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Compliance Legal, Ética e Perfil do Investidor
1. Compliance
CONCEITO
Compliance vem do verbo inglês “to comply”, que significa “cumprir, executar, satisfazer, realizar
o que lhe foi imposto”, ou seja, compliance é estar em conformidade, é o dever de cumprir e fazer
cumprir a legislação, regulamentação dos órgãos regulatórios, autorregulatórios e boas práticas do
mercado, bem como as normas e políticas internas, impostas às instituições.
• “Ser e estar compliance” é, acima de tudo, uma obrigação individual de cada colaborador
den- tro da instituição.
Entretanto, vale ressaltar que, compliance vai além do cumprimento da legislação e regulamen-
tos, incorpora também princípios de integridade e conduta ética.
Portanto, deve-se ter em mente que, mesmo que nenhuma lei ou regulamento seja descumprido,
ações que tragam impactos negativos para os “stakeholders” (acionistas, clientes, empregados
etc.) podem gerar risco reputacional e publicidade adversa, comprometendo a continuidade de
qualquer entidade.
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RISCO LEGAL
RISCO DE IMAGEM
Impacto negativo da opinião pública (clientes, investidores, mídia, entre outros) sobre as opera-
ções/atividades da instituição. O risco de imagem pode prejudicar o negócio de uma instituição de
muitas formas, como por exemplo: queda no valor da ação, perda do apoio dos clientes e
desaparecimento de oportunidades de negócios.
2. Controles Internos
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Os meios de controle, dentre outros, incluem também: formas de organização, instruções, pa-
drões, comitês, planos de contas, orçamentos, relatórios, registros, projetos, inventários, treina-
mentos, etc..
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uma mesma empresa, de modo a assegurar o cumprimento da legislação vigente sobre a segre-
gação da administração de recursos de terceiros das demais atividades da instituição.
INSIDER TRADING
Insider Trading é o uso indevido de uma informação privilegiada por pessoas que, pela natureza do
cargo que ocupam ou da atividade que exercem, têm acesso a dados sigilosos antes de se- rem
divulgados ao mercado, realizando negócios, aconselhando outras pessoas ou podendo até
negociar em nome de terceiros (amigos, parentes, entre outros) para obter vantagens indevidas.
Assim, o insider compra ou vende no mercado a preços que ainda não estão refletindo o impacto
de determinadas informações sobre a companhia que são de seu conhecimento exclusivo.
A forma de combate a essa prática, utilizada pelos setores privados e públicos, se dá por meio de
medidas de prevenção. Dentre essas medidas, podemos citar as normas e diretrizes internas da
instituição, a capacitação técnica dos empregados que lidam ou controlam esse tipo de infor-
mação, bem como adoção de um programa de treinamento contínuo, focado, principalmente, na
conscientização de todos os funcionários e pessoas relacionadas às instituições.
FRONT RUNNING
Existem várias técnicas manipulativas de informações utilizadas ao longo da história, e que con-
tinuam sendo usadas atualmente. A expressão “front running” significa a utilização da informação
privilegiada para a realização de uma negociação antecipadamente. É uma prática ilegal de ob-
tenção de informações antecipadas sobre a realização de operações nos mercados de Bolsa ou de
Balcão e que influenciarão a formação dos preços de determinados produtos de investimento.
Neste caso surge o chamado conflito de ordens de compra e venda de produtos de investimento
se a situação não for adequadamente administrada.
CONFIDENCIALIDADE
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A informação é um dos ativos mais importantes de uma instituição, portanto, protegê-la é funda-
mental. A confidencialidade é a característica da informação que a resguarda da revelação não
autorizada.
Esse é um conceito abrangente porém, deve-se aqui limitar àquelas informações que são confia-
das às instituições pelos clientes ou investidores e às quais só poderão ter acesso determinados
funcionários. São as informações que precisam de controle e de ter sua integridade preservada,
pois a sua utilização inadequada pode trazer sérios prejuízos financeiros e abalos à reputação da
instituição.
Nem todas as informações precisam ser controladas, mas todas devem ser gerenciadas. Aque- las
que são vitais para a organização e cuja confidencialidade precisa ser preservada devem ser
cercadas por normas, políticas e acordos na defesa da sua integridade.
• Informações públicas: não têm restrição e estão disponíveis para o público em geral;
• Informações privadas: devem ser protegidas, pois sua divulgação poderá trazer sérias
consequências àqueles que tinham a obrigação de zelar por sua confidencialidade.
De acordo com a Resolução nº 2.554, de 24 de setembro de 1998, alterada pelas Resoluções ns.
3.056/2002 e 4.390/2014, editadas pelo CMN, é obrigatório:
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II - A existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em
especial, para os mantidos em meio eletrônico.
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Segundo a norma ISO/IEC 17799:2000, segurança da informação pode ser definida como a
proteção contra um grande número de ameaças às informações, de forma a assegurar a conti-
nuidade do negócio, minimizando danos comerciais e maximizando o retorno de possibilidades e
investimentos. Ainda segundo a ISO/IEC 17799:2000 a segurança da informação é caracteri- zada
pela preservação dos três atributos básicos da informação: confidencialidade, integridade e
disponibilidade.
• Confidencialidade: as informações devem estar disponíveis apenas para aqueles que pos-
suem autorização para acessá-las;
• Disponibilidade: as informações devem estar disponíveis para a utilização dos usuários auto-
rizados sempre que forem necessárias.
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POLÍTICA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Tem como objetivo fornecer a direção e apoio gerencial para a segurança da informação. A ge-
rência e a alta administração da instituição devem estabelecer regras e controles internos a fim de
direcionar e demonstrar suporte e comprometimento através da emissão e manutenção de uma
política clara e objetiva de segurança de informações para toda a organização.
As políticas devem ser aprovadas pela alta administração, publicadas e amplamente divulgadas, e
terem a adesão de todos os colaboradores e terceiros contratados que tratam com informações
privilegiadas.
• Breve descrição dos principais procedimentos e controles internos com os padrões mínimos
exigidos e que são de particular importância para a organização;
• Definição das responsabilidades de cada área para a eficiência e eficácia da gestão de segu-
rança da informação, incluindo relatórios de incidentes de segurança;
Após as devidas aprovações, a política deve ser comunicada a toda instituição de forma acessí- vel
e de fácil entendimento.
Pode-se definir lavagem de dinheiro como um processo que tem como objetivo transformar
recursos obtidos de forma ilícita em recursos legais, através da dissimulação e ocultação da sua
origem.
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Então, a ocultação e dissimulação da origem dos recursos provenientes de uma infração penal, e a
posterior inserção no sistema econômico como se tivessem sido adquiridos de modo legal, são a
tônica para configurar-se o crime de lavagem de dinheiro.
A partir das décadas de 1970/1980, quando as drogas começaram a ser negociadas em grande
escala, novas técnicas surgiram para dissimular a origem dos recursos, e, então, o mercado
financeiro foi introduzido como parte fundamental do processo de abrigar dinheiro advindo da
criminalidade. Em 1986 foi editada nos Estados Unidos a lei que criminalizava a lavagem de di-
nheiro, tornando-se esse país o pioneiro nas ações de combate e prevenção do crime. No Brasil, a
Lei da Lavagem de Dinheiro, Lei nº 9.613 foi editada em 1998, e teve alterações relevantes através
da Lei nº 12.683 de 9 de julho de 2012.
Porém, a diferença básica está na origem e no destino dos recursos. Na lavagem de dinhei- ro, a
origem dos recursos é sempre ilícita, e o destino pode ser lícito ou ilícito. O contrário acon- tece
com o financiamento do terrorismo, cuja origem dos recursos pode ser lícita ou ilícita, e a
aplicação dos recursos será sempre ilícita, já que servirão para realizar os seus atos criminosos.
A lavagem de dinheiro não ocorre sempre da mesma maneira, há várias tipologias utilizadas pelos
criminosos, mas três passos fundamentais devem estar presentes: recursos gerados por uma
infração penal, portanto, ilícitos; ocultação ou dissimulação da origem desses recursos e a
reinserção no sistema econômico, como se fossem legais.
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financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro
em espécie;
• Integração – nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econô-
mico. As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas ativi-
dades – podendo tais sociedades prestar serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se
cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
ABRANGÊNCIA
Diversas atividades e setores econômicos podem ser veículos para a lavagem de dinheiro, mas
certo é que existe predileção dos lavadores por atividades que não tenham regulação e fisca-
lização rígida, além daquelas que movimentam grande volume de dinheiro em espécie, o que
dificulta a identificação de sua origem. Exemplos:
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Na prevenção, os critérios dos sistemas de monitoramento devem ser ajustados para detectar
operações da mesma pessoa, em um determinado espaço de tempo, que possam apresentar ou
representar uma suspeita. Nessa medida, a atividade bancária tem sido protegida por uma
regulação forte e fiscalização rigorosa por parte do Banco Central, no cumprimento da legislação
vigente. A Circular nº 3.461/2009 e alterações, do Banco Central, consolida as regras e os pro-
cedimentos obrigatórios a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas
com a lavagem de dinheiro. Além dela, a Carta Circular nº 3.542/2012, divulga exemplos de
situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional que podem configurar
indícios de ocorrência do crime de lavagem de dinheiro. Abaixo algumas delas:
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• Realização de depósitos, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro
instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à
atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico-financei-
ra;
• Realização de saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
O mercado de capitais também é atraente para a lavagem de dinheiro pela variedade e alto índi-
ce de liquidez dos papéis negociados. Nesse contexto, a tipologia mais comum é a aquisição de
títulos com os recursos ilícitos.
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A Instrução CVM nº 301, de 16 de abril de 1999, com as alterações introduzidas pelas Instruções
CVM nºs 463/2008, 506/2011, 523/2012, 534/2013 e 553/2014, disciplina e fiscaliza as pessoas
sujeitas ao mecanismo de controle da lei da lavagem de dinheiro, reguladas pela CVM. A Carta
Circular nº 3.542/2012, do Banco Central, também traz exemplos de situações relacionadas com
operações de investimento interno, que podem ser consideradas suspeitas. São elas:
A Lei nº 9.613/1998 dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e va-
lores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; e cria
também o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF.
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Algumas das atividades sujeitas à Lei:
• Identificar seus clientes e manter os cadastros atualizados, nos termos de instruções emana-
das das autoridades competentes. Se o cliente constituir-se em Pessoa Jurídica, a identificação
deverá abranger as Pessoas Físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários;
• Manter registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mo-
biliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que
ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta
expedidas. Este registro será efetuado também quando a Pessoa Física ou Jurídica, seus entes
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa,
conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade com-
petente;
• Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a
partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação.
• Adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu porte e volume
de operações, que lhes permitam atender a estes dispositivos, na forma disciplinada pelos órgãos
competentes;
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• Cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta
deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, na forma e condições por eles
estabelecidas;
• Atender às requisições formuladas pelo COAF na periodicidade, forma e condições por ele
estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.
Se após a análise das situações e/ou operações houver indícios de atipicidade ou suspeição,
deverá ser enviada comunicação ao COAF, dentro do prazo e nas condições previstas na re-
gulamentação vigente. Vale ressaltar a necessidade de identificar e declarar o status do cliente
PEP - Pessoa Exposta Politicamente, de forma clara e objetiva. A declaração deve conter infor-
mações relevantes e que deem embasamento a operação ou situação atípica. Todos os registros
que fundamentaram a comunicação devem ser arquivados e mantidos como evidência da comu-
nicação realizada. Esta comunicação tem caráter confidencial e, portanto, deve ser restrita aos
funcionários envolvidos no processo de análise e não deve ser informado ao cliente. As áreas
responsáveis pela prevenção à lavagem de dinheiro das instituições financeiras podem e devem
possuir conhecimento, soberania e independência para a comunicação dos casos identificados
como atípicos.
• Dispensar especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das au-
toridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos na Lei, ou
com eles relacionar-se;
• Comunicar ao COAF, a proposta ou realização de operação suspeita, sem dar ciência de tal
ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas.
• Comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade, ou, na sua ausência, ao
COAF, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas,
tran sações ou operações passíveis de serem comunicadas, conforme instruções normativas.
Ainda, o Art. 11ª da mesma Lei instrui que as transferências internacionais e os saques em espécie
deverão ser previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limites, prazos e
condições fixadas pelo Banco Central do Brasil.
O procedimento Conheça seu Cliente é uma política de aplicação global recomendada pelos
órgãos internacionais formuladores de políticas de prevenção. Busca identificar e conhecer a
origem e constituição do patrimônio e dos recursos financeiros do cliente. Internacionalmente é
conhecido pela sigla KYC (Know Your Client).
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A aplicação de uma adequada política de Conheça seu Cliente ajuda a proteger a reputação e a
integridade das instituições e do sistema bancário, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou vítimas de crimes financeiros.
Dado que o Conheça seu Cliente retrata um histórico, uma situação e condição financeira do
momento, faz-se necessário manter um procedimento regular de atualização e complementação
das informações inicialmente apresentadas. Cabe a cada instituição definir o prazo desejável para
a atualização e renovação dessas informações.
É através do Conheça seu Cliente que o cliente será avaliado demonstrando ser ou não aceitável
para a instituição e ela deve se basear no risco apresentado pelo cliente através dos seguintes
procedimentos:
• Classificar corretamente o cliente com relação ao risco que oferece e monitorá-lo adequada-
mente.
Para conduzir um bom processo de avaliação precisamos, primeiro, classificar o cliente quanto ao
risco que ele oferece à instituição. Devemos priorizar aqueles que oferecem riscos mais elevados,
deixando os clientes que oferecem pequeno risco com relação à lavagem de dinheiro para uma
avaliação mais leve e padronizada.
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5. Código de Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo
Este Código da ANBIMA tem como objetivo regular as atividades de Distribuição de Produtos de
Investimento no Varejo para as Instituições participantes que aderiram ao mesmo.
Saiba mais: Entre os produtos regulados pela CVM, temos os Produtos Automáticos, que são
aqueles que possuem a funcionalidade de aplicação e resgate automático, conforme saldo
disponível na conta corrente do investidor.
Propósito e Abrangência
Princípios Gerais
Exigências mínimas
Quais são as exigências para uma instituição financeira desempenhar a Atividade de Distribuição
de Produtos de Investimento no Varejo?
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Conteúdo do Código de Ética e das políticas de investimentos pessoais e de
segurança da informação; Procedimentos aplicados para PLD e para
Conheça seu Cliente (KYC); Regras e princípios deste Código, especialmente
no que se refere aos procedimentos formais de API; e Treinamento
contínuo dos seus funcionários (Programa de Treinamento) e prazo de
atualização deste programa.
A divulgação de publicidade pelas Instituições Participantes deve obedecer às regras trazidas pela
legislação, regulação e autorregulação, vigente aplicável a cada produto de investimento, bem
como às diretrizes específicas deste Código.
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b) Buscar transparência e clareza das informações, fazendo uso de
linguagem adequada ao público-alvo;
Podem ser comparados, desde que sejam informadas as datas, os períodos, as fontes de
informações utilizadas, os critérios de comparação adotados e demais informações relevantes
para a adequada avaliação pelo investidor.
Toda publicidade, exceto aquela veiculada em rádio ou SMS, deve obedecer às seguintes regras na
divulgação de avisos ao Investidor:
Publicidade Avisos
Que não possua selo ANBIMA ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO
ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES
PRÁTICAS PARA ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO
DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO NO VAREJO.
Que faça referência a histórico de rentabilidade A RENTABILIDADE DIVULGADA NÃO É LÍQUIDA
DE IMPOSTOS.
Que mencione Produto de Investimento que TRATA-SE DE UMA MODALIDADE DE
não possua a garantia do FGC INVESTIMENTO QUE NÃO CONTA COM A
GARANTIA DO FUNDO GARANTIDOR DE
CRÉDITO – FGC.
Que divulgue simulação de rentabilidade AS INFORMAÇÕES PRESENTES NESTE MATERIAL
SÃO BASEADAS EM SIMULAÇÕES E OS
RESULTADOS REAIS PODERÃO SER
SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES.
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O material de publicidade deverá apresentar o seguinte conteúdo mínimo sobre o produto:
a) Público-alvo
b) Classificação de risco
c) Características do produto
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Situação Financeira: o valor das receitas regulares declaradas, o valor e os ativos que
compõem seu patrimônio e a necessidade futura de recursos.
Conhecimento de mercado de investimentos: os tipos de produtos, serviços e operações
que o investidor tem familiaridade; a natureza, volume e frequência das operações já
realizadas, bem como o período e a formação acadêmica e a experiência profissional do
investidor.
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6. Análise do Perfil do Investidor
6.1. Suitability
a) Seja investidor qualificado ou profissional exceto no caso de pessoa natural que se enquadre
em tais categorias através do critério de investimento mínimo em ativos financeiros ou por ter
sido aprovada em exame de qualificação técnica ou possua certificações aprovadas pela CVM;
O mercado financeiro tem por costume adotar dois parâmetros visando classificar os clientes e
verificar adequação dos seus investimentos:
• Tolerância ao risco.
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Parâmetro Objetivo: este parâmetro está diretamente associado a elementos quantitativos, tais
como:
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• Para verificar se o cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos
relacionados ao produto, serviço ou operação, é necessário verificar os tipos de produtos, serviços
e operações com os quais o cliente tenha familiaridade; a natureza, o volume e a frequência das
operações já realizadas pelo cliente no mercado de valores mobiliários, bem como o período em
que tais operações foram realizadas a formação acadêmica e a experiência profissional do cliente
estão condizentes.
Para a definição de cada perfil de investimento de acordo com os produtos, serviços e operações
da empresa é necessário considerar o risco associado ao produto e seus ativos subjacentes; o
perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto, a existência de garantias e o
prazo de carência.
É vedado pela regulamentação da CVM recomendar produtos ou serviços ao cliente que não se-
jam adequados ao seu perfil; que não forneceu informações que permitam identificar o seu perfil;
e que não atualizou as informações relativas ao seu perfil.
• Informações sobre a importância do processo como um todo e outras que julgarem necessá-
rias para este fim.
Ao procurar uma instituição financeira para investir os seus recursos, normalmente, o investidor já
possui algum plano para o destino de seus recursos. O profissional da instituição deve procurar
entender quais são estes planos para auxiliar o investidor a traduzi-los em uma carteira de
investimentos adequada.
Portanto, para recomendar ou ofertar produtos e serviços aos clientes é fundamental ter
parâmetros e critérios bem fundamentados.
- situação financeira
- os objetivos de investimento
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investimento); as preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos e as finalidades
do investimento.
V – Fundos de Investimento;
VI – Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira
de valores mobiliários autorizado pela CVM;
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II – Pessoas Naturais ou Jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de
investidor qualificado mediante termo próprio;
III – As Pessoas Naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou
pos- suam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes
autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV – Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que
sejam investidores qualificados.
Art. 9º- C Os regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou por Municípios são considerados investidores profissionais ou investidores
qualificados apenas se reconhecidos como tais conforme regulamentação específica do Minis-
tério da Previdência Social.
São investidores não residentes, individuais ou coletivos, as Pessoas Físicas ou Jurídicas, os fundos
ou outras entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior.
As aplicações de não residentes devem ser realizadas nos mesmos instrumentos e modalidades
operacionais disponíveis ao investidor residente no Brasil.
III - o intermediário:
b) Adote as medidas necessárias para assegurar que as informações cadastrais do cliente serão
prontamente apresentadas pela instituição intermediária estrangeira, sempre que solicitadas;
IV - a instituição intermediária estrangeira esteja localizada em país que não seja considerado
de alto risco em matéria de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, e não esteja clas-
sificado como não cooperante, por organismos internacionais, em relação ao combate a ilícitos
dessa natureza;
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6.3. Adequação de produtos ofertados em função do tipo e perfil do investidor
Os produtos financeiros estão cada vez mais complexos e sofisticados, e os investidores a cada dia
têm acesso a produtos com diferentes características, políticas de investimento e composição de
carteira. A partir deste contexto, o desafio para o investidor é selecionar o produto mais
apropriado ao seu objetivo e perfil de risco.
Para auxiliar o investidor na tarefa de selecionar o produto adequado ao seu perfil de risco e
objetivos, as instituições financeiras realizam a Análise de Perfil do Investidor (API). Por meio de
um questionário específico, que envolve aspectos como idade, prazo da aplicação, finalidade,
valor disponível para investimento, necessidade de liquides, valor já aplicado e tolerância ao risco,
busca-se avaliar o perfil de risco e oferecer produtos que melhor atendam aos objetivos de
retorno do cliente.
Portanto, para o investidor, o API é muito importante, pois traz segurança para tomar a decisão de
investimento que atenda seu objetivo financeiro. Com o API o investidor tem uma real garantia da
adequação de seu perfil de risco ao portfólio de produtos oferecidos pela Instituição.
A Análise de Perfil do Investidor representa um grande benefício aos investidores, uma vez que, ao
conhecer o perfil de investidor do cliente, a Instituição, tem melhores condições de auxiliá-lo a
tomar decisões de investimentos alinhadas com seus objetivos.
No caso de um cliente ordenar a realização de operações que não estejam adequadas ao seu perfil
de investimento, ou seja um cliente que não respondeu o questionário de API, ou ainda, que
esteja com as informações desatualizadas, ele deve ser alertado sobre a ausência ou
desatualização de perfil ou da sua inadequação, com a indicação da causa da divergência, se
houver.
Além destas situações, o investidor, mesmo com suas informações de API atualizadas, pode não
aceitar a recomendação dos produtos sugeridos ao seu perfil de investimento.
Em todos os casos a Instituição deve obter declaração expressa do cliente de que deseja manter a
decisão de investimento na categoria de ativo que ele escolheu, mesmo estando ciente da
ausência, desatualização ou inadequação de perfil.
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Diversificação: vantagens e limites de redução do risco incorrido
O que é Diversificação?
Risco sistemático: é afetado por diversos fatores macroeconômicos, como por exemplo,
determinado resultado das eleições presidenciais afetam em maior ou menor grau, todos os ativos
do mercado.
Risco não sistemático: é a parcela do risco total que não depende das variáveis econômicas, e sim
de fatores específicos que afetam o ativo. Por exemplo: se a plataforma da Petrobrás sofre um
acidente, as ações dessa empresa terão um impacto negativo.
O risco não sistemático é o único que pode ser diversificado, assim a carteira não corre riscos de
ativos específicos, pois os mesmos podem ser diversificados. O risco sistemático, no entanto, não
pode ser diversificado, pois todo o mercado é sujeito a ele (não há para onde fugir!).
Portanto, o patamar mínimo de risco de mercado que um portfólio é capaz de chegar é dado pelo
seu risco sistemático.
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6.4. Finanças Pessoais
O Planejamento Financeiro Pessoal é a aplicação dos princípios de finanças aos efeitos monetários
resultantes das decisões dos indivíduos e das famílias. Significa estabelecer metas para
acumulação de recursos que irão formar o patrimônio de uma pessoa ou de uma família. Com ele
conseguimos responder questões do tipo: o que fazer com o dinheiro que tenho acumulado?
Como fazer para atingir determinado objetivo? O que fazer para acumular dinheiro? O que fazer
com o dinheiro que tenho acumulado até a data em que vou usá-lo?
• conjunto de objetivos;
Verificar a situação financeira do investidor, que pode ser visualizada a partir do seu orçamento
pessoal e do seu fluxo de caixa, é de grande importância para o processo do planejamento de
investimento, pois permite identificar a sua capacidade de poupança ou necessidade de
financiamento com crédito.
Orçamento é a previsão das receitas e das despesas que serão correntes em um determinado
período futuro.
Fazer um orçamento significa, entre outras coisas, avaliar minuciosamente sua situação financeira,
e identificar como andam suas despesas e suas receitas. Um orçamento pessoal ou familiar é uma
ferramenta utilizada para prever aquilo que se pretende gastar no futuro e aquilo que se pretende
ganhar no mesmo período.
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Motivos para fazer um orçamento familiar ou pessoal:
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A seguir um exemplo de planilha de um orçamento familiar:
RECEITAS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL
RENDA FAMILIAR - - - - - - - - - - - - -
Salários -
13º. Salário -
Férias -
Pensão -
-
-
Outros -
DESPESAS
HABITAÇÃO - - - - - - - - - - - - -
Aluguel/Prestação -
Água -
IPTU -
Luz -
Telefones -
TV por Assinatura -
Supermercado -
Empregada -
Reformas/Consertos -
-
Outros -
SAÚDE - - - - - - - - - - - - -
Plano de Saúde -
Médico -
Dentista -
Medicamentos -
Seguro de Vida -
Outros -
TRANSPORTE - - - - - - - - - - - - -
Ônibus -
Metrô -
Trem -
Táxi -
Outros -
AUTOMÓVEL - - - - - - - - - - - - -
Prestação -
Seguro -
Combustível -
Lavagens -
IPVA -
Mecânico -
Multas -
Outros -
DESPESAS PESSOAIS - - - - - - - - - - - - -
Higiene Pessoal -
Cosméticos -
Cabeleireiro -
Vestuário -
Lavanderia -
Academia -
Telefone Celular -
Pager -
Cursos -
Outros -
LAZER - - - - - - - - - - - - -
Restaurantes -
Cafés/Bares/Boates -
Livraria -
Cinema -
Passagens -
Hotéis -
Passeios -
-
Outros -
DEPENDENTES - - - - - - - - - - - - -
Escola/Faculdade -
Cursos Extras -
Material escolar -
Esportes/Uniformes -
Mesada -
Passeios/Férias -
Vestuário -
-
Outros -
TOTAIS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL
Rendimentos - - - - - - - - - - - - -
Gastos - - - - - - - - - - - - -
Saldo do Mês - - - - - - - - - - - - -
Saldo Acumulado - - - - - - - - - - - - -
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O que é Fluxo de Caixa?
Fluxo de caixa é um instrumento que permite o monitoramento das entradas e saídas de recursos
previstos ou não no orçamento.
O fluxo de caixa pessoal é um instrumento no qual você registrará toda e qualquer entrada ou
saída de dinheiro que ocorreu em determinado momento no tempo (diária ou mensal). Ou seja,
até mesmo aquela pequena quantia gasta na lanchonete deverá ser anotada de tal forma que ao
final de um período se tenha plena noção de gastos e receitas.
O patrimônio é tudo aquilo que a pessoa possui, seja os bens da família ou uma herança. Para
calculá-lo, basta somar todos os bens (Ativos) que detém como casas e automóveis e subtrair dos
compromissos financeiros (Passivos), as famosas dívidas.
O que são ativos? É o conjunto formado pelos bens e direitos, por exemplo: carro, imóveis, o
dinheiro depositado no banco, o saldo do FGTS, etc.
O que são passivos? São dívidas. O empréstimo do carro, a dívida com o imóvel, os carnês de
financiamento, as dívidas no cartão de crédito, etc.
Índice de Endividamento: é um indicador de qual percentual do Ativo foi financiado pelas dívidas
(Passivo).
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Por exemplo, verificamos a situação atual do Patrimônio do Sr Alberto: a soma total de seus ativos
totaliza R$ 115.000,00 e a soma total dos passivos R$ 55.000,00. Então para o índice de
endividamento do Sr. Alberto seria:
Esse índice indica que 48% do Ativo do Sr Alberto foi financiado pelas dívidas relacionadas no
Passivo. O ideal, dizem os especialistas, seria ter esse índice próximo de zero.
Para calcular a importância dos compromissos financeiros, basta dividir o total das dívidas mensais
pela receita líquida do mesmo período. O resultado será um coeficiente que, multiplicado por 100,
indicará a exata porcentagem das dívidas em relação ao que se ganha. Veja a fórmula abaixo:
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João tem uma receita líquida mensal (salário total e 13° mensal proporcional, mas deduzidos
impostos, INSS etc) de R$ 7.850,00. Se dividirmos o total das dívidas (R$ 2.400,00) pela receita
líquida (R$ 7.850,00), temos um índice de endividamento de 30,57%. Verificamos, então, que João
compromete 30,57% de sua renda pagando dívidas.
Outro fator importante para definição do perfil de risco, aliado a experiência com investimentos, é
o grau de conhecimento do investidor sobre os produtos de investimento. Se o investidor
conhecer as características de risco e retorno dos diversos produtos de investimento aumenta sua
capacidade para tomar risco.
Tendo em vista que os estudos sobre tomada de decisão têm demonstrado que as decisões
financeiras nem sempre são tão racionais quanto se supunha nos estudos de finanças tradicionais,
o estudo sobre comportamento financeiro, atualmente, contribui para um melhor entendimento
sobre a forma do investidor tomar suas decisões e o mapeamento de certos padrões de tomada
de decisão nos investimentos.
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Ou seja, para tomar decisões as pessoas utilizam regras prontas construídas e aprendidas durante
a experiência de vida e que já foram utilizadas anteriormente para solucionar um dado problema.
7.1. Algumas das Heurísticas (regras práticas ou atalhos mentais que orientam o julgamento e
avaliação dos investidores) e os erros que podem causar nas decisões dos investidores (vieses)
Tomar decisões é algo que fazemos o tempo todo ao longo da nossa vida. Portanto, não é de se
espantar que o nosso cérebro tenha desenvolvido maneiras de aperfeiçoar a tomada de decisão.
Os investidores, na sua experiência de vida, desenvolvem regras práticas para selecionar seus
investimentos. Essas regras são denominadas heurísticas e elas podem levar a boas ou más
decisões de investimento. Heurísticas são regras práticas de decisão.
As heurísticas são regras práticas (ou atalhos mentais) que agilizam e simplificam a percepção e a
avaliação das informações que recebemos.
Vieses comportamentais são formas de pensamento que induzem ao erro no processo de tomada
de decisão.
Nesse sentido, assumindo que os investidores são dotados da racionalidade limitada e sujeitos a
emoções, podemos observar certos comportamentos padrões no momento da tomada de decisão
e principalmente no decorrer dos investimentos. As decisões costumam ocorrer sob condições
complexas, desconcertantes ou indistintas, sem tempo para calcular, objetivamente, as leis das
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probabilidades. Certos comportamentos dos investidores em determinadas situações, podem ser
melhores compreendidos a partir dos seguintes vieses:
O investidor traça sua decisão e seus julgamentos sobre os eventos com base em sua vivência ou
ocorrência recente, sendo que os que possuem mais frequência terão maior possibilidade de
ocorrer e os mais raros, menor, o que necessariamente pode não ser verdade.
Por exemplo, um indivíduo pode vender suas ações quando a bolsa cai para 40 mil pontos, pois, na
sua memória a última vez que a bolsa chegou em 40 mil pontos, ela caiu mais.
Ou ainda, outro exemplo, se o investidor não gostar da instituição X, por algum motivo, ele terá
dificuldades para analisar positivamente os produtos e/ou serviços oferecidos.
Por exemplo, um investidor que toma decisões financeiras por impulso, se exposto à informação
de que a ação da companhia X custa R$ 50, tende a achar barata a ação da companhia Y, cotada a
R$ 20, ainda que as duas empresas não tenham nenhuma correlação. Outro exemplo, o preço de
compra da ação (valor inicial) ou o pico anterior (ajuste) poderão influenciar uma decisão, quando
atingido, mesmo que outras situações aconteçam e mudem o valor do ativo, o investidor pode
ficar “ancorado” no preço passado.
Assim, a ancoragem significa decidir com base no julgamento de informações históricas, que se
tornam, normalmente, referências de valores para o investidor.
A aversão a perda, normalmente, nos faz atribuir maior importância às perdas do que aos ganhos,
nos induzindo frequentemente a correr menos riscos no intuito de tentar reparar eventuais
prejuízos.
Ainda, pode fazer o investidor insistir em investimentos sem perspectiva futura de melhora, seja
pelo medo da dor de realizar prejuízo, seja pela recusa em admitir eventuais erros na escolha da
aplicação. Outro efeito potencialmente prejudicial é liquidar precipitadamente as posições
lucrativas e ainda promissoras, por receio de perder o que já foi ganho e manter investimentos
que apresentem perdas, para não “realizar” o prejuízo.
A aversão a perda é o comportamento que faz com que o investidor decida manter investimentos
não lucrativos e sem perspectivas no futuro e vender investimentos que apresentaram ganho.
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7.2. Efeitos de estruturação: influência na decisão de investimento da forma como as
alternativas ou o problema é apresentado (framing)
O efeito de estruturação é um comportamento que descreve como a tomada de decisão pode ser
afetada pela maneira como o problema é formulado ou pela forma como as opções são
apresentadas (estruturadas).
Tversky e Kahneman (1986) identificaram que as decisões podem sofrer variações significativas
dependendo da abordagem dada ao problema. A teoria da Perspectiva recebeu este nome, pois
Tversky e Kahneman perceberam que dependendo da perspectiva (abordagem) dada ao
problema, as respostas poderiam mudar. Por exemplo, supondo que você tivesse de tomar as
duas decisões abaixo, quais alternativas escolheria?
Quando confrontadas com as decisões acima, a maioria das pessoas prefere a alternativa “a” na
decisão 1 e a alternativa “b” na decisão 2. Ou seja, elas tendem a ser avessas ao risco no campo
dos ganhos, mas atraídas pelo risco no âmbito das perdas.
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17. Conflito de Interesses
O conflito pode surgir no emaranhado das relações entre sócios, acionistas, funcionários,
fornecedores de bens e serviços, clientes e órgãos do governo, enfim, nas relações com
“stakeholders” das instituições.
Há conflito de interesses quando alguém obtém uma vantagem indevida utilizando-se do poder de
sua posição na instituição. Pautado pelo código de ética o funcionário deve realizar seu trabalho,
obedecendo exclusivamente aos propósitos da instituição, e não aos seus próprios.
No âmbito dos conflitos entre os clientes é mais comum identificarmos situações de mau uso da
informação e concorrência. No âmbito dos conflitos entre cliente e instituição podemos incluir
questões relacionadas a suitability, appropriateness, front running, recebimento de presentes e
entretenimento. E, finalmente, no âmbito dos conflitos entre cliente e funcionários da instituição,
observam-se transações executadas com finalidade de esconder uma perda ou um ganho em
determinada posição ou ainda para disfarçar posições muito alavancadas, empréstimos entre
cliente e funcionários, ou entre fornecedor e funcionário.
Não há critério único ou definitivo para determinar quantos são os conflitos inerentes a uma fun-
ção ou situação. Dificilmente haverá um código de ética, regulamento, norma ou procedimento
que determine todas as situações de potencial ou efetivo conflito. Seguem alguns exemplos:
• Entrar em concorrência desleal com a instituição, realizando serviços que lhe são próprios e
recebendo valor extra de forma ilícita;
• Comprar um automóvel e pedir desconto argumentando que trabalha em um banco e
poderá facilitar a aprovação de algumas operações beneficiando o vendedor ou a concessionária;
• Emitir recomendação favorável a respeito de uma empresa de forma a obter relação privile-
giada;
• Comprar ações de uma empresa cliente da instituição antes de um projeto importante ser
anunciado com base em informações privilegiadas.
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Referências
ABBC – Associação Brasileira dos Bancos, Estudo Técnico sobre boas práticas de prevenção à
“Lava- gem de Dinheiro” no mercado de capitais brasileiro, Junho 2009.
BIS – Bank for International Settlements – Compliance and the Compliance Function in Banks,
Basle Committee on Banking Supervision, April, 2005.
BRASIL. Instrução CVM n° 554 de 17 de dezembro de 2014. BRASIL. Instrução CVM n° 555 de 17 de
dezembro de 2014.
CANDELORO, Ana Paula; RIZZO, Maria B. M.; PINHO, Vinicius – Compliance 360o: riscos,
estratégias, conflitos e vaidades no mundo corporativo. São Paulo: Trevisan Editora Universitária,
2012.
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Copyright © 2015
Controle D.04.46.01
Data da Elaboração 24/06/2016
Data da Revisão 01/03/2017
Elaborado por Educação Continuada
Aprovado por Equipe de Certificação Continuada
Redação
Vinicius de Mello Pinho
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