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Criança e do Jovem
Curso de Formação
em
Educação Especial
Sumário
• Conceito de Práticas desenvolvimentalmente
adequadas
• Modelos do desenvolvimento
– Ecológico
– Transaccional
– Socio-genético
• Indicadores desenvolvimentais com referência à
criança portadora de deficiência
• Actividade em pequeno grupo
Práticas desenvolvimentalmente adequadas
Princípios (NAEYC, 2001)
1. A criança como um todo.
2. Previsibilidade do desenvolvimento.
3. Singularidade de cada criança.
4. Períodos óptimos de desenvolvimento.
5. Complexidade crescente do desenvolvimento.
6. Influência de múltiplos contextos.
7. Acção individual e interacção cultural.
8. Interacção entre maturação biológica e o ambiente.
9. A importância do jogo.
10. Prática e desafio.
11. Diferentes formas de conhecimento.
12. Desenvolvimento numa comunidade apoiante.
Práticas desenvolvimentalmente adequadas
Crianças dos 0-8 anos
Perspectivas teóricas:
• Modelo ecológico
• Modelo transaccional
• Modelo socio-genético
O modelo ecológico do desenvolvimento humano
(Bronfenbrenner, 1977, 1979)
b
O modelo ecológico do desenvolvimento humano
(hierarquia de sistemas)
Microssistema Mesossistema
Relações
Contextos onde a estabelecidas entre
criança passa parte os cenários em que
significativa do seu a criança está
tempo. inserida.
Exossistema Macrossistema
Contexto cultural,
Contextos nos quais legislativo e judicial,
a criança não no qual os micro,
participa meso, exossistemas
directamente mas operam.
que a influenciam
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Serviços
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Gamelas, 2006
O modelo transaccional
(Sameroff & Chandler)
O DESENVOLVIMENTO
História de irmã
falecida com anorexia;
experiência de um nado
morto…
“Difícil” de
alimentar “birras” Ressentimento…
Evitamento…
Limitação dos desafios
cognitivos
e.g., Reacção ao desmame Reage primeiro pela Exigindo internamento Afectando a adaptação
com dificuldade em aceitar passividade e depois através hospitalar social, as aprendizagens
o biberão de recusas coercivas. escolares, etc.
Linha do
tempo
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
MODELO TRANSACCIONAL
Adaptado a partir de Sameroff & Fiese (2000)
e.g., Reacção ao desmame Reage primeiro pela Exigindo internamento Afectando a adaptação
com dificuldade em passividade e depois através hospitalar social, as aprendizagens
aceitar o biberão de recusas coercivas. escolares, etc.
Linha do
tempo t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
Modelo socio-genético
• O desenvolvimento humano tem a sua
origem nas interacções sociais entre:
Condições biológicas
Condições sociais
básicas
básicas
(deficiência)
Criança com deficiência
• A sua condição biológica básica pode impedi-la
de participar nas interacções sociais, elas
próprias promotoras de desenvolvimento, se o
canal de comunicação com os parceiros mais
competentes não funcionar
• O desenvolvimento pode ficar comprometido,
não como consequência da deficiência, mas sim
como consequência da não participação da
criança nas interacções sociais
• Os mesmos princípios do desenvolvimento
normativo se aplicam ao desenvolvimento da
criança portadora de deficiência.
Criança com deficiência
• Mais do que um défice primário, a criança pode
desenvolver um défice secundário – um défice
social – porque a sua capacidade de aprender a
partir das interacções sociais está limitada
• A trajectória desenvolvimental é alterada devido ao
impacto que a deficiência tem nas experiências
sociais da criança
• As consequências negativas da deficiência são
potenciadas pela lacuna nas interacções sociais
• Não é obrigatório que assim aconteça! É mais fácil
intervir nas experiências sociais do que na
deficiência biológica original.
Criança com deficiência auditiva
• A criança surda está particularmente em
risco porque é alheada da interacção
social.
• Abismo na comunicação pais-filhos.
• A criança surda filha de pais surdos
encontra-se numa situação semelhante ao
desenvolvimento normativo. Há
comunicação e interacção social.
• 90% das crianças surdas são filhas de
pais ouvintes.
Criança com deficiência
• Criança em risco de receber uma
estimulação social limitada e insensível
• É necessário que o apoio do adulto, com
base nas competências sensoriais da
criança, promova as interacções sociais e
as competências linguísticas
• É preciso que haja um emparelhamento
entre a competência sensorial da criança e
a estimulação do adulto
Zona de Desenvolvimento
Próximo (ZDP)
Porquê?
• Natureza das interacções sociais.
– Não são susceptíveis de gerar
desenvolvimento
Indicadores desenvolvimentais
Desenvolvimento motor global
• 12 meses: movimenta-se com apoio,
permanece de pé sozinho, baixa-se e
levanta-se com apoio
• 13 meses: anda sozinho
• 18 meses: sobe escadas com ajuda,
empurra a bola com o pé
• 21 meses: desce escadas seguro pela mão
• 24 meses: corre, anda para trás, dá
pontapés numa bola, desce e sobe
escadas sozinho
Desenvolvimento motor fino
• Desenvolvimento cognitivo
• Desenvolvimento da linguagem
• Relações posteriores com pares e adultos
(risco de isolamento social)
12 meses
Olha, sorri, mostra
brinquedo, vocaliza
10 meses 12 a 18 meses
Não presta atenção Interacções mais prolongadas
especial ao par e intencionais,
imitação e conflito
Taxonomia de Jogo
Parten (1932)
• Comportamento de espectador
• Jogo paralelo (brinca com objectos semelhantes aos das outras
crianças, mas não há participação na brincadeira)
O que é um amigo?
1. Experiências (brincadeiras) e gostos
semelhantes (6-8 anos)
2. Partilha de valores, regras e punições (9-
10 anos)
3. Relação recíproca: compreensão e
confiança mútua (11-12 anos)
Importância desenvolvimental das
relações com pares
• As relações com os pares no período
escolar são fortes preditores da adaptação
psicossocial posterior.
• Quando os pares gostam das crianças no
período escolar, estas têm maior
probabilidade de virem a ser adolescentes
bem adaptados.
Grupo de pares na
adolescência
• Melhor definido e estruturado que o grupo
de pares da infância
• A pertença ao grupo exige ao adolescente
que preencha determinados requisitos
(normas de inserção e de identidade do
grupo) de forma mais ou menos rígida
• Existem diferentes estatutos dentro de
cada grupo
Grupo de pares na
adolescência
Funções:
• Permite a construção de uma “imagem em
espelho”, que por sua vez promove:
– Apoio mútuo no lidar com as mudanças internas
– Apoio mútuo no lidar com as alterações nas
relações familiares
– Sentimento de segurança e confiança em si próprio
• Permite o enquadramento necessário à
experimentação de novos papéis e emoções
• Promove o sentimento de pertença a um grupo
Grupo de pares na
adolescência
• Os pares oferecem oportunidades
genuínas de crescimento, contribuem para
o processo de autonomia e identidade
• Riscos
– Equilíbrio entre a experiência de partilha e
pertença e a sensação de vulnerabilidade
criada pela dependência excessiva face ao
grupo
– Aceitação das diferenças entre si e os outros
Grupo de pares na
adolescência
• Não integração de um adolescente num
grupo de pares – inexistência de um
sentimento de pertença:
– Pressões para não pertencer por parte de
alguém exterior (ex: família)
– O grupo disponível não o permite
– O adolescente percepciona o grupo como
inadequado às suas necessidades
– Centração excessiva no self
Grupo de pares na adolescência
Evolução
1.Segregação: grupo de rapazes/grupo de
raparigas
2.Primeiras interacções entre os dois grupos
3.Elementos mais populares de ambos os
grupos começam a interagir de forma mais
consistente
4.Grupos heterossexuais
5.Formação de pares de namorados,
desintegração do grupo, menor necessidade
da interacção em grande grupo
Grupo de pares na adolescência
Processos de influência
• Comparação social
– Fonte de informação - normalização
– Implicações a nível da auto-estima
• Conformismo
– Consequências positivas: sentimento de
pertença ao grupo, sentimento de segurança
– Consequências negativas: entrave à
autonomia e à auto-estima
Relações de amizade na
adolescência
O amigo íntimo
• Relação de reciprocidade
• Intimidade interpessoal (pensamentos e
sentimentos)
• Sintonia na forma de estar e de pensar –
sensibilidade ao ponto de vista do outro
• Convívio mutuamente gratificante – procura
de proximidade
• Padrões de interacção e comunicação
subtis
O amigo íntimo
• A capacidade de compreensão de si próprio
desenvolve-se em paralelo com a capacidade
de compreensão dos outros
• A individualidade própria é construída em
paralelo com a atribuição de individualidade
ao outro
• Implicações a nível da construção da
identidade
• Sentimento de vulnerabilidade, dado o
elevado grau de partilha interpessoal
O amigo íntimo
Funções:
• Permite a construção de uma “imagem em
espelho”, que por sua vez promove:
– Apoio mútuo no lidar com as mudanças internas
– Apoio mútuo no lidar com as alterações nas
relações familiares
– Sentimento de segurança e confiança em si próprio
• Permite a experimentação de novos papéis e
emoções
• Permite treinar a tomada de perspectiva social
Interacções e relações com os
pares
Desenvolvimento
cognitivo
Desenvolvimento
emocional
Competência nas
relações com os
pares
4. 5.
Avaliação Tomada
da de
Situação Decisão
3.
Clarificação 6.
ou CRIANÇA Determinação
Selecção do Comportamental
Objectivo
Avaliação
e
Resposta
2. dos Pares
Interpretação e 1.
Representação Codificação
Mental dos dos Estímulos
Estímulos