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Funcionalismo americano

INTRODUÇÃO

Funcionalismo americano: 1910


O funcionalismo americano foi a terceira tendência importante que levou ao behaviorismo
Em 1904, Cattell
O velho adversário de Watson, William McDougall (1871-1938), tinha até definido a psicologia como a ciência positiva do
comportamento
Max Meyer (1873-1967)
Também mencionamos a escola russa da reflexologia
Sechenov (1965) publicou os seus Reflexos do Cérebro, em forma de livro, em 1873
Na América, entretanto, o psicólogo mais profético foi, provavelmente, James Angell
Em 1910, nas reuniões de Mineapolis da Associação Psicológica Americana, Angell disse

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Introdução1
Funcionalismo americano: 1910
O funcionalismo americano foi a terceira tendência importante que levou ao behaviorismo.
Numerosos psicólogos que eram funcionalistas só parcial ou indiretamente se inclinavam também para
uma orientação objetiva. Já mencionamos Cattell e Thorndike; Herrnstein (Watson, 1967, págs. 18-20)
argumenta, inclusive, que a posição de Thorndike se assemelhava mais, em alguns aspectos, a dos
modernos behavioristas (os papéis da aprendizagem e do reforço) do que a de Watson.
Em 1904, Cattell disse (conforme citação em Woodworth e Sheehan, 1964, pag. 114): “Parece-
me que a maior parte do trabalho de pesquisa que tem sido realizado por mim ou no meu laboratório é
quase tão independente da introspecção quanto o trabalho nos campos da Física ou da Zoologia. . ."
O velho adversário de Watson, William McDougall (1871-1938), tinha até definido a psicologia
como a ciência positiva do comportamento. Realizou observações experimentais sobre a discriminação
da cor em crianças pequenas, em 1901, e seus livros (19o5, 1912) contêm dados objetivos; inclusive, o
segundo livro foi intitulado Psychology: The Study of Behavior.
Entretanto, McDougall era um intencionalista declarado, aceitava a consciência e usava dados
introspectivos — em resumo, era a antítese de Watson nos aspectos mais decisivos que se possa
imaginar e, por conseguinte, não pode ser considerado um sério rival de Watson na formulação de uma
psicologia exclusivamente objetiva.
Max Meyer (1873-1967) seria um candidato mais sério. Em 1911, publicou The Fundamental
Laws of Human Behavior, um livro que reflete o seu completo objetivismo. Em 1921, indicou as suas
inclinações behavioristas de um modo mais aberto, ao intitular um outro livro The Psychology of the
Other One. Contudo, Meyer evitava mais do que procurava a publicidade para o que fazia e nunca
chegou a ser tão conhecido quanto Watson. Meyer contentava-se em prosseguir suas pesquisas e
escrever seus livros sem aspirações sistemáticas.
Também mencionamos a escola russa da reflexologia, iniciada por I. M. Sechenov e
desenvolvida por Pavlov e Bechterev; este último, deu a um dos seus principais livros o título de
Psicologia Objetiva (traduzido para o inglês em 1913); segundo parece, o livro teria sido originalmente
publicado em russo por volta de 1907.
Sechenov (1965) publicou os seus Reflexos do Cérebro, em forma de livro, em 1873, mas esse
trabalho já era conhecido em forma de monografia desde 1863! Isto é verdadeiramente espantoso,
quando se pensa que a posição filosófica e metodológica básica de Sechenov era quase idêntica a de
Watson em sua objetividade.
Na América, entretanto, o psicólogo mais profético foi, provavelmente, James Angell, a quem
Watson esteve associado em Chicago, antes de 1908. Já travamos conhecimento com Angell como um
fundador do funcionalismo. Ele parecia ter reconhecido que a psicologia, já amplamente funcional em
seu caráter, estava pronta para mais um passo na direção da objetividade. Duas expressões do seu
ponto de vista em gradual transformação precederam os primeiros pronunciamentos behavioristas
publicados por Watson.
Em 1910, nas reuniões de Mineapolis da Associação Psicológica Americana, Angell disse o
seguinte (1913, pag. 25): Mas, em minha opinião, é perfeitamente possível que o termo "consciência"
caia num desuso tão completo quanto o termo “alma”, no que diz respeito a todos os propósitos
cotidianos da psicologia. Isso não significara o desaparecimento dos fenômenos que chamamos
“conscientes”, mas, outrossim, que o interesse da psicologia deslocar-se-á para outros fenômenos ou
fases dos mesmos, para os quais um termo como "comportamento" proporcionaria uma indicação mais
util.
Dois anos depois, nas reuniões da Associação em Develand, Angell apresentou um trabalho
sobre esse tópico, o qual foi escrito pouco antes do primeiro trabalho sistemático de Watson. Angell
discorria agora mais extensamente sobre a questão (1913, págs. 256 e segs.): Desde o princípio,
aqueles que trabalham em psicologia comparada viram-se a braços com a dificuldade de atribuir aos
animais processos conscientes de um tipo especifico, em relação com o comportamento inteligente. ..
É obvio que os cientistas dedicados a esse campo de pesquisa ganhariam muito, em conveniência pelo

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Marx & Hillix (1974)
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menos, se pudessem prescindir da possível existência da consciência e descrever objetivamente todo o
comportamento animal.
Tampouco houve, até onde chegam meus conhecimentos, qualquer objeção geral a essa
proposta. . . além disso, é natural que, se o fato de se prescindir de toda e qualquer referência a
consciência na psicologia animal resultar praticável e conveniente, como indubitavelmente é, se
manifeste uma tendência para seguir uma linha de procedimento semelhante, ao tratarmos do
comportamento humano. Essa tendência representa menos um _programa formalmente reconhecido,
como o dos nossos reformadores realistas do mundo, do que um impulso geral ocasionado por muitas
fontes diferentes.
O seu caráter não-formal e não-comprometido indica, provavelmente, uma base mais
substancial e mais duradoura que a dos movimentos promovidos mais cuidadosa e deliberadamente.
Boring resumiu a situação da psicologia americana imediatamente antes da fundação do behaviorismo
por Watson, nos seguintes termos (195o): “A América tinha reagido a tutela alemã e fizera-se
funcionalista... O behaviorismo, simplesmente, tomou do funcionalismo uma parte mas não toda a
tradição parental... Os tempos estavam propícios à maior objetividade em psicologia e Watson foi o
agente dos tempos” (pág. 642).

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