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24/06/2021 TRT-9 11/06/2021 - Pg.

4398 - Judiciário | Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região | Diários Jusbrasil

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Diários Oficiais  Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região  11 Jun 2021  Judiciário 


Página 4398

Página 4398 da Judiciário do Tribunal


Regional do Trabalho da 9ª Região
(TRT-9) de 11 de Junho de 2021
Publicado por Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região
há 13 dias

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permanente. Atividades habituais e permanentes são aquelas que em


razão das suas características ou do seu conteúdo são inerentes ao cargo
ou função que exerce o empregado. Logo, a partir deste conceito, temos
que a atividade em exposição a determinado agente de risco, mesmo que
não seja realizada durante toda a jornada de trabalho (intermitente), se
equivale ao contato permanente desde que faça parte das atribuições do
cargo ou função. Os Farmacêuticos trabalham no interior de Unidades de
Saúde, onde existes postos de vacinação, consultórios médicos,
consultórios odontológicos, salas de curativos, salas de esterilização,
enfim estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana.
Ainda, fazem visitas a pacientes que não podem se deslocar até as
Unidades de Saúde. (...) São atendidos em média cem pacientes por dia na
farmácia. São realizadas em média duas visitas domiciliares por mês no
primeiro posto vistoriado. A aplicação de injetáveis intramusculares,tais
como, anticoncepcionais e anti-inflamatórios, são eventuais”. Assim
sendo e ante a constatação de que “A reclamante realiza trabalhos e
operações em contato habitual e intermitente em estabelecimentos
destinados aos cuidados da saúde humana” no exercício das atribuições
inerentes ao cargo de Farmacêutico, concluiu a expert do juízo que
“Ocorria exposição à insalubridade em grau médio nos ambientes de
trabalho dos Substituídos, ora periciados, em razão da exposição habitual
a agentes de riscos biológicos emestabelecimentos destinados aos
cuidados da saúde humana”.

A despeito de impugnar a prova pericial em referência, a reclamada não


apresentou nenhum outro elemento de prova apto a obliterar ou elidir
seu conteúdo eminentemente técnico.

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Nesse passo, defiro o adicional deinsalubridade vindicado pelo substituto


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processual para proveito dos substituídos que nunca receberam a referida
paga adicional, de 20% sobre o salário mínimo, na forma do art. 192 da
CLT. Em que pesem os termos da Súmula Vinculante nº 04 do STF, ante a
inexistência de outro parâmetro e a necessidade de se resguardar a saúde
do trabalhador, caracterizada ainsalubridadenão há como se deixar o
empregado ao desamparo até que seja fixada base de cálculo diversa do
salário mínimo.

Quanto à incidência do adicional deinsalubridadesobre o salário mínimo,


transcrevo jurisprudência do E. TST:

“ADICIONAL DEINSALUBRIDADE- BASE DE CÁLCULO -SALÁRIO


MÍNIMO (CLT, ART- 192)- DECLA-RAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE SEM PRONÚNCIA DE NULIDADE
(UNVEREINBARKEITSERKLÄRUNG) - SÚMULA Nº 228 DO TST E
SÚMULA VINCULANTE Nº 4 DO STF - 1. O STF, ao apreciar o RE
565.714/SP, sob o pálio da repercussão geral da questão constitucional
referente à base de cálculo do adicional deinsalubridade, editou a Súmula
Vinculante nº 4, reconhecendo a inconstitucionalidade da utilização do
salário mínimo, mas vedando a substituição desse parâmetro por decisão
judicial. Rejeitou, inclusive, a tese da conversão do salário mínimo em
sua expressão monetária e aplicação posterior dos índices de correção dos
salários, uma vez que, sendo o reajuste do salário mínimo mais elevado
do que a inflação do período, restariam os servidores e empregados
postulantes de uma base de cálculo mais ampla prejudicados ao
receberem como prestação jurisdicional a redução da vantagem
postulada. 2. Assim decidindo, a Suprema Corte adotou técnica decisória
conhecida no Direito Constitucional Alemão como declaração de
inconstitucionalidade sem pronúncia da nulidade
(Unvereinbarkeitserklärung), ou seja, a norma, não obstante ser
declarada inconstitucional, continua a reger as relações obrigacionais, em
face da impossibilidade de o Poder Judiciário se substituir ao legislador
para definir critério diverso para a regulação da matéria. 3. O Direito
Constitucional pátrio encampou tal técnica no art. 27 da Lei nº
9.868/1999, o qual dispõe que, ao declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. In casu, o momento
oportuno fixado pela Suprema Corte foi o da edição de norma que
substitua a declarada inconstitucional. 4. Nesse contexto, ainda que
reconhecida a inconstitucionalidade do art. 192 da CLT e, por conseguinte,
da própria Súmula nº 228 do TST, tem-se que a parte final da Súmula
Vinculante nº 4 do STF não permite criar critério novo por decisão
judicial, razão pela qual, até que se edite norma legal ou convencional
estabelecendo base de cálculo distinta do salário mínimo para o adicional
deinsalubridade, continuará a ser aplicado esse critério para o cálculo do
referido adicional, salvo a hipótese da Súmula nº 17 do TST, que prevê
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piso salarial da categoria que o possua (já que o
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piso salarial é o salário mínimo da categoria). Agravo de instrumento
desprovido.” (TST - AI-RR 1121/2005-029-04-40.6 - 7ª T. - Rel. Min. Ives
Gandra Martins Filho - DJe 13.06.2009).

No mesmo sentido, decisões proferidas pelo E. TRT da 9ª Região:

“ADICIONAL DEINSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. A base de


cálculo do adicional deinsalubridadeé o salário mínimo, salvo expressa
previsão diversa, constante em acordo ou convenção coletiva de trabalho,
até que o tema venha ser objeto de lei específica. A lacuna atualmente
existente não pode ser óbice ao julgamento de todas as ações que
envolvam a matéria. TRT-PR

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