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Bianca Cesarin era mais que uma diva, uma deusa.

Chefe dos Cesarin ela comandava os


negócios da família desde os 18 anos com maestria. Em pouco tempo se tornou a mafiosa
mais respeitada de toda a Itália. Porém, um acordo com a família rival os Albertini, deixaria
Bianca frente à frente com o inimigo Pietro Albertini, um homem conquistador e cheio de
segredos.
Uma união entre os herdeiros da família tornaria Pietro e Bianca no casal mais poderoso
que já pisou na face da terra.
Mas até onde aquilo seria... Apenas um acordo?

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PLÁGIO É CRIME!

LIVRO I FINALIZADO

A linha de asfalto cruzava um local desértico, seu fim ia além do que se


podia ver, dois carros pretos de blindagem pesada se encontraram no
terreno que circulava a estrada vazia, o terreno árido que igualmente o fim
era invisível ao que se podia ver.
Os carros parados um ao lado do outro, e os devidos
negociantes

ainda dentro. Sandro de Viera Cesarin encarava o outro carro com a


sobrancelha arqueada.

-Talvez Sandro, deva ignorar o Albertini, querido ele pode estar


aqui para nos matar.

-Assim como nós? Marie temos armamentos aqui também.

-Senhor o Albertini desceu. -Todos de dentro do carro


levantaram a cabeça e pelo vidro escuro puderam ver o loiro ao lado do
filho.

-Tem certeza disso? Podemor ir embora.

-E assim ele nos matará em casa, é o melhor. -Sandro se virou


para o motorista. -Se acontecer algo Fernando, leve ela e Bianca para fora
do país, direto para a América. Já sabe o que fazer.

-Sim padrinho. -Fernando, abriu a porta do carro, desceu e abriu


a de Sandro. Assim que o homem desceu, os dois beijaram-se as
bochechas.

Pietro Albertini e Matteo Alberniti encararam Sandro que se


aproximou andando, os homens se encontraram entre seus carros, o sol
forte brilhava em um calor de talvez mais que trinta graus, e mesmo assim,
eles estavam de smoking. Pietro tinha um charuto na boca seus olhos
focados no carro atrás de seu inimigo. Um único movimento, e ele estaria
preparado para matar a todos.

-Pietro meu filho, vá para o carro, isso é entre eu e ele.


-Sim meu pai. - Respondeu e beijou o anel de rubi enorme em
seu dedo anelar, o anel que carregava em si a linhagem Albertini a família
de Mafiosos mais respeitada de todo o mundo.

Os olhares que Matteo Alberniti e Sandro Cesarin trocaram, teria


arrepiado qualquer pessoa até os últimos fios de cabelo. Eles sabiam o
que se tratava a conversa que teriam, os dois aceitavam que era a melhor
coisa entre as famílias, uma aliança, uma união, um casamento.

-Albertini, não pense que fico feliz com isso.

-Muito menos eu Cesarin.

-Bianca encontrará seu filho amanhã na Capela Sistina.

-Pietro espera cumprir o combinado, mas não deseja ter algo


com Bianca.

-Eles não precisam ter algo, apenas um filho.

-Concordo plenamente.

E mais uma vez beijos nas bochechas fechou a conversa. Perto


de sua casa Sandro tremia, ele sabia a reação de Bianca, tinha total
certeza que ela desaprovaria qualquer coisa que envolvesse casamentos.

No outro carro, do outro lado da cidade de Roma, Pietro olhava


uma loira nua a sua frente, em sua mansão moravam apenas os dois,
Isabella Bonatti se aproximou depois de tirar a calcinha minúscula
vermelha e atirar em seu amante.

-Ainda bem que terei você pelo resto da vida minha cadelinha. -
Pietro murmurou pegando sua mulher pelos cabelos e a colocando de
quatro sobre a cama.
-Meu senhor.- Ela gemeu docemente quando sentiu o pau dele
entrar em sua gruta -Com força meu homem.

Fechando os olhos, ele quis ficar ali e nunca sair, dentro de sua
mulher, a sua única mulher. Achava que a amava.

Sentada na frente de seus homens Bianca analisava os mapas


que seu informante trouxera naquela tarde. Usava um curto vestido
vermelho, o cabelo castanho claro preso em um coque no alto da cabeça,
tinha os lábios pintados de vermelho sangue e mordia o inferior em
apreensão.

-Algo me diz, que o Albertini vai me foder.

-Bianca! -Fabrizio resmungou, seu amante temia por ter que a


ver casada com o mauricinho mafioso do Pietro Albertini, mas sabia que
sua menina lhe era fiel. -Não diga algo assim.

Os homens se entreolharam, todos sentiam a tensão sexual dos


dois, ela levantou os olhos castanho chocolate para ele, suspirou.
Delicioso, gemeu internamente, Fabrizio era musculoso, tinha cabelo
castanho cortados bem curtinho, um rosto másculo, e era maravilhoso na
cama.

-Não quis dizer nesse sentido, mas sejamos honestos, ele me


pedirá em casamento amanhã.

-O que fará minha querida? -Antonella sua mãe perguntou


sentada no sofá tricotando, era uma versão jovem de sua mãe, as duas
igualmente belas e perigosas.
-O que tiver de ser feito. -Disse com o olhar audacioso, Bianca
era astuta e perigosa, se levantou e virou para a janela atrás de si, viu o
carro de seu pai chegando. -Mas não deixarei os Antonelli nos vencer.

-Eu me apaixonei pelo seu pai, pode se apaixonar por ele


querida. -Fabrizio fechou as mãos em punhos, seu maior desejo era
estourar os miolos do Antoneli se a tocasse.

-Nunca. -Murmurou, "nunca". -Sabem o que fazer com o


carregamento de hoje dos Antoneli, isso é só um aviso, não o machuque. -
Virou olhando seus homens e sorriu docemente. -muito, não o machuque
muito, agora, saiam.

Obedientes se levantaram e saíram, Antonella os seguiu,


Fabrizio permaneceu em pé no meio da sala, Bianca andou até a mesa da
escrivaninha e sentou virada para ele. As coxas grossas subiram mais
ainda o vestido. Ela tinha uma caneta tinteiro na mão, mordeu a ponta o
olhando.

-Não vai se guardar para seu futuro marido Bia? -O som da voz
dele a deixou molhada instantaneamente.

-Não há o que guardar para ele.

O sorriso de Fabrizio foi largo, caminhou até a porta e a trancou,


em segundos tinha as mãos na cintura de Bianca que soltou a caneta e
agarrou o cabelo dele puxando, ele gemeu a apertando contra sua ereção.

-Faça amor comigo Fab. -Ele a encarou assustado, ela nunca


havia dito palavras doces, sobre o que eles tinha, quando transaram pela
primeira vez ela deixou bem claro, que era apenas uma foda, Fabrizio
acabou apaixonado por ela, mas Bianca nunca demonstrou que sentia
algo por ele.
-Isso não é uma despedida Bia! -Com uma força que ele
pensava não ter, controlou a voz para que não soasse como um soluço.

Ela concordou com a cabeça olhando profundamente em seus


olhos. Diga a verdade a ele Bianca, diga que não voltará a ver ele. Para o
próprio bem dele.

Não se podia mexer com uma familia como os Antoneli.

Jamais...

Capítulo 1 - Casamento de Gigantes

Capítulo 1

Era uma linda Igreja, não podia negar, encarei as pinturas de Michelangelo
e suspirei, um dia quis ser pintora. Papai me fez desistir "Uma Cesarin
nasce para os negócios da familia, não para besteiras" bufei, besteiras.

Naquela manhã havia deixado Fab na minha cama, vesti um tubinho preto,
e vim até a igreja, nem batom havia passado, caminhei até a porta do
quarto descalça, e só então coloquei meu salto, para finalmente descer as
escadas. Também... Não se passa batom para enterros.

Meus dedos arranhavam o afresco de a criação tentando arrumar um


motivo, mais um, para continuar esperando Pietro Albertini.

Ele não é pontual, um mafioso que não é pontual, parecia brincadeira, ri


sozinha olhando a parede ainda. Meus pés já doíam por causa do salto.
Mas jamais sai de casa sem salto e não cometeria uma gafe dessas,
principalmente no dia que conheceria meu marido.
Isso é ridículo, queria rosnar, e usar a pistola que tinha na minha coxa na
parte interna, em uma liga, para matar o Albertini assim que o visse.

Passei a mão no meu cabelo que estava solto hoje, batendo na minha
cintura, desde pequena não o cortava. Para papai, é de praxe uma mulher
ter cabelos longos.

-Passei pelo trem as 10:00 -Uma voz grossa murmurou em meu ouvido,
senti meu corpo se arrepiar. Era a frase de segurança que meu pai disse-
me aquela manhã.

-Esperei pelo próximo as 14:00 -respondi me virando.

Os segundos seguintes foram marcados pelo silencio, e nossos olhos se


recusaram a se separar um do outro. A minha frente eu via o próprio Davi
de Michelangelo, o homem mais lindo que já havia pensando em ver. Ele
me encarava com olhos verdes como as folhas após as épocas de chuva.
Era moreno, tinha um rosto desenhado por anjos, maior que eu até com os
saltos que eu usava os quais eram enormes, forte e tinha um olhar de
desejo.

-Pietro Albertini -ouvi a sua divina voz mais uma vez em quanto me
estendeu sua mão. Seus olhos ainda me prendiam, mas consegue me
endireitar dando minha mão a ele e murmurando meu nome. -Estou
atrasado?

-Sim, o que me lembra por que seu carregamento de ontem foi roubado -
Retruquei agora vendo suas marcas de roxo no rosto.

-Você não me parece ser uma pessoa fácil Bianca.

-Touché

-Poderá devolver meus diamantes?


-Não, aquilo é pelo meu dote.

-Dote? Então sua mão é extraordinariamente cara.

-Entregarei seu carregamento quando voltarmos da lua de mel. -Cutuquei


sorrindo, seus olhos varreram meu corpo gulosos e depois encararam os
meus de novo.

-O que queria provar?

-Que tenho mais jeito pros negócios que você Albertini. -Ele sorriu, mas
seu olhar era irritado, então mais rapido do que pude revidar ele me
prensou contra a parede, gemi abaixando os olhos. -Me solte.

-Não brinque comigo assim de novo, ou não respondo por mim.

-E o que fará? Vai me bater seu maricas? -Cuspi o encarando na mesma


altura, Pietro me soltou mas me mantive em pé.

Jamais iamos dar certo, seria uma relação de queda de braço pior que as
de nossos pais, pelo seu olhar ele pensou o mesmo. Desviei o olhar e vi
Fabrizio na porta da igreja nos olhando.

-Droga -Murmurei, atraindo a atenção do Albertini que seguiu meu olhar,


uma risada maligna rompeu seus labios.

-Aquele não é seu namoradinho? -Questionou com a mão na cintura, ele


usava um smoking preto, mas pude ver o volume de uma pistola ali.

Nem precisei questionar como ele sabia, por sermos as duas famílias mais
ricas da Itália, somos alvos de paparazzi, o que é ruim para os negócios, e
pior ainda o fato de ser muito mais difícil lavar todo o dinheiro.

-É sim, algum problema?


-Desde que ele saia de nosso caminho nenhum, será uma mulher casada,
então aja como uma.

Levantei meu dedo do meio , fazendo ele arquear a sobrancelha irritado,


ao chegar perto de seu rosto levantei os outros dedos e sorri.

-Vê? Nenhuma aliança.

-Não seja por isso. -Ele colocou a mão no bolso, ouvi alguns cliques de
armas ao nosso redor. Ele riu baixinho. -vão atirar em mim?

-Pessoal abaixe as armas e saiam. -Disse alto, o som ecoou na igreja


vazia e eles o fizeram, exceto Fabrizio, ele se aproximou de nós a ponto
de ver Pietro abrir uma caixinha de cetim e tirar uma aliança cheia de
diamantes, colocou na palma da minha mão.

-Bia? -Ouvi sua voz ali, perto de mim, em quanto eu recebia um anel de
outro homem.

-Fabrizio saia, -Pedi, Pietro o olhava, deu um tchauzinho quando ele saiu
da igreja.

-Não faça isso.

-Eu não quero ver ele perto de você Bianca, é o nome da minha familia
que está em jogo.

-Isso é problema meu Albertini. -Rosnei colocando o anel no meu decote.


Ele me prensou contra a parede novamente, antes que eu pudesse
empurrar senti seus lábios no meu.

A boca do maldito era como o inferno de tão quente, gemi e permiti que
sua língua se afundasse na minha boca encontrando a minha. Para minha
surpresa o agarrei pelo seus cabelos, as mãos dele desceram para minha
bunda apertando minha carne, mordi seu lábio em resposta e ele se colou
mais a mim, minha calcinha ficou molhada quando senti sua ereção na
minha coxa. E assim tão rápido quanto começou terminou.

Abri meus olhos o encarando, ele sorriu mais uma vez passando a mão no
cabelo, tinha os labios inchados. Ele então se afastou em silêncio e saiu
da igreja. Fiquei alguns segundos em pé, tentando me acalmar.

Deus, o que acabou de acontecer?

Quando olhei para o altar o padre me encarava, arrumei meu cabelo e o


vestido, andando para a porta.

-Deus te abençoe minha filha. -Me virei para o padre que sorria. O homem
parecia ter uns 90 anos no mínimo e tava me flertando?

-O que?

-Tem uma saúde em... -Antes que eu pudesse tirar minha arma da coxa, e
descarregar no imbecil, me lembrei que já iria desrespeitar muito a casa do
senhor, então apenas mostrei o dedo do meio e bati a porta atrás de mim.

Na manhã do casamento eu me encontrava trancada no quarto, encarando


a aliança na cômoda a frente da cama, aonde eu estava sentada. Havia
perdido as contas de quantas vezes Fabrizio baterá na minha porta. Me
mantive ali parada, encarando o anel de platina com diamantes azuis.

Minhas malas já haviam ido para a casa de Pietro, só faltava eu.

Na minha infância me imaginava solteira cuidando dos negócios com


amantes para esquentar minha cama todas as noites, mas naquele dia eu
estava a horas de meu próprio casamento.

-Bianca saia logo desse quarto, você vai se casar em algumas horas.
-Não me importo mãe.

-Você tem que se arrumar.

-Foda-se.

Minha mãe não voltou ao meu quarto, de certo modo fiquei aliviada, horas
mais tarde meu pai bateu na porta, e depois Fabrizio de novo, mas eu não
havia me movido. Quando faltava 30 minutos para o casamento ouvi
barulhos na minha janela.

Olhei para lá e vi o Albertini ali me encarando, ele entrou no meu quarto,


usava um smoking branco, ri o encarando, obviamente tínhamos uma
noiva.

-O que faz aqui? -Perguntei petulante. Ele me encarava em silêncio.

-Seu pai me ligou, disse que você ainda não havia se arrumando.

-E o que isso tem haver com você?

-Eu vim te dar um motivo para se arrumar. -Continuei o encarando, Pietro


se aproximou de mim na cama, meus pelos se arrepiaram, ele me puxou
pela cintura em sua direção, fiquei em pé, frente a frente.

Ele rasgou minha camisola me deixando nua a sua frente, então gemeu
olhando meu corpo de cima a baixo. Não ousei empurrá-lo, ele me puxou
mais para perto, com uma força que se fosse possível eu teria entrado
dentro dele.

-O que pensa que está fazendo ? -Falei tentando empurrar ele. -Eu vou
gritar. -Prometi quando o vi tirando o terno e rasgando a camisa.

Ele me encarou em quanto se despia, tentei me afastar, esquecendo que


tinha uma cama atrás de mim, cai deitada me apoiando nos cotovelos.
Droga, gemi quando o vi apenas com uma boxer preta na minha frente. Ele
me olhou sorrindo.

-Linda, pensei em você a noite toda.

-Pietro... -Ele colocou o dedo em minha boca, subiu na minha cama e eu


não pude me mexer.

-Sabe como foi? Me sentir a noite toda com vontade de estar dentro de
você.

-Deus, você está maluco Pietro.

-Tão gostosa. -Passou os dedos dos meus seios até minha vulva. Suspirei
ao sentir as pontas deles no meu clitóris. -Você é maravilhosa Cesarin.

-Pietro.... Por favor, não...

-Você não me quer? -Ele perguntou, em quanto tirava a boxer, pude ver
seu pau, caralho... grande, grosso. Juntei minhas coxas tentando segurar
minha excitação que escorreu para minha cama. -Acho que já tenho minha
resposta.

-Fabrizio, ele pode ouvir...

-Eu sou seu noivo não ele, entendeu? -Seus olhos me encaravam irritados.

-Eu não me importo!

Sua risada rouca me fez ficar de joelhos a sua frente. Ele me olhou, os
olhos verdes escuros. Subi em seu colo e o beijei, ele gemeu e colocou
dois dedos na minha entrada, gemi em sua boca. Pietro estocou os dedos
rapido em quanto me beijava. Minha mão foi até seu pau e o segurei firme,
comecei a massagear e ele puxou meu cabelo com a outra mão, fazendo
meu pescoço ficar livre para ele.
Pietro chupou meu pescoço forte me fazendo gemer alto e aumentar a
velocidade que o massageava.

Não pensei em mais nada quando voltei a beija-lo, aquilo era uma traição,
mas eu não pensei nisso, apenas no tesão que ele me fazia sentir. Senti
ele tirar minha mão de seu pau, ele o guiou até minha entrada então o
parei.

Levantei da cama o olhando atentamente, ele passou a mão no cabelo


irritado me encarando.

Aquela visão, dele nu na minha cama me deu calafrios.

-Pietro eu preciso me arrumar.

-Bianca, eu quero ter você.

-Não, nosso casamento é apenas uma aliança entre as famílias não ouse
mudar isso!

-Tem razão. -Ele resmungou levantando, entrei no meu banheiro sem virar
para ele. -Até daqui a pouco Cesarin.

-Até Albertini. -Eu disse antes de fechar a porta.

Desci as escadas, de minha casa, desde e o primeiro degrau até o ultimo


me despedi do marfim do corrimão, no primeiro andar, meus homens,
meus pais e minha irmã me aguardavam me olhando.

Os olhares de choque correram entre si ao me ver, eu estava ridícula, mas


era por vontade própria, adoraria ver o rosto dos Albertinis ao ver a noiva
que praticamente fora comprado para o mimado do filho único.
-Bianca Maria Cesarin! Jamais deveria ter confiado em você para comprar
esse vestido sozinha, e essa maquiagem?

-Só o que os Albertinis merecem. -Resmunguei encarando minha mãe,


papai ria acompanhado de todos os homens, Isabel me olhava com um
olhar raivoso.

-A chance de se casar com Pietro Albertini e ainda age como uma mocinha
do século passado que não quer casar! -Gritou correndo escada a cima.
Acabei de separar a familia. Que maravilha!

Caminhei para fora de casa já irritada de mais com a ceninha de minha


irmã, por que papai não a casou se ela queria tanto o Albertini? Eu tinha
Fabrizio, tinha a máfia, tinha uma familia rica, era a mulher mais poderosa
que toda a Itália já havia visto, e mesmo assim, era trocada como
mercadoria para a paz das famílias.

O motorista da limusine não foi diferente no olhar chocado, entrei na


limusine com Fabrizio atrás. Nos sentamos sozinhos, o olhei
questionadora, ele apenas sorriu docemente passando as mãos na minha
cintura.

-Fiz um acordo com o seu pai com essa meia hora do caminho.

-Sei, e como pretende pagar?

-Pagarei. Isso que importa. -Seus dedos desceram para o tule o puxando
para cima, mostrando a calcinha preta que eu usava, gemeu baixo
passando os dedos aonde estavam os lábios de minha buceta.

-Fab...

-Isso não é uma despedida Bella, eu amo você.

-Assim como eu!


Nos calamos colando nossas bocas. Fab abriu o zíper do vestido e jogou
ao lado, tirei sua calca e cueca liberando seu pau para mim.

Agachei no chão e o chupei, lambi o comprimento, suguei a cabeça, e por


fim o engoli. Senti a cabeça na minha garganta, e como sempre sobrava
um palmo para fora ainda. Então comecei a foder minha boca com seu
pau, em quanto fazia massagem em suas bolas. Fab soltou meu cabelo e
o enrolou em seu punho para controlar minha cabeça.

-Bia amor, eu vou gozar pare. -Tentei continuar mas ele me puxou para
cima, afastou minha calcinha e me sentou em seu pau, gememos junto,
meu canal se alargou com sua entrada. -Puta que pariu gostosa, rebola
vai. -Gemi rebolando, o tapa estalou na minha bunda, esse ia deixar
marca, comecei a subir em seu pau descendo com toda a minha força.

Suas mãos abriram o meu sutiã o jogando longe, quase na janela que
separava o motorista da parte de trás do carro. Chupei o pescoço dele
com força, queria marcá-lo como meu. Suas mão apertavam minha carne
com força. Gemi alto quando ele mordeu meu mamilo.

-Ai caralho Fab me deixa louca.

-Minha gostosa, você que me enlouquece. -Ele disse gemendo em quanto


gozava dentro de mim. Fiquei sentada no colo dele, seu membro ainda
duro dentro de mim, nos encaramos em silêncio. Nossos dedos passando
pelo rosto um do outro.

-Não poderei mais ver você. -Murmurei o encarando, seus olhos


arregalaram e seu aperto em minha cintura aumentou.

-Bia...

-Fab é pela sua segurança.


-Você vai transar com ele? -Os olhos castanhos do meu homem brilharam
com ciúmes, suspirei desviando o olhar. -Bella me responde!

-Fab não se mete nisso! -Grunhi. Fab puxou meu cabelo com força para
que o encarasse, nossos olhos se encontraram e suspirei.

-Vai me responder? -Continuei em silêncio e ele suspirou, os dedos


abaixaram encontrando meu clitóris, gemi fechando os olhos, ele moveu
em círculos o dedo me excitando, meu nervinho endureceu, senti minha
vagina lubrificando o pau dele. -Sente isso? Como sua buceta responde
para mim?

-Fab! Pare... -Gemi mordendo o lábio, abri os olhos, ele me encarava, os


olhos quentes, o tesão o dominava. Ele nos deitou me colocando por baixo
dele e ficando por cima.

-Eu vou foder você Bianca. -Gemi com suas palavras agarrando sua
cintura com minhas pernas, seu pau se afundou mais em mim. -Quero que
se lembre disso quando estiver na cama com aquele mauricinho.

-Fab...

-Eu sei, que não quer isso, não me diga mais nada. -Ele murmurou rouco.
A limusine parava. Já devíamos estar próximo a igreja. As vozes la fora me
deixaram atenta. Fab trancou as duas portas do carro, e voltou a me
penetrar, gememos juntos.

Foi rápido, tinha cheiro de adeus, não quis pensar nisso. A força que ele
usou me fez um galo, talvez até suas bolas tenham entrado em mim, só
sei que foi bom, nenhuma de nossas transas se igualariam a essa.

Desci do carro na igreja, já estava arrumada, Fab desceu ao meu lado, o


olhar de choque dos fotógrafos foi engraçado.
Suspirei olhando para o meu amor, sua mão apertou a minha, e a aliança
de noivado ardeu em meu dedo como fogo, ele se curvou para beijar
minha bochecha. Por alguns minutos permaneci em pé o vendo se juntar
aos outros homens. Então papai chegou para me levar ao altar, e também
me segurar.

A força do adeus me esmagava contra uma vida perfeita, um marido bonito


e gostoso, e meu coração finalmente se quebrou quando entrei na igreja.

Fab, eu te amo.

~Pietro~

Isabella suspirava em minha cama chorosa, havia voltado para casa,


grande erro, antes de ir até a igreja.

A mulher colou em mim, como um carrapato, chorou feito louca, e estava


com a maquiagem toda borrada, simplesmente inaceitável ver tal cena
deprimente, gemi irritado.

-Isabella pare de drama.

-Mas, Pie, você vai se casar, e é a Cesarin, ela é... a mulher... mais
desejada... do século.

-Eu sei, por isso arranje outro amante.

-Pie! -Ela gritou se ajoelhando aos meus pés agarrando minha camisa. -
Por favor não me... abandone! Posso ficar morena.

-Bella, acha que sou idiota, esse tempo todo estava transando comigo e
com Enzo.

Ela arregalou os olhos e abaixou a cabeça, mulher tola, suspirei, Enzo


Albertini meu irmão do meio, era apaixonado pela vadia que se esvaia em
lagrimas na minha cama, em que sonho eu, o herdeiro primário da familia,
me casaria com uma puta dessas.

-Ele, não significa nada Pie.

-Não me chame assim caralho! Foda-se o que você pensa Bella, eu me


casarei com Bianca não com você, serei fiel a ela.

-Você fiel Pietro ? Convenhamos...

-Olha essa boca em, ou não respondo por mim, ela é uma mulher
única,merece o meu melhor.

-E eu?

-Faça um favor a ambos e assuma seu relacionamento com Enzo, sinto


falta do meu irmão. Agora fora do meu quarto.

Ela levantou, abaixou a cabeça e saiu do quarto carrancuda. Isso que dá


se relacionar com a sua prima. Suspirei. Geovane entrou no meu quarto,
vestindo um smoking preto. Ignorei procurando outra camisa para mim, já
que a minha havia rasgado no quarto da Cesarin.

Mulher inteligente, linda, gostosa e audaciosa. O tipo imã para Pietro


Albertini, aquele corpão vestindo aquele tubinho preto na igreja um dia
atrás, de costas para mim olhando o afresco de Michelangelo, a primeira
visão que tive dela, achei que não era tão sortudo para que aquela fosse a
minha mulher.

Olhei ao redor na igreja, não havia mais ninguém, será?

Me aproximei, o cabelo ondulado, enorme e castanho claro cobriam


grande parte de um tubinho preto, a bunda redonda o fazia subir um
pouco. Tinha saltos vermelho. Se uma primeira impressão passa algo claro
sobre a pessoa, naquele momento, a única palavra que minha cabeça
conseguia articular para ela era PERIGO.

- Passei pelo trem as 10:00 -Murmurei aproximando minha boca de sua


orelha, o cheiro doce de frutas encheu minhas narinas, os pelos do braço
dela se arrepiaram, pude ver os lábios vermelhos cheios se entre abrirem,
mas a franja cobria seu rosto.

-Esperei pelo próximo as 14:00 -A voz doce, com uma pitada de poder,
poderosa, ela era o tipo de mulher que me acende. Então ela se virou para
mim. O rosto angelical me encarando, olhos castanho chocolate, pele
branca que até brilhava, os lábios cheios e vermelhos.

Encantadora, simplesmente encantadora, poderosa, destemida, nariz em


pé, sabia gerenciar os negócios como ninguém, meu pai escolheu a
mulher certa para mim.

Horas mais tarde eu esperava no altar da igreja, estava tudo lotado de


fotógrafos e convidados que eu sequer conhecia. Burgueses em busca de
laços com a família Albertini, bando de idiotas.

Eis que o órgão da igreja, começa a tocar, e as portas se abrem. Então a


igreja cai em um silêncio terrível, até o próprio pianista que tocava o órgão
para de tocar.

Olhei incrédulo o que ninguém acreditava que via, Enzo meu padrinho ria
ao meu lado, Isabella tentava conter ele, porém mantinha o choque no
rosto. Meu pai pigarreou, e o som da marcha nupcial voltou a ser ouvido.

Me mantive encarando Bianca que deslizava pelo tapete na minha direção.


O vestido que ela usava era preto. Mas era simplesmente tudo preto,
desde a maquiagem até o véu, as jóias o vestido. A única coisa que tinha
cor ali era a aliança que eu havia dado para ela ontem.
O pai dela entregou a mão a mim e saiu, me permitindo alguns segundos
de olhar chocado para a mulher petulante que eu encarava.

-Você está louca? -Murmurei.

-O que, que é Albertini? Nunca viu uma mulher entrando na igreja?

-De preto não Cesarin.

-Posso casar vocês ou continuaram discutindo? -O padre se manifestou


encarando-nos com uma cara de irritado. Assentimos e nos viramos para
ele.

Durante a cerimônia eu continuava encarando Bianca pelo canto de olho,


me fez passar vergonha diante do mundo todo! A esse momento devemos
ser o assunto mais comentado. A cachorra continuou sorrindo docemente
olhando o padre.

-Esse anel, eu te dou, com a promessa de, amá-lo, respeitá-lo e cuidar te


deste dia em diante, até que a morte nos separe. -Sua voz soou baixa,
senti no fundo, uma pitada de amargura. O que ela pensava? Que eu a
havia tirado de um conto de fadas? Como uma mulher do século 17?
Bianca então levantou os olhos para os meus, colocando a aliança de ouro
amarelo em meu dedo, pareceu real, tirando a amargura de sua voz, o
vestido preto, e aquela maquiagem que não casava com sua beleza real,
mas mesmo assim, aquele momento eu guardaria, era como se a
conhecesse, como se a tivesse cortejado, da maneira certa.

-Esse anel, eu te dou, com a promessa de, amá-la, respeitá-la e cuidar te


deste dia em diante, até que a morte nos separe. -Seus olhos abaixaram,
em quanto rodei o anel em seu dedo.

-Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.


Nossos olhares se encontraram de novo, seu olhar machucado em
segundos se transformou em um olhar firme, ela era ali, a mulher da máfia,
a filha dos Cesarin, uma Albertini. E eu senti orgulho, meu ego se inflou,
era minha. A mulher mandante do roubo do meu carregamento no dia
anterior. E mesmo assim eu estava ali, querendo fazer dar certo, eu soube,
que aquela mulher me tornaria um homem integro, como minha mãe fez
com meu pai.

Minha mão continuou segurando a dela, não quis invadir seu espaço então
dei apenas um beijo em sua testa. O cheiro doce do shampoo dela invadiu
meu corpo, e suspirei. Eu conquistaria Bianca Cesarin, agora Albertini, ou
não me chamava Pietro Anthony Albertini.

~Fabrizio~

Eu já deveria ter me acostumado a dar adeus a ela. Mas quando você dá


adeus a sua alma e seu coração nunca é isso mesmo, é apenas uma até
mais. Naquele momento, eu me encontrava encostado na parede do salão
enorme, aonde acontecia a recepção do casamento. Olhava a cena a
minha frente, e a cada segundo, meu coração se quebrava mais. Ela tinha
colocado um vestido branco, tinha se arrumando como uma noiva, me
perguntei o que a convenceu disso, e com raiva admiti a mim mesmo, que
existia um magnetismo entre os dois.

O vestido que usava era um tomara-que-caia, começava branco nos seios,


e então vinham varias fileiras de cristais que ao chegar aos pés já
revestiam o vestido todo. Durante a maior parte da festa, ele teve as mãos
na cintura dela, eu me obriguei a assistir tudo, mesmo tendo ouvido os
pedidos dos pais de Bianca de me afastar da segurança do casamento
para a do galpão de drogas, que havia sido invadido de manhã. Não ficaria
longe daquilo.

Então ali, parado na parede, eu assisti ele roubando o que era meu, outro
Albertini roubando o que era meu, meus olhos correram para a mulher de
Matteo Albertini. Andréa Albertini me olhava, os olhos castanhos tristes me
encarando, exatamente os mesmos que eu via quando me olhava no
espelho. A mulher tinha um rosto angelical, cabelo castanho avermelhado,
como o de Pietro, era baixa, e tão delicada, que me parecia uma boneca
de porcelana. Me lembrava a Bianca, talvez por isso eu a amasse tanto.
Bianca me lembrava ela, de alguma forma, já que para mim, os gênios
eram totalmente diferentes. Mesmo não conhecendo Andréa tão bem, tudo
o que meu pai disse sobre ela, eu guardei como uma jóia em minha mente.

-Fab? Ta na escuta? -A voz de Lorenzo soou no meu fone, abaixei os


olhos voltando a me concentrar em Bianca que agora dançava a valsa com
Pietro. Os olhos verdes do filho de uma puta, e posso dizer que era puta
mesmo, me encaravam com um brilho vitorioso.

"Vai ter volta Albertini" fiz o movimento com os lábios dessas palavras, um
mafioso sabia muito bem fazer leitura labial, mas soube que ele entendeu
pelo seu olhar de divertimento, apoiou a cabeça no ombro de minha
pequena e beijou o pescoço dela ainda me olhando.

Desgraçado!

-Fab!

-O que é Lorenzo? -Perguntei irritado, meus olhos presos aos de Pietro.


Minha vontade era de descarregar a arma na cabeça do cretino. "Ainda
não Fab, você terá essa oportunidade é só esperar".

-Temos um problema aqui fora.

-Então resolvam!

-Fab, seu pai. Ele ta aqui.

Droga! Era exatamente isso que eu não deveria deixar acontecer. Me


endireitei caminhando para a porta dos fundos, que pela lógica do filho da
puta que arrumou os lugares do salão, tinha que ser do lado da mesa dos
Albertinis. Passei sem olhar na direção de Andréa nem do marido dela.

Continuei caminhando pelos arbustos até chegar aos meus homens e meu
pai que caia de bêbado, Lorenzo o segurava com força em quanto ele se
debatia. Todos suspiraram quando eu cheguei, fiz sinal para que o
largasse no chão e me agachei em frente a ele.

-O que faz aqui pai? -Murmurei o encarando de perto, Billy me olhou, e


sorriu, o escárnio daquele sorriso me fez ficar mais puto ainda. -Você está
me atrapalhando velho! Vai pra casa.

-Eu quero vê-la.

-Não pode.

-Mas eu quero...

-MAS NÃO PODE! -Esbravejei esmurrando o chão, o barro voou na cara


dele junto com algumas plantas.

-Fab cara, pega leve. Deixe ele ver Bianca. -Suspirei, Paul me olhou como
se eu fosse o maior insensível do mundo, antes ele quisesse ver Bianca.

-Filho...

-Ela não liga para o senhor. Não liga para mim, ela fez a escolha dela.

A anos eu havia deixado de sofrer por isso, pela minha familia, talvez o
apego a familia de Bianca e a ela, tenha me curado da minha infância,
para esse meio, sempre são escolhidos aqueles que não tem laços
afetivos com o passado. Na maioria órfãos, aqueles que ninguém sofreria
com a perda, que aparecesse, e desaparecesse sem ser notado.
Fiquei vendo Lorenzo levar meu pai até o carro da familia Cesarin, ele o
levaria embora, confiava nos meus homens, suspirei levantando e virando
as costas para o resto deles.

-Voltem aos seus postos. -Só ouvi barulho de passos se afastando. Fechei
os olhos apertando as têmporas. A pergunta em minha cabeça.

Quantas vezes terei que ver um Albertini tirar o que é meu?

Minha resposta vinha por cima da pergunta, o ódio esmagador falava alto,
e eu o ouvia pela voz de um Fabrizio de 6 anos, chorando sentado na
frente de casa. Eu o vi se levantar secar as lágrimas com as costas das
mãos sujas de terra e olhar em minha direção, o olhar frio e duro.

-Nunca mais.

Capítulo 2 - Lua de Mel

Capítulo 2

.Bianca.

A limusine branca reluzia na frente da igreja, eu entrava nela ao


lado de Fab sorrindo para os convidados, a igreja grande bonita e
enfeitada com flores de todos os tipos, aos nossos pés pétalas de rosas
vermelhas.
A porta do carro era fechada, só tinha eu ali dentro, Fab estava
para fora, tentando em vão puxar, o trinco estava abaixado, forcei minha
mão sobre ele, para puxar. Usando toda a força do meu corpo para isso.

Então começou, os tiros do lado de fora. Vários e vários


convidados caindo no chão, os rostos mórbidos com pingos de sangue,
por fim, tinha apenas o Fab. As mãos dele encostadas na janela do carro,
vi lágrimas caindo pelo rosto dele, coloquei minha mão em cima da dele.
Apenas o vidro nos separava. E então eu vi.

Ela andou por cima dos corpos. Pisando nos crânios um por um,
dos meus pais, de minha irmã, até dos meus homens. Vestida uma saia
preta curta e colada nas coxas alvas e brancas, uma blusa de seda branca
como a pele, o cabelo castanho claro caindo em cascata até sua cintura,
os olhos castanho chocolate focados nele. E em sua mão uma
metralhadora M61 Vulcan, um batom vermelho nos lábios cheios.

-Psiu, só falta você.

A minha voz soou, e eu arfei de dentro do carro me olhando,


sexy, poderosa, forte e convicta. Eu havia matado minha familia e agora
mataria o meu Fabrizio? Eu estava ali, vestida como de costume para
matar. E então ao meu lado, tanto lá fora, quanto dentro da limusine, ele
surgiu, primeiro vi a mão com o anel dos Antonelli, abraçar a minha
cintura, depois o senti, atrás de mim, e sua mão me puxar possessiva.

Nós duas olhamos ao mesmo tempo para a direção dele, e o


vimos, o homem de olhos verdes, cabelo castanho, com um sorriso lindo
que poderia quebrar qualquer coração frágil. Pietro beijou nossas bocas.
Fechei os olhos. E então senti um vento frio bater no meu cabelo. E o peso
conhecido em meu braço direito. Quando nosso beijo acabou, e finalmente
abri os olhos. Eu estava ali, em frente a um Fabrizio choroso, a arma em
minha mão apontada para ele.
Então, eu não senti nada, pelo contrário o olhar de repente se
tornou tóxico, o homem que eu acreditei por anos amar,e eu não senti
nada, além o ódio me corroendo. Pietro tinha uma faixa no peito em baixo
do terno, e eu sabia, sabia que aquilo que quase o matou, quase me
matou também.

-Bia... Por favor. –A voz de Fabrizio me tirou do transe. Pisei


mais forte com o salto na cabeça de Sandro Cesarin. A testa estalou e o
crânio se quebrou em baixo da minha pressão, meu salto afundou no
cérebro fazendo o sangue esguichar.

-Ninguém voltará a machucar nossa família meu amor. –Pietro


murmurou do meu lado. A mão quente em cima da minha que estava no
gatilho. Assenti, sentindo seus lábios beijando o topo da minha cabeça. –
Eu te amo Bia.

-Eu também te amo Pietro. –E então apertamos juntos o gatilho.

Meus olhos se abriram de repente, eu tremia e suava muito. Ao


meu lado Pietro ressonava tranquilamente virado de costas para mim.
Suspirei baixinho ao perceber que tudo não passou de um pesadelo, a
alguns dias, eu tinha me casado com Pietro Albertini, o homem que dormia
na cama ao meu lado.

Quando chegamos aqui no Caribe, ele me trouxe até uma ilha na


costa, um presentinho pelo nosso casamento dado pela familia Albertini,
onde passaremos nossa lua de mel. Desde o momento em que chegamos
nos repelimos como pólos iguais de um imã. Ele de um lado e eu do outro.

Não senti falta de sua presença, faz 3 dias que estamos aqui, e
só nos encontramos nas refeições e quando vamos dormir, exigência de
Matteo Antonelli, resolvemos colocar uma manta em um fio de nilon que
passava pelo meio da cama, para separarmos os lados de cada um, eis
que o Antonelli tem alergia a certos materiais do tecido da manta e teve
uma crise horrível, me fazendo desistir da separação dos espaços.

Senti-me aliviada em ver que todo aquele fogo que o fez invadir
meu quarto, havia sumido Pietro não chegou perto de mim nesses três
dias, nem para um beijo como os que me deu na nossa festa. Isso não tem
me deixado muito aliviada. Há três dias em uma ilha, sem sexo, sem nada.
Eu estava subindo pelas paredes.

O negócio da familia agora era, para o meu total terror, Isabel


quem regia, estava totalmente contra isso, mas não iria arranjar mais
brigas em minha familia, minha irmã não podia de modo algum assumir,
mesmo que assim como eu tenha estudado para isso, Isabel é muito frágil,
qualquer coisa que venha a acontecer, pode fazer com que ela tenha um
surto. E então já era todo o meu trabalho e esforço para tornar, a familia
Cesarin, a maior traficante de drogas da Itália.

Na familia de Pietro, mesmo aqui, ele ainda trabalhava no amplo


escritório que a mansão da ilha fornece, a conexão pela internet é ótima,
até me surpreendeu pela distanciada Ilha mais povoada do Caribe. Mas a
familia Antonelli sempre tinha seu jeitinho para convencer as pessoas.

Levantei da cama, coloquei um biquíni e rumei para a praia,


desde que cheguei não pisei na areia em Roma onde moramos, não tinha
tempo para essas diversões, desde que voltei do internato, onde todas as
meninas Cesarin são mandadas, não tive diversões além do sexo com
Fabrizio.

Fab... A saudade que sentia, fazia-me, a todo o momento pensar


naquela transa na frente da igreja. Sentia minha calcinha se molhar, e ele
não estava aqui para apagar meu fogo. Não o vi desde que saímos do
salão aonde ocorreu a recepção, Pietro também não perdeu a chance de
irritar meu amor e ficou o tempo todo passando a mão pelo meu corpo e
me beijando, fazendo com que minha mão coçasse para pegar a pistola
que eu tinha em minha coxa e descarregar na cabeça daquele puto.

Deitei na areia de bruços e fechei os olhos. Esperando aquela


calmaria. Aquela que a praia deveria me fornecer.

Mas não forneceu.

Tentei tirar o sonho estranho da minha cabeça a todo o custo,


pensei Fabrizio, em casa, na minha família, mas nada conseguia manter
minha atenção. Sempre me via naquela cena, com a arma na mão, e o
ódio pelo amor da minha vida, e depois os tiros. Eu o matei.

Eu matei Fabrizio Boreno.

[...]

.Pietro.

A lua de mel, tinha tudo, menos mel, talvez acido bem mais que
o próprio mel. Bianca dormia ao meu lado todas as noites, mas não tive
coragem de tocar nela em nenhuma das oportunidades que tive. Sentia-
me assombrado pelo fantasma do Boreno, era como se ele estivesse ali
com ela.

Tentei todo o tempo me manter longe, estava quase a agarrando


de novo. E noite após noite tinha que aguentar com uma punheta.
Amaldiçoei-me por ter tido a idéia de vir para a ilha, no continente teria
diversão, mulheres.

Naquela manhã quando sai pelas portas de vidro da casa, a vi


sentada mais a frente. Olhando para o horizonte.

E então, naquele instante, minha mente se silenciou.

Ela vestia um biquíni verde. A bundinha linda amassada de


encontro a areia pude ver, que a calcinha do biquíni era pequena. A costa
nua lisa e branca, mas ali perto do laço do sutiã tinha uma pinta marrom. O
cabelo estava amarrado com um coque no alto da cabeça.

Senti vontade de abraçá-la por trás, mas sabia o quão Bianca


era letal. Havia me decidido não entrar no espaço dela, e iria cumprir.

-Vai passar quanto tempo longe de mim Antonelli? –Prendi a


respiração voltando a olhar ela. Agora ela estava em pé virada para mim.

-Não estou te ignorando.

-Vancouver

-O que?

-É onde estão os seus diamantes.

Ela passou por mim, puxando as pontas do cabelo com os


dedos, fiquei parado olhando pro mar, essa mulher vai me enlouquecer eu
juro.

-Maluca.

Eu não sabia mais como reagir a Bianca, desde o primeiro dia


em que nos vimos, estar perto dela era como segurar uma granada sem
pino. A mulher tinha o dom de me deixar com um pé atrás, ao mesmo
tempo em que o outro estava a frente. Primeiro eu a beijei naquela igreja
aonde nos encontramos, depois fui a casa dela e ela me jogou para fora. E
agora ela fica agindo como uma ninfa. Meu sangue fervia em saber que o
Boreno está tão incrustado dentro do coração dela que nada consegue se
enfiar la.

E agora minha mente fervilha ao pensar que troquei Isabella por


uma mulher que em nossa lua de mel ao mesmo tempo em que foge de
mim me deixa quente, com esperanças. A mulher era sim uma mafiosa.

Os segundos seguintes, em que olhei para a porta de casa e a vi


subindo a escada, rebolando aquela bunda linda e agora bronzeada, me
fez bufar e entrar em casa.

"Ela vai te usar, e quando puder voltara aos braços do Boreno"


minha mente me gritava em quanto subi as escadas.

Cheguei no quarto atrás dela, silenciosamente me aproximei, a


vi tirar o sutiã do biquíni e se abaixar tirando a calcinha. O cabelo longo
castanho ondulou ao redor dela quando ela puxou o grampo que o
prendia, gemi internamente. E então eu estava com as mãos na cintura
dela.

A reação de minha linda esposa foi surpreendente, chocado


senti ela se aproximar mais de mim, juntando sua bunda com a minha
ereção, que doía apertada dentro da calça. Bia rebolou me fazendo gemer
alto.

-Bianca, o que você quer de mim? –Grunhi a virando de frente


para mim. Bia tinha um sorriso malicioso nos lábios vermelhos e carnudos
e um olhar que me fez tremer.

-Quero transar com você Pietro Antonelli.


-Maldição mulher! Você é completamente inconstante.

-Eu sei. –Ela riu me olhando, percebi que ela se agachava na


minha frente o que me deixou arrepiado. Deus ela não faria isso! Faria? –E
é isso o que vai te atrair em mim. –Ela murmurou abaixando minha cueca
e a calça, libertando meu pau, que saltou para seu rosto. –Além é claro.
Do meu boquete.

Não acreditava no que meus olhos viam Bianca Marie Cesarin Antonelli
ajoelhada na minha frente, sugando a cabeça do meu pau, me encarando
com aquele olhar de desejo, minha mente trabalhava atrás de uma
resposta para minha pergunta muda.

O que deu nela?

Desde que chegamos aqui, ela tem sido evasiva, eu apenas agia
como ela, tentando fugir de sua presença como o diabo foge da cruz, o
que somava com esse meu comportamento, era o desejo que eu sentia
pela morena, não trocamos uma palavra até 20 minutos atrás em que ela
finalmente disse algo, eu que sempre me treinei para enxergar qualquer
atitude estranha de uma pessoa e desconfiar de algo, estava sem reação.

E droga a mulher tinha uma boca de seda.

Do ângulo em que eu me encontrava, podia olhar a curva aonde


acabavam as costas dela, e começava a bunda redondinha dela, meu
cérebro lutava contra o meu alerta de que ela aprontaria algo, para que me
lembrasse de minhas mãos em sua bunda durinha, no dia de nosso
casamento.

Ela vai fazer algo Pietro.

Claro que não irá! Ela mesma disse que queria, ela te quer!

Não, ela ama o Fabrizio.


Fabrizio Boreno.

-Bianca! Pare. –A chamei tentando me afastar. Ela negou com a


cabeça me olhando em quanto afundava o que sobrava do meu pau para
fora de sua boca, para o interior de sua garganta.

Droga nenhuma mulher conseguiu me engolir dessa forma.

Lembre-se que ela aprendeu isso com o Boreno...

-Bia. –Gemi passando a mão pelos seus cabelos, meus dedos


se enrolaram nos fios macios com meu pulso e puxei para trás, tirando sua
boca de meu pau, a vadia sorriu lambendo o meu pré-gozo que escorria
dos seus lábios. Gemeu baixinho se levantando e colocando a minha outra
mão em sua bunda.

-Você não queria me foder Pie?

Droga.

-O que está aprontando Sra. Antonelli? -Provoquei vendo sua


sobrancelha se arquear um pouco em protesto, depois se suavizar em
quando ela voltava a sorrir.

-Olha eu só quero transar, estou com vontade, e meu maridinho


podia me fazer esse favor.

-Eu o faço, mas terá que fazer algo antes.

-O que Pietro?

-Terá que me prometer nunca mais ir para cama com Fabrizio


Boreno. –Assisti Bianca estacar me encarado chocada. Os olhos dela por
um único segundo demonstraram uma tristeza profunda, depois tão rápido
como apareceu, se foi. Dando lugar aos olhos castanho que me
queimavam.

-Nunca mais. –Ela murmurou quando colou a boca na minha.


Suspirei a agarrando, promessa de uma mafiosa é para se assinar em
baixo.

Eu espero.

Bianca arrancou minha camisa fora estourando todos os botões,


esses rolaram para longe, gemi a vendo salivar olhando para meu tórax.
Chutei minha calça para longe e então estávamos os dois nus.

Com um dos sorrisos matadores que tive o prazer de presenciar,


Bianca me empurrou para a cama. Cai deitado a olhando subir em cima de
mim. Caralho que mulher sexy, gostosa e poderosa.

Minha poderosa.

Sentada em minha coxa, eu sentia sua boceta escorrer em


minha coxa. A olhei cobiçoso, Bia tinha um corpo perfeito, seios fartos,
barriga lisa, cintura fina que se alargava ao chegar ao quadril. Seus olhos
queimavam minha pele em quanto ela se curvava sobre mim. Permiti que
minhas mãos a segurassem pela bunda naquela posição, em que eu podia
sentir sua entrada roçar em meu pau.

Sua boca se colou na minha. Gemi ao sentir o calor daqueles


lábios, minha língua vagava em sua boca, então senti sua mão em meu
membro o endireitando em quanto sentava nele. Senti ela me envolver,
quente, apertada e tão deliciosamente molhada que quase me fez gozar,
como se ela fosse minha primeira mulher.

Descolando os lábios de mim, pude ver seus olhos se fecharem


em quanto sentia eu a alargando. As bochechas estavam coradas e ela
mordeu os lábios segurando um gemido, internamente vibrei por
obviamente tem um pênis mais grosso que o Boreno.

-Droga como pode ser tão grosso assim. –Ela grunhiu em quanto
finalmente eu entrava inteiro dentro dela, suspirei profundamente ao sentir
ela a minha volta, choques passavam pelo canal dela me fazendo ficar
ainda mais apertado. Bia mordeu meu peito rebolando, ainda de olhos
fechados. Minha mão vagou pela sua bunda ate as suas costas, aonde
segurei para finalmente me mover.

Um pequeno movimento meu a fez gozar deliciosamente


molhando meu pau varias vezes seguidas, minha esposa gemeu por
alguns minutos me fazendo trocar de lugar com ela, ficando por cima.

A mulher acabou de gozar só com uma estocada?

A boceta dela ainda se apertava a minha volta, quando


finalmente pude fazer um movimento, e droga como ela me apertou com
mais uma estocada.

-Droga mulher, como pode ser tão gostosa? –Gemi me movendo


mais rápido agora, Bia abriu os olhos me presenteando com um olhar de
tesão, senti ela envolver minha cintura com as penas.

-Hm... Não sei. –Ela gemeu, rebolando em mim. Aumentei a


velocidade, a cama batia na parede com força, e tive medo de quebrá-la,
mas continuei nesse ritmo só por ouvir o gemido doce de Bianca. –Assim
Pie...tro... Com força.

Estoquei mais algumas vezes antes de gozar dentro dela. Cai ao


seu lado fechando os olhos. Senti o corpo dela subir sobre o meu, abri os
olhos a encarando.

Como podia ser tão linda depois de ser fodida assim? Como
cabelo molhado de suor, e as bochechas vermelhas, os lábios inchados. A
mulher colou a boca na minha, e não demorou muito para que eu sentisse
meu pau dentro da sua fenda molhada

Capítulo 3 - Caribe

Capítulo 3 – Caribe

.Bianca.

Gostoso.

Deus do sexo.

Maquina de prazer

Minha decisão de fazer Pietro transar comigo foi de muito agrado para
mim, na verdade eu nunca estive tão satisfeita. Sim Pietro Albertini com
certeza sabia os movimentos, e droga como fodia bem.

Nesse momento eu estava sentada na pia do banheiro em quanto ele


tomava banho a minha frente, analisava seu corpo bonito em quanto
passava um creme entre as minhas coxas que estavam vermelhas, isso
sem contar, a minha boceta que ardia.

Estávamos conversando desde que eu simplesmente, não consegui mais,


sentar no pau dele. O olhei feio para, quando ele riu de mim, depois que
eu finalmente admiti, que não conseguia mais fazer sexo, eu nunca fiquei
assada minha vida toda. Mas como para tudo tem a sua primeira vez, aqui
estava eu, sem nem conseguir fechar as pernas.
-Comida preferida? –Ele disse me olhando curioso em quanto eu
massageava minhas coxas.

-Hm... Macarrão com brócolis. –Ele torceu o nariz fechando a água e


saindo nu do banheiro, suspirei triste por ter que ficar um tempo com
minhas mãos longes dele. Mas até que conversar era bom, mesmo que o
casamento tenha sido algo que não quis, Pietro acabou me surpreendendo
ontem a tarde, não sei se agi assim pelo meu pesadelo, ou talvez só tesão
acumulado.

Tenho medo da resposta.

-E flor? Tem alguma preferida? –Tive que rir da pergunta dele, será que
ele pensava que eu era uma mulher sem sentimentos?

Claro que sim.

-Ora Pietro, claro que tenho. Não sou uma pessoa sem coração.

-Então diga!

-Hm eu diria que tulipas.

-Pensava em tudo menos tulipas. –Ri olhando para ele. Em quanto o


seguia de volta para o quarto, sentamos na enorme cama de casal, olhei
para a sacada na frente da cama e suspirei, me lembrando da ultima vez
que ganhei tulipas.

Fab...

Então, meu coração se apertou de novo, Pietro vendo meu sorriso morrer
mudou de assunto me abraçando. Sorri para ele e me virei animada.

-E se fossemos passear pela Ilha principal? –Sorri animada para ele. –


Podemos almoçar lá, em quanto nos conhecemos melhor.
Quase que imediatamente pulei da cama indo me vestir, ouvi a risada
rouca de Pietro nas minhas costas, e revirei os olhos.

Mais tarde, caminhávamos por uma rua rústica, que podia me sentir em
Verona, havia colocado um vestido florido e uma sandália baixa, nada que
eu usaria usualmente, Pietro havia me olhado cobiçoso quando terminei de
me vestir, além de ter comentado que eu parecia uma princesa, e dizer
que era algo que eu definitivamente nunca fui.

Ele também estava com roupas mais leves, imaginava que ele se vestia
formalmente como eu, no dia a dia.

Estranhamente, caminhávamos de mãos dadas, ao passarmos em frente a


uma floricultura ele parou. Virei-me confusa, bem a tempo de o ver me
puxar em direção a um lindo buque de tulipas vermelhas.

Meus dedos correram ansiosos os delicados botões, sorri os encarando,


quando olhei ao redor pude ver um mar de tulipas coloridas na loja. O tato
era como uma seda, Pietro permaneceu em silêncio me olhando, o vi sorrir
malicioso, o seu sorriso sempre era malicioso, era sexy e quente, eu
gostava.

Desviei meu olhar para seu rosto, o sol brilhava sobre nós, como se nos
abençoasse, peguei sua mão, era grande para a minha e quente, minha
pele se arrepiou quando me lembrei de como eram fortes.

-Como fez isso? –Questionei desconfiada, Pietro apenas sorriu colocando


óculos escuros.

-Vamos levar um buque das vermelhas. –Abaixou o óculos me queimando


com seus olhos verdes. –Bianca fica maravilhosa de vermelho.

Estranhamente minhas bochechas ficaram ardidas, a moça que nos olhava


riu da minha reação em quanto recolhia algumas flores da enorme bacia.
Quando tomei o buque em minhas mãos, percebi o óbvio, Pietro
claramente tentava apagar Fabrizio de mim. Voltamos a andar, agora sem
darmos as mãos.

A cidade era linda, na ilha principal tinha hotéis enormes, as praias eram
tão lindas que talvez eu tivesse encontrado lugar mais belo que Roma.
Quando paramos de caminhar, pude ver uma praia ainda mais bela que a
de nossa ilha. A areia branca se estendia até a água tão azul e limpa, ia se
escurecendo até chegar em um conjunto verde e azul, um azul ainda mais
profundo do que o céu.

Minhas flores permaneciam em minhas mãos em quanto eu olhava o mar,


as ondas indo e vindo. Fechando os olhos, senti o vento bater em mim, e o
sol esquentar minha pele, ao longe podia ouvir pássaros cantando.

Quando os braços de Pietro tomaram a minha cintura, suspirei me


aconchegando a seu peito. Seus lábios tocaram meu pescoço.

Estranhamente eu me senti bem ali.

[...]

Uma semana depois, eu descia do volvo prata de Pietro, em frente a uma


casa cheia de vidros transparentes, Andréa Antonelli e Matteo Antonelli
nos esperavam enfrente a casa gigante. Andréa batia as mãos, alegre.
Matteo nos esperava com um olhar sério para Pietro.

-Filho? Vai ficar feliz em saber que já fomos em Vancouver. –Matteo disse
para Pietro me encarando. Corei abaixando os olhos, foi uma boa idéia
levar para Vancouver, mas talvez o meu sogro não tenha gostado muito.

-Obrigado pai, vou agora mesmo resolver esse problema. –Pietro disse me
encarando e entrando na casa.

Droga ele me deixou sozinha.


-Bia! Queria é tão bom te ter em nossa casa finalmente! –Andréa disse me
abraçando. Sorri a abraçando de volta. Quando ela me soltou olhei para
Matteo que me encarava sério.

-Bianca, bem vinda a Familia Antonelli. –Ele disse me dando um aperto de


mão e entrando.

Isso quer dizer que eu tenho um serviço?

[...]

Entrei no escritório de Pietro e suspirei, um quarto com estantes enormes


e marrons cheias de livros, o chão era todo de carpete vinho, uma mesa
de escritório enorme na frente de uma grande janela, em frente a mesa
havia poltronas marrons. Pietro estava sentado atrás da enorme mesa com
papéis na mão e a testa franzida.

Suspirei sentando na ponta da mesa o encarando. Sem tirar os olhos dos


papéis ele colocou uma mão na minha coxa nua, eu estava com um
vestido vermelho curto e apertado, no dia em que ele me levou a uma
floricultura, ele me disse o que eu fico maravilhosa de vermelho, lembro de
no dia seguinte ter ido até uma loja no Caribe e comprado várias peças
vermelhas.

Minhas mãos foram sozinhas, até o terno azul dele o puxando de leve, o vi
sorrir e me olhar de esgoela.

-Querida preciso prestar atenção aqui.

-Eu sei, Matteo queria que eu viesse aqui.

-Claro, isso é para você. –Ele disse me dando uma carta, e desviando o
olhar.
Levantei caminhando até uma poltrona, estranhando a atitude de Pietro,
finalmente olhei a carta em minhas mãos.

Minha primeira reação foi o choque. E depois, algo que a dias não sentia,
meu coração se apertou.

O envelope em minha mão tinha uma assinatura muito conhecida,


inconscientemente passei meus dedos em cima das letras escritas

FABRIZIO BORENO

Eu prometi a Pietro, não devo.

Mas é o Fab, ele pode estar com algum problema.

Dobrei a carta e a coloquei em baixo o meu vestido, olhei para Pietro que
se mantinha lendo os papéis. Suspirei aliviada.

Será que eu estava o traindo?

Eu espero que não.

Capítulo 4 - O plano do Albertini

Capítulo 4 – O plano do Albertini

Itália
Casa dos Albertini

Bia.

Entrei em meu quarto, que Andréa apontara como o ultimo do corredor, e


suspirei. Era tudo tão Pietro, tudo em tons quentes, marrom, preto, azul
escuro. As roupas de cama eram um tom de bronze profundo.

Sentei na enorme cama de casal. Finalmente tirando a carta e a


observando em minhas mãos. Podia ver Fab a escrevendo, talvez algumas
lágrimas a molhando. Meus dedos deslizaram pelo envelope, minha
relutância em abri-lo cresceu.

Franzi o cenho sem entender, o que me impedia?

No fundo da minha mente o nome Pietro era gritado.

Por quê? Por que ele me prende tanto? Eu sou uma mulher livre. Porra
sou uma mafiosa sou auto-suficiente.

Grunhi abrindo o papel e tirando uma folha amassada. No meu colo caiu
uma foto de mim e Fab na cama.

Eu estava sobre ele e estávamos nus.

Talvez não tenha sido uma boa idéia.

(...)

Minha Amada Bianca Cesarin.

Hoje você chega em casa, depois de semanas distante de mim, não


tenho palavras para te descrever o meu sofrimento. Bia volte para
mim.
Volte e o deixe. O deixe por mim.

Podemos fugir meu amor, para a América! Soube que sua lua de mel
foi lá, se você tiver gostado, podemos enriquecer lá.

Espero que ainda me ame, espero que não tenha gostado dessa lua
de mel.

Você ficou com ele amor?

Eu entenderia se tivesse, é esposa dele, suas famílias se casaram


pelo casamento de vocês.

Billy sente sua falta. Bia venha vê-lo, sim? Ele esteve em seu
casamento, sinto não ter te avisado, você dançava com ele.

Com ele.

Já disse como estava linda naquele vestido branco? Aquele que


vestiu na festa. Eu não pude deixar de imaginar a gente meu amor, eu
com você, em nosso casamento. Você imaginou Bia? Em algum
momento?

Mas droga, ele tinha as mãos tão coladas em você, como se você
fosse dele, como se você o amasse.

Era a mim que deveria estar ali Bia. Eu. O seu Fabrizio.

Espero que esteja bem. Espero que ainda me ame, que volte pra mim.

Bia...

Essa foto, eu quero que a guarde. Tiramos naquele dia em que


matamos Rafael de Valencia lembra?
Lembre-se que já foi minha, e eu já fui seu.

De seu Fab.

[..]

Minhas mãos tremiam, em quanto eu andava de um lado para o outro.


Depois que abri a carta, percebi que ela já havia sido rasgada na lateral.

Alguém leu.

E eu li também.

Droga Pietro vai ficar furioso se descobrir.

Olhei ao redor no nosso quarto procurando um lugar para esconder a


carta. Foi quando eu vi. A lareira no canto do quarto, alguns passos da
porta do banheiro. Ela estava ligada, talvez fosse o calor dela, que me
impediu de hiperventilar.

Tirando meus sapatos corri até ela e joguei a carta com a foto e tudo lá
dentro. Minha respiração já saia em arquejos. Observei meus dedos
tremerem em quanto o fogo amassava os papéis em um abraço apertado.
Meus olhos focaram na foto que se mexia no ardor da chama.

Por que eu fiz isso?

-Não adianta queimar Cesarin. –A voz grossa de Pietro estava em meu


ouvido. Minha primeira reação foi calma. Virei-me para ele. Ele estava
agachado ao meu lado. Os olhos verdes me encaravam cheios de
acusações.

-Pietro eu...

-Se ele levar essas fotos para a imprensa. Eu serei o corno do ano.
-Pietro eu era solteira.

-Foda-se Bianca! Você é casada agora. –Ele grunhiu se levantando e me


puxando pelo braço. O aperto da sua mão em meu pulso doeu, mas
continuei o encarando desafiadora.

Para quem já levou tiros, um aperto no pulso não é nada.

-Você é um idiota Pietro Albertini. –Gritei me soltando e correndo até a


porta.

Antes que eu chegasse, os braços dele me prenderam como garras. Fui


jogada na cama. Subiu em mim me beijando. Gemi em rendição, Pietro
grunhia ao levantar a pequena saia do meu vestido gemendo ao constatar
que eu estava sem calcinha.

-Porra mulher como você pode ser tão quente? –Ele gemeu abaixando as
calças. –Isso vai ser rápido Bianca, só para você saber quem é seu dono.

-Eu não tenho dono Albertini. –Disse o olhando feio, mas gemi ao sentir a
cabeça de seu pau em meu clitóris inchado, ele o pegou na mão e
começou a raspar por toda a extensão da minha boceta. Gemi tentando
mover meu quadril. A cabeça de seu pau entrou um pouco. Mas ele a tirou
e voltou a fazer isso.

-Eu vou te foder, se me dizer que sou seu dono.

Porra desgraçado!

-Pietro, por favor!

-Vamos Bianca, estou esperando.


A voz desse homem falando meu nome todo me deixava arrepiada. Gemi
rebolando mais. Sua mão desceu em minha bunda com um tapa que
estralou alto me fazendo dar um grito.

-Pie... droga não faz isso.

-Vamos minha linda.

-Eu sou sua. –Murmurei olhando nos olhos dele. Ele gemeu fechando os
olhos enfiando seu pau fundo em mim vim com força, o fazendo apertar
suas mãos em minha bunda forte.

Pietro começou a estocar rápido e forte, e a cama tremia com o impulso.


Umas de suas mãos libertaram meus seios do vestido. Gemi quando seus
lábios se fecharam em um de meus mamilos.

-Droga... tão apertada.

-Ah... Sim Pie... –Rapidamente ele gozou caindo em cima de mim. Mexi-
me o tirando de dentro de mim e arrancando o vestido, que eu observei
estar todo rasgado.

Os olhos dele pararam nos meus quando voltei a me deitar ao seu lado.
Sua mão passou pelo meu cabelo o puxando para trás da minha orelha,
alguns fios que estavam colados em meu rosto pelo suor se arrastaram
para trás. Fechei os olhos aproveitando o carinho.

-Eu sinto muito... Não deveria ter lido a carta, era para você.

-Está tudo bem, eu entendo.

-Te machuquei? –Abri os olhos encarando ele preocupado comigo, e sorri.


-Não, foi bom... Na verdade muito bom. –Ele sorriu e me colou ao corpo
dele. Ainda estava vestido e a roupa estava molhada de suor, abri os
botões da blusa em quanto ele me olhava, atentamente. –O que foi?

-Onde está seu irmão e a Isabella? –Falei o nome com asco. Ele sorriu
brilhantemente.

-Viajaram para Paris.

-E o loiro?

-Geovanne? Ele está estudando na Inglaterra só veio para o nosso


casamento mesmo.

-Hm sim...

-Bianca algo te incomoda?

-Soube que ela era sua amante. –Ele riu alto, se levantando tirando a
camisa e a calça, depois voltou a se sentar na cama, me puxando para
ele.

-Acabou, agora ela é a garota de Enzo.

-Pietro... Eu posso ir visitar o Fabrizio sem que você tenha um AVC? –O


olhei atentamente, ele franziu o cenho irritado, me olhando feio.

-Preciso responder?

-Eu nem precisava te perguntar.

-Bia... Deixe ele e o pai dele para lá, está casada comigo agora!

-Não disse que não estava Pietro.


-Tudo bem. Com uma condição.

-Qual?

-Que eu vá junto.

O olhei em choque, acreditando que ele estava brincando. Mas os olhos


brilhavam decididos.

-Tudo bem...

-Ótimo vamos depois de amanhã.

-Por que não amanhã?

-Preciso de você para vender os diamantes, que a senhora, me fez o favor


de atrasar a entrega.

-Eu só queria mostrar que posso ser muito útil a familia de vocês.

-Eu sei que pode. E bom tenho um serviço para você. –O olhei sentando
animada na cama. –Mas antes. –Ele me pegou a blusa que estava no
chão e deu um sorriso torto maravilhoso. –Vista antes que eu a ataque
minha linda. –Depois de vestida Pietro riu colocando uma cueca, ao
perceber que eu estava encarando o membro dele que já estava ereto. –
Teremos tempo para isso depois. Agora, sinto que terei que te pedir algo.

-Sim?

-Seu pai, eu não confio nele. –Franzi o cenho o encarando.

-Mas por quê?


-Bem... Algumas coisas na minha família são muito mal contadas, no que
diz respeito a sua. Para começar sua mãe era namorada de Matteo e
Andréa era namorada do Billy.

-O que?

-Sim, só que a família Boreno era muito ligada à família Cesarin, logo o
meu avô Saltarin pai da minha mãe mandou ela para a América por alguns
anos. Para separar as duas famílias. Acontece que o pai de Billy não
gostou muito disso, e contou para o seu avô que sua mãe andava
passando pela cama de Mateo. Mas, nossa família não sabia que ela já
era casada com Sandro.

-E o que houve?

-O seu pai matou meu vô.

-Papai o que?

-Sim... ele era primo da sua mãe e casado com ela, sei que você achava
que ele não tinha nada a ver com a máfia antes do casamento, mas ele já
era mafioso.

-Ele mentiu para mim? –Questionei o encarando, tentando achar um traço


de brincadeira no olhar dele, mas só o que eu podia ver era que era
verdade. –A troco de que ele mentiria para mim Pietro?

-Nosso casamento. Eu temo que seu pai vá tentar matar Matteo.

-Pietro isso é impossível, meu pai é honesto.

-Oras Bianca não seja inocente! Antonella ainda tenta voltar com Matteo.

-Mas, como ele se casou com Andréa?


-Bom Andréa voltou para a Europa 3 anos depois. Billy tinha esperança de
se casar com ela, mas assim que ela voltou se casou com meu pai.

-E o que você pretende fazer? –Eu não podia acreditar no que meus
ouvidos estavam ouvindo, Pietro passou os dedos pela minha aliança
olhando minhas mãos na dele.

-Ter um filho com você.

O que?

-O que?

-Um filho de um casal novo une as pessoas.

-Escute Pietro, não pode planejar uma criança como um plano para que o
meu pai não mate o seu, não faz o mínimo sentido. Nosso casamento é
uma trégua.

-Não Bianca, um herdeiro é uma trégua.

Céus as coisas estão ficando pior do que eu pensava.

Capítulo 5 - Cartel Colombiano


Capítulo 5 - Cartel Colombiano

Itália, Roma
Casa dos Albertini

Bia.

Desci as enormes escadas da casa dos Albertini com a cabeça a mil.


Minha mente teimava em me fazer voltar para aquele pesadelo da lua de
mel, e esse estranho calor que eu sentia ao lado de Pietro.

Quando dei por mim percebi no último degrau a entrada de Isabella e Enzo
Albertini. Meu coração deu um solavanco encarando a loira.

O que essa mulher esta fazendo aqui? Meus negócios com ela já haviam
acabado. Entrando em casa com óculos de sol e um sorriso brilhante nos
lábios ao me ver ali. Pude ver o anel dourado que brilhava no dedo anelar
dela.

Oh

Meu

Deus

Enzo, o grandalhão Albertini, estava com os olhos mel brilhantes de


excitação. Ele era forte, alto e musculoso. Usava uma camisa branca e
uma calça jeans escurecida. Carregava várias malas, sem contar as
enormes sacolas de compras. Isabella tirou os óculos me olhando,
deixando os olhos azuis livres para me lançar um olhar de escárnio.

-Cunhadinha! -Enzo falou, entrando na frente do olhar que Isabella trocava


comigo. -Não sei se já ta disse, mas olhe... É muito mais bonita do que nas
revistas. Pietro é muito sortudo em.

-Olá Enzo, sou Bianca Cesarin. -Desci as escadas apertando a mão dele.
Ele sorriu e covinhas apareceram na bochecha dele, me deixando
maravilhada. Então ele me abraçou forte me girando, enquanto ria com o
gesto, pensava em como o rapaz era forte.

-É Bianca Albertini. -A voz máscula e grossa surgiu atrás de mim. Enzo me


soltou dando um passo para trás, pude ver a loira pegar na mão dele. Ela
que usava um vestido branco que ia até um pouco a cima dos joelhos, que
me fazia parecer estar mal vestida, um sapato preto com um salto fino e
grande, o rosto dela me fez abaixar os olhos e corar.

Droga, ela era linda.

Tudo era muito perfeito. Os lábios pintados de vermelho, o rosto fino, o


nariz pequeno e arrebitado e o cabelo loiro ondulado, que ia até a cintura
dela.

-Enzo, Isabella. Porque estão aqui?

-Ora Pietro, não é óbvio?

-Não sei o que deveria ser óbvio. Casou-se com essa mulher Enzo? -Ele
corou de leve e passou a mão pelos cachos de seu cabelo que caiam nos
olhos. O sorriso largo dele se transformou em um sorriso envergonhado.

-Sim.

-Enzo!

-Pietro querido, não fale de mim como se eu não estivesse aqui. Você
mesmo queria casar comigo, caso não se lembre. - A encarei chocada,
minhas mãos coçando para arrancar os fios dourados da cabeça dela na
unha, vi chocada sua sobrancelha se arquear me olhando, com
superioridade.

-Mas ele se casou comigo. -Minha voz saiu alta, como um comando, da
mesma forma que falava com meus homens, me surpreendeu a pequena
nota de posse que saiu no "casou". Isabella franziu o cenho dando um
passo em minha direção. Dei dois em resposta.

Ela que pense que eu não sei bater, porque o que mais fiz minha vida foi
bater.

-Bianca? -Pietro me chamou, puxando minha cintura para si. Grunhi


encarando a loira, futura careca. -Bianca, chega.

-Mas Pietro...

-Deixe Enzo ser usado. Aparentemente ele gosta. -Com essa frase ele se
retirou da sala me levando junto. Percebi que ele trancava a porta do
escritório.

Segundos depois ele me beijava, retribui com prazer, minha mente me


alertando que havia algo acontecendo, que eu estava deixando passar.
Não me importei com isso e mandei para o inferno no momento em que
senti Pietro puxar minha calça do pijama para baixo. Ele gemeu ao
constatar que eu estava sem calcinha.

Arranquei a camisa social que ele vestia e em seguida a calça.


Empurrando para baixo com minhas pernas, que estavam ao redor da
cintura dele. Meu marido puxou meu cabelo, libertando meu pescoço, e o
senti chupar ali. Fazendo-me gemer alto.

-Adorei ver sua cena de ciúmes Bianca...

-Pie... -Grunhi o sentindo rasgar minha blusa para libertar meus seios, sua
mão massageou um deles, enquanto a outra alisava minha buceta.

-Sim sim, estava com ciúmes.

-Não... Eu... Droga, sim! -Gemi quando ele deu um tapa estralado em
minha bunda. Pietro sorriu torto, antes de puxar meus lábios para os dele.
[...]

Naquela tarde, eu tinha papéis de entregas nas mãos em quanto Pietro


alisava a cabeça de um pitbull preto na poltrona em frente a mesa que eu
me encontrava sentada. Fumando um charuto, o que o deixava
fodidamente quente.Anúbis, alegremente mantinha a grande língua
vermelha para fora da boca e os olhos semicerrados olhando para mim.

-Quando a cocaína da Colômbia chegará aqui? -A voz de Pietro desviou


minha atenção de Anúbis.

-Eu não sei... Aparentemente ela foi desviada.

-Foi o que? -Ele grunhiu se levantando e caminhando até mim. O charuto


fumegante foi jogado no cinzero da mesa. O cão o olhou balançando a
cabeça confuso. Encarei Pietro se aproximando da mesa como um
verdadeiro mafioso.

Ele era quente.

Não era como Fabrizio, era melhor, Deus muito melhor! Tão sexy. Tão
mandão. Droga, não sabia dessa minha tara por homens mandões.

Meu marido puxou os papéis de minha mão e virou o computador na


direção dele, mordendo o lábio com o rosto carrancudo.

A porta se abriu desviando minha atenção e de Anúbis para ela. Matteo


entrou, com um terno negro. Aparentemente essa família vive de preto
como se fosse um funeral o tempo todo. Ele sorriu para mim e quando
fechou a porta pude ver o motivo de sua entrada.

-Afrodite! Ah menina, vem! -Gritei alegremente me levantando. Minha linda


pitbull red nose correu até mim. Como não podia ser diferente, ela me
derrubou no chão. Ri alegremente acariciando sua cabeça enquanto ela
me lambia. Afrodite tinha um laço vermelho na cabeça, franzi o cenho e ri
mais alto ainda. -Quem colocou isso nela? -Meu sogro desviou o olhar
para Pietro sem jeito enquanto eu me levantava.

Opa. Não me parece ser algo bom.

-Bom, foi o Fabrizio...

Observei a mudança de humor de Pietro. De ruim, para terrível. Os olhos


dele lentamente subiram para meu rosto.

Apressei-me a olhar para Afrodite, que alheia ao clima ruim da sala, algo
não muito comum dela, desviou o olhar para Anúbis. Ele caminhou até
minha bebezinha e se sentou.

-Hm Bia, ele ainda esta aí fora...

-Bom, sendo assim, eu vou falar com ele. -Pietro cortou o pai se
levantando da onde tinha agachado para ver o computador. Tinha um
sorriso estranho no rosto que me pôs medo.

Droga.

-Deixe que eu vou.

-Não Bianca. Você fica. E pai, ligue o Júan, por que se o meu pedido não
chegar hoje, amanhã ele acordará com larvas na boca. -A porta bateu com
força atrás dele quando saiu. Matteo me olhou sugestivamente e depois
para a mesa. Apressei-me para sair de trás dela e me sentar na poltrona.
Meu sogro pegou o telefone e sentou na cadeira.

-Afrodite, vem! -Minha garotinha veio até mim, colocando as patas nas
minhas coxas nuas. Olhei ao redor, e percebi que Anúbis não estava mais
ali. -Você viu o cachorro que estava aqui neném? -Afrodite olhou ao redor
algumas vezes, antes de me olhar de novo.
Mas o que?

Nesse momento, ouvi alguns gritos e rosnados do lado de fora. Eu e


Matteo nos levantamos. Olhamos-nos assustados.

A sala tem isolamento acústico.

Tarde de mais, eu corria porta a fora com minha cachorra e Matteo, a tira
colo. Fab estava jogado no chão da sala, e Anúbis mordia a perna dele.

Encarei chocada Pietro, que ria da cena a sua frente.

-Afrodite! -Fab gritou vendo que ela correu até ele e começou a rosnar
para Anúbis, que soltou a perna dele e abaixou a orelha.

-Pietro! Você é um idiota! Como deixa isso acontecer? -Gritei empurrando


meu marido, a raiva me remoendo, uma risada alta surgiu atrás de mim e
percebi que Matteo estava até apoiado no sofá carmim da sala, ria alto e
caia algumas lágrimas dos olhos dele.

-Meu filho! Não acredito que... fez isso.

-Pietro! -Andréa entrou correndo na sala, olhando para a cena colocou a


mão sobre a boca. -Oh meu Deus, o que você fez? -Encarou o filho
irritada, enquanto eu e ela ajudávamos Fabrizio a se levantar. Meu futuro
ex-marido olhava para mim e Andréa com um rosto apreensivo. Droga, eu
vou socar a cara desse imbecil. -Você esta bem meu filho? -Andréa
questionou para Fab, ele que analisava os danos na perna dele, paralisou
ao ouvir Andréa falar com ele. Franzi a testa o vendo corar e Andréa o
seguindo com as bochechas vermelhas.

-Estou Senhora Albertini, o seu cachorro me atacou. Mas eu já estava de


saída mesmo, só vim trazer Afrodite. -Minha bebê estava sentada e tinha a
cabeça virada para o lado contrário de Anúbis, que a cutucava com a pata.
-Bem ela está entregue. E... Bia você não tem atendido minhas ligações e
nem respondeu minha carta. -Nossos olhos se encontraram, e meu
coração se apertou, olhei para sua coxa e passei minha mão pelas feridas
preocupadas.

-Eu...

-Ela é casada e até ontem estava em Lua de Mel, talvez essa seja sua
resposta Boreno. -Pietro grunhiu me puxando pela mão.

-Fabrizio, eu sinto muito. Matteo! Pare de rir, não tem graça. -Andréa falou
autoritária, Matteo parou de rir abaixando os olhos. -Eu não sei o que deu
em Anúbis, ele é treinado e é muito amoroso, nunca atacou ninguém. -
Bem, o mestre dele é o Pietro... -Eu e ela voltamos nossos olhares para
ele, que sustentou nosso olhar.

-Pietro? Então mandou seu cachorro atacar Fabrizio?

Foi minha vez de encarar meu marido. Ele olhou feio para Fab, mas
quando percebeu que era com ele que estavam falando olhou para a mãe
e assentiu sem um pingo de remorso. Andréa pediu para que Pietro se
desculpasse, mas ele se recusou. Fab foi embora logo depois, dizendo
que precisava voltar para casa e agora ir no hospital ver como iria tratar a
mordida.

Voltamos para o escritório, dessa vez eu meu marido e nossos cachorros,


Andréa e Matteo saíram para uma noite de casal, Isabella e Enzo não
saíram de seus quartos o dia todo, eu agradecia por isso.

Sentada eu lia alguns recibos, e alguns email que chegavam. Afrodite


estava em meus pés, ainda sem olhar para Anúbis. Ele tinha a cabeça
baixa ao meu lado. A mesma cena se repetia acima deles, entre mim e
Pietro. Fui obrigada a quebrar o silêncio quando meu celular tocou e era
Júan. Ele avisou que ainda hoje chegaria encomenda.

-Era o Júan.
-O que ele disse minha linda? -Grunhi com o final da frase dele, na hora de
usar um cachorro indefeso para atacar meu ex-namorado eu não era a
linda dele.

-Que já está chegando o barco.

-Bem então vamos minha esposa. Sabe, é por esses problemas que a sua
familia era a narcotraficante...

-Escuta aqui, Albertini. -Explodi me levantando e caminhando até a mesa. -


Você atacou meu ex-namorado usando o Anúbis, para que ele tomasse
toda a culpa! Você não é só idiota, é um completo imbecil.

-Bianca. Maria. Cesarin. Albertini. -A cada palavra do meu nome ele se


aproximava mais de mim. Quando dei por mim, estava sendo prensada
contra a mesa. -Eu assumiria que fui eu. Eu amo meu cachorro. -Suas
mãos se infiltraram pela minha saia, permaneci parada o olhando
desafiadora. -E o idiota não queria falar com minha esposa? Eu mostrei
para ele o poder de um dos meus cachorros. A menos que ele queira ser
jogado no canil aqui de casa, é bom manter as patas sujas, longe da
senhora minha mulher.

Encarei-o, me negando a piscar, queria demonstrar o mesmo poder para


ele, Pietro puxou minha cinta-liga com tanta força que a fez voltar para
minha coxa como um tapa. Gemi sentindo a dor se transformar em um
leve ardor prazeroso.

-Ele não ia fazer nada, apenas queria falar comigo. Afrodite também era
dele.

-Ah, então vocês já tinham filhos? E é bem parecida com você.

-Está me chamando de cachorra?


-Sim senhora Albertini, estou te chamando de cachorra. -Com as mãos na
minha cintura, ele me colocou sentada na mesa. O barulho do computador
caindo me sobressaltou, tempo o bastante para que ele puxasse minha
saia, libertando a minha calcinha preta, onde a cinta liga estava presa. Os
dedos dele passaram pela borda trabalhada da meia 7/8 que eu usava, me
fazendo sentir o choque de calor por onde passava seus dedos.

-Eu não sou cachorra, Pietro Albertini!

-Tem razão Bianca, não é cachorra, é a minha cachorra. -Ele murmurou


enquanto tirava seu pau pra fora. Lambi os lábios o encarando. Ele sorriu e
puxou meu corpo para frente. -Se tivéssemos tempo linda, daria ele na sua
boca com prazer. Mas, precisamos estar no cais daqui a pouco.

-Então por que está tirando minha roupa, idiota?

-Porque estou louco de ciúmes, desde a hora em que aquele idiota


chegou. Diga-me linda, que vai se preocupar tanto comigo quando eu levar
algum tiro, como se preocupou com ele.

-Vire essa boca para lá Pietro. -Ele sorriu ao beijar minha boca. Gemi me
entregando as sensações que ele me proporcionava.

[...]

Em uma hora chegávamos ao cais, a arma na lateral de minha coxa


estava me incomodando ao andar. Fui obrigada a colocar no meio das
coxas, me deixando assada. Mas Pietro estava me incomodando mais. Ele
trouxe alguns homens com ele, só por precaução, mas não parava de
caminhar de um lado para o outro. Atraindo a atenção para si.

Foi por isso que os meus homens conseguiram roubar ele. Ele
simplesmente tem 0 de paciência. Chamei a atenção dele várias vezes, ele
parava por alguns minutos e depois recomeçava sua caminhada sem fim.
Senti-me estranha sobre ele hoje, algo me dizia que já não era só um
casamento obrigado.

Algo no sorriso torto dele me dizia isso.

Algo no quanto ele era surpreendente. Depois que saímos do escritório


para nos arrumar, Pietro foi para o quarto me deixando sozinha na sala.
Umas cartas estavam na mesinha de centro de vidro da sala dele. Antes
que pudesse me impedir, eu abri uma carta que estava escrito "Fundação
Santa Maria". Eu conhecia esse nome do meu trabalho missionário, que
fazia com Fabrizio. Senti meu coração acelerar enquanto lia a carta.

A foto de um garotinho caiu em meu colo. Atrás estava escrito. "Tio Ed!
Estou com saudade, quando o senhor vem me ver?" o choque me fez
derrubar o vaso da mesa, o cristal se quebrou em mil pedaços. Anúbis e
Afrodite correram em minha direção para avaliar da onde viera o barulho.

-Droga. -resmunguei guardando a carta e a foto me apressei a recolher os


cacos do chão. As palavras da carta ainda confusas em minha cabeça

"Melhor doação de todos os tempos"

"Grande coração"

"Salvador do orfanato"

Levantei os olhos para o mar e vi um barco se aproximar, tinha a bandeira


da Colômbia balançando com o vento. Pietro parou de andar e caminhou
até o cais, o homem exalava poder apenas por andar. Fui ao lado dele. A
mão dele na minha cintura, atento a qualquer movimento estranho. Ele
pegou minha mão encarando um latino que descia do barco.

O homem pegou a maleta prateada da mão de Pietro, vendo os rolos de


notas, pegou alguns contando e fez sinal para outro latino que estava
dentro do barco. Ele saiu trazendo três caixas de madeira, depois pegou
mais três. Abri duas delas aleatoriamente passando os dedos pelo pó
branco. Assenti para Pietro e fiz sinal para nossos homens pegarem as
caixas.

-Muito bom fazer negocio com vocês. -Ele murmurou apertando a mão dos
dois e me puxando para longe. Colocamos as caixas na Picape em que
viemos e dirigimos até o galpão 8 que era da familia Albertini. -Querida,
tome. -Ele me deu um silenciador de pistola. -Qualquer coisa já sabe o que
fazer.

-Sim.

-Sabe atirar Cesarin? -Ele brincou me olhando.

-Quer testar? -gargalhou negando e entrando no galpão, palhaço.

Agachei-me na Picape, tirando a arma da minha cinta-liga, apertei o


silenciador nela e a apoiei no batente inferior da porta. Deitada no tapete
coloquei o dedo no gatilho, calibrei ouvindo o ''tec''.

Depois de alguns minutos ali, sai do carro e comecei a andar entre os


galpões mais próximos. Estava tarde, quase nenhuma pessoa passava por
ali e todos que eu via corria olhando ao redor. Tirei meu sapato, o
amarrando no meu braço. E voltei a caminhar atentamente.

Um barulho atrás do galpão onde Pietro estava me fez olhar ao fundo, de


trás de umas arvore vi três homens saindo. Os três de terno preto.
Aproximei-me pela lateral deles, me escondendo atrás de uma caçamba.

-Matem o Albertini. -Uma voz conhecida sussurrou. -E se encontrarem


Bianca, a tragam para mim.

Fab?

Mas que droga.


Antes que eu pudesse pensar em outra saída, atirei na cabeça dos dois da
ponta. E depois sai do meu esconderijo colocando a arma nas costas dele.
Fabrizio se virou apontando uma arma para mim. Ali com os pés sujos de
sangue e talvez alguma massa cerebral eu apontava a arma para o peito
dele e ele para o meu. Seus olhos se arregalaram ao me ver.

-Droga! Bia? Olha o que você fez!

-Fabrizio, não se mexa.

-Você acabou de matar os homens que trabalham para você! -Ele grunhiu
abaixando a arma. Engatilhei a minha e ele levantou o olhar para mim. -
Bia? Abaixa essa arma.

-Eu... Não posso.

-Bia o que você está fazendo? Sou eu! O seu Fab! -Antes que eu fizesse
algo, sua boca estava na minha. A arma escorregou pelos meus dedos e
caiu no chão. O silenciador saiu dela e logo depois ela disparou. Meus
dedos o puxavam para mais perto pelo cabelo, ele gemeu passando as
mãos pelo meu corpo.

E então. Eu não senti nada.

Nada do que sentia antes.

Era como beijar um irmão.

-Bia? -A voz grossa e sexy surgiu me fazendo empurrar Fabrizio. Pietro


estava na frente do galpão quando me viu, encarando o Fabrizio e os
corpos aos meus pés, então correu até nós. -Boreno? O que faz aqui?

-Aparentemente nada. -Ele respondeu. Seus olhos tristes em mim. -Estou


indo embora, Albertini. -Antes que pudesse fazer algo ele começou a
andar. Pietro pegou a arma que estava no meio do sangue e apontou para
ele.

-Não tão rápido. Vire, ou eu estouro o seu cérebro. -Fab se virou com as
mãos para cima.

-Pietro deixe-o ir...

-O que ele veio fazer aqui Bianca? Por que você matou esses homens? -
Meu marido resmungou ainda olhando para ele. Olhei para o chão e vi os
olhos de Carlos e Pablo me encarando abertos, o sangue respingado em
seus rostos.

Eu os treinei.

-Eu... Eu precisei, eles se aproximaram rápido, eu não vi o que iam fazer


Pietro, achei que podia ser a policia.

-O que você ouviu?

-Nada, eles não falaram nada. -Ele me encarou, sorriu e abaixou a arma.

-Vá Boreno, chame alguém para levar seus homens. Venha amor.

Meus olhos não se desviaram de Fabrizio até que ele sumisse por trás da
parede do galpão. Ele me olhava, os olhos com dor.

Permiti-me ser abraçada por Pietro, que me levou até a Picape.


eiiiiiiiii pessoal! minha primeira nota de rodapé poisé, então tudo bem
com vocês? estou muito curiosa para saber o estão achando! com
quem acham que a Bianca vai acabar? Qual será o motivo da briga
entre as famílias? E se esse Plano do Albertini vai rolar?

Beijos e abraços

Capítulo 6 - O Futebol do Casal Albertini


Capítulo 6 – O Futebol do Casal Albertini

Sentada na enorme cama do quarto, eu olhava minhas mãos angustiada.


Por que Pietro não disse nada sobre o que viu entre eu e o Fabrizio no
galpão mais cedo?

Afrodite e Anúbis estavam deitados em uma caminha na frente da lareira,


Matteo e Andrea nos presentearam com a cama deles. Olhei para os dois
que me encaravam com as cabeças deitadas. Os olhares desconfiados.

Meu marido saiu do banheiro, atraindo minha atenção, gotas de água


escorregavam pelo seu tórax, sumindo na toalha que ele tinha na cintura.
O cabelo molhado pingava, enquanto ele passava a mão nele me
encarando. Devolvi o olhar questionador que ele me lançava.

-O que foi Bianca? –Questionou passando por mim e se deitando na cama.


Virei-me pronta para o xingar, mas ele tirando a toalha e a jogando no
chão me fez paralisar. Franzi o cenho sentindo meu centro pulsar e minha
mente grunhir irritada "vai molhar o carpete".

-Acha que sou sua empregada Albertini? –Resmunguei levantando da


beirada da cama e puxando a toalha com o pé, me agachei para pega-la e
o ouvi rir. As maravilhas do casamento.

-Não costumo fazer isso, só queria ver sua reação. –O idiota disse rindo de
mim. Joguei a toalha no banheiro e voltei para o quarto. Agora Pietro
mexia em um notebook no colo.

Ele está tramando algo.

-Pietro? Você viu algo que aconteceu atrás do galpão?

-Por exemplo?

-Eu e o Fabrizio...

-Você se agarrou nele?

-Não!

-Então não tinha nada para ver. –Os olhos verdes faiscaram para mim, e
tremi, ele sorriu torto colocando o computador no criado mudo. –Está com
medo de algo minha linda?

-Fabrizio me beijou. –Me vi murmurar em quanto me aproximava da cama.


Ele continuou olhando para o lado, o sorriso ainda ali. –Eu não gostei.

Em segundos ele me puxava para o colo dele, me beijando enquanto


arrancava a camisola preta de seda que eu vestia, gemi rebolando no colo
dele, meu marido desceu os beijos até meu pescoço chupando em
seguida.
-Não sabe como me deixa feliz ao ouvir isso. –Ele me empurrou de leve
para olhar meus olhos, brilhando como esmeralda fez um frio na barriga
estranho surgir em mim. –Eu teria feito uma bobagem se não tivesse me
dito isso.

-O que? Já não basta atacar ele com o seu cachorro? –Pietro riu me
puxando para mais perto. Suas mãos em minha cintura, o toque quente
me arrepiando.

-Eu o mataria Bianca. Com minhas próprias mãos, arrumaria maneiras de


ser o assassinato mais sádico cometido por um homem.

-Você sempre será o mafioso Pietro? –Ele me lançou um sorriso torto, que
arrebentaria o coração de uma mocinha, enquanto acariciava minhas
costas.

-E você? Sempre será a mafiosa? –Assenti acariciando o cabelo molhado


dele, o cheiro amadeirado do shampoo me embriagando. –Então, sempre
serei para estar ao seu lado. –O tom apaixonado dele fez meu coração
disparar e meus lábios sentirem falta dos dele. Inclinei-me o beijando,
suspirei ao sentir a língua cálida se enroscar na minha. Ele nos virou na
cama e sorriu para mim. –Vi que abriu a carta de Santa Maria. –Corei e
ouvi a risada gostosa dele, céus o homem enxerga pelas costas. –Não
conte para ninguém isso.

-Por quê?

-Faça o bem, sem ver a quem. –Assenti o olhando, parece que esse
casamento não será nada ruim.

Nenhum pouco ruim

Pietro.
Fabrizio Boreno já havia passado dos limites de minha paciência. Dei a ele
as chances que nem meu irmão conseguiu, mas o idiota conseguia ser
mais idiota que Enzo.

Nem uma noite com minha esposa amarrada na cama, poderia melhorar o
meu humor. Primeiro, o imbecil vem trazer a cadela de Bia, isso eu não
liguei, até gostei já que Anúbis nunca tinha tido contato com outros cães, e
ele pareceu gostar de Afrodite. Outro casal na família Albertini. O meu
único problema, foi ele dando asinha para minha esposa.

Já foi difícil convencer Bianca de dar uma chance para nosso casamento,
e isso animal ainda me aparece querendo dar uma de espertalhão.

Depois, ele agarra minha esposa, minha mulher, minha mafiosa. Eu já ia


me esquecendo que inclusive, ele mandou uma cartinha muito fofa para
ela quando voltamos. Eu deveria fazer ele engolir a carta e a foto de minha
esposa pelada com ele.

Agora, ele estava aqui dentro de um chalé, no meio da mata que tem atrás
de minha casa, amarrado e me encarando desafiador.

-Minha paciência com você já acabou, Boreno. –Resmunguei sentado em


uma poltrona vermelha, único móvel do chalé que eu mesmo mandei
construir, para inclusive, manter imbecis em cárcere.

-Quando Bia souber o que você...

-Opa opa, vamos deixar uma coisa bem clara aqui. –Falei alto, calando ele
que abaixou os olhos, me levantei caminhando até ele. –Para você é
Senhora Albertini.

-Ela me ama! –Meu punho desceu no nariz dele o fazendo cair gritando no
chão, bufei irritado passando a mão no cabelo, que já estava cheio de nó.

-Ama, com certeza ama, por isso apontou uma arma para você.
-Ela estava assustada Albertini!

-Com quem ela passou a noite transando? –Perguntei me agachando na


frente dele, que cuspiu sangue no meu pé, revirei os olhos.

-Ela... Ta te enganando. –E então, ele me pegou. Uma sombra de duvida


apareceu em meu olhar, o fazendo sorrir satisfeito. Minha mente começou
a trazer a carta que ele mandou para ela.

-Acha que ela vai te querer, quando eu cortar fora o seu brinquedinho?

-Vo-você não... faria isso. –Ele me olhou assustado, gargalhei arqueando a


sobrancelha em sinal de, com certeza faria.

" Na noite anterior, enquanto eu saia do galpão depois de guardar algumas


pedras de diamantes azuis em minha maleta, junto com os diamantes
incolor que já estavam ali, para eu levar ao meu cliente. Ouvi vozes atrás
do galpão. Fiz um sinal para dois de meus homens darem a volta pelo
outro lado.

-Aposto o que tenho que é o Boreno se engraçando para minha esposa. –


Resmunguei para eles que assentiram. –Stefano? Quero que peguem
esse idiota, e o levem para o chalé.

-Sim, senhor Albertini.

-Só depois que eu tirar Bia de lá, eu não quero ouvir um piu dele, por que
se ela ouvir algo, vocês não poderão piar mais. –Eles assentiram se
encaminhando para lá.

Virei de costas caminhando lentamente, tomando cuidado para não


tropeçar nas caixas de madeira que tinham no caminho.

Vou dar uma lição nesse idiota, que ele nunca vai se esquecer.
Antes se quer que eu pudesse pensar no que faria com ele, vi minha
garota apontando a arma para ele que apontava uma arma para ela,
peguei minha arma pronto para atirar nele.

-Fab não se mexe. –Ela resmungou segurando o gatilho enquanto ele se


afastava dela.

-Você acabou de matar os homens que trabalham para você! –Ele grunhiu
abaixando a arma. Vi Bia puxar o pino da arma que com um "tec" fez
Fabrizio a encarar. –Bia? Abaixa essa arma.

-Eu... Não posso. –Meu sorriso aumentou, era tudo o que eu queria ver,
minha esposa apontando uma arma para o Boreno, ela estava tão sexy, o
vestido preto apertadinho até o meio de suas coxas, podia ver a linha da
onde começava a costura do elástico da meia 7/8 preta q ela usava.

Fodidamente gostosa.

-Bia o que você está fazendo? Sou eu! O seu Fab! –E então em um ato de
total falta de inteligência ele a beijou. Vi minha esposa deixar a arma cair e
o silenciador saiu quando o gatilho foi acionado dando um tiro alto, em
segundos Thomas um dos meus homens que estava esperando no Jipe
estava do meu lado. Minha primeira reação foi mirar na cabeça dele.

Vou matar esse idiota agora.

A mão de Thomas abaixou a minha, me fazendo o olhar furioso.

-O senhor pode acertar ela.

-Tem razão. –Resmunguei depois de alguns segundos. Guardei a arma na


minha cintura o encarando. –Certo sabe tudo, volta para o carro, não te
pago para ser conselheiro. –Resmunguei, ele assentiu correndo para o
carro, o Boreno ainda beijava minha esposa e meu sangue ferveu. Antes
que pudesse me deter, para ouvir o resto da conversa, me ouvi chamar
ela. –Bia? –Ela empurrou ele, no momento em que me ouviu, se virou
assustada me olhando, finja que não estava aqui Pietro! Obedeci minha
mente e corri até eles. –Boreno? O que faz aqui?

-Aparentemente nada. –Ele respondeu. Olhou Bianca com pesar e meu


sangue que já fervia, agora deveria estar evaporando pelos meus poros. –
Estou indo embora Albertini. –Ele se virou, e me abaixei pegando uma
arma, podia fingir que não tinha uma em mãos para que Bianca não me
colocasse contra a parede mais tarde, encarei os homens mortos em meus
pés, que até agora não tinha prestado atenção e os reconheci como os
que me renderam no roubo dos meus diamantes. Agora que estão mortos
me poupam o trabalho.

Levantei lentamente apontando a arma para o Boreno, eu o quero vivo,


quero ter ele amarrado e poder ter uma longa conversa, sobre aquela foto,
sobre estar correndo atrás da minha esposa, e agora sobre esse beijo.

Ganharei tempo para meus homens.

-Não tão rápido. Vire, ou eu estouro o seu cérebro. –Em câmera lenta
assisti o imbecil se virar e levantar os braços. Ele me encarou desafiante.

Sorte sua que quero te matar com minhas próprias mãos, e com um tiro
você não sofreria tanto.

-Pietro deixe ele ir... –A voz doce de Bia murmurou ao meu lado, havia me
esquecido que ela estava ali.

-O que ele veio fazer aqui Bianca? Por que você matou esses homens? –
Resmunguei sem olhar para ela. Ouvi ela arfar baixinho.

-Eu... Eu precisei, eles se aproximaram rápido, eu não vi o que iam fazer,


Pietro eu achei que podiam fazer algo.

-O que você ouviu?


-Nada, eles não falavam nada. –A encarei chocado com a mentira
cabeluda que ouvi. Mas ótimo, tirarei a verdade dele, em quanto arranco o
baço de dentro do corpo, tomando cuidado para que ele não desmaie de
dor.

-Vá Boreno, chame alguém para levar seus homens. Venha amor. –Peguei
ela a abraçando e caminhando para o carro."

Após o filme se passar pelos meus olhos, encarei Boreno que me olhava
temeroso. Tantas idéias correndo pela minha cabeça. Do que fazer com
ele, depois de obter uma resposta.

Ele foi treinado pelos Cesarin, nunca me dirá nada.

-Sabe Boreno, vou te dar uma chance de alegrar meu dia, e


conseqüentemente de sair vivo daqui. –Me encaminhei para minha
poltrona, me sentei confortavelmente, enquanto assistia ele tentar se
endireitar.

-Você nunca me deixaria sair vivo, Albertini.

-Está enganado, adoraria arrancar o seu pequeno pintinho e deixar você


tentar seduzir minha esposa.

Os olhos dele voltaram a se arregalar.

O que é um homem sob ameaça de perder o pênis.

-O que você quer?

-Algumas respostas. Para começar, por que foi até meu galpão ontem com
dois homens? Obviamente não era para me roubar.

-Era para te roubar sim.


-E o que pretendia roubar?

-Bianca. Mas você já estaria morto para tentar segurar ela. –O encarei
sorrindo, seu único propósito em me contar isso, era para que eu o
matasse.

-E quem o mandou fazer isso?

-Ninguém! Fiz por que eu a quero, ela é minha. –Meus dedos apertaram
minha poltrona e o tecido se rompeu sob eles.

-Não vou matar você Boreno, não adianta.

-Quer saber como foi tirar a virgindade de Bianca? –Torci o nariz, meu
humor ficando cada vez mais negro.

-Quero mais saber, como ela ficará quando eu contar, o que está dizendo
para mim.

Então eu o tinha pego, ele abaixou os olhos para o chão, aonde ele estava
tombado, e claramente vi o seu lábio inferior tremer.

-Você vai me libertar Albertini?

-Refresque minha memória Fabrizio, por que eu o libertaria?

-Você disse que ia...

-Antes de você tentar me enervar. –Disse caminhando até ele, o puxei e


levantei, para que se sentasse. –Mas pode ficar tranqüilo, não o matarei
agora.

-Ela vai descobrir que estou aqui! –Gargalhei me afastando dele, dessa
vez rumando até a porta do chalé.
-Ah eu sei. –Minha voz saiu calma e baixa. –E eu não vejo a hora dela
descobrir.

Sai deixando a porta aberta para Thomas, ouvi ele gritando meu nome em
quanto me afastava do chalé com Thomas em meu encalço, parei no
começo da trilha de volta para minha casa.

-Thomas, o amordace. E vê se da algo para ele comer. –Assentiu se


encaminhando para o chalé. –Ah e Thomas! Use sua criatividade para
alimentar o porco.

Algo sombrio se passou por minha cabeça.

Bianca Cesarin, não perde por esperar.

Bia.

Eu ria alegremente brincando com Afrodite, que corria animada atrás de


mim no campo de futebol que tem atrás da piscina da casa dos Albertini.
Eu tinha uma bola nos pés, estava descalça vestindo só um biquíni azul
turquesa. Parei em frente ao gol e chutei a bola. Gritei correndo atrás de
Afrodite, para comemorarmos nosso gol, estávamos nós duas e Anúbis
que sentado na porta do campo nos olhava com a língua para fora.

Estava quente, o sol brilhava desde a hora que acordei, Pietro não estava
na cama, e eu pude desfrutar de algumas horas de preguiça, descendo
para a piscina, aonde os cachorros me acompanharam. Agora eu jogava
futebol com Afrodite, para me secar. E também por que dentro da casa o
clima estava péssimo, desde a chegada de Enzo e a esposa que não
saiam do quarto para quase nada. E os gemidos e cama batendo na
parede deixavam o clima pior.
Sentia que Andrea não aprovava o casamento, para falar a verdade
ninguém aprovava, mas minha sogra deixava isso muito mais claro, com o
rosto fechado sempre que o barulho aumentava e corria porta a fora, para
ir a algum lugar. Matteo tentava fingir que não ocorria nada, mas o ouvi
falar no telefone com Geovanne de manhã, dizendo que não imaginava o
filho ser tão enganado a troco de uma prostituta.

Já Pietro, só trocara palavras com Enzo no dia em que ele chegou, quando
eu quase afundei minha mão na cara da loira.

Nesse momento, enquanto eu pegava a bola e corria para o outro lado do


campo, dei de cara com um Pietro de olhar escuro. Parei de correr o
olhando.

Droga.

Ele me encarava com desejo de cima a baixo, mas eu podia ver algo ruim
no fundo dos olhos dele. Afrodite pulava ao meu lado ainda, já Anúbis saiu
em direção à casa dos Albertini, assisti atordoada meu marido dar a volta
pela grade, até a porta aonde assobiou, chamando a atenção dela, que
correu porta a fora. Depois de entrar no campo ele fechou a porta a
trancando atrás de si.

Meu interior pulsou enquanto ele se encaminhava até mim, como um leão.
Tentei melhorar a expressão de choque do meu rosto, mas não alterou em
nada. Meu marido essa manhã usava um terno azul tão escuro que só o
sol mostrava que era azul, por que quando batia brilhava azulado. Em
alguns passos ele tinha as mãos em minha cintura me puxando para si.

-Pietro... O que? –Sua boca esmagou a minha e gemi me agarrando a ele.

Droga eu já estava molhada.

-Preciso de você, antes que eu enlouqueça Bianca. –Murmurou a voz


enrouquecida pelo desejo.
-Mas... Alguém pode nos ver.

-Eu já cuidei de tudo querida, jamais permitiria que outro homem a visse
usando esse pedaço de pano. –Ele resmungou passando os dedos pela
parte de baixo do meu biquíni.

-Mas... Você estava em casa? –Perguntei confusa, eu não o tinha visto,


achei que ele tinha saído para algum lugar.

Ele ficou rígido de repente me olhando, se afastou de mim com os olhos


encarando os meus tão profundamente, que podia ver a minha alma.

-Você faria algum mal a mim Bianca? -Minha testa se franziu com a
pergunta. Neguei com a cabeça rapidamente. –O que Fabrizio queria fazer
ontem lá no galpão?

Céus ele sabe.

Sei que ele sabe.

Ele me encarava querendo uma resposta.

-Ele queria matar você.

-Por que não me contou ontem?

-Tive medo de você fazer uma besteira. –Assumi temerosa que ele fizesse
algo agora. Ele gemeu baixinho me empurrando até a trave do gol, sem
perceber havia andado com ele metade do campo.

-Você jura? Por Deus?

-Juro Pietro! –Falei rapidamente passando os dedos pela sua bochecha,


ele respirou fundo e fechou os olhos, inclinando o rosto em minha direção.
Segundos depois ele abriu os olhos me olhando carinhosamente. Meus
dedos correram para o zíper da calça dele, libertei seu pau que encostou-
se à minha barriga, ele gemeu me apertando a ele, seus dedos puxaram
minha calcinha para o lado, e em um movimento ele estava dentro de mim.
Gemi rodeando a cintura dele com minhas pernas.

Ele libertou meus seios do sutiã cortininha que eu usava e os chupou em


quanto me fodia contra a trave. Eu gemia, infiltrando minhas mãos por
dentro do terno e da camisa dele.

-Rebola para mim minha rainha. –Ele gemeu no meu ouvido e rebolei com
vontade. Minhas costas batiam com força na trave, senti um ardor nelas,
mas apenas pedi para ele ir mais forte.

-Assim Pietro, com força! –Senti seus dentes em meu pescoço, e ele
mordeu ali quando se derramou dentro de mim.

Tremula desci do colo dele, era difícil me firmar no chão e sorri. Deus
nunca havia sido fodida contra uma trave de futebol. Pietro arrumava a
calça me olhando sorridente.

-Então... –Comecei a falar, quando andávamos de mãos dadas de volta


para casa. –Eu não achei minha pílula ontem. –Ele sorriu torto acariciando
minha bochecha.

-Esqueça de pílula minha linda, e nem tente comprar, eu jogarei todas fora.

-Mas Pietro...

-Não senhora! Não vejo à hora de ver um Albertini dentro de você.

Resmunguei irritada, mas logo sorri internamente.

Um filho.
Capítulo 7 - Questões do Coração
OI PESSOAL!

tudo bem?

E ai o que estão achando? >.> para ser sincera amo muito essa
história kkk acho que é a minha preferida, se não com certeza uma
das!

Demorei um pouco para postar porque sou vestibulanda (BLERGH)


de medicina (AI JESUS)

Essa história está completa >.> então não se preocupem não vou
abandonar vocês!!!!

Mas bem que vocês podiam comentar para me dizer o que acham né
'-'

Beijocas

~~~~~~~~

Capítulo 7 - Questões do Coração


Itália, Roma

Casa dos Albertini

Bia.

Eu encarava Thomas, que estava em pé, de frente à minha mesa. Ele


tinha os olhos castanhos baixos, o que era muito estranho, franzi o cenho
pensando nos motivos para essa atitude dele. Quando ele me encarou o vi
morder o lábio e desviar o olhar.

-Olha, eu não quero desculpinhas esfarrapadas, vocês são um bando de


imprestáveis. -Resmunguei, agora voltando a olhar os outros, eles me
encaravam normalmente.

Tem alguma coisa acontecendo aqui.

-Thomas? Deseja me contar algo? -O rapaz se sobressaltou e negou com


a cabeça, vezes de mais para uma pessoa que não fez nada de errado.

Opa.

-Olha, se vocês quiserem ver o sol nascer amanhã com suas cabeças
acima do pescoço é bom alguém me dar uma explicação nessa porra. E
EU ESPERO QUE SEJA MUITO SATISFATÓRIA. -Rosnei me levantando.
Meu vestido verde subindo e deixando mais da metade da minha coxa a
mostra. Nenhum deles se atreveu a olhar para elas. Sorri internamente. -
Vão ficar calados mesmo? Vocês têm certeza?

-Olha senhora Albertini, demos nosso melhor, mas um de nós foi ferido. -
Jason, o menor dos meus homens respondeu me olhando tremendo.

Bando de trouxas.
-Que se foda! Você acha que te pago muito bem, para ouvir você ter
peninha de quem levou um tiro? EM PORRA?! Eu não quero saber se
fulano se machucou ou não, se quisesse sair inteiro tivesse treinado
melhor, são um bando de incompetentes!

-Senhora Albertini, o armamento do seu pai é muito mais poderoso que o


nosso. -Thomas respondeu avançando um passo em minha direção, os
olhos ainda evitando os meus. Seja o que for que ele esta escondendo,
preciso esquecer e focar nesse assunto. O fato de meu pai ter fodido o
meu negocio com a familia mafiosa mais rica da Sicilia. Roubando um
carregamento para eles, e agora eu estava em uma roleta russa, minha
cabeça estava praticamente a premio para o velho Giuseppe Bernini.

Internamente me amaldiçoei, treinei os homens bem, escolhi as melhores


armas, mostrei os pontos fracos dos Albertini dezenas de vezes, e agora
eu era uma Albertini, eu mesma me fodi.

-Então batesse neles com essas coisas que tem na ponta dos seus
braços, que se chamam MÃOS! A não ser que queiram ter o penis de
vocês nelas, só que DESCOLADOS DOS SEUS CORPOS. -Os 4 se
apressaram a negar. -Eu quero que liguem para o Giuseppe, e diga que
vou resolver isso ainda hoje. Agora sumam da minha frente! Bando de
imbecis. -Eles finalmente respiraram enquanto saiam do escritório. -
Thomas, você fica. -Falei calmamente, o vi estacar e uma gota de suor
descer pelo seu pescoço, ele se virou para mim, fechando a porta atrás de
si. -Tem algo, que eu preso muito Thomas Carter Fatinni. E se chama,
lealdade. -O primo de Pietro assentiu mais uma vez. Ele eram muito
parecidos fisicamente, já que Pietro puxou ao lado da familia de Andrea.
Alto, olhos verdes, o cabelo era preto mas igualmente bagunçado, tinha
um corpo todo definido e sardinhas no nariz.

-Eu sei, senhora Albertini.

-Sabe que não precisa me chamar assim, é praticamente meu cunhado.


-Sim Bia.

-O que está tentando esconder de mim Thomas? -Os olhos dele não
demonstraram surpresa, continuou me olhando em silêncio. Não vi o
tempo passar, mas depois do que pareceu ser apenas minutos, Pietro
rompeu a porta. Sem bater, uma mania péssima dele que me enervava e
muito, nos encarou atentamente.

-Está acontecendo alguma coisa aqui?

-Sim Pietro, Thomas está me escondendo algo e nada me tira da cabeça


que tem algo a ver com você. -Respondi encarando meu marido, ele olhou
o primo que agora respirava profundamente.

-Thomas, pode ir.

-Thomas fica! E você Pietro, sente. AGORA! -O vi me obedecer, com um


olhar irritado, os dois se sentaram lado a lado. Caminhei até a frente da
mesa e me apoiei ali, olhando os dois.

-Bianca, vou te dar uns bons tapas mais tarde por essa ousadia.

-Calado Albertini. Vocês têm dois minutos para me contar o que está
havendo. Pietro tem andado muito estranho, sumindo todo o dia pela
manhã, e agora Thomas, não consegue nem me olhar nos olhos sem
tremer.

-Bianca Maria Cesarin Albertini!

-Me diga Pietro, o que estão fazendo?

-Bia... Eu e Pietro não estamos fazendo nada.

-Na verdade, eu estou sim. -Pietro disse se levantando e caminhando até


mim. O encarei em silencio, o braço passando pela minha cintura, me
fazendo estremecer. Ele encostou uma caixa de veludo na minha mão,
olhei para baixo e encarei a caixa quadrada azul.

-O que é isso? -Questionei desconfiada.

-Para você minha rainha.

Meus olhos não se desviaram dos dele, até o brilho azulado, do que a
caixa carregava, chegar ao rosto dele. Abaixei o olhar, e meu coração
bateu mais forte. Colocando uma mão na boca, enquanto pegava a caixa
na outra. Tentei me manter em pé encarando a jóia que ele me dava.

-Deus do céu Pietro, isso é o coração do mar? -Perguntei olhando para


ele, os meus olhos se arregalando mais e mais ao pensar nos zeros, que
custou tal jóia.

-Sim.

Um coração de diamante azul, reluzia, junto com pequenos diamantes que


o emolduravam, a corrente era repleta de diamantes cristalinos. Toquei no
coração azul, chocada, precisando de um toque para ter certeza do que
era.

-Jesus Cristo, por que fez isso?

-Por que você merece o melhor Bia. -Ele sorriu me olhando. Pegou a jóia,
nas mãos grandes e passou o cordão pelo meu pescoço, com um "tec" ela
foi fechada. Coloquei minha mão em cima da pedra, que agora eu podia
perceber o quão era pesada, e fechei os olhos.

Não posso acreditar nisso.

Pulei no pescoço dele o fazendo rir, seus braços seguraram minha cintura,
me apertando mais a ele. Então ele cobriu minha boca com a dele, e gemi
em resposta, me esquecendo completamente de Thomas. Ao longe ouvi a
porta ser fechada.

-Vamos lá minha linda, quero ver você sem nada, além desse lindo colar. -
Meu marido murmurou com a voz grossa em meu ouvido. E me permiti ser
guiada por ele.

Se você pensa que pode me enganar com isso Pietro.

Está muito enganado.

Pietro.

Eu encarava Fabrizio, sentado em minha poltrona. Hoje ele estava ainda


pior, à dias que fazia suas necessidades em si mesmo, e apenas tinha sua
urina para beber, já que eu não o alimentava a tempos. Sorri alegremente
o encarando, desde que o prendi aqui tenho deixado tudo nas mãos de
Bianca, e sei o quanto ela tem estado nervosa com as constantes
interrupções de seu pai nos nossos negócios.

Mal sabe ela que ele tem feito isso para me obrigar a devolver o Boreno.

-Ontem ela quase arrancou a verdade de Thomas sabia? Mas eu a distrai


com um lindo presente.

-Minha Bia não é facilmente distraída!

-Ah! Eu sei, sou o marido dela lembra? Por isso dei a ela o coração do mar
conhece? -Ele me encarou, a boca se abrindo em choque. -É um diamante
azul. Eu pedi para lapidarem em forma de coração. Mandei fazerem só
para ela.
-Desgraçado! -Ele rosnou, Anúbis que estava com a cabeça deitada em
minha coxa, ressonando tranquilamente, levantou a cabeça e olhou para o
Boreno rosnando alto. As orelhas se achatando na cabeça. Ele
estremeceu me olhando e depois para o cachorro, que começava a se
levantar encarando ele.

-Olha a boca, Anúbis não gosta desse palavreado.

-Albertini, segura esse assassino. -Franzi o cenho, assassino? Então vou


mostrar o potencial do meu bebe.

-Anúbis? -Ele desviou o olhar de Fabrizio e me olhou, colocando a língua


rosada para fora, em um sorriso canino amoroso. -Pega.

Em segundos ele estava em cima do Fabrizio, A boca envolvendo a


mesma coxa, que ele mordera no outro dia. Já que o machucado mal tinha
se cicatrizado, se abriu sob os dentes fortes de Anúbis, o sangue jorrou, e
Boreno gritava tentando puxar a perna. Nunca puxe um membro que um
cachorro está segurando, faz a pele se romper ainda mais. Sorri, traguei o
charuto que tinha em minhas mãos e olhei o relógio. Bia estaria saindo de
casa agora, para ir até o ponto de descarga do ecstasy.

-Pietro? -Thomas entrou, olhou para o Boreno, vendo Anúbis balançando a


coxa dele o fazendo gritar mais alto, e andou até mim, tinha um prato com
um enorme pedaço de carne que ainda sangrava. -Trouxe a comida dele.

-Ah sim, obrigado. Pode ir com Bianca... Thomas?

-Sim?

-Já está avisado, sobre o que acontecerá com você, se deixar Bianca
desconfiada de novo. -Meu primo assentiu, engolindo em seco. Belo idiota,
não sabe esconder um segredo. O assisti sair da cabana, e suspirando
chamei Anúbis, que alegremente se sentou a minha frente, com um filete
de sangue escorrendo pela boca. Com um lenço, limpei o sangue e
acariciei sua cabeça. -Sabe Boreno, agora você poderá morrer de
infecção.

-Você... Não permitiria. -Sua voz saiu tremula, o rosto sujo, molhado pelas
lágrimas.

-Não antes de dar um presentinho a minha esposa. Deve ser bem "inho"
para ela correr para mim na primeira oportunidade.

-Não faça isso Albertini! Seu desgraçado!

-Cala a boca! -Ele me encarou, e viu o prato em minhas mãos, os olhos


brilharam, e sorri internamente. -Você quer? -Ele assentiu ainda me
olhando.

-Anúbis. Thomas trouxe sua comida. -Falei cortando um pedaço e dando


para ele, Anúbis mastigou alegremente, abanando o rabo. Boreno me
encarava irritado. -Acho que você ainda tem bastante gordura armazenada
para seu corpo continuar funcionando.

-Bia nunca vai te perdoar por estar fazendo isso.

-Ela não liga mais para você, é minha esposa, minha mulher.

-Não, ela é sua esposa, e minha mulher. -O encarei, seu rosto agora
alegre, meu sangue começou a ferver.

-Pietro? Bia não está em casa, acho que já foi. -Thomas entrou na cabana,
percebi que estava inclinado para frente. Coloquei o prato no chão, e
Anúbis o atacou comendo a carne, encostei minhas costas no estofado,
franzindo a testa.

-O que disse?
-Os homens disseram que ela saiu logo depois de você, em direção a
mata. -Thomas me olhava com os olhos castanhos arregalados, tão logo
ele me disse, sorri. Ela não era boba.

-Talvez eu a tenha subestimado, meu pai não me casaria com uma mulher
tão influenciável.

-Pietro, eu devo procurar ela?

-Você viu alguma pegada?

-Não.

-Mais uma vez a subestima Albertini. -A voz de Fabrizio soou, o encarei e


sorri.

-A sua presença aqui Boreno, não é exatamente um segredo de estado. Já


disse que pretendia contar a ela.

-E por que deu a jóia a ela?

-Porque é bom mimar minha mulher, e também gostaria de ficar mais


tempo com você aqui, para que tenha certeza do seu lugar.

Os olhos dele arderam como fogo me olhando, sorri torto, me levantei


calmamente da minha poltrona, hora de procurar minha linda esposa.

-Thomas, de um banho nele e depois o mande para o Sandro.

-Sim Pietro.

Sai da cabana, com Anúbis em meu encalço. Alguns passos depois, me


agachei de frente para ele, sorri acariciando sua orelha. Ele resmungava
docemente, com a língua para fora. Demorou alguns minutos, e o cheiro
de morangos tomou conta de meu corpo, não ouvi um único barulho,
apenas senti o cano frio da arma em minha cabeça.

-Você tem dois minutos, para me dizer quem está ali dentro. -Sua voz era
decidida. Anúbis olhava por cima de meu ombro sorrindo para ela. -Eu não
estou brincando Pietro, vou estourar sua cabeça. -Ri alto me levantando,
quando me virei de frente para ela, meu corpo esquentou.

O cabelo estava todo ondulado, solto ao redor do corpo gostoso dela, que
estava vestindo um pequeno vestido vermelho sangue com um decote
generoso, se moldava em suas curvas com perfeição, fazendo jus ao
corpo maravilhoso dela. Um batom roxo nos lábios carnudos, e os olhos
apenas com um delineado e cílios postiços. A arma que ela tinha nas
mãos tinha as inicias dela no cabo.

Deliciosa.

Notei o coração do mar no pescoço dela, e quase ri com isso. Sabia que
era proposital a presença dele ali.

-Há quanto tempo você desconfiava?

-Desde o dia da quadra de futebol. -Ela corou levemente, e engatilhou a


arma ainda apontada para minha cabeça.

-O que a fez me seguir hoje de manhã?

-Eu... Como sabe que te segui?

-Chutei.

-Meu pai me ligou. -Ela rosnou dando um passo em minha direção,


encostando o cano na minha testa. -Aparentemente um funcionário dele foi
seqüestrado.
-E por que perguntou quem está ali?

-Eu quero ouvir da sua boca Albertini! -Ela rosnou.

-Você tem um péssimo costume de apontar a arma para todos. -Bia me


olhou feio abaixando a arma e a colocando no meio das pernas. -Você
quer vê-lo? -De repente minha voz soou temerosa, não entendi o porquê
de tal reação minha.

Meu coração errou uma batida olhando o rosto de Bianca corar, ganhando
um tom vermelho ardente nas bochechas delicadas. Ela olhava para baixo,
evitando meu olhar, e meu coração finalmente se apertou.

Ela vai ir com ele, vai ir com ele.

Deus eu não quero que ela vá.

Anúbis percebeu que eu cairia da fachada de mafioso a qualquer


momento, e bateu a pata em minha perna, abaixei meu olhar para meu
garoto, ele deu um latido de conforto me fazendo sorrir.

-Quero ver ele. -A resposta, que eu instintivamente já tinha em mente que


viria, me fez ofegar baixinho. Nossos olhos se encontraram e uma
compreensão passou pelos dela.

-Não quero que veja ele, Bianca.

-O que você tem medo Pietro?

-De te perder.

-Não se pode perder algo que nunca foi seu!

Antes que eu pudesse me deter, permiti que ela visse o medo que me
consumia, o ciúmes que ardia dentro de meu peito como um vulcão
prestes a explodir, e eu que pensava, que ele já tinha explodido. Bia me
olhou deitando a cabeça, tentando buscar algo nos meus olhos, que nem
eu conhecia.

Mas tinha uma leve idéia.

Aquele aperto em meu peito denunciava.

Eu estava apaixonado.

Porra!

Capítulo 8 -A verdade entre as irmãs

OH MY FUCKING GOSH!!!!!

Entrei aqui no wattpad aleatoriamente e dei de cara com 1k de


visualizações!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ÓBVIO QUE VIM DEIXAR ESSE CAP
AQ PRA VOCEEEEEEEEEEEEEEEEES

BEIJOCAS E COMENTEM <3

Capítulo 8 – A verdade entre as irmãs

10 anos atrás
Rússia

Oregan, o internato Russo, criado por Stalin para filhos do exército, se


encontrava em Pevek , o ar gelado batia no cabelo loiro de Isabel Abgail
Cesarin, nas pequenas mãos uma carta tremia com o vento, mas naquele
momento, o frio era facilmente esquecido, perante as noticias que a carta
trazia.

Levantando os olhos azuis, ela encontrou o olhar da irmã mais velha,


Bianca Maria Cesarin, tinha os olhos preocupados, nenhuma palavra foi
dita, Isabel apenas se virou de costas para Bianca que suspirou alto. Elas
estavam em uma montanha de neve, do lado de fora dos grandes muros,
que traziam mensagens escritas em Russo. Isabel sentada em um banco
de madeira congelado, vestia roupas pretas pesadas, para o frio constante
do Norte Russo, Bianca vestia–se da mesma forma, observou a irmã se
levantar e sentar no balanço.

–O que ele te escreveu? –A irmã mais velha murmurou, nenhuma resposta


foi ouvida, exceto o choro baixo, as lágrimas descendo pelas bochechas
vermelhas, as queimando frias, congelando ao cair na roupa. –Pietro
Albertini não te merece Isabel.

–Você não entende, nunca amou.

Bianca bufou, caminhando até o banco e se sentando, os olhos colados no


horizonte, a pistola de calibre pesado ardendo na cintura fria.

–Nem nunca amarei.

–Eu sei que vai, e ele irá te amar também. Não será como eu Bia.

–Você tem apenas 15 anos...

–E você 17. Como sabe que jamais amará?


–Por que você e nossos pais são tudo o que eu amo Isabel. –Os olhos
castanhos dela olharam a irmã, secou as lágrimas e jogou a carta no chão,
em silêncio, ela caminhou até o buraco do muro da onde saíra correndo da
irmã, ao ler a carta que quebrou seu coração em mil pedaços.

Bianca observou ao longe, a irmã abaixar a cabeça, e o cabelo louro cair


para frente, ao redor do rosto que ela não podia mais ver, só que sabia
que ainda estava inundado de lágrimas. Virando a cabeça, ela encontrou a
carta, que o vento soprou para seu pé. O papel branco sendo parado pela
bota de inverno. Antes que pudesse pensar, tinha o papel em suas mãos.

As mãos se fechando fortemente no papel, tão forte que o fez rasgar em


dois. Levantou os olhos, e então se podia ver, o quanto o ódio ardia neles.
Amassando a carta a jogou no chão, em quanto se virava para voltar para
a segurança dos muros, uma frase solta podia ser lida no papel.

''Era só sexo garota, nunca gostei de você, gosto das difíceis.''

Ele não perde por esperar.

Não perde mesmo por esperar.

(...)

Itália, Roma

Tempos Atuais

.Bia.

Meus dedos apertavam fortemente o celular, que vibrava desde a noite


anterior, eu ainda olhava Fabrizio, que dormia profundamente, a cama do
hospital o deixando completamente indefeso, como nunca o havia visto.
O nome voltou a piscar na tela, nem precisei olhar o celular para ter
certeza que era Pietro, duzentas ligações recusadas depois, ele ainda
insistia em me telefonar.

Meus olhos se fecharam em fendas, e acabei por pisotear meu celular, que
por fim parou de tocar, e também de funcionar. Olhei para Fabrizio
novamente, tentando controlar minha raiva que se alastrava pelo sangue.

–Senhora Albertini? –Uma enfermeira morena de olhos negros entrou no


quarto, os olhos passaram do chão aonde descansava meu celular, e
depois para meu rosto, um olhar divertido passou por seu rosto. –
Senhorita Cesarin quer falar com você. –Instintivamente arregalei os olhos,
Isabel?

–Peça para ela entrar então, obrigada.

–Claro, quer que eu chame alguém para levar o falecido? –Ela perguntou
rindo, apontando o meu celular, arqueei a sobrancelha ameaçadoramente,
a fazendo gaguejar desculpas antes de sair.

Minutos depois ela entrou, Isabel Abgail Cesarin, minha irmã mais nova,
era estranhamente diferente de mim, olhos azuis , o cabelo loiro claro
reluzente e liso. Ela vestia roupas sociais, o tipo de roupa que eu
costumava vestir. Uma saia social apertada preta e uma blusa de seda
sem mangas branca. Os olhos me mediam.

–Bianca, precisamos conversar. –A voz melodiosa soou ao trancar a porta


branca da sala.

–O que quer?

–Quero que me ajude a pegar Pietro Albertini.

–Isabel... Qualquer coisa que chegou a prender você a ele se foi, quando
você perdeu aquela criança.
Quase me arrependi de ter dito isso, quando os olhos dela se encheram de
lágrimas. Ela abaixou o olhar por alguns segundos, quase sussurrei um
pedido de desculpas, mas quando ela voltou a me olhar, tinha o olhar duro
novamente.

–Você me prometeu, que ele pagaria.

–E ele vai.

–O que aconteceu com você? Está estranha.

–Eu estou normal Bel.

–Você está apaixonada por ele não esta?

–É claro que não, não seja ridícula.

–Eu soube que está dormindo com ele.

–Ele é meu marido.

–Ele era meu noivo.

–Só na sua cabeça ele era Isabel.

–Por que está defendendo ele Bianca?!

Pela primeira vez desde que ela entrou, eu pude perceber o que estava
acontecendo ali, eu não estava conversando com minha irmã mais nova,
aquela menina que chorou no meu colo por dias, após perder o bebê, eu
estava falando com uma mafiosa. Com a nova chefe da familia Cesarin,
meu pai nunca havia voltado a seu posto, ele colocou Isabel nele.

Então, minhas cargas não estavam sendo atacadas pelo meu pai como
pensei, era por ela, Isabel ainda me olhava séria, quando em alguns
segundos, eu arranquei meu canivete da cintura e a virei de costas, a
segurando pelo pescoço, as costas encostadas no meu peito, a faca em
sua garganta. Ela gemeu surpresa, mas se manteve parada.

–Vai me matar? Já que seu maridinho não teve sucesso com isso?

–Não, ainda não.

–Me mate, vai ser melhor me ter morta do que sua inimiga.

–Cale a boca sua imbecil, você é minha irmã porra. Aja como adulta.

–Eu vou acabar com você Bianca! –Grunhi apertando a ponta do canivete
no pescoço dela, a pele se abriu, fazendo algumas gotas de sangue
descer pelo pescoço branco.

–Foi você que mandou atacar todos os meus carregamentos?

–Foi o papai.

–Está mentindo Isabel.

–Não! Estou falando sério, não quero carregamento nenhum, só o Pietro.

–Por que você o quer tanto? Depois de tudo o que ele te fez.

–Por que ele é meu! E você o roubou de mim.

–Idiota! Nosso pai me obrigou a casar com ele.

–E agora está a frente dos negócios. –Resmunguei a empurrando, ela


bateu na porta e segurou nela com as mãos. Guardei o canivete, em
quanto ela se virava para me encarar.

–Eu quero me livrar dele.


–Então o entregue para mim, quero que ele veja o filho dele. –Encarei
Isabel, nem me dignei a demonstrar o choque que passou pelo meu corpo.

–Você precisa de um médico.

–E você de um adversário a altura. –As mãos dela passaram pelo


pescoço, limpando o sangue. Os olhos frios me encarando. –Ele esta
comigo Bia, tão pequeno, em meu quarto.

–Como que nosso pai pode te deixar a frente dos negócios? Você não é
normal.

–E para ser mafioso, precisa ser tão normal quanto você? –Ela murmurou,
segundos depois ela batia a porta. Meu coração acelerado, quase saia
pela a boca.

–Bia?

Olhei para trás, e vi os olhos castanho de Fab me encarando. Arrepiei–me


com a intensidade de seu olhar, e eu soube que ele ouvira tudo.

–Como está? –Perguntei receosa, os olhos dele brilharam.

–Com saudade.

–O que contou ao Pietro?

–Nada sobre você e sua irmã, se isso te preocupa mais que o meu bem
estar.

–Não temos mais nada Fabrizio.

–E por que está aqui então?


–Por que não podia deixar você estragar meus planos. –Resmunguei em
quanto abria a porta do quarto para sair.

–Ele não vai te querer depois. –Senti meus músculos enrijecerem, a porta
se fechou com um baque, e me mantive olhando a maçaneta. –Ele não vai
mais querer te ver depois.

–Isso não importa.

–Você se apaixonou por ele Bia.

Minha respiração falhou, ninguém nesse mundo jamais me conheceria


melhor que Fabrizio Boreno, aparentemente nem eu mesma. O silêncio
que se seguiu, me fez lembrar do dia em que o conheci na capela sistina.

'' –Passei pelo trem as 10:00 –Uma voz grossa murmurou em meu ouvido,
senti meu corpo se arrepiar. Era a frase de segurança que meu pai disse–
me aquela manhã.

–Esperei pelo próximo as 14:00 –respondi me virando.

Os segundos seguintes foram marcados pelo silencio, e nossos olhos se


recusaram a se separar um do outro. A minha frente eu via o próprio Davi
de Michelangelo, o homem mais lindo que já havia pensando em ver. Ele
me encarava com olhos verdes como as folhas após as épocas de chuva.
Era ruivo, tinha um rosto desenhado por anjos, maior que eu até com os
saltos que eu usava os quais eram enormes, forte e tinha um olhar de
desejo.

–Pietro Albertini –ouvi a sua divina voz mais uma vez em quanto me
estendeu sua mão. Seus olhos ainda me prendiam, mas consegue me
endireitar dando minha mão a ele e murmurando meu nome. –Estou
atrasado?
–Sim, o que me lembra por que seu carregamento de ontem foi roubado –
Retruquei agora vendo suas marcas de roxo no rosto.

–Você não me parece ser uma pessoa fácil Bianca.

–Touché

–Poderá devolver meus diamantes?

–Não, aquilo é pelo meu dote.

–Dote? Então sua mão é extraordinariamente cara.

–Entregarei seu carregamento quando voltarmos da lua de mel. –Cutuquei


sorrindo, seus olhos varreram meu corpo gulosos e depois encararam os
meus de novo.

–O que queria provar?

–Que tenho mais jeito pros negócios que você Albertini. –Ele sorriu, mas
seu olhar era irritado, então mais rapido do que pude revidar ele me
prensou contra a parede, gemi abaixando os olhos. –Me solte.

–Não brinque comigo assim de novo, ou não respondo por mim.

–E o que fará? Vai me bater seu maricas? –Cuspi o encarando na mesma


altura, Pietro me soltou mas me mantive em pé.

Jamais iamos dar certo, seria uma relação de queda de braço pior que as
de nossos pais, pelo seu olhar ele pensou o mesmo. Desviei o olhar e vi
Fabrizio na porta da igreja nos olhando.

–Droga –Murmurei, atraindo a atenção do Albertini que seguiu meu olhar,


uma risada maligna rompeu seus labios.
–Aquele não é seu namoradinho? –Questionou com a mão na cintura, ele
usava um smoking preto, mas pude ver o volume de uma pistola ali.

Talvez ainda não tenha dito, mas somos famosos pela Italia e pelo mundo,
então o que não falta são fotos nossas em revistas de fofoca.

–É sim, algum problema?

–Desde que ele saia de nosso caminho nenhum, será uma mulher casada,
então aja como uma.

Levantei meu dedo do meio , fanzendo ele arquear a sobrancelha irritado,


ao chegar perto de seu rosto levantei os outros dedos e sorri.

–Vê? Nenhuma aliança.

–Não seja por isso. –Ele colocou a mão no bolso, ouvi alguns cliques de
armas ao nosso redor. Ele riu baixinho. –vão atirar em mim? ''

Meus olhos arderam, antes que eu pudesse reagir, senti meu coração se
apertar. Não isso é impossível. É impossível.

–O que houve com você minha Bia?

–Eu não estou apaixonada por ele.

–Você pode enganar a todos, podem enganar até o Albertini, mas não a
mim Bia. Nem a si mesma.

–Cala a boca Boreno! –Gritei, me virei para ele raivosa, o sangue que
segundos atrás sumira do meu rosto, quando senti a verdade aparecer,
agora voltara, me deixando corada de raiva. –Você não tem o direito de
dirigir a palavra a mim!

–A verdade a enerva Bianca?


–Eu posso te matar Fabrizio, posso te matar nessa cama!

–Então o faça! Por que tudo foi tirado de mim! Eu não tenho mais ninguém.

–Eu nunca pertenci a você. –Rosnei, antes que tirasse minha arma da
coxa, sai do quarto batendo fortemente a porta, ignorei a frase que veio de
dentro então sempre pertenceu a ele.

Antes que tivesse um ataque nervoso, cruzei o hospital, e sai na rua, o


meu carro estava parado ali, o porshe vermelho que meu pai me deu.
Entrei já acelerando para longe dali.

Quem dera eu pudesse sair do mundo.

Isabel.

O quanto o amor pode ferir? Eu era o exemplo vivo, que ele pode se tornar
um zumbi. E é isso o que sou, um zumbi, sedento por carne humana.

Não me lembro de ter voltado a lucidez desde que sai da Rússia, não me
lembro de ter conseguido sair de dentro da minha bolha de ódio e tristeza.
E agora, eu tinha em minhas mãos, o poder para sair dela, em minhas
mãos tinha a chance de ter Pietro Albertini, de uma vez por todas.

Eu não o queria vivo, o queria morto, queria o seu corpo sem vida, para
que talvez assim, eu pudesse ressuscitar a minha alma.

–Bia não vai para casa a dias, Pietro está completamente louco, não sai do
escritório, e já matou 2 detetives. –A loura me contou, bebia um chá na
garbosa xícara de porcelana. Estava sentada na poltrona que ficava em
frente a minha mesa, eu olhava para o lago que era atrás de meu
escritório.

–Então ninguém consegue encontrar ela?


–Não Isa, Pietro está cogitando vir aqui, acha que Sandro pode saber dela,
ouvi ele falar com Carlisle.

–Não o deixe vir aqui, isso pode acabar com meus planos.

–Como farei isso? Sua irmãzinha quase socou a minha cara quando me
viu.

–Bia terá o que merece Isabella, não duvide de meu poder.

–Não estou duvidando...

–Fale com ele! Transe com ele se for preciso.

–Isa! Eu realmente gosto do Enzo ta legal?

–Eu não quero saber de quem você gosta. –Rosnei batendo no vidro da
janela, ele tremeu e um barulho alto soou pelo escritório. –Você não tem
que gostar de ninguém Isabella, tem que fazer o seu trabalho.

–Eu já falei para você procurar por outra.

–Se você gosta tanto desse Albertini, é bom fazer o que eu mando, por
que posso te mandar uma caixa de presente com a cabeça dele.

–Isa! –Ela arfou. Sorri para o lago debilmente.

–Você não é grata pelo que meu pai te fez? –Rosnei, ouvi um fungar vindo
de trás de mim. Mas quem se importa com o sentimento de alguém aqui?

–Eu sempre fui muito grata a vocês todos. Fiz tudo o que você queria Isa.
Bia nunca me exigiria isso, ela sabe muito bem por que estou lá.

–Bia, a preciosa Bia, a filha querida, a esposa querida, a amante querida.


Ouça bem Isabella, eu quero que Bia se foda!
–Ela é sua irmã!

–Ela o quer, ela o quer para ela, mas ele é meu. É MEU! –Gritei me
virando para ela, Bella se levantou da mesa, recuando alguns passos.

–Você tem que esquecer ele Isa! Está doente. –Gargalhei, meus olhos se
arregalando.

–Eu nunca fui normal. AGORA SAIA DAQUI! E não se esqueça Bians, um
Cesarin sempre cobra suas dividas, por bem ou por mal.

Com os olhos azuis arregalados, ela correu porta a fora. Meu coração
batia acelerado, e me sentei na mesa. Meus olhos encarando o pote em
cima da lareira. Meu filho descansava ali. Anthony era tão pequeno que
nem os olhinhos eram formados ainda. Me permiti sentir o amor que se
alastrou por meu corpo ao olhar ele. Tão pequeno e inocente, sofreu por
causa de um Albertini!

–Meu bebê. –Murmurei sentindo as lágrimas descerem por meu rosto. –Eu
o farei pagar, farei com que deseje, nunca ter me feito aquilo. Minha mente
viajou para aquela noite 10 anos antes.

'' Um floco atrás do outro, e o chão era como um cobertor de minha casa
na Itália, branco e felpudo, o cheiro de casa fez meu coração se apertar.
Eu estava sentada em uma pequena pracinha, que existia dentro do
internato, sozinha, minha mão estava sobre a pequena elevação de minha
barriga de 3 meses.

Pietro Albertini havia limpado as mãos de mim.

Quando meus pais descobrirem estarei perdida. Mas terei um serzinho


para me lembrar que existiram épocas felizes. E todas elas foram depois
que o conheci.
O que dizer de Pietro? Além é claro, que servi apenas de vingança para
ele, uma vingança que seria contra a minha família, foi aplicada mim, e
agora estou aqui, sozinha e grávida, no extremo norte do mundo.

Talvez minha distração tenha me feito vítima naquela noite, ou talvez foi a
minha inocência que me fez vitima. Eu e Bia não sabíamos ao certo o que
nosso pai fazia, apenas que era algo ilícito e que nos transformava em
alvos, no meu caso, dos Albertini.

Foi tudo muito rápido, dois homens se aproximaram de mim, antes que eu
pudesse gritar por Bia, que estava ali próxima, eles me arrastaram para
um canto dos muros.

Por que tudo aconteceu em câmera lenta? Por que pude pensar nos dias
calmos que passei na Sicilia com Pietro no verão? Quando me colocaram
no chão de um galpão de alimentos, eu tinha o rosto empapado de
lágrimas e pude ver o rosto deles. Os dois eram Italianos, e me olhavam
com malicia.

–Essa é a namoradinha de Pietro? Ele escolheu a irmã errada.

–Com certeza, preferiria fazer isso com a doce Bianca. Mas já que tem que
ser com você.

–O que farão comigo? –Resmunguei temerosa, Bia me odiaria agora, se


visse como eu me encolhia, ela os encararia, e com certeza sairia
vencedora. Já eu, só conseguia me encolher mais e mais, até minhas
costas tocarem a quina da parede, e eles me bloquearem ali.

–Tiraremos de você esse bastardinho que carrega.

–N–não! Não podem fazer isso! –Arfei os olhando com medo, mais medo
ainda agora, aquele bebê era tudo o que me restava, antes que eu
pudesse gritar por ajuda, o primeiro homem, que tinha olhos verdes
gelados, como as noites da Rússia, me segurou no chão, e aquela foi a
visão que tive. Os olhos dele, em quanto ele me segurava no chão, e o
outro me estuprava.

Me faltou a voz, a única coisa que podia me salvar. E eu encarei os olhos


daquele homem, agora sem chorar, a dor lancinante no meio das minhas
pernas, em quanto o pênis do outro homem me machucava.

Os olhos verdes gelados, que guardavam uma alma nojenta. Ele me tirou
do chão para que o outro pudesse deitar em baixo de mim, e então eles
me invadiram ao mesmo tempo.

Seria isso a única coisa que me tornara digna do nome Cesarin? Eu não
ter gritado, nem chorado, em quanto eles me usavam?

Quando eles se cansaram de mim, eu pude sentir minha menstruação


descer junto com o sangue que já estava ali, eles riram em quanto eu me
levantava, felizmente o feto não desceu junto com o sangue. Não sei o que
eles fariam com ele, se pudesse o ter nas mãos.

–Temos que matar a garota agora. –O homem dos olhos verdes disse para
o outro. O segundo homem o olhou abismado.

–Não podemos matar uma Cesarin, eles são o demônio.

–Pietro nos garantiu que ninguém saberá que foi a gente.

–Se é assim, mate a garota.

O homem de olhos verdes, andou até próximo de mim, meus olhos o


encaravam, ele colocou a mão no meu queixo, o levantando para o seu
rosto. Seus lábios encostaram nos meus, e meu estomago se agitou com
nojo. Senti o cano da arma em meu peito quando ele se afastou de mim.

–Sabe doçura, você foi ótima, acho que melhor do teria sido sua irmã.
–Eu não teria tanta certeza. –A voz de Bia soou alta atrás do homem, olhei
por sobre o ombro dele, em quanto ele se virava.

O corpo do segundo homem escorregou pelo dela até o chão, em quanto


ela tirava a pequena faca das costas dele. Os olhos castanho dela olharam
para o homem que esta próximo a mim, as mãos dele tremeram e ele
soltou a arma, levantando as mãos em rendição a ela.

–Saia de perto da minha irmã agora. –A voz dela era alta e dura, como o
papai falava comigo, quando eu chegava tarde em casa, e eu pude sorrir,
minha casa, o cheiro dela. –Vem cá, chega pertinho de mim.

–Se se mover eu a mato Cesarin.

–Ela não precisará se mover. Por que você já está na minha mira. –Uma
voz grossa apareceu de cima de uma enorme empilhadeira.

–Fabrizio Boreno? –O homem perguntou olhando para a escuridão, a


risada grossa foi sua resposta, antes que um tiro silencioso chegasse até
ele, o fazendo cair de joelhos de frente para Bianca, que já tinha se
aproximado dele. A coxa dele sangrava.

–Cesarin! Não é culpa minha, eu fui obrigado. –Ele grunhiu a olhando, da


onde eu estava, só podia ver o rosto dela, e ele não tinha nenhum traço de
piedade.

–Quem é o seu mandante?

–Pietro! Pietro Albertini.

–Fab traga as cordas, vou mandar um presentinho para esse Albertini.

–Não faça nada comigo senhora!

–Você, não existe mais, está morto.


–Não! Não me mate. –Ele arfou ao falar.

–Você já está morrendo, de hemorragia. O que é uma pena, por que


deveria fazer com você o mesmo que fez a minha irmãzinha!

Um garoto apareceu ao lado de Bia, e entregou algumas cordas, os dois


juntos amordaçaram o homem e o amarraram. Minha irmã se ajoelhou na
frente dele. As mãos foram até o rosto dele, tão delicadamente que podia
ser uma caricia. Mas antes que eu pudesse piscar. Ela enfiou a faca em
cima da sobrancelha dele, o sangue esguichou para o rosto branco dela, a
vi cortar o olho dele para fora. Caminhei de dentro da escuridão, para a
claridade, meus olhos arregalados ao ver o globo ocular do homem em
sua mão cheia de sangue. Minha irmã levantou me encarando. O olho
verde gelado em sua mão, sendo ofertado a mim.

Com o rosto inexpressivo o peguei em minha mão.

Os olhos verdes gelados, como as noites na Rússia.

"Vai pagar por ter feito isso a ela, vai pagar caro Albertini.

Para: Pietro Albertini

De: Bianca Maria ''

Não precisei virar minha cabeça para a porta do escritório, para saber
quem entrava por ela, o barulho do salto alto me trouxe a realidade, só ela
fazia esse som ao andar.

–Falei com o papai, ele concordou em mandar você para um centro


psiquiátrico. –Ela falou docemente, sua mão tocando minha bochecha,
meu olhar se fechou. –Você precisa de tratamento Isa.

–Eu não irei.


–Você não tem escolha. –Meus olhos desviaram para os dela, os olhos
castanho me olhando com doçura. –Isa você está doente.

–Ele me deixou assim! Ele me matou por dentro! E você o está


protegendo!

–Isabel! Para com isso! Eu não estou fazendo nada!

–Então por que Bia? Por que não me dá a minha vingança?

–Por que o nosso pai fez um acordo com o Albertini.

–Se ele souber o que o Albertini me fez! Ele fará algo.

–Mas ele nunca vai saber sua imbecil, por que você não pode contar a ele
que esteve grávida.

–Então conte a ele, diga que eu estava grávida.

–Você não vê o que vai acontecer? Se ele souber disso, ele vai atacar os
Albertini, não podemos fazer isso, vamos perder uma luta contra eles. E
nossa credibilidade, ele deu a palavra dele.

–E por que a credibilidade é mais importante do que o que eu sinto


Bianca?

–Por que isso foi a dez anos, supere.

–Eu fui estuprada! A mando dele! –Bia me olhou, sua sobrancelha se


arqueando. –Ele tem que pagar, ele tem que pagar.

–E ele vai Isa, mas eu quero que você se trate, por favor.

–Você jura?
–Juro. –Ela disse, me abraçando, me permiti desmoronar nos braços dela.

Se Bia acha que vou me render, está muito enganada, ninguém nunca
mais irá me enganar. Nunca!

Capítulo 9 - A Rainha Retorna ao Castelo

Capítulo 9 - A Rainha Retorna ao Castelo

Bia.

Itália, Roma

Cabana na casa dos Albertini

Contornei a cabana onde encontrei o Fabrizio, e logo ouvi um


uivado, em segundos o barulho das patas chegou até mim, Afrodite corria
com as orelhas ao vento, cai no chão com ela sobre mim, que me cheirava
e me lambia, eu gargalhava fazendo carinho na cabeça dela. Do outro lado
surgiu Anúbis correndo em nossa direção, ele me lambeu e os dois
começaram a brigar. Ri me levantando. Afrodite estava sentada rosnando
para ele, que abaixou a orelha e olhou pro chão.

–Com certeza é a minha cara. –Resmunguei, continuei


caminhando em direção a casa. Observei os seguranças ao redor da casa,
posicionados por mim.

Eu precisava entrar sem ser notada.


Caminhei pelas últimas árvores em volta do campo de futebol, me
agachei e comecei a me arrastar em direção a porta da cozinha no lado
leste da casa. Dentro do amplo cômodo, ouvi vozes ecoando pela casa,
caminhei pelo piso de mármore entrando na sala. Andrea subia a escada.
Aguardei que ela sumisse no corredor antes de correr em direção a porta
do escritório, a grossa porta de carvalho estava entre aberta. E uma
discussão vinha de dentro.

"Você não a encontrou?" – O grito me fez estremecer, a voz de


Pietro estava irada.

"Não senhor Albertini! Não faço idéia da onde ela possa estar!" –
Uma voz gaguejada o respondeu.

Empurrei a porta lentamente, buscando não fazer barulho, entrei no


escritório. Pietro estava em pé atrás da mesa. Encarando o homem que
estava sentado na frente da mesa, ao redor dele estava Thomas e Enzo.
Meu marido sacou uma arma com silenciador prata rosqueado na ponta,
pegou uma bala que estava na mesa. O homem estremeceu tentando se
levantar, foi segurado por Thomas.

–Já chega de amadores! –Pietro grunhiu em quanto se preparava


para atirar no homem. Revirei os olhos, ele estava atrás de mim, e estava
tão absorto que nem me via ali.

Porém ele me surpreendeu, mirou no homem, os olhos ardendo de


ódio, e como se tudo tivesse mudado, em um momento que passou em
branco pelos meus olhos, ele abaixou a arma, ainda encarando o homem,
um sorriso brincou, em seus lábios.

–Há quanto tempo está ouvindo? –Ele murmurou, a arma foi


colocada gentilmente na mesa, e os homens olharam ao redor assustados,
os três sorriram ao me encontrar ali, fechando a porta do escritório. Enzo e
Thomas sorriram alegres, já o homem sorriu aliviado.
–Algum tempo. –Admiti caminhando até a mesa. Ele ainda encara
a mesa, não havia se movido um centímetro.

–Saiam! Deixem-nos a sós.

Quase que correndo, os homens saíram da sala. O detetive me


olhou com um olhar agradecido e aliviado antes de seguir até a porta.
Encarei o homem forte e cheio de si de alguns minutos atrás se sentar na
cadeira, com o rosto entre as mãos.

–Onde esteve? –Sussurrou tão baixo, que tive que me aproximar


ainda mais para ouvir.

–Na casa dos meus pais.

–Achei que tinha fugido com o Boreno. –A voz temerosa que ouvi,
me fez sorrir internamente. E o grande mafioso se rende ao amor.

–Eu não faria isso Pietro.

–Eu não sei mais o que você faria Bianca. –Ele rosnou, virou o
rosto pra me encarar e arfei, ao ver os olhos marejados.

–Pietro...

–Quando vai perceber que eu estou apaixonado por você?

Meu coração perdeu o compasso, eu sabia disso, sabia que ele


estava apaixonado por mim. Mas não imaginava ouvir isso dele. Antes que
eu pudesse responder algo, ou se quer pensar em uma resposta coerente,
seus braços se fecharam ao meu redor como aço, fechei os olhos quando
o seu hálito quente e doce bateu em meu rosto.

Uma de suas mãos acariciou minha bochecha, a senti esquentar


sob seu toque cálido, a mão passeou até minha nuca puxando o cabelo,
abri os olhos ao sentir o arrepio que aquele puxão me causou. Minha
cabeça tombou para trás, meu pescoço desnudo a sua mercê. Os olhos
verdes me olhavam com adoração, tamanho carinho que fez meu coração
se esquentar novamente. E como conseqüência de uma prece muda, seus
lábios tocaram meu pescoço, a boca úmida passeando de meu pescoço
até o lóbulo da minha orelha, eu gemi baixo quando senti a língua passear
pela minha mandíbula, em direção a minha boca. Fechei os olhos quando
nossos lábios se tocaram.

Como uma faísca em meio a fogos de artifício, eu explodi, me


permitindo subir em seu colo, minhas pernas envolveram sua cintura, e eu
finalmente pude sentir com um prazer que se alastrou por meu corpo,
saindo de meu coração, a paixão arder tão convidativa e forte, que me fez
estremecer em deleite.

Meu corpo foi tombado na mesa do escritório, o barulho das coisas


caindo no chão me trouxe brevemente a racionalidade, que eu tanto
tentara fugir. Eu estou traindo minha irmã, minha familia, a mim mesma.

–Tão linda, mulher nenhuma se compara a você minha rainha. –Ele


suspirou me olhando, a impressão de que ele podia enxergar minha alma
através de meus olhos, me fez estremecer com suas palavras. –Me
prometa nunca mais me deixar.

Talvez eu já soubesse, já sentisse, já vivesse aquele sentimento


que ardeu em resposta as suas palavras. Mesmo assim o choque tomou a
parte racional que eu ainda trazia junto. Eu o amava.

Eu amava Pietro Albertini.

Toda aquela atmosfera de poder que ele emanava, de


superioridade, de inteligência, e toda essa demonstração de amor por
mim, me fez enxergar algo que eu nunca imaginei ter dentro de mim.
Com uma entrega mutua, eu assenti, meu marido se curvou sobre
mim, e me beijou. Suas mãos entrando por dentro da minha camiseta.
Tocando meu corpo, e meu corpo respondendo ao seu toque, como se
fosse o único toque que pertencesse a ele.

Minha coerência desejava voltar ao poder de meu corpo, a luta


entre ela e o sentimento que crescia ali, fora perdida quando ele me
penetrou calmamente, meu centro pulsando em resposta a ele. Como
nunca havia feito antes.

Meia hora depois, eu e Pietro estávamos sentados na cadeira atrás da


enorme mesa do escritório. Eu em seu colo, agora vestida formalmente. A
nossa frente estava Isabella, Isabella Bians Albertini.

Ela compreendeu o que acontecia no momento em que a chamei,


seu lábio inferior ainda tremia levemente.

–Isabella, sabe o que eu quero saber. –Falei seriamente, tentando


me levantar. Porém Pietro tinha as mãos ao redor da minha cintura, me
segurou em seu colo, beijando meu ombro delicadamente, o olhei feio.

–Bia, ela vai matar o Enzo.

–Ela não fará nada. Preciso de uma informação sua.

–De quem estão falando querida? –Meu marido questionou, a


sobrancelha erguida ao me analisar.
–Posso te pedir para ficar a sós com ela? É um assunto um tanto
delicado meu amor. –Falei carinhosamente, ele sorriu abertamente e
assentiu.

Meu marido se levantou, me colocando sentada na cadeira.


Vestido todo de preto como sempre, Pietro cruzou o escritório em silêncio,
caminhando imponentemente. Quando ele fechou a porta, meus olhos
assumiram um tom obscuro ao se voltarem para Isabella. A mulher voltou
a estremecer.

–Eu quero saber a verdade, e é bom você me contar.

–Você sabe a verdade...

–Por que você está colocando a culpa em Pietro? Eu sei que não
foi ele o mandante do estupro da Isabel. –Joguei verde, mas meu interior
dizia que não era ele, não podia ser. Ele deveria se lembrar dela, mas
depois de uma busca pelo seu quarto, não encontrei nada sobre ela, em
lugar nenhum daquela casa tinha uma mínima foto dela. Não é possível
que um romance de verão do qual Isabel, tinha certeza que ele a amava,
não tivesse rendido nenhuma foto. Isabella agora me encarava de igual
para igual. Irritada coloquei sobre a mesa uma das fotos de Isabella mais
nova, sendo estuprada por um dos homens que estupraram minha irmã, o
homem era alto, de olhos verdes sombrios. Ela encarou a foto, firmemente.
–Eu tenho o vídeo, quer ver ele?

Os olhos dourados dela encararam os meus raivosos, os dentes


cerrados. Nenhuma resposta veio, então assenti, apertei o botão do telão,
que desceu a nossa esquerda. O projetor ligou e a cena começou. Isabella
gritou fechando os olhos.

Na cena, ela tinha no máximo 13 anos, o pai dela, Richard Bians, a


segurava com força em sua cama. O quarto rosa ao redor dos dois,
demonstrava uma inocência, que estava prestes a ser roubada de forma
violenta.

Eu havia decorado o vídeo, após o estupro de Isabel, busquei de


todos os métodos, algo que ligasse um dos homens aos Albertinis, Richard
Bians, foi o último que matei, arranquei os olhos e enviei para os Albertini,
pelo que soube, minha encomenda nunca chegou.

Encontrei Isabella em um convento na Sicilia, a encontrei na


capela, mostrei as fotos de como o corpo do pai dela foi encontrado, ela
ficara horrorizada, mas ao mesmo tempo agradecida de poder sair de lá
tranqüila. Fizemos um pacto, depois de muito chorar ela pode contar tudo
o que houve com ela, o aborto que a fez perder o útero por uma infecção,
tudo por ter sido desde os onze anos molestada pelo próprio pai, e então
ela concordou em me ajudar a vingar a alma de minha irmã. Na época
Isabella disse que o pai dela não era um homem dos Albertini. E então,
alguns meses depois, ela me disse que ele era sim, que estava confusa. E
então, algo não estava me cheirando bem. E agora eu estava ainda mais
desconfiada.

–Tire isso! Pelo amor de Deus! –Ela resmungou tentando se


levantar.

–Quieta ai, essa é a melhor parte. –Falei, aumentei o volume.

"–Papai! Me solta."

"–Quieta Isabella, você vai gostar putinha."

–Bia, por favor. –Pausei o vídeo a encarando.

–Abre o bico Isabella, meu marido não fez nada disso, eu sei que
não.

–Você quer acreditar que não, porque gosta dele.


Calei-me, me levantei deixando a cadeira cair atrás de mim com
um estrondo alto.

–Está me questionando?

–Não Bia!

–Então me diga a verdade, não pense que você me engana


Isabella.

–Bia, eu juro...

–Afrodite!

Minha pitbull correu até nós e se sentou ao lado de Isabella a


encarando. A vi estremecer pelo canto de olho. Levantei-me da cadeira
puxando a magnum da gaveta da mesa para minha mão. Alisei o cano
prateado brilhante dela, a pistola semi automática reluziu em minha mão, o
sol batia nela pelas janelas, sorri encarando Bella.

–Nunca matei ninguém com essa arma, olhe que é uma das
minhas preferidas. Ganhei quando me casei, está escrito Bianca Albertini
aqui no cano. Até ganhei balas com meu nome, talvez seja por isso que
nunca tenha usado ela.

–Sei que não vai me matar Bia. –Sorri estreitando os olhos. Matei
homens que treinei e conheci desde pequena, por que não mataria uma
vadia que está me atrapalhando?

Mirei no braço dela e atirei, o cano tinha silenciador então o único


barulho foi do grito de Isabella de dor e choque. Em segundos eu estava
ao seu lado apertando o braço ferido. Meu dedo quase entrando no buraco
da bala. Com os olhos marejados ela me encarou tremendo, agora com a
crista baixa.
–Eu sinto muito! –Murmurou soluçando, revirei os olhos apertando
sua bochecha para me encarar.

–Agora vamos conversar sério Isabella, não gosto de brincadeiras


nem segredinhos. Não pense que sou paciente, nem boazinha. Não sou a
rainha da máfia por acaso. Por muito menos já matei alguém, e não
hesitaria em matar alguém que não me valha de nada.

–B-bia! Isabel vai me matar. –Estreitei os olhos, Isabel?

–Isabel?

–Sim... P–are, está doendo. –Soltei o braço dela, peguei um lenço


de Pietro da mesa e limpei o sangue da minha mão, Isabella segurava o
braço.

–Comece a cantar passarinho...

–Foi Matteo Albertini que planejou tudo...

Meus olhos se fecharam em fendas enquanto ouvia toda a história.


Segundos depois eu cruzava a sala de estar dos Albertini em direção as
escadas. Encontrei Thomas no caminho e o puxei pela gola da camisa.

–Leve Isabella para um hospital, ela está no escritório.

–O que fez com ela? Enzo sabe que ela está ferida?

–Não, e se ele souber de algo, sua cabeça vai rolar. –Rosnei


subindo as escadas.

Minha cabeça martelava com as palavras da loira, não sabia se


devia confiar nela, não sabia se podia ser verdade. Quando entrei no
quarto, Pietro me observava em pé do lado da nossa cama.
Ele me olhou sorrindo, mas assim que ele percebeu o meu rosto
em choque ele engoliu em seco, minha mente tentou me avisar algo sobre
ser suspeito isso.

–O que houve Bia?

–Pietro... Eu... –Antes que eu pudesse dizer algo, um enjôo me


paralisou, corri até o banheiro e antes que eu pudesse abrir o vaso, vomitei
no chão.

O senti atrás de mim, segurando meu cabelo, e veio tudo junto,


choro e vomito, Pietro se sentou atrás de mim e me joguei em seu colo
limpando a boca em seu terno preto, meu marido passava a mão e meu
cabelo o beijando.

–Você está doente Bia?

–E–eu não sei o que houve, não sou de vomitar.

–Nem de chorar. –Ele murmurou, levantei a cabeça para o olhar, ia


o acusar de ser insensível, mas antes de abrir minha boca parei.

Desde quando eu ligo para sensibilidade?

–Talvez seja TPM. –Admiti corando. Ele riu acariciando minha


bochecha.

–Onde esteve? Eu estava louco atrás de você. –A mudança de


assunto me assustou um pouco.

–Na casa dos meus pais.

–Achei que estava com Fabrizio. –Admitiu.

–Estive... Ele está em observação.


–Não vou te pedir desculpas por isso.

–Nem eu. –Resmunguei tentando me levantar. Uma tontura me


abateu e cai de volta no colo dele.

–Bia? O que você tem?

–Não é nada Pietro, é TPM, tenho certeza que minha menstruação


está para... –Quando terminei a frase era só um sussurro.

–Que? O que houve Bia?

–Oh meu Deus, eu...

–Você está bem? –Ele me puxou para encarar ele.

Oh meu Deus, se Isabel descobrir estamos condenados.

–Pietro, minha menstruação está atrasada um mês. –O sorriso


deslumbrante dele me fez tremer mais.

–O que houve? Não está feliz?

–Eu preciso abortar, não posso ter essa criança.

–Oh!

Nossos olhares se desviaram para a porta. Isabella nos encarava


em pé, segurando o braço ferido, os olhos arregalados.

–Isabella...

Antes que eu pudesse tentar me levantar, ela correu pelo corredor


descendo as escadas.
Capítulo 10 - BÔNUS : Uma deus do
Amor

N/A INICIAL

OH MY FUCKING GOOOOOOOOOOOOOOSHHHHHHHHHHHH

ENTÃO COMO PROMESSA É DIVIDA! E VOCÊS ME PRESENTEARAM


COM ESSES MIL INSCRITOS TA AI O BONUS!!!!!

EHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
HHHH

Esse capitulo conta a história da Afrodite *-* a Pitbull mais linda que
toda a Itália ja viu!

Admito que chorei igual besta o escrevendo haaha, é meu amor por
cães que o faz.

ESPERO QUE SE DIVIRTAM! E SE APAIXONEM POR ESSA PESTINHA


DE 4 PATAS, QUE É COM CERTEZA UMA DAS PERSONAGENS MAIS
IMPORTANTES DESSA HISTÓRIA!

Depois do nosso pietro óbviously!

BEIJOCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS <3

*************************************************************************
Capítulo 10 – BÔNUS: Uma deusa do amor

Rússia, Algum lugar ao norte.

Cinco anos atrás

Bia.

Mantive-me parada, encarando minha parceira de luta Abigail uma Alemã


faixa preta aos 15 anos, todos temiam cair no treinamento contra ela.

Eu era uma dessas pessoas.

Ela, uma loira com mais de 1,70 de altura, musculosa e com um rosto
impassível, tirava o sono de qualquer uma de nós nas noites de quarta-
feira, já que era na quinta que tínhamos aula de luta corporal.

Meu quimono branco serviria de lencinho para o rosto dela, que sorria em
deleite me encarando do outro lado do tatame. Apertei minha faixa
vermelha na cintura, em um pedido mudo de ajuda para o tecido que não
serviria de nada.

O professor tocou o gongo, me trazendo para a realidade.

Abigail me derrubou no chão em cinco segundos, com o cotovelo


pressionando meu estomago, tossi sem ar ficando vermelha. O gongo
soou de novo e ela se afastou, me deixando caída no chão.

-Levante Bianca! Fracote! –Rosnou o professor, me virei com o rosto


pressionado no tatame, a mão na barriga ainda tossindo. –Vamos garota!
Aqui não é lugar de perdedoras!

-BIANCA! PERDEDORA! FRACOTE! –O coro das meninas do internato


soou ao redor de mim, o mundo ainda girava e meu estomago se agitava.
Olhando para as meninas sentada nas cadeiras de metal do lado esquerdo
do tatame, eu via em câmera lenta todas rindo e apontando para mim.

-Anda sua puta! -Abigail gritou me chutando, fazendo eu me virar de


barriga para cima, e então ela cuspiu em meu rosto.

Fechei os olhos humilhada e tremendo. A ira crescendo dentro de mim. Ao


fundo ouvia o coro de risadas e meu professor me gritando. Eu preciso
levantar!

Levante Bianca Cesarin, prove quem você realmente é.

A irá já fervia meu sangue, quando me ajoelhei tentando me levantar. A


costas das minhas mãos, que eu usava como impulso para levantar, foram
pisadas por Abigail.

-Você é uma perdedora Cesarin!

Foi então que eu explodi.

Se meu interior fosse feito de fogos de artifício teriam saído em direção ao


céu em vários tons de vermelho.

A adrenalina que corria minha veia, me fez levantar de uma vez, fazendo
todas ao redor se calarem, meus olhos colados nos olhos de Abigail, o
barulho do gongo me fez voar em direção a ela.

O primeiro chute ela segurou meu pé, me fazendo girar no ar e voar em


direção as cordas. Quando bati o ar fugiu de meus pulmões, me fazendo
arfar e desviar do murro que ela desferiu em minha direção.

Dei a volta a empurrando nas cordas, ela tropeçou e caiu nelas, que se
curvaram a empurrando de volta, a monstruosa garota caiu de costas no
chão, bem a tempo de me assistir desferir um murro em seu nariz o
afundando em seu rosto.
Não usei de força o bastante para matá-la infelizmente, mas o bastante
para que o sangue esguichasse em meu rosto, me dando a confirmação
de que ele estava quebrado.

O silêncio ainda era arrasador. Ergui-me, a encarando de cima, os olhos


azuis da loira de quase dois metros me encaravam surpresos e temerosos.
A mão no nariz, tossindo sangue, minha primeira ação, foi chutar a cabeça
dela, logo depois escarrei cuspindo nela.

E os gritos começaram. Entre as vaias, haviam palmas, o professor


caminhou até minha direção. Puxando minha orelha. Fazendo meu corpo
colar no dele.

-NUNCA MAIS FAÇA ISSO CESARIN! -Gritou, me fazendo o empurrar, o


encarei com os olhos ardendo com a ira ainda crescente em mim.

Antes que o imbecil pudesse se defender, desferi o meu melhor chute em


suas bolas. O fazendo cair em cima da amante dele.

As vaias deram lugar aos gritos de viva.

Eu havia me tornado a rainha.

Naquele mesmo dia, quando caminhei sozinha até o dormitório, encontrei


uma caixa rosa gigantesca ao lado da minha cama, um buque de flores e
uma carta em cima da caixa.

Sorri de orelha a orelha, eu dormia sozinha, graças a papai que pagava a


mais por isso, algo que eu definitivamente não gostava, fazia eu me sentir
solitária, minha irmã Isabel ainda não tinha vindo estudar comigo, e eu
definitivamente não me enturmo com as outras garotas,

As minhas alegrias são os presentes que papai me manda, ele diz nas
cartas que é para aplacar a saudade de casa e a solidão.
Aproximei-me da minha cama e puxei a carta de uma fita rosa. Foi então
que um estranho barulho veio de dentro dela.

Estaquei, os meus olhos se arregalaram a olhando. E o grunhido baixo e


fino soou mais uma vez.

Pensei em gritar por ajuda, mas algo dentro de mim permanecia calmo e
até curioso. Então antes até de abrir a carta puxei a fita da caixa rosa, que
agora eu notava ter vários furinhos.

Quando eu puxei, ela se abriu e bem em frente aos meus olhos se


encontrava uma criaturinha branca e de olhos azuis. Um laço rosa no
pescoço que era inclusive maior que o animalzinho.

O ser desconhecido me encarava com os olhos doces, e eu estava


chocada o olhando também, ele se levantou e se aproximou de minha
perna, o focinho vermelho a cheirando.

Eu nunca tive um bichinho, Isabel era alérgica a pelos e meu pai era
irredutível quanto a isso, o que me deixava muito chateada. Observando a
pequena bolinha de pelo a minha frente, abri a carta rasgando o envelope
rosa.

Minha pequena Afrodite

Sei como tem sido duro para você minha princesinha, estar tão jovem, tão
longe de sua casa, sua família e tudo o que você tanto ama. Como a praia,
o campo, e tudo o que a Itália a faz sentir.

Soube que tem sido difícil para você a vida na Rússia, é muito frio e você
tem estado gripada a maior parte do tempo.

Antonella ainda não quer deixar que Isabel viaje para estudar com você,
estamos brigando muito por causa disso, todas as Cesarin estudaram ai e
é o melhor local para ela aprender a cuidar dos negócios.
Perguntou-me sobre sua irmã na última carta, e ela está bem sim, só a
super proteção de sua mãe que a atrapalha, ela quer muito estudar ai com
você.

Eu sei como gosta de receber cartas, mas eu sou péssimo para escrevê-
las Bia, então peço que me desculpe estar tão curta.

Sobre o presente que lhe mandei, é uma cachorrinha, você sempre me


pediu um bichinho e bom você mais do que merece!

Está tudo resolvido sobre a estadia dela ai com você! A ração dela será
comprada pelo dono da escola e ele lhe dará.

Cuide bem de sua nova companheira.

Lembre-se, nada é mais leal que um animal.

Beijos filhota.

Sandro Cesarin

Meus olhos eram poças de água quando terminei de ler, a cachorrinha


agora se apoiava nas patas traseiras, arranhando minha perna, dando
pequenos pulinhos. Sorrindo a peguei no colo.

Era tão pequenina que com duas mãos eu já a conseguia segurar.


Pequena toda branca, com o focinho vermelho e os olhos azuis enormes e
carinhosos. Acariciei a cabeça dela, mexi na orelha dobrada para baixo
como a de um labrador.

Ela bocejou, e bateu com a patinha no laço de seu pescoço, uma, duas,
três vezes. Virou a cabeça para o lado e mordeu o laço o puxando. Havia
começado uma luta.
Rosnando irritada, desistiu minutos depois, a coloquei na cama rindo.
Puxei o laço do pescoço dela que se desfez, revelando uma coleira rosa
com algumas pedrinhas brilhantes, uma plaquinha no pescoço me chamou
a atenção.

A segurei tentando ler, ela virou a cabeça para o lado orgulhosa, estava
escrito meu nome, e o espaço do nome dela vazio.

-Que nome podemos te dar? -A perguntei, soltando o pingente, ela voltou


a me encarar, agora abrindo a boca rosada e colocando a língua para fora
a deixando pendendo na lateral da boca, em um sorriso canino
encantador.

E então eu havia sido conquistada.

Sorrindo igual boba a peguei no colo, me deitando na cama com ela, ela
resmungou alegre, se deitando em frente ao meu rosto, colando nossos
narizes.

Fechei os olhos depois que ela fechou os dela, e dormi ao seu lado.

[...]

Quando acordei pela manhã do dia seguinte, senti as pequenas patadas


que ela dava em meu rosto, ri abrindo a boca e mordendo a patinha
pequena de leve. Ela latiu um riso quando abri os olhos e a beijei todinha.

-Bom dia branquinha! -Falei com ela que bocejou me assistindo sair da
cama.

Eu havia dormido a manhã do dia anterior toda, a tarde toda e a noite toda,
estava faminta, e suponho que a branquinha também.
Peguei a caixa do chão, e notei que dentro tinham dois potes, um cheio de
ração e o outro vazio. Fui até meu filtro e o enchi de água, o colocando,
junto do de ração ao lado da minha cama.

Resolvi pegar a caixa e a jogar no lixo, em quanto arrumava meu quarto,


um chorinho me fez olhar para a cama.

Ela estava em pé, colocando e tirando a patinha da lateral da cama, a


observei admirada. Minha cama era uma Box, alta de mais para ela sair
dali, franzi o cenho pensando que talvez ela estivesse apertada, faminta e
com sede.

O chorinho aumentou, e ela me olhou em um pedido mudo. A peguei no


colo a colocando no chão, que correu pelo quarto parecendo um tiro de tão
rápida.

Assisti chocada ela se abaixar na frente da minha estante de livro e fazer


xixi.

-Ei ei! Ai não! -Resmunguei, ela virou o rosto me ignorando. Legal a


cachorra parece comigo, que maravilha. -A senhorita pode mudando esse
seu jeito.

Ainda alheia a mim, ela caminhou para os potes ao lado da minha cama,
bebendo água até acabar e depois comeu toda a comida do pote.

Deus a cachorra parece ser uma draga.

-O que eu faço com você? Preciso comer. -Admiti sentindo meu estomago
roncar. Ela estava sentada lambendo a patinha. Então pensei em sair e ir
comer.

Por que isso seria um problema?

Antes eu não tivesse pensado isso.


No refeitório em quanto eu comia minha talvez décima panqueca, um
choro alto começou a ser ouvido.

Estava em minha mesa sozinha, mas o olhar de todo mundo se voltou


para mim, quando o choro começou a aumentar.

Franzi o cenho, o que eu tenho haver com um cachorro chorando?

Segundos depois, o café que eu bebia foi esguichado pela minha boca.

OH

MEU

DEUS

Sai quase que correndo, cai no chão algumas vezes até chegar à porta do
meu quarto, a chave caiu no chão de madeira, bem no vão, e o choro dela
era mais alto.

-Merda! -Rosnei me abaixando, o buraco era pequeno não caberia minha


mão. Com uma força que eu não tinha, arranquei um pedaço da madeira
cinza e puxei a chave, trazendo uma aranha e poeira.

Quando finalmente abri a porta, meus olhos se arregalaram com a


bagunça que branquinha tinha feito, ela estava deitada em frente à porta
chorosa, os potes estavam virados, a água que anteriormente estava em
um deles, agora escorria por baixo da barriga dela, minhas roupas
estavam jogadas no chão ao redor dela. Meus olhos se fecharam em
fendas.

-OLHA QUE BAGUNÇA! -Gritei irritada, os olhos azuis dela pularam para
meu rosto, se levantou e correu alegremente na minha direção. -PODE
PASSANDO PRA LÁ. -Os olhos que por um segundo ficaram alegres,
agora estavam tristes. -FEIOSA!
Com um ganido a bagunceira se escondeu de baixo da minha cama.
Fechei a porta do meu dormitório e me voltei as roupas, que molharam da
água dela, as juntei colocando no pequeno varal.

Foi quando um barulho na porta chamou minha atenção, caminhei até lá,
olhando pelo olho mágico, e encarando meu professor de luta.

Um estranho temor tomou conta do meu corpo, algo em minha mente me


pedia para não abrir a porta. Mas eu a abri mesmo assim.

O homem, vestido de preto, empurrou a porta, entrando junto com Abigail.


Cai no chão o vendo virar a chave na fechadura e a guardar no bolso.

–Saiam daqui! –Rosnei tentando me levantar. Mas a garota me chutou de


volta para o chão.

–Agora Cesarin, vamos conversar sobre o que fez com Abigail ontem. –
Arregalei os olhos olhando os dois, ela me olhava sorridente, quando o
professor a abraçou e beijou os lábios dela. Perto da amante ele parecia
um anão.

Eu estava fodidamente sozinha.

–Meu pai vai saber o que fizeram, isso não acaba aqui. –Fiz minha melhor
ameaça, papai não deixaria ninguém se vangloriar em cima de nossa
família.

–Não vejo à hora de ver a grande vingança do Swen. –Abigail me


respondeu, enquanto me puxava do chão pela camisa do uniforme.

–Deve ser muito boa de cama! Por que ninguém iria te querer se fosse
pela inteligência. –Resmunguei, recebendo o primeiro soco. Cai no chão e
minha cabeça bateu no baú de madeira que ficava na frente de minha
cama, meu coro cabeludo se abriu e o sangue pingou.
–Garota insolente!

–É o melhor que pode fazer? –Ri a encarando. O meu professor caminhou


até onde eu estava e chutou meu estomago, me fazendo arfar.

–Acabe com essa puta querida. –Falou a beijando e se sentando na minha


escrivaninha, em quanto a gigante Abigail caminhava em minha direção.

Quando finalmente me levantei, ela me empurrou para cima do baú, que


quebrou quando cai em cima dele. Logo após, me levantou do chão e
acertou um, dois, três, quatro e cinco socos em meu rosto antes de me
soltar no chão de novo.

Vangloriei-me por não soltar nenhum grito de dor, apenas pequenos


suspiros, meu rosto estava inchado e sangrando quando revidei o primeiro
murro no estomago dela, a fazendo cair em cima da mesa de jantar de
madeira, que estourou sob o peso dela.

Quando ela se levantou, a chutei e caiu no chão de novo, me aproximando


do rosto dela, desferi alguns chutes, até ouvir o som de uma pistola atrás
de mim.

O clic me fez estacar.

–Covarde! –Rosnei me virando para ele, o professor sorriu com a minha


magnum reluzente apontada em minha direção. –Sua digital vai ficar
marcada.

O sorriso dele aumentou.

–Te esperarei no inferno, assim que meu pai o encontrar.

–Não seja tola garota. –Ele disse se aproximando de mim, dei uma olhada
para trás e notei que Abigail estava desmaiada, o nariz antes com
bandagens agora sangrava ainda mais que ontem e as bandagens
encharcadas pelo sangue pendiam presas pela ponta em seu nariz.

Com os olhos arregalados percebi o que fizera.

Eu a matei.

O nariz se afundou no rosto dela, chegando a seu cérebro, ontem quando


o quebrei, deixei mais fácil a possibilidade disso acontecer em uma luta,
mas eu não pensava ter que enfrentar ela novamente.

–Uma vida, por outra. Parece-me certo Bianca. –Ele falou calmamente, em
quanto puxava meu cabelo, agora empapado pelo sangue que ainda
escorria, fazendo minha mente se nublar. Gemi de dor permitindo-me cair
em seu peito. –Ou talvez eu deva fazer uma troca justa, uma amante por
outra.

Arfei em busca de ar que agora ficava difícil de ser encontrado, depois que
a adrenalina parava de correr o sangue, as lesões se apresentavam.

–Não... Toque em... Mim!

–Irá desmaiar daqui a pouco querida. –Ele sussurrou, o cano frio da arma
encostada em minha nuca, me debati em seus braços e ele riu me
apertando mais. –Quanto mais lutar, mais rápido irá dormir Bia.

Meus olhos arderam, a mão dele desceu para a saia de pregas que eu
usava, a minha mente ficando mais turva.

Nesse momento um rosnado baixinho fez minha atenção voltar, o coração


se acelerou, e eu pude sentir a adrenalina voltar a arder em meu sangue,
agradeceria mais tarde por isso.

A branquinha correu de baixo da minha cama até a canela dele, ficando os


dentes que no dia anterior eu observei e pensei em como eram afiados.
Ele gritou me soltando e a chutando. Visualizei o corpinho pequeno dela
bater na perna da cama e ela ganir, se levantando e correndo em direção
a ele, que desviou a arma de minha direção para a dela.

Meu coração se apertou, e eu corri o chutando. A arma voou engatilhada,


e ela voltou a mordê-lo, a cabecinha machucada.

Correndo peguei a arma e cai em cima do corpo de Abigail, meu rosto


molhado pelas lágrimas que agora eu me permiti soltar, ao ver o quão
bravamente aquele pinguinho de gente me defendia.

Mesmo depois de ter brigado com ela por uma besteira.

Papai estava certo. Admiti em quanto atirava no meu professor.

O primeiro tiro foi em suas costas, mas ele já a havia chutado e ela batera
a cabeça no pé da cama novamente.

Levantando-me, em quanto ele caia no chão, agora soluçando e sentindo


uma vertigem ainda mais forte me tomar, caminhei trôpega até ele, que me
encarava arfante, engatilhando a arma, descarreguei as últimas cinco
balas na testa dele.

Corri chorando até o pequeno serzinho, que arfava encolhida ao lado da


cama.

–Não! Não! Não! –Cai em lágrimas ao lado dela, a pegando no colo, a


cabeça tinha um pequeno corte aonde o sangue caia, assim como o da
minha, rasgando a minha saia segurei o corte o apertando. –Olha pra mim!
Sua encrenqueirinha! –Implorei a apertando em meus braços.

O barulho dos meus tiros, haviam chamado a atenção, e minha porta foi
aberta, o diretor a cruzou com as mãos na boca em choque, em quanto eu
ainda a abraçava. A branquinha me olhou com os olhos azuis amorosos e
os fechou.
–PELO AMOR DE DEUS! ME AJUDA! –Gritei para o homem, que
finalmente voltou a si me olhando jogada no chão, com o rosto inchado e o
sangue lavando meu cabelo.

–Bia! Você ta bem?

–Eu to! Mas por favor! Chama um veterinário.

–Deixe esse bicho ai! Você ta sangrando...

–VOCÊ ME OUVIU? UM VETERINÁRIO! EU NÃO SAIO DAQUI SE NÃO


TIVER UM VETERINÁRIO CUIDANDO DELA! –Berrei, com talvez minhas
últimas forças. Observei minha mente se escurecendo apavorada.

O diretor ainda negava com a cabeça me encarando.

–Você é mais importante que um cachorro Bianca! Seu pai te da outro!

–SE EU TO VIVA, É POR CAUSA DELA! ENTÃO FAÇA O QUE EU


MANDEI AGORA!

Ele assentiu, pegando o celular e ligando, eu ainda lutava contra o escuro,


minha respiração estava fugindo de mim, a abracei mais forte dando
graças a deus por ouvir o coração dela bater.

–Qual o nome da cadela? –Ele me perguntou. O olhei, agora vendo o


negro de meu olhar ainda maior. –O veterinário ta pedindo para fazer a
ficha, ele já está a caminho.

–Afrodite. –Sussurrei, a apertando mais forte em meus braços. –O nome


dela é Afrodite.

E assim eu finalmente me permiti descansar.

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N/A FINAL JÁ ACABOU JÉSSICA?

OI OI PESSOAL! E AI CURTIRAM?!

ESPERO QUE ESTEJAM CHORANDO HUHUHUHUH igual eu :')

Quem ai ama a afrodite um pouco mais?

eueueueueu!!!!!!!!!

deixe minha estrelinha e seu comentário!!!!!

adoro vocês <3 beijocaaaaaaaaaaas da glau!

Capítulo 11 - As Mentiras de Geovane


Albertini
HEROOOOOOOOOOOOOOOOOU PESSOAL <3

DEMOREI MAS CHEGUEI <3

Tudo bem com vocês?

Vim aqui desejar boas festas a todos :3

capitulo tenso a frente >.>

por favor não chorem as pitangas pelo Pietro !


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Capítulo 11 – As Mentiras de Geovane Albertini

Bia.

Anastácia, uma empregada, limpava o chão do banheiro enquanto eu


estava deitada na cama, Pietro estava em pé me olhando feio e do lado
estavam Thomas e Enzo.

–Vou fingir que essa história de aborto é culpa dos hormônios.

–Pietro você não entende!

–O que? Que você não me contou nada? Que você ficou esse tempo todo
escondendo de mim que supostamente eu mandei estuprarem sua irmã? E
que agora você está desesperada por que a Isabella foi contar para ela
que está grávida de mim? Por causa de alguém que eu sequer conheci
você quer tirar o nosso filho Bianca. –Thomas e Enzo me encararam com
olhares piedosos, mas meu sangue ferveu na hora.

–Não tinha como eu saber que não era você o homem que ela tinha saído
Pietro!

–Ótimo, uma única coisa que você poderia ter feito para saber era ME
PERGUNTAR PORRA. Enzo, você e o Thomas vão achar um jeito de
encontrar o Geovane e trazer esse desgraçado até aqui! Por que tudo isso
é culpa dele.

–Sim Pietro.
–E Enzo, se você não matar a vadia da Isabella, eu mesmo o farei.

–Pietro a sua mulher atirou nela sabia? E nem por isso estou tentando
matar ela.

–Talvez seja por que quem manda aqui sou eu, não você. Lembre–se que
está aqui para seguir ordens não me questionar.

–Se tocar um dedo só nela...

–Agora cale essa sua boca e suma daquia pietro o interrompeu- só volte
com o Geovane em mãos, e se quiser ter a sua putinha viva é bom voltar
logo. –Os dois saíram do quarto quase que correndo e eu tremi na cama. –
Agora você Bianca. Tudo o que tinha que fazer era ser sincera comigo.

–Como eu ia saber que o Geovane fingiria ser você para transar com a
minha irmã?

–Eu já disse, era só me perguntar.

–E você me diria a verdade?

–Eu tenho cara de homem que foge da raia Bianca? Eu não estou aqui
porra?

Sendo seu marido mesmo que nem tenha te conhecido das maneiras
normais?

–Eu sei, eu sinto muito Pietro.

–Sentir muito não vai fazer com que eu a perdoe Bianca.

–Senhor e Senhora Albertini, já terminei aqui. –Anástacia apareceu ao lado


de Pietro, acho que para apartar nossa briga.
–Sim Anástacia pode ir, e muito obrigado viu?

–Por nada meu menininho. –Ela sorriu apertando a bochecha dele. Pietro
corou e ela saiu fechando a porta.

Voltamos a nos encarar, agora eu abrindo a gaveta do criado mudo e


puxando minha Glock mirando na cabeça dele, dois segundos depois ele
mirava a magnum dele na minha. Nos encaramos quase que pulando no
pescoço um do outro.

–Agora vai apontar armas para mim? Que evolução Bia.

–Nunca apontei uma arma para você.

–Acho que essa gravidez está afetando seu cérebro querida.

–Eu... Cale a boca ou eu mato você.

–Ótimo, então atire. –Ele jogou a arma dele no chão. Ela fez um estrondo
quando caiu na madeira. –Não vou machucar você Bia.

–Como posso acreditar em você?

–Por que eu amo você. –Estaquei. Meus dedos soltaram a arma que caiu
fazendo um estrondo mais alto ainda.

–O que... você disse?

–Que eu te amo.

–Pietro...

–Olha Bia, não precisa me dizer que me ama, até por que eu sei que não.
Eu
só quero que seja sincera comigo e tente fazer nosso relacionamento ir
para frente.

–Estou tentando, mas é difícil. Há pouco tempo você era o cara que eu
tinha que matar.

–E agora eu sou o cara que você tem que aturar?

–É claro que não Pietro! Você é meu marido, gosto de você.

–Isso não é o bastante para mim Bia. –Ao dizer isso ele saiu e bateu a
porta com força. Meus olhos se arregalaram e cai na cama sentada.
Afrodite e Anúbis estavam me olhando com olhares julgadores.

–Vocês não entendem! –Anúbis rosnou e virou de costas para mim.


Afrodite balançou a cabeça . –Eu não quero saber da opinião de vocês!
São apenas dois vira–latas. –Observei chocada Afrodite rosnar para mim e
se virar de costas.

Falsa!

Antes que pudesse brigar com ela, meu celular começou a tocar na mesa.
Meus olhos correram na direção dele, que vibrava em alto tom. Um arrepio
de terror passou por minha pele. Me levantei e corri em direção a ele.
Quando o peguei o nome apareceu na tela para me assombrar.

Isabel.

–Alô?

–Bia, minha irmãzinha.

–Oi Isa, aconteceu algo?


–Na verdade querida, aconteceu sim. Quero que mande Enzo Albertini
aqui, para buscar o corpo da esposa dele. –Meu coração parou, o suor
descendo pela minha testa.

–O que fez com ela?

–Eu ainda não fiz nada, por que esperava que viesse pessoalmente, já que
você a colocou nessa encrenca.

–Eu?

–Sim, posso te enviar balões azuis ou rosas?

Merda

–Eu não sei ainda se estou grávida Isabel.

–Não sabe? Ótimo, venha até aqui então. Quando eu abrir seu maldito
útero eu saberei se tinha ou não uma criança ai dentro!

–Então será assim? Ou eu ou você? Mataremos uma a outra depois de


tudo?

–Você não teria coragem de fazer isso Bia, sou sua irmã mais nova.

–Você está DOENTE Isabel!

–Venha buscar Isabella, ou te mandarei parte por parte dela, até não restar
mais nada. –Ela desligou e eu coloquei o celular na mesa. Meu corpo
estava estático.

Não tive outra reação além de sair do quarto atrás de Pietro, desci as
escadas correndo, e entrei no escritório dando de cara com um Pietro
bebendo Whisky e fumando um charuto, minha calcinha molhou na hora.
Antes que eu o atacasse, Afrodite e Anúbis passaram correndo do meu
lado para dentro do escritório.

–Eu sei que está irritado comigo, mas tenho algo para te dizer. –Ele virou a

cadeira para o outro lado, em uma atitude infantil, bufei me aproximando


dele para estrangulá–lo, porem Anúbis chegou antes de mim e rosnou
quando tentei tocar no dono. –Sai daqui pulguento!

–Escute aqui Cesarin, você pode estar muito brava comigo, mas não
venha falar assim com o Anúbis. –disse se virando para mim. Jogando a
fumaça do charuto em mim, tossi algumas vezes agitando os braços, para
dissipar ela.

–Me desculpe Anúbis. –Arrependida acariciei a cabeça dele, Anúbis me


lambeu e saiu da frente indo para perto de Afrodite. –Isabel me ligou. Ela
está com Isabella. –A cada palavra que eu dizia, o olhar dele se escurecia
mais.

–Você está bem?

–Sim ela só me ameaçou. Mas ela ira matar Isabella.

–É o que ela merece por ter ido atrás daquela louca.

–Pietro...

–Vou resolver isso Bia, quero saber como esta nosso filho. –Ele se
ajoelhou em minha frente acariciando minha barriga, sorri com a cena.

–Está bem.

–Ótimo, quero resolver tudo com Geovane quando ele chegar, e mando
Enzo atrás da puta dele.
–Cuspindo no prato que comeu. –Resmunguei, Pietro levantou me
encarando de cima, aquele olhar ameaçador dele que só me deixa mais
irritada, o encarei a altura.

Uma batida na porta e Mateo entrou, nos viramos para ele que começou a
rir ao encarar nossos olhares assassinos.

–Vocês são o casal mais engraçado que já vi.

–Desenrola logo, Mateo. –Resmunguei, meu sogro sorriu mais ainda. Nas
mãos uma carta.

–Para você Bia, ao que parece ele não tem o número do seu celular. –Ele
falou rindo, peguei a carta com força desnecessária.

–De quem é a carta docinho? –A voz do meu marido foi irônica, o que me
fez esmurrar o braço dele. Com mais uma risada alta Mateo saiu do
escritório.

–Como se não soubesse.

–Achei que ele já tinha aprendido a não mexer com o que é meu.

–Não sou um objeto para ser sua Albertini. De um jeito nisso de Isabel, ou
eu darei um jeito em você. –Resmunguei antes de sair do escritório.
Afrodite andou do meu lado até a porta da frente.

Será que eu esperava que ele ainda estivesse ali? Em cima de um cavalo
branco ou algo do gênero? Sentei–me nas escadas da entrada, ansiosa de
mais pela chegada de Enzo para esperar dentro de casa. Acabei abrindo a
carta, que no envelope tinha escrito "Bela Mia" sorri para a carta sentindo
meu coração de encher.

Bia
Olha, eu não sei porque estou novamente tentando falar com você,
deixou bem claro que o que tínhamos não existe mais, sei que odeia
que te persigam e entendo isso, eu sinto muito por estar o fazendo.

Deve estar se perguntando o porquê de cartas, e eu te responderei.


Uma vez uma garotinha de um internato me contou que a única coisa
romântica que existe no mundo são cartas, e essa carta eu escrevo
para aquela garotinha, que agora é essa mulher.

Eu a amo

Tudo o que mais queria é ser o Albertini, alguém que pudesse ter
você. Preciso mesmo te ver, preciso estar com você.

Por favor, Bia, não me negue isso.

Para sempre,

Fab

Nunca poderei explicar o motivo ou o porquê que me fez tomar aquela


decisão, me levantei da escada e caminhei para dentro, bem a tempo de
encontrar um Pietro fulo, o ignorei andando até a estante que separava a
sala da cozinha, peguei a chave do meu carro e rumei para a garagem.

Podia ouvir os passos atrás de mim, além dos de Afrodite. Acionei a chave
do carro, o fazendo bipar no fim da enorme fila de veículos da garagem
dos Albertini. No fim, ele se manifestou, assim que abri a porta do carro e
Afrodite pulou para dentro animada, ele me segurou pelo pulso, me
fazendo virar de frente e ver seu rosto agora intimidado.
O grande Albertini teme perder alguém, muito irônico.

–Aonde vai? –A pergunta soou com uma reposta ao fundo, ele sabia, senti
que ele queria uma resposta diferente da óbvia, puxei meu pulso entrando
no veículo. –Não vá.

–Me deixe ir, Pietro.

–Por favor Bia, eu... não posso deixar que vá.

Encarei os olhos verdes angustiados dele, e meu coração se acelerou, ele


estava ali, na janela do meu carro, os olhos me implorando para ficar, mas
o que tinha aqui? O inferno das brigas, minha irmã sofrendo por minha
culpa, eu e ele lutando a todo o tempo como uma queda de braços.

Nada daquilo era o que eu sonhava quando jovem.

Nada daquilo era o que eu queria e desejava.

Eu sonhava com cartas, que custariam a chegar, palavras que carregariam


o

amor do escritor fazendo meu mundo se agitar ao meu redor enquanto eu


leria com ânsia as cartas.

Cartas. Eu as entregaria agora.

–Eu não amo você Pietro. Nunca amarei. Agora que estou grávida está
tudo acabado.

Seus lindos olhos esmeralda estavam torturados, se ele caiu em uma

armadilha do destino, essa armadilha se chamaria eu. Não tinha como


dizer mais nada, nem fazer nada. Pouco a pouco ele soltou os dedos da
janela do carro. E no fundo, algo em mim gritava que sim eu o amava, que
aquela a ideia inescrupulosa de meu pai havia se voltado contra os
Cesarin.

A arma que deveria destruir os Albertini havia se auto destruído.

Enquanto coloquei a chave na ignição, ele infiltrou uma de suas mãos para
minha nuca, fui puxada para seus lábios doces, que aceitei de bom grato,
me agarrei a ele, sua língua se enroscando na minha, era quente e eu
gostava, beijar ele era como estar de noite sentado na areia de uma praia
e você pode ver a lua tocando o mar lá longe, era a sensação da coisa
mais bela, do momento mais solene e perfeito. Aceitei os gritos de minha
mente para não desistir do plano original de minha familia, não agora que
cheguei tão perto. Eu não deixaria um sentimento me vencer.

O latido de Afrodite me despertou, o empurrei delicadamente abrindo o


portão.

–Eu amo você Bia. –A voz soou baixa e rouca, ele mordeu o lábio inferior e
abaixou o olhar.

Me sinto mal por isso, tem algo dentro de mim que clama por ele, que
implora para que eu saia do carro e volte para seus braços.

–Não faça isso comigo de novo.

- Não ponha ninguém atrás de mim dessa vez.

–Bia...
–Adeus Pietro. –Digo acelerando o carro. E o vulto do homem que
desperta algo em mim, que acredito que nunca entenderei. Fica para trás.

[...]

Itália, Roma

Terra Mia

Sentada na grama ao lado de Fabrizio e Afrodite, estou bebendo um suco


de laranja e observo os cavalos correrem dentro do cercado. O negro corre
até onde estamos e me encara com o rosto impassível de um vencedor,
Ventania relincha irritado me encarando. Ri junto com Fabrizio.

–Sente falta disso? –Ele pergunta apontando para o campo de hipismo.

–Muita.

–O que acha de irmos? Ventania sente sua falta.

–Sabe, me lembro da ultima vez que competi com ele nas olimpíadas.

–Parecia uma princesa, daquelas guerreiras. –Coro e abaixo o olhar para a


grama. –Agora parece uma rainha.

–Você é muito bobo. –Afrodite latiu para Ventania, que bateu as patas da
frente na grama. E estava iniciada a briga.

Ela correu até a cerca pulando para dentro, Ventania correu e ela correu
atrás. Fabrizio riu comigo me puxando para si. Estranhamente, me senti
desconfortável.

–O que foi Bia?


–Eu... não sei. –Resmungo me afastando um pouco.Claro que sabe Bia,
está apaixonada por um Albertini. –Me de um tempo, tudo está tão
diferente Fab.

–Tudo bem...

Olho para a enorme fazenda que meu pai me deu a alguns anos. A
enorme casa principal se estende atrás de nós, na nossa frente uma mata
que se abre para uma trilha onde apenas passam carros, do nosso lado
tem a área que meus cavalos ficam soltos, do outro lado uma enorme
plantação de uva.

Aquele lugar é como o pedaço do meu paraíso particular fora de minha


mente. Só faltava uma coisa para ser perfeito. Mas não consigo encontrar.
Volto a olhar Afrodite que agora era perseguida por Ventania e Açucena.

–Ela nunca aprende. –Resmunguei sorrindo, sempre me surpreendendo


ela pula o cercado para fora e se deita na minha frente. Acaricio as orelhas
dela que resmunga lindamente

–Acha que ele virá atrás de você quando? –Olho para Ventania que
relincha abaixando a cabeça.

–Eu pedi para que ele não viesse.

–Acha mesmo que o Albertini respeitaria sua vontade? –Suspiro apoiando


minha cabeça em meus joelhos, Afrodite me cutuca com a cabeça
resmungando.

–Não, mas posso ter esperanças. –Praticamente no mesmo momento meu


celular começa a tocar. Puxo de minha calça jeans e franzo a testa
encarando o nome brilhando na tela. –Só esperanças mesmo. –Resmungo
atendendo o celular. –Albertini?
–Bia... –A voz magoada fez meu coração se estilhaçar.

–O que quer? –Pergunto, sentindo meu peito se apertar.

–Eu... estava preocupado... volta para casa Bia, volte para mim. –Meu
corpo reagiu a suas palavras, se não tivesse me obrigado a permanecer
imóvel, teria corrido para ele.

–Estou bem Pietro.

–Me diga onde está, irei buscá–la agora mesmo.

–Não! Não quero que venha, nem que fique me ligando Albertini.

–Mas... Bia, eu sinto muito... Não faça isso conosco. –Antes que eu me
afundasse mais em um momento de fraqueza, desligo o celular o pondo no
chão.

–Vai voltar para ele? –Fabrizio tenta me segurar quando me levanto.

–Não Fab, quero caminhar um pouco, acho que irei pegar o Ventania e
sair por ai.

Sem esperar uma resposta corro até meu cavalo negro, abro a porteira e
ele sai me olhando desconfiado, passo meus dedos em suas orelhas até
seu nariz, Ventania esfrega a cabeça em minha mão.

A Ferrari preta emergiu da trilha, me sobressaltando, na placa estava


escrito Cesarin, Fab se levantou e veio até mim. Quando o carro parou
meu pai desceu, o olhar impassível.

–Bianca Maria Cesarin, espero ter um grande motivo para me fazer ter que
sair de casa e vir atrás de você.
–Papai estou grávida. –Ele arregalou os olhos, antes que dissesse algo eu
comecei a dizer. –E Isabel esta doente.

–O que tem ela?

–Ela seqüestrou Isabella, está me ameaçando de morte. –Papai franziu o


cenho, e encarou Fabrizio.

–E o que ele tem a ver com isso?

–Agora que ela está grávida não precisa mais ficar com o Albertini!

–Está enganado meu filho, é melhor para ela ficar com ele. –Os dois
trocam um olhar estranho. E meu pai me olhou irritado, o maldito plano.

–Não irei desistir dela Sandro!

–Bia volte para seu marido, é o melhor para você, acredite.

–Mas papai, agora tudo se resolveu, posso viver minha vida como Fab.

–Vocês não têm uma vida juntos Bianca!

–Eu ia me casar com Fabrizio se não fosse tudo isso. –Os dois me olham
chocados, percebo então que estou por fora de algo.

–Tem algo que eu não sei?

–O que? Claro que não Bia.

Antes que pudessem me impedir, rumo em direção a Ventania, que me


esperava alegre, Assim que monto, Afrodite ameaça se levantar.
–Afrodite fique! –Abaixando as orelhas para meu comando, ela voltou a se
sentar. Fabrizio tenta se aproximar de mim, mas puxo a crina de Ventania
que corre para longe.

Completamente alheia ao que incomodava meu pai sobre meu


relacionamento

com Fabrizio, cavalgo no meio dos cachos de uva, posso sentir o vento
bater em meu cabelo e ele é bem vindo, a sensação de estar livre.

O cheiro da minha fruta preferida era inebriante, Ventania amassava


algumas em quanto corria, fazendo o cheiro subir ainda mais.

Quando ele diminuiu a velocidade, finalmente abri os olhos.

Como de costuma dele, me levou para o enorme lago que ficava em uma
clareira. Assim que desci, caminhei até aonde a relva se transformava em
água azul e cristalina. Me sentando ali, encarei as ondas leves que o vento
criava e um arrepio tomou meu corpo. O verde que o azul formava com o
brilho do sol e a terra do fundo do lado, fez meu coração palpitar.

Os olhos verdes chorosos, vieram a minha mente, e de supetão faltou ar


em meus pulmões.

Tudo parecia ser tão complicado, e eu desejei que pudesse ser tudo
diferente, que eu o tivesse conhecido em uma balada, um show, talvez em
um café. E poderia ser tudo tão fácil como respirar, mas admitir que meu
pai fez o melhor por mim, admitir que estava errada sobre meus
sentimentos, isso eu nunca poderia fazer, nem desejava.

Tateando meus bolsos, percebi que esqueci meu celular na frente da casa,
abaixei a cabeça cabisbaixa.

Talvez fosse melhor assim.


Já que perto dele, eu não conseguiria concluir o plano de papai.

Eu jamais poderia destruir aquele homem, e ver sua queda de perto. Eu


agora sabia que cairia ao lado dele.

[...]

Itália, Roma

Casa dos Albertini

.Pietro.

Ela voltou para mim, para depois me fazer perder dois.

Sentado de frente para Geovane, que agora estava amarrado, eu quis


trucidá–lo, eu nem tive a chance de fazer um exame para saber se
realmente iríamos ter um bebe, antes daquela bomba explodir em minhas
mãos.

Bebendo aquele que seria talvez meu quarto ou vigésimo copo de Whisky,
eu o
encarava. Meu irmão, tremia sob meu olhar, inclusive a mocinha que ele
trouxera consigo. A garota estava encolhida em um canto, Anúbis a
observando curioso, a única vez que o vi levantar a cabeça desde três dias
atrás. Estava sendo tão egoísta, que não percebi que meu melhor amigo
estava apaixonado, e a ausência de Afrodite o fazia tão mal quanto a de
Bia para mim.

Observo a menina, que talvez seja minha chave para fazer Geovane abrir
a boca. Mas logo sou travado, se parecia tanto com Bia! O cabelo era
castanho, longo e formava ondas, era pequena e branca como uma
bonequinha de porcelana, tinha bochechas vermelhas e me olhava, os
olhos castanho chocolate ardendo em mim.

Não seja um bebezão Albertini! Faça o que for preciso para resolver isso.

–Ótimo Geovane, não vai abrir a boca? –Ele sorriu torto para mim, sorri
internamente.

–Me tragam a garota. –Resmunguei virando o resto do copo na boca.


Geovane travou o maxilar me encarando. –Thomas, encha o copo.

–Pietro... Não acha que bebeu de mais? –Encarei meu primo de uma
maneira que faria até um zumbi me obedecer. Encheu o copo de Whisky,
ainda havia gelo então o dispensei.

A garota, era do tamanho de Bia, se vestia como Bia, tinha um olhar


ameaçador assim como Bia.

Vi–me estremecer sob os olhos castanhos dela, que agora, era segurada
por

Enzo e Thomas.
–Qual o seu nome garota? –Ela me encarou feio, eu já estava tocando o
foda–se, pouco me importava se seria rude ou não, já não conseguia a
distinguir de Bia nem Bia dela. –Se não responder, será a minha diversão
e dos dois homens que a seguram. –A garota arregalou os olhos e virou
para Geovane, que me encarava furioso.

–Alice Bernini! –Ela resmungou, estaquei encarando Geovane.

Como se não me bastasse.

Depois de engravidar uma Cesarin, resolve roubar a filha do maior mafioso


da

Sicilia.

–Geovane seu grande idiota! Como que você faz isso conosco? –Enzo
rosna se virando para ele, os olhos verdes de Geovane ainda estão me
encarando, e eu desejo socar a cara dele.

–Como eu faço isso com vocês? Como nossos pais fizeram isso comigo!

–O Bernini deve estar revirando a Sicilia atrás da filha dele, você tem
noção do que acontecerá se eles se juntarem aos Cesarin? É o nosso fim
seu animal! –Thomas grunhiu soltando o braço da garota, antes que eu
pudesse dizer algo, ele desferiu um murro bem dado no nariz do meu
irmão, infelizmente o sangue esguichou em minha mesa.

Meu irmão fez uma careta de dor, abriu os olhos ainda me olhando.

–Deixe a menina Enzo. –Ele a soltou, ela cambaleou e caiu em cima de


mim. A segurei em meus braços, e ela suspirou em contato com a minha
pele.
–Solte–a Pietro! Agora! –Revirei os olhos e me sentei na minha cadeira,
trazendo a garota para o braço dela. Minha mão em sua cintura esbelta,
como a de Bia. –Solte a minha noiva!

–O que nossos pais fizeram com você Geovane? Além de darem uma
ótima vida e dinheiro para suas farras, que tem me custado muito.

–Esconderam a verdade! Me fizeram acreditar que não podia herdar os


negócios da familia.

Franzo o cenho.

O que essa toupeira estava falando agora?

–Do que está falando Geovane? –Enzo pergunta irritado. Alice permanecia
rígida ao meu lado, e mesmo assim eu teimava em acariciar a cintura dela.
Tão macia, me lembra alguém...

–Pietro e você são adotados!

E dessa vez, o murro foi na boca dele, e quem deu fui eu. Quebrei dois
dentes dele, e seus lábios sangraram abundantemente.

–Já chega dessa idiotice! Vou acabar com você Geovane. –Rosnei em
quanto me levantava e caminhava até ele, peguei a adaga que Bia deixou
em cima da mesa, cortando as fitas que o prendia. Puxando o idiota pelo
colarinho.

–Pietro não faça nada com ele! –Enzo segura meu pulso, minha mão
segurava a adaga em seu pescoço. –Talvez seja verdade.

Encaro ele sem acreditar no que ouço. Solto o rapazola na cadeira, e em


uma mania que eu tentava controlar, puxo meu cabelo irritado.
–Tem razão, mas você nunca foi merecedor dos negócios da familia! É
preciso ser homem para cuidar disso e você é só um moleque Geovane!
Em apenas um dia, você me fez perder minha esposa e meu filho.

–Era para ela ser minha! Eu sou o único Albertini verdadeiro.

E então, juntando toda a merda para atirar no ventilador, a minha raiva de


Geovane, desconfiança pelo que ele disse, e agora o ciúme de minha
esposa. Tomei Alice nos braços, que se assustou arregalando os olhos
castanhos. Não a senti se retesar ou me empurrar. E então, colei meus
lábios nos dela.

O sabor doce de sua boca, fez minha mente já nublada pela bebida, se
agitar mais. E então eu beijava Bia. Suas mãos pequenas segurando em
minha nuca, ao longe ouço um rosnado de Geovane, quase que
parecendo um animal.

E me sinto inteiro.

Quase que completo.

Capítulo 12 - A filha do Bernini

Capítulo 12 – A filha do Bernini

Itália

Fazenda

Bia
Em quanto eu caminhava pelo campo, com Ventania a tira colo e
Afrodite que o seguia, pensavam em como podia arrumar tamanha
confusão na qual eu me metera.

Um casamento arranjado.

Um suposto filho do marido arranjado.

Fabrizio fazendo de tudo para me ter de volta.

E meu pai agindo muito estranhamente.

Patrick me esperava próximo a alguns alvos atrás da grande casa.


Assim que me aproximei com a espingarda que carregava, ele me olhou
de cima a baixo.

O encarei irritada, o homem praticamente me comendo com os


olhos.

-Já pode tirar os olhos de mim Patrick. –Resmunguei mirando


minha espingarda nele, o vi estremecer e correr até o meu lado. –Apenas
testando.

-Você tem uma reunião com o Bernini hoje. –Me disse o instrutor,
Patrick me dera aulas de tiro desde o internato, era um homem baixinho e
gorducho, tinha olhos puxados e uma calvície já avançada. –Sugiro que vá
armada.

-O que houve?

-Não sei, apenas desconfio que não seja algo bom.

Virei-me para os cinco alvos que se estendiam um mais longe que


o outro. Caminhando até o primeiro, reparei que havia cinco cestas com
uma bala em cada. Sorri.
-Não deve demorar mais que cinco segundos para atirar em cada
alvo. –Ouvi a voz de Patrick em quanto mirava o primeiro.

Como um tiro, caminhei até o segundo, recarregando a espingarda


e dando outro. Assim sequencialmente, até parar do lado de Patrick
novamente, para ver o resultado.

O encarei chocada, o mesmo choque eu pude enxergar em seus


olhos.

-Isso nunca aconteceu com você Bia, está bem?

Aparentemente eu realmente não estava.

Nos três primeiros alvos, o buraco do meu tiro estava tão longe do
centro vermelho, como nunca havia ocorrido antes, nos dois últimos ele
nem estava ali.

-Eu... Não sei. –Admiti encostando em Ventania que permanecia


ao meu lado. Uma vertigem de puro terror me tomou.

-Se vai encontrar Giuseppe, leve uma arma mais leve. –Patrick
disse anotando algo em seu caderninho. –Preciso ir, minha mulher vai ter
bebê.

-A vontade. –Quando me virei para ele, Patrick me encarava com


os olhos arregalados.

-A vontade?

-Suma da minha frente Patrick! –Rosnei, ele sorriu o olhar analitico,


depois de alguns segundos saiu em direção a casa.

Encarando os alvos, com a espingarda pesando mais que o normal


em meu braço, tive medo do que aquilo podia significar.
Que eu não entre em nenhuma briga.

Ainda tentava treinar meu tiro, sem sucesso.

A cada tiro que dava conseguia piorar a situação.

Completamente estressada puxei meus cabelos, que agora estava


todo arrepiado e frizzado. Mais uma vez mirei o alvo, tentando respirar
fundo antes de aperta o gatilho.

Um bando de pássaros voou e um caiu na frente do alvo. Coloquei


a mão na boca horrorizada, Afrodite correu até a ave branca que estava
morta no chão. Cheirou e me olhou em seguida.

-Oh meu Deus! –Me escutei dizer totalmente atordoada.

-Bia? –A voz de meu pai apareceu atrás de mim. Quando me virei


ele me encarava risonho. –Nunca a vi errar um tiro.

-Nem eu.

-Tem algo a incomodando filha?

-Para falar a verdade, não sei. –Admiti, papai uniu as sobrancelhas


achando estranho eu dar uma resposta daquela, para ele eu sempre dizia
que estava ótima.

-Quer conversar?

-Não. –O vi suspirar aliviado por eu não querer me abrir.

-Tenho algo para lhe dizer. –Papai se aproximou de mim e sentou


na grama ao meu lado. Sentei-me junto a ele o olhando. A espingarda
momentaneamente esquecida no chão. –Quero que me prometa algo Bia.
Meu olhar se escureceu, ele me escondia algo.

-Fale.

-Não importa quem seja a pessoa, sempre desconfie.

Algo muito grande.

-Sandro, tem algo que deseja me dizer?

Ele me deu um sorriso cansado, e negou com a cabeça, sua mão


acariciou meu cabelo que estava cheio de nós agora.

-Faz anos que não a vejo com cabelo assim. –Riu quando o olhei
feio. –Ei não me olhe assim, não sou eu que estou bloqueando sua
eficácia em tiro.

Encarei os alvos, um bico se formando em minha boca, eu


estranhamente queria chorar de raiva. Afrodite caminhava até nós com o
pássaro na boca, meu sangue começou a borbulhar.

-Nossa o que houve com aquele pássaro? –Papai franziu o cenho


o encarando, quando Afrodite o soltou em nossa frente.

-Afrodite! Sua grande vaca! –Rosnei, ela se sentou com a língua


para o lado, como um sorriso.

Um grande e malicioso sorriso.

-Deus Bianca, ele tem um furo de bala. –Ele me encarou chocado


remexendo no corpo pequeno do pássaro.

-Eu... não foi proposital.

-Deus do céu menina! Está precisando voltar para o internato.


-Com certeza seria ótimo, ia ser a noticia da máfia. Bianca Cesarin
na flor da juventude de volta ao internato por não saber atirar.

Sandro riu se levantando, me ofereceu a mão e de bom grato a


peguei me levantando.

-Você sabe atirar, só está incomodada com algo. Ou alguém...

Antes que eu pudesse testar papai como alvo, ele entrou dentro da
casa.

Minha mente estava toda bagunçada, não sei se por que teria que
encarar Pietro, ou pela minha falta de pericia em tiros. Enquanto eu saltava
um obstáculo com Ventania. Que ao tocar as patas dianteiras no chão
parou.

Ele encarava Açucena, a égua castanho mel que eu havia ganhado


de mamãe a alguns anos, Ela balançava a enorme crina bege. Vi chocada
Ventania se aproximar dela. Comigo ainda em cima dele.

Depois de tanto tempo sem treinar. Não podia por que ele estava
apaixonado.

-Ventania! Não ouse! –Dando pequenos chutes em seu peito para


o lado contrario. Ele balançou a cabeça ainda se aproximando dela. Que o
olhou descrente e virou a cabeça galopando para o outro lado. Ele abaixou
a cabeça e eu comecei a gargalhar. –Bem feito!

Visivelmente chateado, Ventania virou em direção a outro


obstáculo, começando uma corrida eu quase cai, me agarrei à cela assim
que ele pulou.

O amor parecia estar por todos os lados ao meu redor.


E isso me fez ficar ainda mais estranha.

Ventania estava incrivelmente em forma, não errou um pulo,


sempre dobrava as patas perfeitamente antes de cada salto, me enchendo
de orgulho.

Após ser rejeitado por Açucena, havia ficado mais atento ao nosso
treino, esse que durou horas a fim, pois minha coragem de deixar a
fazenda era mínima, não desejava encontrar o Bernini, não desejava
encontrar Pietro.

Eu ainda vestia o mesmo shorts jeans e a mesma regata da


manhã. Agora montada eu tirara as botas de couro marrom. Sempre
preferi andar a cavalo descalça.

Em certo momento, Ventania pulou a cerca do campo, se


encaminhando até o nosso lago. Em cima dele, deitei a cabeça em seu
pescoço, um cansaço me abatera juntamente com a enorme sensação de
incapacidade.

Quando ele bufou chamando minha atenção, levantei a cabeça


encarando um Fabrizio sorridente que se encontrava dentro da água verde
do lago.

Um verde vivo que me lembrava algo

E eu tentava ignorar a lembrança do dono daquele verde e de um


sorriso torto que fazia meu coração se acelerar.

Fabrizio inconscientemente acabava de me mostrar algo que eu


tentava fugir.

-Entra comigo Bela Mia? –Perguntou sorridente. Uma aversão


estranha surgiu dentro de mim.
-Preciso ir, tenho um encontro com Giuseppe Bernini. –Os olhos
dele se arregalaram para mim, um conhecido terror quando aquele nome
era pronunciado.

[...]

Italia, Roma

Salão Bernini

Quando parei meu carro na frente do enorme castelo Bernini, senti


um arrepio estranho passar por minha espinha.

Com a respiração entre cortada, peguei a pistola que tinha trazido


no porta luvas. Alisei o nome de Pietro no cano prateado da Magnum
Deset Eagle, Afrodite que teimara em vir junto comigo estava sentada no
banco do passageiro me olhando com um olhar de espero que não precise
usar essa arma.

Em quanto colocava cinco balas dentro dela, desejei que realmente


não precisasse usa-la, pela primeira vez em minha vida, desde que
ganhara minha primeira arma, eu desejei não atirar.

Com o clique da ultima bala colocada dentro dela, a acomodei no


meio de minhas pernas, sob o tubinho preto que eu usava. Tinha uma liga
preta colocada ali especialmente para isso.

Quando desci do carro, senti a leve pressão dela em minha buceta.


Afrodite desceu atrás de mim.

De fora o castelo parecia um palácio de um rei, o nome Bernini


estava escrito em letras arcaicas sob a porta de madeira principal, o
palácio era feito com pedras, o que me surpreendeu, parecia ter sido
construído séculos atrás. As flores por toda a parte dos muros aumentava
o ar majestoso dele.
Antes que eu batesse na porta ela foi aberta. Uma jovem branca
quase que translúcida pequena e de cabelo castanho liso cortado na altura
dos ombros me olhava sorrindo.

-Bianca Albertini? Só faltava você! Sou Laurie lhe acompanharei


até o salão.

Não demonstrei educação alguma, entrando em silencio na sala de


estar do castelo, o chão era quadriculado em preto e branco e reluzia
completamente limpo. Laurie me guiou para a enorme escada com tapete
vermelho nos degraus. Subindo ao lado dela e Afrodite que batia as patas
no chão com uma força estranhamente anormal.

Uma porta carmim foi aberta e minha bebê correu para dentro sem
qualquer permissão, a encarei chocada correr até um Pietro que não tirava
os olhos verdes de mim.

Demorei para notar que tinha mais pessoas na sala, Afrodite se


levantou nas patas traseiras abanando o rabo para ele, que acariciou a
cabeça dela.

-Uhm, Bianca Albertini Senhor Bernini. –A voz de Laurie me fez


olhar para o redor. O homem se aproximou de mim sorridente, o cabelo
era negro cortado bem curto, os olhos eram castanho com um vermelho ao
fundo que me deixou curiosa pelo brilho, ele era majestoso, Giuseppe
Bernini. Como um rei tomou minha mão e a levou aos lábios.

-Absolutamente linda Senhorita Cesarin. –Lhe dei meu melhor


sorriso entrando no enorme salão. A porta foi fechada atrás de mim. –É um
prazer finalmente lhe conhecer. –Os olhos cobiçosos me deixou ainda
mais irritada.

-Não posso dizer o mesmo Senhor Bernini, qual o assunto tão sério
que precisava de minha presença e a do Senhor Albertini no mesmo
ambiente? –Resmunguei, Pietro se aproximou de mim, o olhar perigoso.
Sua mão tomou minha cintura demonstrando uma posse. Uma posse que
admito, gostei muito.

-Senhorita Cesarin...

-Senhora Albertini! –Rosnou meu marido para ele. Vestido


estranhamente com um terno azul, Pietro estava ainda mais belo que o
normal. Meus olhos se voltaram para ele, só então percebendo que
Giuseppe estava me tratando como solteira, e ele não estava gostando
nada disso.

-Bom, Bianca, creio que está com algo que me pertence. –Olhei
com a testa franzida para Giuseppe.

Que o pertence?

-Bia precisamos conversar. –Pietro sussurrou, me fazendo o


empurrar.

-Calado. –Rosnei olhando ao redor, no enorme salão estávamos,


eu, Pietro, Giuseppe e um homem alto e com os mesmo traços do Bernini,
inclusive o olho com um vermelho bem escondido ao fundo. –Do que esta
falando Giuseppe?

-Do que você tem escondido de mim.

-Bia...

-Cale a boca Pietro! Eu não tenho nada Senhor Bernini.

-Está mentindo para mim? –O homem rosnou dando um passo em


minha direção, empinei o nariz para ele.

-Não estou! Não tenho nada escondido.


-Ela esta comigo Giuseppe.

Eu e o Bernini encaramos Pietro, nos olhos de Giuseppe um alivio


que o fez inclusive suspirar. Meus olhos arderam.

-O que disse?

-Ela esta comigo Bia.

-Ela quem Albertini? –Talvez meus olhos semicerrados e minha


narina que se alargava deram a Pietro a pista de que eu estava muito
nervosa.

-É... Você sabe por que estamos aqui? –Perguntou sorrindo


amarelo.

Eu o mataria.

-Quem é que está com você? Não mude de assunto seu grande
quadrúpede! –Uma risada ao fundo foi ignorada pela minha mente, que só
conseguia me mostrar imagens de como torturar Pietro. –Eu saio de casa
e você já busca outra mulher?

-Espero que não tenha feito isso, com Alice. –Giuseppe voltara a
falar, novamente com o olhar obscuro.

-E quem é essa? –Rosnei.

-Minha filha.

-Está me traindo com a filha do Bernini?

Os olhos de Giuseppe, assim como o do homem que estava em


silencio se arregalaram e voltaram para Pietro, que engoliu em seco
passando os dedos no cabelo.
-Bia! Para de falar merda caralho!

-Está transando com a minha filhinha Albertini?

-Claro que não Giuseppe, eu sou casado e muito bem casado,


diga-se de passagem. –Antes que eu pudesse dar uma resposta para
Pietro eu reparei duas coisas.

A primeira, eu estava falando aquilo na frente do pai da menina. E


esse pai era Giuseppe Bernini a pessoa mais perigosa depois de mim.

A segunda, muito bem casado?

Giuseppe me olhou com um sorriso malicioso.

-Com certeza concordo com a ultima parte Albertini, mas agora eu


quero minha menininha.

Meu marido arregalou os olhos, epa.

-Onde ela esta Pietro? –A voz do rapaz que mantinha silencio até
agora soou.

-Luigi, ela fugiu com Geovanne.

Oh

Meu

Deus

Giuseppe Bernini, se moveu calmamente, até a mesa. E eu soube


que ele estava tendo uma vertigem.
-O que disse? Como que ela pode fugir se estava com você a
segundos atrás.

-Giuseppe eu sinto muito. Prometo resolver isso o mais rápido


possível.

-É bom que resolva Albertini. –Luigi disse se aproximando


perigosamente. –E enquanto resolve, vamos ficar com sua esposa.

Um sorriso se formou em meus lábios.

O idiota acreditava que eu faria o papel da donzela em perigo?

Giuseppe encarou o rapaz, o olhar se endurecendo, ele


definitivamente sabia que eu jamais faria esse papel.

Quando o imbecil estava a um palmo de distancia de mim, Pietro


empurrou ele pelo peito. E em um soco o sangue respingou da boca de
Pietro.

-Você vem comigo. –O homem resmungou me puxando, enquanto


Pietro limpava o sangue da boca.

Com um chute no meio das pernas, Luigi caiu no chão aos meus
pés. Apertei meu salto na coluna dele e ele gemeu. Agachei-me a tempo
de puxar minha arma e encostar na cabeça dele, enquanto me sentava
nas costas dele segurando um dos braços.

-Eu não sou a princesinha dessa tal de Alice que aparentemente


não sabe lutar Luigi. –Rosnei largando a arma e puxando o pescoço dele
para meu antebraço segurando o braço com o outro. Ele engasgou
parando de se mexer. –Se tocar em mim mais uma vez, eu não o deixarei
sair inteiro.
Quando soltei a cabeça dele, o nariz bateu no chão. Puxei minha
arma do chão me levantando de frente para Giuseppe, que assistia tudo
com um sorriso no rosto.

-É uma ótima lutadora Senhorita Cesarin. Seria ótimo ter você na


familia Bernini.

-Vai sonhando Giuseppe, vou trazer sua filha de volta. E você nos
deixa em paz, apenas nos veremos para questões de negócios.

-Isso é um negócio... Bianca. –Meu nome foi murmurado com um


pequeno gemido ao final. O olhei ameaçadoramente. Com um ultimo chute
no imbecil do Luigi me virei para a porta.

-Venha Afrodite.

[...]

-Se tivesse me contado, não estaria machucado. –Ralhava com


Pietro passando uma gaze em seu lábio, os dentes brancos sujos de
sangue. Minha boca salivou pelo beijo dele.

Agora não Bia.

-Você não estava querendo me ouvir Bianca.

-Vai me chamar pelo nome completo agora?

-Ele estava flertando com você.

-Não é como se eu tivesse fazendo o mesmo com ele Pietro, faça o


favor. –Ele lambeu os dentes e os últimos resquícios de sangue sumiram.

-Não gostei daquilo.


-Nem eu de ter uma Bernini em sua casa.

Ele sorriu, eu bufei. Levei Pietro para a fazenda depois do desastre


no castelo Bernini, Fabrizio não estava mais lá, ainda bem eu
definitivamente não queria ver uma rixa entre os dois, era apenass eu e
ele. Agora em um quarto de hospedes eu terminava limpar o sangue.

O olhar dele era estranhamente sereno. Sua mão subiu pela minha
cintura, e meu corpo relaxou, uma tranqüilidade que me deixou mole.

Segurando minha nuca e me puxando pela cintura para seu colo.


Pietro me beijou, aproveitei bem aquele momento. Enquanto nossas
línguas se enrolavam, acariciei seus cabelos, descendo pelo seu pescoço,
até suas costas, aonde encontrei a barra da camisa que arranquei
rapidamente.

As mãos quentes dele estavam nas minhas costas. E em um


rasgão meu vestido foi jogado no chão.

Quando pensei em reclamar, ele girou nossos corpos para a cama,


ficando por cima de mim. Gemeu olhando minha lingerie. Era preta
rendada com fitas roxas. Puxou a lateral da minúscula calcinha.

-Como ousou bater no Luigi usando apenas isso por baixo daquela
coisa minúscula? –Resmungou sobre minha roupa.

-Ele tocou em mim! E o machucou.

-E desde quando você liga para o que acontece comigo Cesarin? –


Retrucou puxando o elástico da calcinha e o soltando, com um estalo ele
bateu em minha carne me fazendo gemer de dor.

-Desde que me casei com você.


Ele fechou os olhos ao ouvir aquilo, como se fosse sua melodia
favorita. Quando os abriu o fogo ardia ao fundo do verde intenso de seus
olhos. Primeiro ele puxou o liga preta de minha coxa pela minha perna,
olhando em meus olhos intensamente. Permiti-me ficar a sua mercê, suas
mãos tocaram meu corpo como se fosse uma reverencia, o calor se
alastrando pela minha pele.

Com um puxão ele estourou minha calcinha. E a jogou longe, nem


pensei em reclamar, seus lábios passearam pelo meu ventre molhados, e
então beijou minha virilha fazendo meu corpo se esquentar mais ainda ali.

-Me perdoe, mas não posso aguardar mais. –Assenti, eu também


não podia. Pietro nem perdeu tempo com meu sutiã, eu agradeci
internamente por isso.

Em uma arremetida ele estava inteiro dentro de mim, gemi de dor e


ele de prazer.

-Puta que pariu! –Minha voz saiu entrecortada, pude sentir minha
boceta babar mais em volta a ele, agora estava inteiramente pronta.

Aquilo foi rápido, eu necessitava e ele também, tão intensamente


quanto eu. Minutos depois quando gozamos, ele caiu do meu lado suado
com a respiração aos arquejos.

-Não faça mais isso comigo. –A voz era baixa e ameaçadora, eu


assenti me virando para seus olhos verdes, eu percebi o quanto o verde do
lago parecia com aqueles olhos.

Assenti para ele de novo, não queria mais ficar longe dele,
fechando meus olhos e me colando ao seu corpo forte.
Curiosidades de Filhos da Máfia
Oi oi pessoinhas felizes!

Tudo bom?

Não gente não é um capítulo da história favorita de vocês!

É mais um ~Tire nossa dúvida Glauce~

Já vi algumas de minhas escritoras(res) favoritas(os) aqui do wattpad


fazendo um capítulo como esse. E já que estamos prestes a colocar as
cabeças no buraco sombrio das mentiras que envolvem as três famílias
mais poderosas da Itália e Sicilia.

Bora sanar algumas dúvidas!

Eu posto essa história em três sites, e esse é um dos que estão mais
atrasados. Você deve estar se questionando, o porquê disso.

Bom, vamos lá.

Para começar, aqui eu posto com um ar mais... Profissional (?)

Creio que essa seja a palavra certa. E por isso demoro mais para postar
aqui.

Então, em outros sites tem algumas dúvidas dos leitores que gostaria de
responder aqui, caso alguém ai tenha a mesma dúvida.

Por fim! Aqui vamos nós!

1 - Por que a Bianca não é derretida de amores pelo Pietro?


Gente, por incrível que pareça, o fato da Bianca não demonstrar tanto o
amor dela pelo Pitero como o contrário, é algo que eu me obrigo a fazer,
sim é de caso pensado.

Você deve me odiar, e querer quebrar o barraco comigo. Mas eu tenho


motivos fortes.

Para começar, busque uma história sobre máfia, desde livros famosos ou
filmes. E veja algo.

Existe uma mulher tão respeitada quanto a Bianca?

Claro que não, a máfia Italiana e as pessoas que escrevem sobre ela,
diminuem pela metade ou até ao minimo possivel, a participação das
mulheres nos negócios.

Por que sempre é o homem o mais respeitado? Por que uma mulher não
pode causar medo tanto ou até mais que um al capone causa?

E por que, sempre tem que ser a mulher a demonstrar mais afeto que o
homem?

Em livros é nitido isso, a mulher sempre se derrete antes (salvo poucas


exeções), definitivamente não é o caso de nenhum livro meu. E por isso
muitos leitores me abandonam antes da história acabar.

A Bianca ama sim o Pietro, mas ela tem o jeito dela de durona, coisa que o
Pietro mesmo sendo o chefe dos Albertini não tem e eu repito nunca teve.
Ele é durão mas não é uma pedra como a Bianca.

2 - Por que raios de cristo a Bianca teima em fugir do Pietro?


HAHAHA essa é de longe, a pergunta que mais me fazem, e que mais me
rende dor de cabeça. O tanto que me ameaçam é inacreditavel.

A Bianca como eu disse é muito durona. Agora vamos lá meu amado


leitor. Pense em você, sendo alguém poderoso, que pode distruir negócios
de gerações em minutos, de repente se ve obrigado a casar com um
homem que deveria odiar por ser inimigo declarado da sua familia
(lembrando que na máfia a família é tudo!) e então, como se nada tivesse
acontecido, você vai para a cama com ele na lua de mel, depois de ter
deixado para trás um noivo e um trato que você tem com o seu pai, aquele
que te ensinou que a família é tudo, e por fim, como se não bastasse, está
total e completamente caida por seu maior inimigo (ao menos na cabeça
dela).

Ela está com medo, está assustada e é natural afinal, mesmo ela sendo
Bianca Cesarin ela ainda é um ser humano!

3 - O que a Andrea tanto esconde?

Essa pergunta é muito engraçada na verdade, por que sério é a minha


maior canalhisse da história inteira!

Esse segredo da tal "mãe exemplar" e "mulher excepcional", vai abalar o


mundo de Filhos da Máfia como nada anteriormente (e olha que muitas
merdas ocorreram).

Fiquem de olho na Andrea.

4 - Quem são os pais dos Albertini afinal?


Com a última pergunta que responderei por enquanto haha, eu encerro
nosso pequeno bate papo.

Então pessoal lindo. Muita gente quer meu pescoço por essa resposta.

Afinal temos; Enzo, Geovane e Pietro.

Com a paternidade um tanto quanto obscura.

Geovane se diz o único Albertini puro, eu disse sim que ele SE DIZ.

Enzo e Pietro ja sabem que são adotados.

No entanto, a paternidade do Pietro é o que mais incomodam os leitores.

ALERTA DE SPOILER

Nos próximos capítulos, Pietro vai conversar com a Andrea, um tanto


quanto irritado para saber quem de fato são os pais dele, e ela vai deixar
claro que, embora ele não seja filho de Matteo, ele é parente dela.

OMG será um irmão?

tio?

primo?

Essa eu deixo com vocês :3

Beijões! Espero ter acalmado alguns corações por ai! HAHA

<3
Capítulo 13 - Alice Bernini

Capítulo 13 – Alice Bernini

Italia

Casa dos Albertini

Assim que entramos pela porta principal, encontramos Enzo e Thomas


junto com uma Isabella ondulante de tremores a me ver.

Mas eu não teria medo de mim, não com a cara que Pietro fazia para ela.
Resolvi que não diria nada no momento em que assisti Pietro avançar para
cima da mulher.

Isabella tremeu ainda mais quando viu meu marido a sua frente, em sua
pose que exala poder e força.

–Pietro não olhe assim para ela! –Enzo grunhiu, o irmão quase o fritou
com o olhar.

–Cale a boca! É tudo culpa dessa vadia!

–Pie..tro! –Ela soluçou o olhando chocada.

–É uma espiã dos Cesarin! Eu sempre achei algo estranho em você!

–Eu não sou... Mas Bia é uma Cesarin.

–Mas é uma Cesarin casada comigo!


–Pietro! Da um tempo cara.

–Enzo se não calar a boca eu vou...

–Fazer o que? Beijar ela igual fez com Alice?

Minha primeira reação foi dar um passo para trás, com a raiva que ouvi
naquelas palavras. Enzo encarava Pietro de frente. Mas foi apenas meu
marido virar o rosto para ele, que Enzo abaixou a cabeça, dando um passo
para trás, a fim de ficar ao lado de Thomas, que nesse momento me
encarava.

A segunda reação que tive foi dar contados três passos para frente,
ficando a uma distancia de um braço de Pietro, ele ainda não havia
percebido que eu tinha ouvido tudo. Mas foi o tapa que dei em sua cabeça,
o qual precisei me esticar muito para conseguir, que o fez virar para mim e
então os olhos faiscaram de perigoso para perigo a vista.

–Bia... Eu... Isso não é... Eu tava bêbado.

–VOCÊ DISSE PARA MIM QUE NÃO TINHA TOCADO NA GAROTA


ALBERTINI SEU MALDITO. –Rosnei sentindo meus olhos se enxerem de
água.

–Mas, é que ela... parecia você.

–E O QUE ISSO TEM A VER?

–Era como se você estivesse comigo Bia.

–Isso não justifica nada Albertini!

–Não me chame assim, você também é uma Albertini.

–POIS EU QUERO O DIVÓRCIO!


–E eu não darei! –O encarei com meus olhos o fuzilando, quando fechei o
punho para socá-lo pude ver Geovanne entrando pela porta da cozinha,
pelo reflexo da geladeira de inox, com uma garota atrás.

Minha mão foi ao meu lábio horrorizada. Pequena como eu, com cabelo
castanho e ondulado como os meus, uma imagem de Isabel loira rompeu
minha mente, e então eles chegaram até a sala, a garota me olhou com os
meus olhos castanhos.

Nós duas ficamos esticas nos encarando.

E de repente me vi contando mentalmente minha idade, a de Isabel e a de


minha mãe. Junto com o tempo em que ela ficou na Sicilia trabalhando
para a familia de seu pai.

E mais uma vez eu contei.

Em meio a minha confusão, a sala que ficou em silencio encarando uma a


outra. Pietro se virou para ver o motivo do silencio e de por que eu tinha
ficado com o rosto em completo horror.

–Alice? Seu pai a quer de volta, onde estava?

–Não... Não vou dar ela para ele. –Respondi tentando firmar minha voz.

–Mas Bia, ele vai acabar com a gente! É um Bernini.

–O que aquele homem fez com você? –Alice abaixou o olhar com minha
pergunta corando. –Ele não é seu pai não é?

Mais uma vez o silencio.

Quando ela levantou os meus olhos castanhos estavam marejados.


–Ele mandou nunca negar que era. –Meu coração se apertou. Olhei para
Geovanne do lado dela, e ele me encarava com um rosto de pena.

–Vou matá-lo!

–Bia! Ela não é problema nosso, não quero me envolver em uma briga
desnecessária, já basta a sua irmã me trazendo problemas...

–Tem razão Albertini, ela não é problema SEU, logo não precisa se
envolver.

–Bia! Da para parar de ficar na defensiva? –Ele gritou, meu coração


palpitou.

Como uma luz eu finalmente pude enxergar tudo o que fiz.

Por que eu continuava dificultando as coisas?

–Me desculpe Pietro.

Meu marido arregalou os olhos, pelo canto de olho pude ver todo mundo
ali fazer o mesmo. Com os dedos de umas das mãos se podia contar
quantas vezes na minha vida eu havia dito aquelas palavras.

–Eu, fiquei com ciúmes.

E mais uma vez me olharam surpresos e os olhos arregalados pela frase


anterior, ficaram ainda mais com essa.

–Eu sinto muito. –Murmurei para ele corando e abaixando o olhar. –Eu não
quero divórcio. Eu... realmente gosto de você.

–Está tudo bem minha rainha. –Meu marido chamou minha atenção
acariciando minha bochecha vermelha, que ficava quente sob sua mão.
–Talvez sejam os hormônios. –Isabella falou atrás de Pietro. –Já fez o
exame?

Neguei com a cabeça, no meio de todas essas explosões nem tive tempo
de verificar essa gravidez, só então percebi que eu tinha feito algo muito
errado.

Arregalei os olhos lembrando de mim pulando os obstáculos de hipismo


com Ventania. Minha mão se caminhou até meu ventre.

–O que houve? –Meu marido chamou minha atenção, fazendo eu o olhar


assustada.

–Talvez eu... sabe eu fiz algo... que não devia.

–O que?

–Bom eu era amazona sabe, e eu estava lá na fazenda, e o Ventania meu


cavalo estava La também...

–Continue Bianca.

–Eu... não me chame assim Pietro, eu não fiz de propósito.

–O que você não fez de propósito?

–Eu meio que, talvez eu tenha. –Respirei fundo o olhando nos olhos. –Eu
treinei com ele.

Ele continuou me encarando sério por alguns segundos. Antes de


semicerrar os olhos, e os rolar para o lado direito, em um olhar ameaçador.

–Enzo?

–Sim chefe.
–Cuide de Alice, e da sua mulher.

–Claro.

–Thomas?

–Sim chefe?

–Fique de olho no Geovanne, se acontecer algum problema me ligue.

–Claro chefe.

–Pai?

–Sim Pietro?

–Você está no comando por umas horas.

Umas horas?

–Pietro o que você...

–Você Bianca, vem comigo e é bom ficar quieta.

Não ousei dizer uma única palavra.

Itália

Hospital Geral Romano


–Foi isso que mamãe me disse certa vez. –Pietro me ouvia atento, e então
assentiu, o olhar impassível e pensativo. –E hoje de manhã meu pai
estava muito estranho Pietro! Ele disse algo sobre sempre desconfiar.

–Talvez ele não tenha se referido a isso.

–Mas se é para sempre desconfiar, ele deveria pensar que eu desconfiaria


de tudo.

–Eu sei Bia, mas cara isso é tão fodido, você sabe o que o Bernini vai
fazer conosco se não tiver ela de volta não sabe?

Minha mente acabou se escurecendo quando me lembrei do motivo da


nossa ultima discussão.

–Você a beijou?

Ele me encarou com a boca aberta em um O, acabei por não entender o


choque dele. Eu não me esqueceria dessa história tão cedo.

–Olha, eu estava bêbado, tinha acabado de brigar com Geovanne e


descobrir que não sou um Albertini.

–Que você não é o que?

–Eu não sou filho do Mateo, sou adotado.

–Mas você não era o único filho deles? O único legitimo.

–Não... Andrea me disse algo sobre eu ser um Antoneli.

–Então você tem uma ligação com ela? –Resmunguei, afinal Antoneli era o
sobrenome de solteira de Andrea e Pietro sempre carregou esse
sobrenome.
–Aparentemente tenho... Mas amor... Ela parecia você na hora não sei
explicar. –Fiquei boba quando ele me chamou de amor, mas logo refiz
minha cara de brava. Ele agora voltava a falar de Alice, olhei para o outro
lado tentando controlar a estranha raiva que parecia dominar meu corpo,
minha mente se negava a aceitar a imagem deles se beijando.

Como ele pode? Eu passando pro toda essa confusão de gravidez que
fazia parecer que eu não era mais eu mesma. E então na primeira
oportunidade ele beija a menina.

E para variar, ela era uma versão minha mais nova, e isso estava
rondando minha mente também. Eu tinha medo de pensar claramente
agora, algo dentro de mim tinha certeza que havia algo muito sujo
envolvendo meu pai e Andrea. E isso estava começando a pesar dentro de
mim.

O que eles escondem?

–Eu não quero saber de você perto dela!

–Se ela realmente for sua irmã, terei contato com ela.

–Não de desculpas Pietro, eu não quero e pronto. –Resmunguei dando um


tapa nele. Ele sorriu torto piscando para mim.

–Está com ciúmes querida?

–Urgh! Você é tão irritante Albertini.

–Senhora Albertini? –A médica chamou da porta. Nos levantamos de


supetão.

Dentro da sala, o envelope branco, agora com a ponta aberta, parecia


gritar sobre a mesa da médica asiática.
Sorrindo Angela nos apontou as cadeiras.

–Bom estou com o resultado do seu exame de sangue Bianca. Está


preparada?

–Depende. –Pietro riu me abraçando pelos ombros, meu coração se


acalmou em estar perto dele.

–Bem, a senhora está grávida.

O alivio que percorreu meu corpo foi impossível de conter. E isso me


intimidou de certa forma, porém ao mesmo tempo uma sensação de
carinho me fez por a mão em meu ventre, sorrindo minimamente.

Um bebe!

–Vamos fazer um ultra?

–Sim, por favor. –Murmurei roca. Algo dentro de mim se esquentou e um


sorriso bobo apareceu em minha boca. Olhei meu marido e pela primeira
vez desde que voltamos da lua de mel, havia só nós dois, em nossa bolha
particular.

Deitei na maca, enquanto a médica abria a camisola hospitalar, horrorosa,


diga-se de passagem, meu corpo se arrepiou com o contato do gel gelado
e logo depois ela colocou o aparelho em meu ventre.

O barulho do coração, tão rápido que me fez arregalar os olhos, surgiu na


sala. Estávamos eu e Pietro em silencio, ouvindo e olhando para a tela.

–É o bebê de vocês esta saudável!

–Não por cuidado da mãe. –Disse meu marido, me fazendo arquear a


sobrancelha, a médica apenas riu.
–Não diga isso papai... Tenho certeza que ela será uma ótima mãe.

–Eu tenho minhas duvidas. –Pietro murmurou, me fazendo dar um soco no


braço dele. –Ai Bia!

–Bom, pode ir se limpar Senhora Albertini, e depois vou lhe indicar


médicos para o seu pré-natal! –A doutora disse desligando a maquina e
saindo. Virei-me para Pietro que me olhava sorridente.

–Então nosso primeiro filho já esta a caminho?

–Sim! Está feliz Pietro?

–Imensamente! E você?

–Com medo. –Admiti, a imagem de Isabel se passando pela minha


cabeça, depois a de Alice veio, me fazendo semicerrar os olhos. –De
Isabel, e agora do que Alice representa.

Ele franziu os lábios, me levantei caminhando para o banheiro do canto da


sala, ali dentro, tirei a camisola peguei um pouco de papel e passei no meu
ventre, Pietro parou a porta do banheiro me observando. Antes que eu
puxasse minha calcinha, que estava em um pequeno balcão branco ali, ele
me puxou pros braços dele.

O beijo que começou ali, terminou comigo sentada na pia. Olhei para o
rosto risonho dele e o que ele queria fazer passou nos seus olhos.

–Nem pensar. –Murmurei tentando pular da pia.

–Ei, ninguém vai ouvir...

–Pietro! Não começa.

–Vai Bia... Por favor?


–Está me pedindo, por favor, para transar? –Elevei a sobrancelha
demonstrando um falso choque. Acariciou minhas costas e me olhou tão
profundamente que me fez arfar.

Ele riu, passou as mãos pela minha cintura, e voltou a me beijar.

Sorrindo me colei a ele.

********************************************

Hello pessoal que saudade de voces!!!

Finalmente capitulo novo uhm?

To super animada por que o primeiro livro dessa série ta quase


acabando! (mentira não ta não), eu que to quase terminando de
escrever ele.

O próximo livro não sei quando vou começar, mas ele vai vir para
derrubar forninhos (muita gente vai me detestar sabemos), mas no
fim tudo vai valer a pena.

Afinal como Pietro diz, depois da queda sempre vem a ascensão.

<3 beijocas

Capítulo 14 - A filha de Andrea


Capítulo 14 – A filha de Andrea

Itália, Roma

Hospital Geral Romano

Eu quanto beijava meu marido, ali dentro do banheiro do hospital,


arrancava sua roupa o mais rápido que conseguia. Quando eu finalmente
me livrei das calças dele, o encarei só de cueca na minha frente.

Acariciando minhas costas, com o olhar escurecido pelo desejo, a barba


por fazer ruiva como o cabelo dele, ficamos nos observando, nossa
respiração descompassada.

—Acho que podem me chamar de pervertido. –Admitiu me olhando


sorrindo, assenti me colando mais a ele. A cueca branca sendo a ultima
barreira entre nós.

—Podem nos chamar. –Completei, empurrando a cueca dele com as


pernas. Pietro se abaixou para a tirar e jogar em cima do terno dele.

Apertei minhas coxas ao redor da cintura dele, o puxando para mim,


gememos juntos quando nossos sexos quentes se tocaram. Meu marido
me levantou da pia e me puxando nos unimos.

Apertei-me a ele, sentindo minha carne se abrir para abrigá-lo, como


sempre doía no começo, mas quando ele começou a se mover minha
lubrificação aumentou e nos movemos mais facilmente, gemi rebolando
em seu colo arranhando suas costas.

Pietro me apoiou na parede, saindo todo de mim e voltando depois com


força, mordi o lábio para não gritar alto.
—Droga Bia... Me Enlouquece! –Gemeu no meu ouvido, fazendo-me puxar
o cabelo dele com força, que respondeu mordendo meu pescoço merda
vai ficar marcado.

Mordi o peito dele com força o fazendo rosnar, mais uma vez saiu todo de
dentro de mim, dessa vez pincelou o pau em meu clitóris e voltou com
força.

—Deus... Pietro! –Gritei apertando minhas unhas em suas costas.

Por fim, ele levou os dedos até meu clitóris inchado e o apertou, me
fazendo gozar em seu pau, deitei minha cabeça no peito dele, em quanto
ele continuava com suas arremetidas, tempo depois o senti se derramar
dentro de mim com um gemido rouco.

Preferi não arriscar a descer de seu colo, estava com o corpo mole, Pietro
se encostou na pia comigo no colo, saiu de dentro de mim e seu gozo
escorreu por nossas pernas.

—Deus do céu, você parece um touro de tanto que goza. –Resmunguei,


ele riu beijando minha testa.

—Foi dele que veio nosso filho. –Levantei a cabeça incrédula com esse
pensamento, me encarava risonho, apertou minha bochecha e eu corei. –
Fofinha.

—Tá louco? Se algum de nossos homens te ver dizendo isso de mim,


nunca mais serei respeitada. –O empurrei descendo de seu colo, ele me
encarava com o sorriso torto idiota dele.

—Eles sempre a respeitarão, até quando você rodar por lá barriguda.

A risada dele me fez jogar meu sapato em sua direção.

[...]
Itália, Roma

Casa dos Albertini

Eu encarava Alice Bernini, sentada na cadeira do escritório. A minha


imitação permanecia paralisada, com um vestido rosa meu antigo parecia
comigo quando tinha 16 anos. E por mais que eu perguntasse algo, ela
apenas estremecia.

Afrodite e Anúbis estavam deitados do lado de Pietro que se sentava em


uma nova poltrona ao meu lado, carmin estofada. Ele permanecia em
silencio lendo alguma coisa no computador. Percebi que estava me dando
espaço para descobrir o que ela era minha.

—Não pensem que me esqueci do tal beijo. –Resmunguei durante o


silêncio de Alice para uma pergunta minha, Geovanne estava sob
observação de Enzo e Thomas na cabana onde encontrei Fabrizio, então
ela estava se sentindo visivelmente indefesa.

Quando mencionei o tal beijo, ela olhou Pietro esperançosa.

Franzi o cenho ameaçadoramente.

—Não o olhe! –Rosnei socando a mesa, que estremeceu assim como


Alice. Pietro me olhou de esgoela. –Eu quero saber que história é essa
Pietro, e não vou me esquecer disso.

—Já expliquei, foi depois de umas doze ou sete dozes de whisky.

—E por que ela está te olhando assim?

Ele deu de ombros, me fazendo estreitar os olhos.


—Ele disse que eu era de uma familia rica. Que era o pagamento por algo
que essa familia fez. –A voz dela era baixa e temerosa, nos fazendo a
encarar. –Disse que nunca saberia quem é minha familia.

—Nunca nem desconfiou de algo? –Questionou meu marido, o olhar


impassível de mafioso, meu mafioso.

—Sim, uma criada, Luiza me levou uma revista onde ele me prendia. Tinha
a foto de Bianca com outro homem. Dizia que eram noivos. Luiza me disse
que ela era igualzinha a mim!

—Errado, você é igualzinha a mim. –Murmurei roendo minhas unhas, a


péssima mania voltando, teria que voltar aos florais, estava claramente
passando por muito estresse.

—Sim... Bom quando eu a vi, na matéria estava escrito que se casaria com
Pietro Albertini, e ao ouvir o sobrenome, me lembrei de um homem que
trabalhava para Giuseppe.

—QUE HOMEM? –Minha voz e a de Pietro se uniram. Alice se encolheu


sobre nosso olhar, apenas momentaneamente. A garota mesmo com
medo parecia ser geniosa, por que logo após se encolher, levantou o
queixo nos encarando.

—Geovanne. Albertini. –Respondeu pausadamente. Olhei para meu


marido que tinha o olhar fechado.

Um olhar que exalava perigo.

—Que história é essa garota?

—Pietro! Não seja grosseiro com ela.

—Você estava sendo até agora! –Engrossou a voz me encarando, bufei


virando o rosto. –Vamos! Responda!
—Bom, ele cuidava de mim, a mando de Giuseppe.

—Ordinário! Dizia que estava estudando na Inglaterra! E estava bem em


baixo do meu nariz! Na Sicilia!

—Pietro...

—Não ouse dizer nada Bianca! Eu vou ter uma conversinha com meu
irmãozinho.

Assistimos ele se levantar, o passo pesado até a porta, assoviando logo


Anúbis se juntou a ele que saiu e fechou a porta com um baque alto.

Voltei meu olhar para Alice, agora sem medo, ela me encarava petulante.

—Sabe que pode ser minha irmã não é? –Perguntei, ela assentiu
suspirando.

—Espero que seja.

—E por quê?

—Pietro disse que me mandará para a Sicilia, se soubesse o que eu


passei lá! –Abaixou os olhos que se encheram de lágrimas.

Quase que imediatamente os meus também se encheram.

Não pode chorar Bia! Seja forte.

—O que ele fazia com você? –Me vi perguntando, sabendo que não
agüentaria ouvir muito.

—Ele me usava, junto com outros homens.

—O que?
—Orgias, comigo. –Admitiu corando, enquanto lágrimas grossas desciam
pelo rosto praticamente igual ao meu.

—Se você for minha irmã, algo muito errado está acontecendo aqui.

—Por quê?

—Você disse que Giuseppe a ganhou como um acerto de divida?

—Sim, foi o que ele sempre me disse.

Franzi o cenho, o sentimento de que tem alguma sujeira nessa história me


dominando.

—Além é claro, de dizer sobre minha mãe.

—Sua mãe?

—Sim, Andrea Antoneli. –Franzi o cenho, Antoneli? É o sobrenome de


Pietro.

Busquei em minha mente, a pessoa que deu esse sobrenome ao Pietro.


Mas uma nuvem de cansaço tomou a frente.

—O que ele dizia dessa mulher?

—Dizia que ela pagaria por tudo o que fez, mesmo estando inalcançável.

—Para Giuseppe Bernini? Existe algo que seja inalcançável?

—Sim Bianca. –Os olhos castanhos como os meus, vermelhos pelo choro
me encararam piedosos. –Uma Albertini é inalcançável para ele.
Meu coração se acelerou, a pessoa que me fugia finalmente aparecera
como uma luz em minha mente, o cabelo castanho com reflexo ruivo com
o de Pietro, os olhos castanhos chocolate.

O formato do rosto.

Minha mão foi a boca em choque com a confirmação silenciosa de Alice.

—Oh meu deus... Andrea? –Ela assentiu limpando a bochecha, no mesmo


momento que a porta se abriu.

Nossos olhares correram para o da pessoa que entrava.

O cabelo ruivo em um tom escuro, estava solto até um pouco abaixo dos
ombros, ela olhava timidamente Alice.

De repente uma duvida surgiu em minha mente.

Qual meu nível de parentesco com aquela mulher?

—Alice! –Ela murmurou com os olhos molhados de lágrimas, meu olhar


impassível foi ignorado, já que Alice se levantou e se aproximou
timidamente dela.

—Parada. –Rosnei. As duas me olharam, Andrea estremeceu me


encarando. –E a explicação?

A mulher olhou para os lados como se fosse atravessar a rua.

—Se ela é minha irmã e você é mãe dela, meu pai é pai dela? –
Questionei, com a suposição mais fácil que minha mente pode arranjar,
notei ela suspirar e voltar a ficar confortável.

O cheiro de merda se levantou ainda mais agora.


—Sim Bia.

—Então, você teve um caso com meu pai?

—Não! Eu e ele...

—Não precisa se explicar Andrea, apenas saiba de uma coisa. –Me


levantei, caminhando até a porta atrás dela, nossos olhares faiscando um
no outro. –Não vou segurar essa bomba.

Levantei caminhando até a porta, meu salto batendo alto no chão, a


fazendo estremecer a cada timbre do som do assoalho se chocando contra
ele. Parei ao lado dela, minha mão na porta. Nos encaramos.

–Saiba, que eu descobrirei mais cedo ou mais tarde. –Disse sorrindo


docemente, Andrea era durona, apenas respirou fundo e se voltou para
Alice.

Mas até o mais durão se curvava diante de mim.

Com ela não seria diferente.

Eu só esperava que descobrisse toda essa merda, antes que ela


explodisse em minha cara.

[...]

Itália, Roma

Casa dos Albertini

Eu observava meu marido sentado em uma poltrona vermelha, de frente


para Geovanne que estava amarrado, Anúbis tinha a cabeça deitada nos
pés de Pietro, ele fumava um charuto, eu estava em pé ao lado dele,
observando Enzo e Thomas o chutarem no estomago.
Enzo tinha o rosto desolado, era o mais sentimental da familia. Porém na
máfia tudo o que temos é a familia e eu sabia que para meu marido
descobrir, que nem isso ele tinha era triste.

Acariciei o cabelo dele, e ele deitou a cabeça em meu peito.

Geovanne começava a vomitar sangue quando os dois pararam e o


seguraram pelos braços encarando Pietro.

—O... Bastardo Antoneli...

—Já chega de joguinho de nervos Geovanne! –Rosnou meu marido se


levantando. Anúbis se colocou em pé em um salto. Assim como eu me
endireitei e dei um passo para o lado dele.

—Eu nunca... Nem vi... Giuseppe... Bernini. –Ele cuspiu sangue no sapato
preto de Pietro, fazendo Anúbis rosnar e se posicionar em posição de
ataque.

—Não vou permitir que você viva mais um dia, se eu pensar que me traiu.

—Então por que ainda estou vivo?

Antes que eu pudesse o deter, Pietro estava com as mãos na camisa,


agora ensangüentada de Geovanne e o levantava um pouco do chão, para
então desferir um murro no rosto dele.

O som do osso do nariz dele se quebrando foi alto, assustadoramente alto.


Eu, Enzo, Thomas e Anúbis encarávamos a cena estupefatos. Meu
marido, não se deu por satisfeito de ter quebrado o nariz do irmão,
continuou a desferir golpes em seu rosto, manchando seu terno do sangue
que esguichava.
Permanecemos todos em silencio, aguardando uma reação de Geovanne,
mas ela nunca viria. Ali vendo meu marido o bater, percebi que estávamos
entrando em uma guerra.

Aonde pessoas que amamos, irão morrer.

O olhei com um peso no coração.

E se ele for um dos corpos?

Fechei meus olhos os apertando, eu definitivamente não cairia, não me


renderia.

Afinal, uma Cesarin quando cai, cai atirando.

-Pietro. –Resmunguei, ele finalmente parou, tirou o terno preto e jogou no


chão. Depois se virou para mim o rosto impassível.

-Você não deveria ver isso, está grávida.

Sorri, essa foi minha única reação, afinal eu não acredito que aquele
imbecil estava dizendo para Bianca Cesarin que ela não podia ver alguém
apanhar por que está grávida.

-Você deve estar me confundindo com alguma ex-amante sua, eu não sou
uma boneca Pietro.

Respirou fundo, apertou a ponta do nariz me encarando.

-Bianca não torre minha paciência.

-Sua mãe é mãe de Alice. –Rosnei, rezando internamente para que meu
cérebro me segurasse ali parada, por que minha vontade de colar a cara
dele no chão estava praticamente maior que eu mesma.
A primeira reação explosiva veio de Enzo, que chutou a perna do
Geovanne com toda a força, ouvi o barulho característico do fêmur se
partindo, o loiro arfou e fechou os olhos mordendo o lábio tão fortemente
que uma linha vermelha escorreu pelo canto da boca.

-O que disse? –Pietro perguntou, os olhos verdes dele ardendo em mim.

Senti que ele mataria o irmão naquele instante, só pelo modo que trincava
o maxilar me encarando.

-Pietro... Não faça algo que se arrependa depois.

-Eu sou um mafioso Bianca! Não me arrependo de porra nenhuma.

-Sim se arrepende! Você é um mafioso, mas não é frio nem calculista.

Pisquei algumas vezes, ao perceber que estávamos agora praticamente


colados nos encarando irritados.

Por que o ambiente nos deixava tão hostis? As coisas estavam muito
diferentes de nossa lua de mel. Foi chegarmos na Itália que tudo começou
a dar tão errado.

-Não sabe o que está dizendo.

Suspirei, minhas mãos se apertando em punhos.

-Você pode tentar enganar qualquer um Pietro! Mas definitivamente nunca


enganará a mim.

-Como pode acreditar que me conhece tão bem? Mal temos quatro meses
de casados.
-Você é fácil de ser compreendido. –Respondi calmamente, o olhar dele se
suavizou um pouco, a mão me puxou para si e nossos corpos se colaram,
suspirei fechando os olhos.

O calor do corpo dele era inebriante, mas nada chegava aos pés dos
lábios que se colaram aos meus. Nos beijamos ali, na frente da familia,
algo que era totalmente impensável para mim. Nunca faria isso, mas eu
me sentia tão boba perto dele, que esquecia totalmente de coisas simples
como nunca beijar alguém diante de minha familia.

-Bianca...

-Será que vocês podem prestar atenção na crise que está tendo aqui? Ou
querem que demos licença? –Enzo gritou ao nosso lado. Eu e Pietro nos
voltamos para ele que estava vermelho.

-Você não tem amor a sua vida não?

-Ahn... Desculpe Bianca.

Bufei para ele, Pietro se voltou para o irmão mais novo que arfava no chão
com a mão em cima da perna, a calça jeans agora estava manchada de
sangue. Abaixei ao lado dele, o olhar fulminante que me foi lançado não
serviu nem para me fazer estremecer, puxei meu canivete da cinta liga
onde guardo minha pistola.

A reação dele foi hilária, assim como a dos irmãos.

-Bianca!

-Calma! Caramba não vou matar ele. –Rasguei a lateral da calça até a
altura do quadril, dando de cara com um leve rasgo na pele.

Não era uma fratura exposta, mas o roxo ao redor do leve rasgo mais a
bola de inchaço que se formava ali não me deixou duvidas.
-Eu não vou nem tocar nisso, vamos precisar de um médico.

-O que? Você não é enfermeira? Estava escrito no seu arquivo.

-Você tem um arquivo sobre mim Pietro?

-Tive...

-Eu não vou nem reclamar, mas eu não posso fazer nada, ele quebrou o
osso.

-Como você sabe? Tem olho biônico? –Enzo disse irônico, levantei o olhar
para ele, meus olhos em fendas. –Desculpe.

-Mais uma dessa e você não vai ter mais nada para divertir a loira burra.

Ele estremeceu e voltei meu olhar para Geovanne.

-Não pode... Fazer um torniquete? –Franzi o cenho, de que adiantaria


fazer um torniquete? Ele não estava com hemorragia aparente, nem tinha
sido picado por um animal venenoso, com ou sem torniquete ele sentiria a
dor por um bom tempo.

-Não vai adiantar, você precisa de um médico.

-Bianca! Faz algo!

-Pietro! Eu não vou arriscar a vida dele porra! Eu não posso fazer nada,
esse é o maior osso do corpo humano, ele precisa de mais do que um
médico, no mínimo de uma cirurgia.

Levantei irritada, me virei para o imbecil do Enzo e o puxei pela gola da


camisa para perto, seu corpo tombou para frente e ele arregalou os olhos
assustado.
-Quero ver você explicar para sua mãe por que quebrou o osso do seu
irmão. Quero ver o que vai fazer para o Giuseppe não descobrir que ele
está aqui depois dessa merda que você fez, e é bom você concertar isso,
ou eu vou concertar seu cérebro no tapa.

Ele assentiu rapidamente inúmeras vezes antes de eu o soltar e ele cair no


chão. Caminhei até a porta da cabana irada, e a bati com toda a minha
força.

-Puta que pariu! –Gritei o mais alto que pude, o que fez uma enorme
massa branca correr até mim. Afrodite sentou me olhando assombrada. –
O Enzo quebrou o fêmur do Geovanne. –Ela balançou a cabeça de
maneira quase que descrente, semicerrei os olhos em resposta. –Ele vai
ter que fazer uma cirurgia, e o Bernini está atrás dele. Você sabe o que vai
acontecer?

Sim ela sabia. O Bernini ia ver que eu estou escondendo não só o


Geovanne mas a Alice também.

Era com certeza, o começo de uma guerra.

Cocei a cabeça dela que latiu para mim, agachei em frente a ela, nossos
rostos quase que colado. Minha mão passou pela orelha cortada até o
focinho.

Sorri e beijei a ponta de seu gelado nariz.

***************

SIM EU VOLTEI.

Gente >.> eu fui ameaçada por vocês kkk fazia tempo que não tinha
leitores tão amorosos >.> assim sabe.

Enfim ai está o capítulo 14.


Meio tenso o Enzo perder a cabeça em? Mas ta sendo complicado
para eles descobrirem tanta merda ao mesmo tempo. Espero que o
Pietro não faça algo do tipo a Bianca não tem paciencia nenhuma
para atitudes do tipo.

COMENTEM <3

Capítulo 15 - Uma Ligação Especial

Capítulo 15 - Uma Ligação Especial

Bia.

Itália, Roma

Cabana dos Albertini

Pietro caminhou por trás de mim, parou ao meu lado e tocou meu
ombro. Suspirei balançando a cabeça, meu corpo começou a se retesar e
pude respirar profundamente.

-O Bernini está ligando para você incansável, talvez deva retornar


para ele.

Encarei chocada meu marido tentando me tirar dali, como se eu


não tivesse crescido vendo tortura.

-Eu não arredo o pé daqui! -Resmunguei me afastando dele e


sentando ao lado de Afrodite, o encarando com os olhos semicerrados. -
Não sou tão frágil como você!
Pietro tossiu levemente, e virou o rosto para o outro lado tentando
esconder um sorriso, bufei e franzi o cenho, afinal qual era a graça?

-São os hormonios.-Ele disse rindo, mas o breve momento de


tranquilidade dele, foi quebrado pela voz irônica do irmão mais novo, que
saia da cabana apoiado em Thomas e Enzo.

-Grávida de uma criança sem sobrenome legitimo. -Resmungou


rindo, me fazendo o encarar com desdem, instantaneamente os três
homens o encararam. Parecia que meu marido tinha o sangue fervendo.

-Geovane! Eu só não o mato, por que mamãe morreria.

-A minha mãe! -Resmungou me encarando, o sorriso dele fez meu


estomago se afundar em acido.

Pietro saiu da minha frente e caminhou até o irmão, a coluna


curvada em uma posição de ataque, típica de um felino. Pronto ele mataria
Geovane ali mesmo e eu nunca descobriria as mentiras que ele escondia
do Bernini, foram segundos silenciosos que passei medindo a reação de
Pietro, levantei rapidamente, pronta para segurar-lo se fosse necessário. E
então, enchi-me de orgulho ao ver meu homem, cerrar os punhos e se
virar de costas para o irmão, caminhar até o meu lado, o olhar levemente
irritado mas divertido. O ar quente de sua respiração encostou em meu
rosto, quando frente a frente para mim ele abaixou a cabeça e beijou
minha testa.

-Vamos? Quero lhe levar a um lugar de manhã, então vamos


dormir mais cedo hoje. -Ergui meus olhos para a imensidão verde de seu
olhar. Em quanto segui meu marido em direção a casa ainda ouvi os gritos
de Geovane.

Itália , Roma

Casa dos Cesarin


Isabel.

Me encarava no espelho, como quem espera uma visita estimada,


as vozes em minha cabeça gritavam altas palavras desconexas, que
faziam mais sentido do que frases completas. Porém eu não queria ouvir,
queria ter a mente calma para pensar com clareza, balancei a cabeça
algumas vezes, tentando encontrar a calmaria de quando eu era menina.

As mãos dele abraçaram minha cintura, e me puxaram em direção


de seu peitoral forte, os lábios carnudos se direcionando para o meu
pescoço, gemi com a leve mordida que ele deixou ali.

-Isa, o que tem?

-Não é nada. -Resmunguei o encarando pelo grande espelho que


tinha a nossa frente, os olhos castanhos me olharam através do reflexo.

-Você está nervosa.

-Bianca, é o meu problema. -Ele sorriu frio, e me soltou. A mesma


atitude ao ouvir o nome dela, me fez sorrir com graça.

-Não consegue nem pensar nela. -Me virei para ele que agora
estava deitado na minha cama, o olhar torturado.

-Por que teima em falar dela?

-Por que você a ama.

Permaneceu em silêncio, me aproximei da cama, o fazendo


levantar o olhar.

-Pois eu exijo que a esqueça.

-Isabel...
-Me obedeça Fabrizio! -Rosnei o fazendo me puxar para seu colo,
nossos lábios se unindo.

Mais tarde naquele mesmo dia, eu girava na cadeira do escritório,


ouvindo minha mente berrar o quanto estava sendo fraca. A imagem de
Pietro Albertini em minha cabeça e a imagem de Pietro Albertini no jornal.

Definitivamente eu não podia ter sido mais enganada, mas os


rostos estavam tão confusos na minha mente, que quando eu finalmente
parei, de frente a minha mesa, encarando a revista sobre o exame de
sangue que havia vazado do hospital geral romano com a foto do casal
maravilha, os dois rostos na minha mente se uniram em um.

Um loiro e um cobre.

Eu não podia estar mais tonta.

Mas a matéria da revista tinha esvaído todo o poder dos remédios


sobre mim.

A foto de minha irmã e Pietro e a confirmação da gravidez dela,


pela revista de fofocas mais conhecida do mundo, Fabrizio havia me dado
a revista e visto sangue o sumir de meu rosto, logo após joguei tudo o que
tinha ao meu alcance nele, o fazendo correr porta a fora.

Depois eu li a matéria, vi a foto do exame, me sentei na cadeira e


comecei a rodar, pedindo aos céus que desmaiasse, mas meu pedido não
foi atendido.

E agora ali sentada no escritório, nada me vinha a mente que


impedisse o nascimento da criança.

O ódio fervilhava meu sangue, a traição da minha irmã me pegou


de surpresa, ela que sempre cuidou de mim estava realmente grávida
dele?
Juro que quando Isabella veio me avisar, pensei que seria loucura,
uma loucura sem tamanho, Bia jamais me trairia assim, pensei em matar a
loira só de ousar dizer que minha irmã me trairia dessa forma.

Mas depois, tudo começou a fazer sentido, a forma que Isabella me


explicava, e a reação dela com o meu telefonema.

Depois das noites que passei em claro por ele, ela que tão
constantemente fez o papel que Renné a muito não fazia o de mãe, caiu
na cama do rei da máfia.

Fazendo-me finalmente questionar, se algum dia ela foi leal a


nosso laço de sangue, a minha família.

Ela me enganou, passou para trás e agora tinha a família quase


perfeita com aquele homem.

Papai entrou no escritório e me fez levantar o olhar, me encarou


como sempre friamente e fechou a porta.

-Não ouse mexer com ela.

-Não sei do que está falando.

-Estou falando de Bianca e estou falando sério Isabel! –Minha mão


correu para pistola que descansava ao lado da revista. Pronta para
estourar os miolos dele e não ter que ouvir outra sessão da filha predileta.
–Não ouse fazer isso. –Baixei a mão para meu colo novamente. –Não
mexa com a minha filha! Você não sabe do que sou capaz.

Quando voltei a olhar nos olhos do meu pai, vi um lampejo de


medo, sorri internamente me levantando.

-Do que tem medo? Que eu a mate?


-Não chegaria a tanto.

-A filha preferida. –Meu desdém o fez arquejar. –Ela me traiu!

-Não sabe do que esta falando Isabel.

-Sim eu sei! Ela ousou ir para a cama com o meu Pietro! –Gritei, o
quadro que tinha na mesa foi atirado na direção dele, que conseguiu
desviar a tempo.

-Ele é casado com ela!

Fechando os olhos, respirei fundo, as vozes em minha cabeça


mais altas agora. MATE-O ISABEL!

-Eu sou a chefe da família agora, você se aposentou.

-Não fale assim comigo! Sou seu pai!

-Eu sei o que eu faço, e para esmagar os Albertini, não me importo


de esmagar uma Cesarin junto.

Itália, Roma

Orfanato Santa Maria

Pietro.

Caminhei lado a lado com a minha esposa pelo corredor do


Orfanato Santa Maria e a observei olhar com carinho para as crianças que
corriam de um lado pro outro.

Minha cabeça, no entanto, estava pesada.


O exame de sangue que fizemos no hospital foi vazado para a
imprensa e agora simplesmente todas as famílias da máfia, italiana,
siciliana entre outras sabiam da gravidez dela.

E com isso.

Sabiam que a rainha estava frágil, era o momento de atacar, mais


cedo ou mais tarde uma tragédia aconteceria. E meus instintos me
avisavam que estava mais próximo do que pensava.

O meu primeiro problema se chamava Geovane, meu próprio irmão


trabalhando para um Bernini, Alice, no entanto a suposta irmã de Bia, dizia
que o amor que sentia por ela o tinha mudado.

Embora eu tivesse visto com meus próprios olhos o modo de olhar


dele sobre ela, eu ainda me sentia traído.

E por isso arrancaria até a última informação da boca dele, nem


que para isso eu tivesse que usar a garota como isca.

Agora o meu problema principal se chama Isabel Cesarin.

A louca que jura ter estado em minha cama, mas o gosto por
pedofilia vem de Geovane, e eu terei que entregá-lo a ela, antes que a
garota mexa com a minha esposa.

Minha mente se desviou para Afrodite, que havia entrado no carro


e se recusado a sair, Bia tinha ficado ao lado dela e me deixou sem
escolhas, no fim a trouxe para o orfanato, minha esposa jurou de pé junto
que ela adorava crianças, e pelo que meus olhos viam, as duas amam
crianças.

Em pé na frente de uma sala de leitura, sorri olhando Bia e a


cadela com várias crianças ao redor. Afrodite lambia três meninas que a
acariciavam, e Bia conversava com dois garotos que tinham os olhos
brilhando por estar falando com ela. Um deles me olhou e sorriu.

-Tio Petro! –Gritou e correu na minha direção, peguei Anthony no


colo rindo, o garoto de 6 anos me abraçou risonho. –Fazia tempo que você
não vinha me ver.

-Sim tem razão amigão, e me desculpe por isso, é que aquela


moça ali tomou muito do meu tempo. –Bia revirou os olhos, mas o sorriso
amoroso não saiu de seu rosto.

-Ela é muito bonita tio, é sua amiga? –Ri alto negando, Anthony
franziu o cenho, os olhos negros me encarando com incredulidade. –Sua
prima?

-Não finja que não sabe que ela é minha esposa. –Resmunguei o
fazendo gargalhar.

-Você? Casado com uma moça bonita igual ela? –O coloquei no


chão e ele começou a rir.

-Pois é! E saiba que ela é apaixonada por mim.

Ele a olhou esperançoso, Bia que agora estava em pé riu se


aproximando de nós, deixando Afrodite deitada de barriga para cima em
quanto as crianças acariciavam.

-O que disse? –Resmungou sorridente.

-Ele disse que a senhora é apaixonada por ele! –Anthony


respondeu me fazendo dar um meio sorriso.

-Por ele? –Apontou para mim gargalhando. –É claro que sou. –


Respondeu o garotinho, fazendo a mim e ele arregalar os olhos. –
Perdidamente apaixonada por ele.
Um arrepio percorreu meu corpo, e de repente os problemas que
azucrinavam minha mente viraram cinzas.

Com um sorriso largo, a tomei em meus braços, os olhos chocolate


dela me olhavam tão intensamente que meu coração errou uma batida.

Passamos o resto da tarde com o garotinho de olhos pretos, pele


morena e cabelo preto cacheado cortado em tigelinha, Anthony era um
garoto especial, e eu era apaixonado por ele.

Minha família sempre contribuiu para Instituições da Itália, desde


orfanatos, hospitais, asilos. Tudo o que encontrávamos para ajudar.

Tínhamos alguns motivos. O primeiro e o principal era, a facilidade


da lavagem de dinheiro, o segundo era o gosto de servir a sociedade ao
mesmo tempo em que a fode.

Grande parte das famílias da máfia o fazia, mas poucos


acompanhavam o que aconteceu com o dinheiro.

Quando você tem mais dinheiro do que pode declarar, compra


empresas para explicar o motivo da sua riqueza, mas quando a riqueza
ultrapassa o lucro da empresa, você precisa fazer algo com o que está
sobrando.

E é por isso que fazemos tantas doações.

Percebi que tanto a família Cesarin como a minha, acompanhava


os lugares para o qual doavam. E vendo a satisfação de minha esposa de
estar no meio das crianças, decidi que a levaria ali sempre.

Em um momento da tarde, estava sentado com o celular vibrando


desesperadamente no meu colo, observando Bianca correr pelo pátio,
vestida com uma calça jeans, fodidamente apertada que fazia sua bunda
grande e redonda se empinar ainda mais, usando tênis e uma regata azul
escura, o cabelo preso em um coque mal feito, o rosto corado.

Sorri com satisfação de ver minha esposa com uma roupa tão
comum, a tranqüilidade do momento me tomou. Eu também estava de
jeans e tênis, com uma camiseta pólo branca, me permiti como sempre
quando vou ali, a ficar o mais confortável possível.

Rosnando encarei a tela do celular que não parava de piscar.

Quando atendi, me arrependi de tê-lo feito, ao ouvir a voz do outro


lado.

-Pietro Albertini. –A voz delicada da Colombiana fez meus pelos se


eriçarem.

-Violeta Rámonez. –Resmunguei, ela riu.

-Que felicidade em me ouvir querido.

-O que você quer?

-Soube que sua amada esposa irá ter um bebê Albertini.

-Isso não lhe diz respeito.

-Oras meu caro, é claro que sim, e quer saber por quê?

-Eu tenho escolha?

-Não, saberá de uma forma ou outra.

-Então diga.
-Essa criança, não sai de dentro dela viva, ou eu não me chamo
Violeta Martins Rámonez!

-Perdeu a noção do perigo?

-Não meu lindo, eu não perdi, mas arrisco tudo para tirar vocês do
trono.

-Então venha com tudo o que tem sua vadia.

-Meu caro Pietro, no meio de tantos ataques, o meu será o


vencedor.

A linha ficou muda, levantei meu olhar para Bia que brincava com
Afrodite.

Minha vida pela deles.

Eu morrerei antes que toquem nela, ou em nosso filho.

***********************************************

Oi oi gente! Tudo bem?

Eu nem ia postar kk admito, mas vocês pediram tanto que eu não poderia
deixar de fazê-lo!

Espero que tenham gostado do capitulo!

Bom algumas novidades.

A primeira! Fiz 19 aninhos dia 24 <3 EHHHH!

PARABENS PARA MIM <3


A segunda, sabiam que a escritora favorita de vocês agora é blogueira e
vlogueira? Poisé! Agora falo tudo sobre beleza <3 Deem uma passada no
meu canal e no blog <3 E bora deixar nosso cabelo do tamanho do da
bianca e lindo igual o dela!

A terceira, o livro está entrando na reta final! Poisé, estamos quase lá!
Virão emoçoes por ai viu! Violeta e várias ex amantes do Pietro surgiram!

BEIJOCAS <3 E ATÉ A PRÓXIMA!

Não se esqueça da minha estrelinha, ajuda muito na divulgação da


história! E lembrem-se comentários são o que nos incentiva a escrever!
Comentem muito que logo logo eu venho com o capítulo 16 <3 onde vocês
vão conhecer a Melissa a pessoa que vazou o exame da Bia.

BEIJO!

Capítulo 16 - Um ódio chamado Sandro


Cesarin
Capítulo 16 - Um ódio chamado Sandro Cesarin

Itália, Roma

Casa dos Albertini

Pietro.
Mais uma vez eu me encontrava no escritório, dois dias atrás Violeta havia
me concedido o ar da graça fazendo meu medo aumentar.

A chefe do cartel da Colômbia me lembrou o quão pequeno eu era para


defender minha esposa das explosões que viriam.

Por em quanto, um silêncio devastador se estendia.

Nenhum negócio.

Nenhuma parceria.

Ninguém comprando nada.

As empresas que tínhamos continuavam vendendo os produtos, mas


nosso negócio estava completamente parado.

E por isso eu estava paralisado.


Anúbis me observava com a testa franzida. Estava deitado ao meu lado
sozinho, já que Bia estava na piscina com Afrodite.

A preocupação me fez a deixar longe dos negócios, lógico que não


demonstrei abertamente que a estava poupando, e mesmo com meu
cuidado para que ela não percebesse, a sentia um pouco desconfiada.

Acariciava a cabeça de Anúbis quando a porta foi aberta e Enzo ao lado


de Thomas entrou carregando uma pequena mulher. Não havia
incredulidade em meu olhar quando os olhos azuis dela me encararam.

–Melissa Bitencourt. –Sorriu maliciosamente e logo após foi jogada no


chão, o avental branco do hospital geral romano que usava, estava sujo,
prova que ela havia dificultado sua captura.

–Sabia que era eu? –A voz infantil soou como um afago.

–O que desejava com isso?

Meus homens se posicionaram ao redor dela, só então percebi que ela


vestia apenas uma lingerie por baixo do avental branco. Dei um meio
sorriso encarando Thomas.
–Se fartou na falsa enfermeira?

–Sim Pietro, agora sei por que ela foi sua amante por tanto tempo.

Meu olhar voltou a Melissa, que tinha o rosto agora branco como papel.

–Como ousa? –Rosnou para meu primo, Thomas elevou a sobrancelha


com desdém.

–Não se finja de santa Melissa. –Intercedi a fazendo me olhar torto. –Eu


quero saber por que vazou o exame da minha esposa.

–Esposa essa que se pudesse teria se livrado!

–Isso foi antes de a conhecer.

–Claro claro, o rei da máfia se apaixonou a primeira vista!


–Não teste minha paciência, ela já se

mostrou muito pequena. Ou não está lembrada? –Ela arquejou


estremecendo.

–Meu pai virá atrás de você Albertini! E será o fim do império de vocês.

Em segundos estava em sua frente, minha mão no pescoço esguio da


loira, os olhos azuis turquesa dela me encaravam temerosos, tão fácil
assustar uma mulher.

Com uma única exceção.

–Não brinque comigo Melissa.

–Me solte Pietro...

–Você sabe que poderia matá–la agora não é? Livrar o mundo de uma
vadia como você. –Arregalou os olhos e assentiu. –Então me diga, qual a
finalidade disso?
–Enfraquecer a puta da sua mulher. –Semicerrei os olhos apertando o
pescoço, ela tossiu segurando meu braço. –Bia...ca.

A soltei no chão, ela caiu curvada massageando o pescoço, tão claro que
a marca dos meus dedos estavam vermelhas.

Encostei–me em minha mesa, Anúbis se aproximou de mim se mantendo


ao meu lado encarando a mulher, passei os dedos na orelha dele
esperando que ela se levantasse.

Minha mente vagava entre nomes que eu precisaria ser cuidadoso. Agora
com isso da Alice Bernini, eu tinha certeza que Giuseppe cairia matando
sobre nós. E o mais cedo possível. Fazia alguns dias que incansavelmente
ele ligava para Bianca, a qual eu não permitia que atendesse o telefone,
com medo do que ele pudesse dizer, já havia provado que ela tinha um
pavio curto e qualquer estresse nessa fase da gravidez pode ser fatal.

–Quem te pagou para isso? –Finalmente perguntei quando ela se


endireitou a minha frente.

–Eu teria feito de graça! Seu cachorro! –Gritou cuspindo na mesa. Revirei
os olhos.
–Me de nomes vadia!

–Eu nunca direi uma só palavra Albertini!

Quando avancei sobre ela, a porta foi aberta e uma Bianca séria a cruzou,
vestida em um biquíni verde oliva com uma saída de banho, que para mim
era apenas um tecido transparente. Ela me encarava intimidadora. Dei um
passo para trás em resposta.

Faça o que fizer, não a irrite Pietro.

–Bonito! Fico fora por dois dias e quando entro dou de cara com você se
esfregando em uma... –Olhou Melissa que sorria alegremente para ela. –
Médica?

–Bianca, não seja ridícula, você sabe muito bem que não era isso que
estava acontecendo.

–Ah é? Então quem é ela Pietro?


–Eu sou Melissa Bitencourt! –Respondeu a vadia arrumando os cabelo Bia
arqueou a sobrancelha para ela.

–Não tem ninguém falando com você! Calada!

–Vaca!

Foi instantâneo o tapa que Bianca virou no rosto da mulher. A loira caiu no
chão a encarando chocada. Puxei minha esposa pela cintura antes que ela
rolasse no chão com a razão de ela estar sendo ameaçada.

–Me solta Pietro! Quero ver ela repetir.

–Segura essa louca Piezinho! –Bia começou a se debater mais em meus


braços ao ouvir o apelidinho ridículo.

–Me solta Piezinho!

–Bianca ei! Você está grávida lembra? –A virei para mim, os olhos dela me
encararam irados.
–Quem é ela?

–Foi ela que vazou o seu exame Bia. –Thomas respondeu, o encarei por
cima do ombro dela desejando mata–lo, ela arregalou os olhos e se virou
para ela. A soltei instintivamente.

–Tem mais algo que você não me contou Pietro?

–Sim, os negócios estão parados desde que descobriram sua...

–Thomas! Cala a boca, ou eu a calo por você. –Ele me encarou e assentiu


abaixando os olhos.

Meus homens de repente se tornaram homens da minha mulher.

–Os negócios?

–Sim Bia.
–Por que não me falou?

–Eu consigo lidar com isso.

–Achei que éramos uma equipe!

–E somos! Mas agora você tem um bebê dentro de você!

–Pietro... –Bia havia voltado o olhar para mim, o sustentei mostrando


minha preocupação.

–Não por muito tempo. –Melissa murmurou chamando nossa atenção. A


encaramos lado a lado. Ambos com um olhar perigoso.

[...]

Itália, Roma

Casa dos Albertini


Eu observava Bia dormir, rodando meu celular em minhas mãos. Minha
mente maquinava rapidamente saída atrás de saídas e nenhuma delas me
passava confiança. Apertei minha têmpora exausto com toda a pressão
que sentia sob minhas costas. Algo fazia meu coração se apertar pequeno
em meio minhas costelas.

–Eu não sei mais o que fazer. –Admiti para Afrodite que me encarava com
os olhos mel carinhosos. –Como posso protege–la?

Ela não precisa de proteção, nunca precisou. Minha mente me respondeu.


Suspirei exasperado.

–Sinto que algo vai acontecer Afrodite. Sinto que pode destruir ela.

A melhor amiga de minha esposa bufou se levantando em posição de


ataque. Ri a encarando, mantinha a boca aberta em um sorriso. Cocei a
orelha dela que suspirou alegremente.

–Ainda bem que ela tem você.

Uma batida tímida na porta me fez levantar da cadeira e a abrir, franzi o


cenho encarando Alice.
–O que quer?

–Ver a Bia. –Admitiu corando, ato que me fez recuar um passo confuso.

–O que?

–Bom ela é minha irmã... Andrea me contou o que aconteceu.

–Ela já está bem. –Rosnei, minha irritação veio do que houve mais cedo,
depois de Melissa ameaçar Bia ela teve palpitações e cólica, eu entrei em
choque claro, já estava com medo de a estressar. A doutora que
acompanha a gravidez a medicou e me avisou que isso podia ser um mau
sinal, que deveríamos fazer mais exames.

E por isso, Bia dormia na cama, e eu a observava nervoso.

–Ela está dormindo ainda?

–Sim.
–Você está aqui a horas... Precisa comer algo. –Murmurou corando. Sorri
torto para ela, agradecendo silenciosamente a preocupação.

–Eu estou bem Alice obrigado...

–Eu te trouxe um pedaço de bolo, Andrea disse que é seu favorito.

Só então reparei no prato que ela trazia na mão, com um grande pedaço
de um bolo com cobertura de chocolate, bom se era meu favorito claro que
seria de cenoura. Peguei o prato da mão dela e assenti. A garota deu uma
pequena olhada para minha esposa, o que me fez olhar pelo canto de
olho, Afrodite que estava na cama do lado da dona sorrir para Alice.

Pude respirar fundo, desde que o Boreno trouxe a pitbull percebi o quão
devota ela é a Bia e Bia é a ela. Observando a confiança que ela
demonstrou por Alice eu suspirei calmamente.

–Entre Alice. –Sai da frente, ela passou encolhida por mim, se


aproximando da cama, analisei a reação de Afrodite. Qualquer
demonstração de nervosismo e eu agarraria a garota.
Eu ainda tinha uma pulga atrás da orelha com a tal Bernini.

E mesmo assim, Afrodite era toda sorrisos para ela que olhava a Bia com
uma pequena ruga na testa.

–Tem algo que queira me dizer Alice?

Ela estremeceu e me olhou corada.

–Como sabe?

–Anos de pratica...

Alice suspirou, remexeu no cabelo o penteando com os dedos, os olhos


focados nas mechas em seus dedos como se estivesse sozinha.

–Melissa Bitencourt, eu sei quem contratou ela. –Admitiu depois de um


silencio torturante.

–Foi o Giuseppe?
–Sim, mas foi a pedido de alguém.

–De alguém?

–Eu estava na passando pelo corredor quando ouvi Giuseppe


conversando com ele.

–Ele quem Alice?

–Fabrizio Boreno, o braço direito dos Cesarin.

Um sorriso satisfeito tomou meus lábios sem minha permissão. Mordi


minha bochecha tão forte que o sabor salgado do sangue desceu pela
minha garganta.

–Desgraçado! –Rosnei, saiu mais alto do que pretendia, olhei para Bia que
permanecia dormindo. –Eu o matarei!

–Pietro...
–Nem mais uma palavra Alice! –Fechei as mãos em punhos, contando
mentalmente para não descontar meu ódio na garota. –Por que ele faria
isso?

–Eu não sei...

–O que ouviu?

–Apenas que ele queria vazar a noticia da gravidez da Bia.

–Mas que merda! Aquele filho da puta!

Alice agora me olhava seriamente.

–Vai acordar ela.

–Tem razão. Olha eu preciso sair, pode ficar com ela?


–Claro Pietro.

–Tudo bem. –Deixei o bolo no criado mudo e sai quase que correndo do
quarto.

Quando passei correndo pela minha mãe e meu pai na sala, ela se
levantou e me parou na estante onde procurava a chave do meu carro.

–O que houve Pietro?

–Eu não sei, algo a ver com Sandro Cesarin e sua corja.

Com a chave na mão me virei para minha mãe, ela estava estática,
branca. Arregalei os olhos com a reação dela, a qual não passara
despercebida por meu pai, que se aproximou dela pegando sua mão.

–Mãe? O que houve? –Questionei agora confuso. Ela apenas fechou os


olhos, balançou a cabeça negativamente. E saiu da sala subindo as
escadas.

Encarei Matteo que tinha a mesma expressão confusa que a minha.


Sem tempo de tentar desvendar a reação de Andrea, entrei no carro em
direção da casa dos Cesarin.

Algo não me cheirava bem, e a reação de minha mãe com o nome dele me
deixava ainda mais sedento pela verdade.

Alguns minutos depois, descia do meu carro na frente da mansão Cesarin.


Entrei pela porta quase atropelando a empregada que a abriu. E como
desejava dei de cara com o velho estúpido.

Sandro estava sentado em sua cadeira, fumava um charuto olhando a


janela do outro lado da sala, compenetrado na visão do jardim. Com minha
entrada, desviou o olhar para minha direção.

A maior vontade naquele momento era de partir a cara do velhote.

Mas continuei parado o encarando.

–É muito corajoso rapaz, devo admirar isso em você.

–Por que vazou o exame de gravidez da sua filha Cesarin?


Não, ele não me olhou chocado com a acusação.

Sequer demonstrou surpresa.

Apenas sorriu de lado. Apagou o charuto no liquido de um copo que


descansava em uma mesinha ao lado dele.

–É muito curioso para um moleque.

–Ela é sua filha! Você a atirou aos tubarões! –Rosnei andando em sua
direção. Ele sequer se mexeu com minha ameaça.

–Ela jamais acreditara em você.

Foi ai que uma luz tomou minha mente.

Ela jamais confiaria em mim mais do que nele.


É o pai dela, a família dela.

Quando me casei com ela sabia que ela jamais deixaria de ser a mafiosa
Cesarin.

–Posso provar. –Ele gargalhou se levantando, analisei a figura a minha


frente. De fato Sandro emanava poder, mesmo sendo mais baixo que eu e
mais fraco. E mesmo assim eu não recuei. Estava comprando uma briga
pela minha mulher, contra a própria família dela.

Não abaixaria a cabeça.

–Então prove, use quantas provas quiser, a convença, se puder.

–Você é sujo!

–Faço o possível genrinho.

–Não pense que irá vencer! –Rosnei me afastando em direção a porta.


Antes de sair ainda pude ouvir a última frase dele.
–Eu já venci, você apenas não sabe ainda.

•••

Oi oi gente tudo bom? Aí TO tão feliz com os comentários de vocês que


até trouxe esse cap novo! Vocês estão sendo uns amores e peço
desculpas pela demora nas respostas. Mas as férias estão chegando e
responderei todos!

Esse Sandro em >.> finamente te chegamos ao fdp da história hahaha

Espero que tenham gostado! Não esqueça da minha estrelinha e de


comentar o que achou pra eu correr com o novo cap!

Beijos :3

Capitulo 17 - Sorvete de Laranja


Capítulo

Colômbia

Violeta
Assim que acordei, me dirigi para meu escritório, da onde
comandava todo o cartel da Colômbia. Quando entrei os olhares dos
homens passaram de divertidos a temerosos. Eu tinha um olhar assassino.

–Me ligue com Giuseppe Bernini. –O homem assentiu e logo me


passou o telefone, após ter discado os números. Após alguns toques a voz
do velho atendeu sonolenta.

–Quem ousa me acordar a essa hora?

–Olá Bernini. –Ele arfou, um barulho alto foi ouvido quando a voz dele
voltou agora séria.

–Violeta?

–A própria. Soube que vai ser titio.

–Não brinque com a sorte Violeta.

–Tenho algo que você talvez vá gostar de saber.

–O que?

–Eles descobriram a verdade.

Giuseppe ficou em silêncio por alguns minutos, esperando uma reação


me sentei em uma cadeira dedilhando os dedos na mesa de carvalho.

–Como sabe? Está quase do outro lado do mundo Violeta.

–Tenho uma informante.

–Céus, Sandro vai querer minha cabeça.

–Uau quem te viu quem te vê Bernini.


–Bianca sabe o que exatamente?

–Para sua sorte, apenas que Alice é irmã dela.

Um suspiro de alivio , e a voz dele voltou a ser grosseira.

–Então o que quer?

–Quero matar a garota.

–Alice?

–Não seja ridículo Giuseppe, quero matar Bianca.

–E por que quer isso?

–Digamos que ela tem algo que me pertence.

–Pietro? Ainda é ele?

Silêncio, meu coração se acelerou.

–Para sempre.

Giuseppe respirou fundo.

–Que se foda seu sentimento Violeta, não vou mexer com os Albertini.

–Não mexa Bernini, assim eu enviarei uma cartinha com toda a verdade
para a Cesarin, e então ela vai ter mais um bom motivo para te destruir.

–É bom não me meter nisso sua louca!

–Quando aceitou o trato de Sandro, você já estava metido nisso seu


vagabundo.
–Está abusando da sorte.

–Há, conte outra. Está avisado Bernini. Espero que retorne a ligação. –
Antes que pudesse responder com sua grosseria habitual eu desliguei o
telefone.

Nem precisei dizer nada, os homens correram assim que levantei. Soquei
a mesa com as duas mãos. Um soluço escapou de meus lábios.

–Desgraçado! Como pode? Me trocar por uma Cesarin!

Infelizmente, a vida para mim foi uma bosta, digamos que eu fui vendida
para o chefão do cartel da Colômbia. Eu vivia com meus pais em uma
aldeia no Brasil, mas os homens nojentos de meu antigo marido invadiram
a aldeia, quando se deram conta que a cocaína enterrada ali perto havia
sumido.

Reviraram tudo e queimaram minha antiga casa. Mataram quase todos,


até acharem parte da droga com meu pai. O que havia restado.

Em desespero, olhando para minha mãe que me tinha nos braços, sem
dinheiro, eu sequer conhecia essa palavra. Antes que fosse morto, ele fez
a única coisa que podia para poupar sua vida. Ofereceu a mim e minha
mãe para os homens.

Minha mãe morreu ali mesmo, quando foi estuprada por todos eles. Meu
pai morreu logo depois, com um tiro na cabeça. Eu, eles levaram. Foram
dias pela floresta. Sendo arrastada, meu vestido azul estava todo rasgado
quando finalmente chegamos a uma casa no meio da floresta.

Quando me jogaram em um quartinho molhado, vários homens me


cercaram, e eu soube que seria meu fim ali. Como mamãe.

Porém algo aconteceu. Um homem de meia idade, saiu empurrando os


homens e parou a minha frente, que o olhava seriamente.
Eu conhecia a língua do homem branco, era eu quem fazia as trocas de
minha antiga tribo. E mesmo que confusa eu conseguia entender o que
eles conversavam ali.

–O que iam fazer com a garota?

–Íamos comer ela chefe.

–Sem me apresentar?

–Não sabia que o senhor gostava de Índias.

–Não interessa! É sua obrigação me oferecer antes! Olhe para ela parece
ter 10 anos é uma menina ainda.

–Mas a mãe era gostosinha. –Aquelas foram as últimas palavras do


homem, um tiro da pistola que o chefe tirou a cintura e ele caiu morto no
chão.

Observei o sangue vazar da testa dele curiosa. Então o homem tocou meu
queixo me fazendo o olhar.

–Quantos anos tem mocinha?

–Dezesseis.

–O que houve com seus pais?

–Seus homens os mataram.

–Sinto muito.

–Não sinta. –Resmunguei, o fazendo elevar a sobrancelha. –Meu


pai me deu a eles, e minha mãe... Foi o melhor depois de ver o marido a
trair.
–Só fala em português? –Questionou depois de alguns minutos.

–Sim... E você? –Ele sorriu mostrando dois dentes de ouro.

–Falo espanhol. Sabe que agora pertence a mim não é?

Sequer estremeci, o medo que senti havia se esvaído durante a


viagem. Apenas sustentei o olhar dele. O que estranhamente o
surpreendeu.

–Uau é dura na queda em.

–Eu não sou boba.

Com um sorriso satisfeito ele me ofereceu a mão, mal sabia que


quando a aceitei e me levantei havia me tornado a chefe do cartel da
Colômbia.

Anos depois, quando ele estava doente de cama, em função do


envenenamento que eu aos poucos o matava. Conheci o herdeiro dos
Albertini.

De fato a família Italiana que traficava droga era os Cesarin, porém


eu também vendia armas e a um preço baixo. No começo só queria falir
com meu marido, mas com o tempo as industrias bélicas abaixaram o
preço para mim pela demanda e começou a ser lucrativo.

Pietro veio pessoalmente a Colômbia, a fim de conhecer o


negócio. Após anos vendo apenas Fernando e seus homens, ver um
Italiano como Pietro a minha frente fez meu coração saltar no peito.

O sol naquele dia deixou os olhos verdes dele ainda mais lindos. E
quando desceu do jatinho que veio, os olhos, os primeiros que via naquela
cor que me lembrava minha aldeia, se focaram em mim. E ele sorriu,
fazendo um sorriso atípico surgir em meus lábios.
–Pietro Albertini. –Estendeu a mão para mim, ainda sorrindo a
apertei.

–Violeta Rámonez.

E ali, começou o nosso caso.

Ficamos anos juntos, inclusive depois que enterrei Fernando


assumimos nosso relacionamento publicamente. E Pietro namorava a
mulher mais sexy do mundo, logo éramos o centro das atenções do
mundo. Saímos nas capas de várias revistas, Deus eu estava exuberante
de felicidade.

Nunca havia sido tão cuidada, e então ele trocou de amante.

Foi um choque. Sempre é um choque, descobrir que para o homem


que você ama, nada passou de um casinho, que ele podia jogar fora a
qualquer momento.

Ele havia me trocado pela mulher que ganhou o mesmo prêmio no


ano seguinte. Melissa Bitencourt e sua beleza europeia o tiraram de mim.

No começo eu a odiei, mas quem poderia culpa–la? Assim como


eu estava encantada por ele, como eu e tantas outras. Podíamos abrir o
clube, ex–amantes de Pietro Albertini.

Depois de Melissa, a socialite inglesa que não aceitou ser trocada,


e logo de cara começou a infernizar a vida dele. Veio a agente dupla do
FBI, Isabella Bians.

Quanto será que ele me pagaria por essa informação?

Certo que dinheiro nenhum me atrairia.


E então, Bianca Cesarin, a filha mais velha dos Cesarin, virou a
queridinha dos paparazzi.

Linda, rica, nascida em berço de ouro, corpo exuberante, rosto de


menina. Deus ela com certeza nunca tinha pegado no pesado.

Isso é uma grande mentira, eu tinha que assumir. A garota tinha


fibra. Posava como uma modelo para as revistas mais importantes do
mundo, e por trás das câmeras, cuidava dos negócios da família como
uma leoa.

Ainda me lembro dela, com seus dezesseis anos, como eu quando


fui dada ao Fernando, chegando em minha casa.

Era notório, o respeito dos homens que a acompanhavam. E o


choque dos meus eu ver pela segunda vez na vida, uma mulher tão jovem
botando homem com o rabo entre as pernas.

Na época, ela não era uma ameaça para mim, a tratei bem e
conversamos sobre a vida, como havíamos chegado tão longe mesmo
com todos dizendo que seria impossível.

E naquele dia, quando Pietro que ainda estava comigo, ela entrou
na sala e a reação dele me enervou. Grudou os olhos nela de uma forma
que me deixou enciumada.

Ela ainda não era tão gostosa quando é hoje.

Mas a garota já tinha um corpão.

De qualquer forma, ela sequer deu atenção para ele. Reparei o


modo como um de seus homens a olhava, e descobri mesmo naquele dia,
quando não existia nada. Um aliado.

Fabrizio Boreno. .
[...]

Itália, Roma

Bianca

Voltava para casa, depois de minha aula de luta corporal. Quando


parei o carro em frente a uma sorveteria. Afrodite me lançou um olhar
irritado, o mesmo desde que sai fugida pela manhã.

–Ei ei, pode parando de me olhar assim. –Bufou virando a cabeça


para a janela. –Eu já volto.

Voltou a me olhar chocada. Ela sabia que eu não era muito dada a
doces. Principalmente sorvete de massa já que tenho intolerância a
lactose. E eu nem havia tomado minha enzima para tomar o sorvete.

–Eu sei ok, mas eu vou morrer se não comer sorvete de laranja.

Desci correndo para a sorveteria. A moça me olhou chocada


quando fiz meu pedido. De fato não entendi o choque dela.

–Mas moça... Não tem...

–O que? Como não tem sorvete de laranja em uma sorveteria?


–Por que ninguém come sorvete de laranja, só tem de palitinho.

–Eu quero de massa! –Resmunguei, uma mulher mais velha que


estava no caixa caminhou até mim.

–A senhora está grávida?

–Eu? Ué por que?

–Seu pedido! –Riu, e me chamou para o fundo.

Entramos em uma cozinha apertada, que me fez parecer alta e


elegante de mais para aquele ambiente.

–Aqui querida. –Me estendeu um pote grande fechado. –É


artesanal, eu faço para meus netos. Pode ficar com ele.

–Obrigada! –Gritei dando pulinhos animada. Esquecendo que


estava com um salto enorme, e bati a cabeça no teto. –Ai! Bom obrigada
viu, quanto te devo?

–Nada querida, desejo de grávida a gente atende por conta da


casa.

–Ah mas eu faço questão! Era dos seus netos não?

–Sim...

–Bom então toma. –Entreguei uma nota de cinqüenta. Ela riu e


agradeceu. Voltei para meu carro praticamente correndo. Afrodite me
lançou um olhar reprovador quando comecei a engolir o sorvete. –O que
foi?

Ela rosnou e pulou para o banco de trás.


–Ótimo sua multipolar! Não vou te dar um pouco mesmo.

Com um olhar de multipolar é você, que Afrodite me lançou,


acelerei para casa. Deixando de lado o meu pote gigante de sorvete.

Quando desci de meu camaro. Sim meu camaro amarelo canário.


Dei de cara com um Pietro Albertini muito irritado.

Afrodite se pôs ao lado dele, me olhando com o mesmo olhar


julgador de meu marido.

–Bianca Maria Cesarin Albertini! Você foi para a sua aula de boxe?

Assenti o fazendo bufar como um cavalo. O que de fato ele era.

–Você é louca? Pode perder essa criança.

–Ai Pietro, não faça drama!

–Sua placenta está descolada, você não pode fazer exercícios e


não pode passar nervoso.

–Sabe o que eu ouvi? Bla–bla–bla! –Gritei entrando para dentro de


casa. A porta bateu com força e dei de cara com Andrea Albertini em sua
faceta preocupada. –O que foi?

–Minha filha. –Disse carinhosamente, me fazendo erguer a


sobrancelha, nem mamãe me chamava de filha com esse carinho. –Tem
que cuidar melhor desse bebezinho.

–Obrigada pela preocupação Andrea, mas eu estou ótima. –Ia


subindo a escada mas parei, meu estômago roncando. –Eu to muito
gorda?
Pietro que entrava ao lado de Afrodite, parou ao lado da mãe. Os
três me encarando como se eu fosse louca.

–Sua barriga nem cresceu ainda querida.

–Mas eu... To me sentindo inchada.

–Linda, você está gostosa como sempre. Eu só estou preocupado


com o seu humor...

–O meu humor? O que tem ele?

–Bom você tem estado muito... Bipolar?

–Bipolar!? É a senhora sua mãe! –Andrea riu e eu corei me


virando para ela. –Desculpe, não quis dizer isso.

–Eu sei querida.

–To com vontade de comer kibe de camarão.

Matteo que entrava no cômodo, abraçou Andrea rindo em plenos


pulmões. Poxa eu to com vontade, qual o crime disso?

Então, eu comecei a chorar. Subindo as escadas correndo. Agora é


crime querer comer! Poxa eu vivo em dietas de proteína desde sempre,
querer comer sorvete e um pouco da massa do Kibe não é um crime, além
do mais camarão é carne branca né. Ou talvez seja fruto do mar.

Tenho certeza que é fruto do mar.

Sentei na cama chorando de soluçar. Assustando Anúbis que


arregalou os olhos e pulou achando que o mundo estava caindo.

Só assim para Bianca Cesarin chorar.


–Bia... –Pietro entrou no quarto e eu afundei meu rosto no
travesseiro chorando em plenos pulmões.

Deus por que eu to chorando.

–Querida minha mãe vai fazer o seu Kibe de... Camarão. –


Murmurou segurando o riso. Levantei a cabeça para o xingar de todos os
nomes.

–Seu grande imbecil! Não ria de mim.

–Você está uma graça nervosa assim. –Riu, fiz cara feia. Ele
acariciou o meu rosto e beijou minha boca, ignorando a mordida que dei. –
Como está nosso filho?

–Com fome.

–Claro a mãe dele foi fazer aula de boxe! A doida.

–Mas eu vou ficar uma baleia se parar com meus exercícios.

–Você vai ficar linda Bia.

–Claro e você vai me cornear!

–Ei, eu nunca faria isso com você.

–Me engana que eu gosto. –Resmunguei o fazendo rir.

Ficamos em silêncio. Ele fazendo carinho em meu rosto e me


beijando. Ignorando o fato de eu estar toda suada com meu top e minha
legging habitual. E como eu estava nos últimos tempos. Demorou pouco
para sentir vontade dele.

Pietro estava irredutível em fazer sexo comigo.


E mesmo contra a vontade dele. Me joguei em seu colo o beijando.
Sem muito esforço senti o pau dele duro em minha coxa.

Antes que ele pudesse me refrear comecei a tirar sua camiseta. E


foi quando ele percebeu minha intenção e nos separou.

–Bia não...

–Mas que merda. –Resmunguei me sentando afastado dele. –Eu


vou procurar o Fab se continuar assim.

Então ele me encarou como se desejasse me matar. Mantive seu


olhar, e mordi o lábio inferior.

Eu tenho que conseguir hoje.

Ou vou morrer de tesão por esse homem.

Lambi meu lábio, o que chamou a atenção dele que encarou minha
boca, o olhar se escurecendo. Em segundos arranquei meu top. Suas
mãos agiram sem sua permissão, as levou a meus seios os massageando.
Fechei os olhos, eles andavam tão sensíveis e aqueles movimentos os
relaxaram, e eu suspirei me aproximando dele.

–Bia... Qualquer coisa fora do normal e você aborta...

–Pietro! Eu quero transar. –Resmunguei o puxando pelo cabelo.


Ele me encarou arfando. –E é bom que seja com você. –Ao dizer isso.
Soltei meu cabelo, Pietro acompanhou o caminho dele ao redor do meu
corpo.

Suspirou colando seu corpo no meu. Assentindo eu me joguei


contra ele.

Mas antes, senti meu intestino quase se revirando.


Droga sabia que não deveria tomar sorvete.

–Hm Pietro eu... Preciso tomar... Banho?

–Banho? Mas agora Bia?

–É que... Olha quer saber, rala do meu quarto vai sai! –Me levantei
abrindo a porta. Ele me encarou seriamente.

–O que houve?

–Eu tomei sorvete e...

–Sorvete?

–Sim, eu preciso ir ao banheiro. –Admiti, agora correndo para a


porta branca no canto do quarto. Fechei a porta me prendendo lá dentro,
tirei minha calça correndo.

–Espera, você tomou sorvete a base de leite? –A voz do gênio


soou do outro lado da porta.

–Do que te importa?

–Bom querida, você é intolerante...

–A LACTOSE EU SEI. –Gritei, meu intestino se agitando.

Graças a deus, ele se calou e eu pude me concentrar na privada.

Ai que mico.

Alguns minutos depois. Tomei meu banho, lavando o cabelo e


tirando todo o suor de meu treino. Sai do banheiro com uma toalha ao
redor do corpo e o cabelo solto pingando pelo chão.
Meu marido estava com o rosto vermelho, de rir obviamente.

–Você estava passando mal?

–Eu... ia morrer se não tomasse sorvete de laranja.

–Uau essa é nova, é difícil de achar em.

–É... E aquele Kibe?

–Sério que você quer esse kibe ainda?

Sorri maliciosamente assentindo mordendo o lábio inferior. Ele riu e


balançou a cabeça.

–Deus Bia, eu to adorando essa sua nova... Fase.

E dizendo isso, ele me puxou para seus braços.

********************

Oi oi leitores lindos! Como estão?

E esse capítulo em! Quem diria a Bia com desejo! Uma fofura!

E a violeta ? URGHHHGGGGGGGGGGG ninguém merece né!

Não esqueçam de deixar minha estrelinha e seu comentário! Beijos e


até o próximo
Capítulo 18 - Se a perder, ele perde a
Luta

Capítulo 18 – Se a perder, ele perde a Luta

Itália, Roma

Estava em cima de Pietro, que gemia alegremente enquanto eu terminava


de tirar sua cueca, libertando seu pau para mim. Os olhos verdes dele me
encararam ansiosos. Mas minha vontade de vingança pelo tempo de seca
falava mais alto.

Passei minha unha pelo peito dele, arranhando todo o caminho até seu
abdome. Um arfar delicioso saia de seus lábios. Curvei–me sobre ele para
beijar seu pescoço. Desci meus beijos até a base dele o mordendo.

As mãos dele acariciaram minha bunda, me fazendo suspirar alegremente.


Como sentia saudade de ter a mão dele ali. Pietro apertou ali com força
fazendo um ardor percorrer minha bunda e eu remexer meu quadril em
cima do dele.

–Bia... –Gemeu, levantei a cabeça para o encarar. Ele mordia o lábio


inferior, era uma visão deliciosa, ver meu marido a minha mercê.

Então, o celular dele começa a vibrar em cima da escrivaninha. Sem me


tirar de cima dele olha a tela e faz uma careta.

–Você tem consulta marcada hoje.

–Tenho?
–Sim, você fez exames lembra? –A mão dele que deslizava pelas minhas
costas, fazia com que minha mente parecesse distante, Deus eu só queria
ignorar qualquer coisa que tivesse que fazer e ficar ali com ele.

–Eu lembro... Mas quando é essa consulta?

–Agora Bianca.

–Agora? Pietro!

–Sinto muito. Mas não vou poder ir com você.

–Ué por que?

–Acabei de receber uma péssima noticia. –Resmungou me tirando de cima


de si e colocando do lado dele. Pietro se levantou correndo pelo quarto
catando suas roupas. Eu o encarava quase que desejando degola–lo.

Eu queria voltar da onde paramos.

–Pietro...

–Bia, você tem que saber o que tem com você, e com nosso filho. Ela só
vai te dizer os resultados nada de mais.

–Mas...

–Olha minha linda. –Se agachou do meu lado pegando minhas mãos. –
Quando você voltar seu Kibe vai estar pronto e eu estarei aqui. Prometo.

Assenti contrariada. Pulando para fora da cama.

Entrei em meu closet. Que inclusive esta uma bagunça, puxando o


primeiro vestido que encontrei, estremeci ao ver que era preto. De
qualquer forma eu já estava atrasada mesmo então não iria procurar outro.
Coloquei o vestido e um salto branco. Se quer passei maquiagem, apenas
corri porta a fora. Já no primeiro andar encontrei meu marido conversando
com Enzo e Thomas, Alice estava na sala e caminhou até mim me
entregando a chave do carro.

–Eu vou com você. –Anunciou me fazendo sorrir. Depois de dar um beijo
em Pietro corri porta a fora.

Dentro do carro, Alice se sentou ao meu lado e eu ouvi barulhos de patas


do lado de fora. Coloquei minha cabeça pela janela e vi Afrodite
arranhando a porta traseira do meu Audi.

–Afrodite! –Ela saltou vindo até minha janela animada. –Sinto muito garota
mas eu to atrasada, e não posso te levar para um hospital.

O olhar magoado de minha bebe foi minha última visão antes de acelerar.

Itália, Roma

Hospital Geral Romano

–Ele sequer me avisou dessa consulta, que raiva eu tava quase


conseguindo. –Continuei reclamando para Alice que ria divertida.

–Acho que você o fez esquecer.

Bufei a olhando acusadora.

–Ou talvez ele esteja beijando outras por ai.

Ela arregalou os olhos estremecendo.

–Credo Bia, você vai lembra disso para sempre?

–É claro! Você me traiu!


–Eu nem sabia que éramos irmãs.

–E bom, eu não sabia que você se jogaria em cima do meu marido na


primeira oportunidade.

–Ele me agarrou.

–Umpft, que seja. O beijou de qualquer forma.

Ela riu divertida.

–E nosso pai quando vai querer o conhecer? –Alice arregalou os olhos,


assustada de repente, virou o rosto para o lado e murmurou um "nunca".

Eu não a entendo, francamente, uma pessoa que viveu tantos anos longe
dos pais deveria ficar animada em conhece–los. E Alice demonstrou
interesse apenas em Andrea, todas as vezes que sugeri a apresentar para
papai ela negou ou mudou de assunto.

Era como se ela tivesse medo dele.

Papai pode ser um mafioso sem escrúpulos mas familia é familia! Ele
defendia a familia com unhas e dentes, contra qualquer um. Mesmo que
fosse alguém próximo a ele.

Foi com ele que aprendi que a minha familia vem em primeiro lugar, que
meus pais e minha irmã eram as pessoas mais importantes do mundo para
mim, aprendi que não importava o que eu sentia, se mexessem com minha
familia eu deveria matar a sangue frio.

Ele que sempre foi um homem tão ligado a familia, será que nunca soube
que Andrea teve uma filha dele? E de fato. Como que isso ocorreu?
Eu sei que as duas mulheres das duas famílias, mamãe e Andrea, haviam
namorado com o outro antes de se casarem. Mas será que ele não teria
descoberto uma gravidez de Andrea?

Será que o próprio Matteo, quando se casou com Andrea não teria visto e
vivido a gravidez da esposa de perto?

Durante essa estranha fase da minha própria gravidez, que estou vivendo,
tive que deixar de lado as duvidas que surgiram na minha cabeça. Mas ali
sentada vendo a reação de Alice sobre nosso pai, várias coisas passaram
por minha cabeça.

Para falar a verdade, desde que Alice chegou, Andrea tem estado muito
apegada a ela e a mim, e Matteo logo se apaixonou pela moça, dizendo
que sempre quis ter uma filha. Não entendi por que ele não estava
surpreso quando Andrea contou para ele.

E muito menos, por que ele aceitou a presença dela na casa dele.

–Bianca Albertini. –Angela, minha médica, apareceu a porta. Levantei junto


com Alice e entrei no consultório.

Sentadas diante da mulher, um estranho arrepio passou por minha coluna,


ao analisar o rosto sério dela para mim.

–Senhora Albertini, seus exames chegaram.

–Sim...

–Eu gostaria de falar com seu marido, ele não veio?

–Meu marido? E eu sou o que? A esposinha submissa? –Rosnei, ela


arregalou os olhos e Alice segurou minha mão.

–Ela tem estado assim doutora, é normal.


–Normal o escambau.

–Bom, a questão Bianca é que, você não pode passar nervoso.

–Bom se você continuar sem me dizer o que houve eu vou ficar nervosa
mesmo.

Ela ficou alguns minutos me observando atentamente. O arrepio anterior


agora me fazia estremecer. Com certeza ela me daria uma péssima
noticia. Mas o bebe ainda estava bem, eu tinha certeza, principalmente por
que ela disse que eu não podia passar nervoso.

–Você tem uma doença hereditária.

–Do–do–doença?

–Sim, essa doença pode ser confundida com endometriose. Mas é de


longe muito pior.

–Endometriose?

–Sim, a senhora por acaso tinha problemas com menstruação?

–Que tipo de problemas?

–Cólicas fortíssimas, que podiam causar desmaios, vômitos e diarréia?

–Bom... Sim...

–E a senhora por acaso fez algum tratamento?

–Não...

–E como conseguiu superar as cólicas?


–Meu pai... me dava remédio.

–Remédio?

Desviei o olhar para Alice que nos encarava com os olhos arregalados.

–É... Remédios comuns eles não ajudavam e bom...

Angela assentiu o olhar ainda sério. Mas minha mente era um grande
vácuo, eu não conseguia seguir o raciocínio dela, pela primeira vez eu
estava perdida, sem entender nada.

–Morfina?

–Sim.

–Existe um tratamento, o único, é na Túrquia. É bem caro, mas ele tem


que ser feito antes da gravidez.

–O que isso quer dizer? –Murmurei ignorando o arquejo de Alice com a


palavra Turquia.

–O que eu quero dizer Senhora Albertini, é que, a senhora está correndo


risco. E não é apenas de perder o bebe. É risco de vida.

Minha mente se esvaziou. Senti meu coração bater rápido, e eu comecei a


arquejar. A doutora se levantou, e eu coloquei minha cabeça entre as
mãos.

–Senhora?

–Eu–eu estou bem... É só muita... Informação.

–Eu não entendo Senhora Albertini, a sua mãe deveria ter notado que
você teria essa doença. É heriditária e bom ela deveria ter te levado na
sua primeira menstruação ao médico para ter certeza que você herdaria,
se bem que... As chances de você não herdar sendo filha de uma mulher
que tem a doença é muito pequena.

–Espera... Eu... Eu também tenho. –Alice murmurou, nos fazendo a


encarar. –Nós somos irmãs.

–E a senhorita não fez o tratamento?

–Não... Eu bem... Eu fiquei grávida certa vez. –Começou, ela me olhava


sériamente, de uma maneira que eu nunca havia visto Alice falar ou olhar.
–E eu perdi o bebê e tive uma infecção no útero por causa dela. Bom no
começo achavam que era endometriose, mas depois eu soube que era
Síndrome de Ana Bolena.

–Ana Bolena? –Ela me olhou assentindo.

–É, eu acabei não podendo mais ter filhos. Eu nem menstruo mais, a
doutora me disse que se não fizer o tratamento e engravidar, tem chances
de adiantar a menopausa. E a minha foi adiantada.

–Sim tem razão. Mas a mãe de vocês deveria saber disso de qualquer
forma.

–Não temos a mesma mãe.

–O que? Isso é impossível, vocês tem que ter a mesma mãe, a herança
tem que vir da mulher.

O mundo girava aos meus olhos, a minha respiração estava pesada. Uma
enxurrada de sentimentos me esmagando.

Antes de qualquer coisa, me levantei correndo para fora do consultório,


ignorando os gritos de Alice e da médica. Entrei em meu carro em tempo
recorde. E acelerei para longe dali.
Eu arfava, lágrimas escorriam pelo meu rosto. Não era o medo de ser uma
bomba relógio para meu bebê apenas, era a sensação de ter sido
enganada que me fazia acelerar cada vez mais.

Flashes se passaram pela minha mente. Mamãe desesperada comigo


caída na cama chorando a cada enxurrada de cólicas. Eu desmaiando no
internato, desmaiando no meio de uma reunião. Meu pai não me deixando
ir no ginecologista.

Quando desci do carro, bati a porta com tanta força que jurei te–la
quebrado. Caminhei porta a dentro da minha antiga casa. Ignorando o
mordomo que tentou me dizer bom dia.

Embora fosse quatro horas da tarde.

Dentro do escritório eu bati a porta com tanta força que a parede tremeu.
Papai saltou da cadeira me encarando chocado.

–Bianca!

–Eu tenho Sindrome de Ana Bolena.

–O que?

–É uma doença hereditária papai. UMA DOENÇA QUE DEVERIA VIR DA


MINHA MÃE! –Ele continuou parado, me encarando, os olhos me
julgando. –Ela causa abortos espontâneos. Pode tirar a minha vida!

–Como descobriu isso?

–A médica do hospital descobriu.

Papai riu se sentando na cadeira.


–Oras Bianca quanto drama! Não é como se essa criança estivesse em
nossos planos.

–Nossos planos? NOSSOS PLANOS!? EU POSSO MORRER PORRA!

–Bia, é só um bebe, você não vai morrer, e isso é bom, não quero uma
filha criando um Albertini.

–Eu sou casada com um Albertini lembra?

–É temporário.

–TEMPORARIO? PAPAI OLHA O ABSURDO QUE ESTÁ DIZENDO!


VOCÊ É CATÓLICO PORRA! A CRIANÇA NÃO TEM CULPA DOS
NOSSOS PLANOS.

–Bianca, para de gritar! Que saco já estou com dor de cabeça.

–Mamãe tem essa doença? Ou ela não é minha mãe? –Ele riu,
balançando a cabeça.

–Está louca é óbvio. Não percebe que o Albertini esta tentando te


envenenar contra mim?

Eu tive que rir, o meu marido agora era o culpado? Papai estava ficando
caduco.

–Como que ele faria isso? Se foi a médica que disse!

–Bia, chega ok? Ele pode ter pagado a médica isso é ridículo.

–E como o senhor explica as cólicas que tive a vida toda?

–Umpft, é normal de mulheres, mesmo sendo a rainha da máfia minha


filha, você é mulher e menstrua. É natural, sua mãe sempre te disse isso.
Caminhei até a mesa, a cada passo que eu dava, ele estremecia de leve.
A sensação de que tinha algo errado, de fato muito errado ali a cada
segundo crescia mais. Espalmei minhas mãos e o encarei face a face.

–Se eu pensar, que está me enganando Sandro Cesarin, eu vou destruir


você.

Ele me olhou incrédulo. Se levantou me encarando.

–Nós somos uma familia Bianca. Uma familia! Eu dei a minha vida por
você e sua irmã. Eu dediquei tudo o que eu tenho e sou por vocês duas! –
Estremeci sobre seu olhar acusatório. –O Albertini esteve aqui me
ameaçando. Dizendo que ia te virar contra mim. E ele conseguiu
aparentemente.

–Eu... isso é sério?

–Sim querida, você sabe que eu vivo e vivi por você e sua irmã... Como
pode chegar aqui me acusando dessas coisas?

Desabei. O sentimento de culpa por ter desconfiado dele me tomando.


Chorando me joguei nos braços de papai. Que me abraçou contra seu
corpo.

–Eu nunca vou deixar ninguém te magoar minha pequena Afrodite.

Aceitei o afago de meu pai, fechando os olhos me permitindo descansar no


ombro dele.

–Você deve voltar para lá.

–Não papai, eles estão me confundindo.

–Deve ir Bia. Tem que continuar com nosso plano. –Me virei para sair, e
parei por um instante, uma duvida em minha cabeça.
–Papai, mas Alice disse que também tinha isso.

O choque percorreu o rosto dele por um segundo, tão rápido que no


momento eu não pude perceber direito. Depois ele me sorriu.

–Quem é Alice?

–Ela... Bom ela aparentemente é minha irmã. –Respondi secando meu


rosto. Ele assentiu olhando fixamente para a parede.

–É uma mentirosa Bia, sua única irmã é a Isabel. Faça o que fizer, não se
deixe enganar pelos Albertini.

Com a consciência tranqüila, sai do escritório. Meu coração mais calmo


em saber que tudo não passava de uma mentira. Respirando fundo
caminhei para meu carro.

Quando sentei no banco e olhei para o lado, meu celular vibrou e o papel
de parede comigo ao lado de Pietro fez meu coração se apertar no peito.

Ele não mentiria pra mim, tem alguma coisa errada nessa história.

E mesmo que tarde. Eu vou descobrir o que é.

Itália, Roma

Escritório de Sandro Cesarin

Sandro

Depois que Bianca saiu, esperei alguns minutos para ouvir o carro dela
dando partida. E então soquei a mesa com toda a minha força.

–Filho da puta! Eu vou matar o desgraçado do Bernini! COM MINHAS


PRÓPRIAS MÃOS!
Disquei o número do verme, bebendo um copo de Whisky que acabava de
pegar em meu bar.

–Alô? –Bernini atendeu, e eu acabei rindo alto com a voz temerosa. –Deus
você já sabe.

–Sim seu grande imbecil! Eu sei! Minha filha, minha filha Bianca esteve
aqui cuspindo fogo pela boca!

–F–f–f–f–ogo?

–Para sua sorte, a garota não abriu o bico para ela, para sua sorte! EU
QUERO QUE RESOLVA ISSO!

–Mas Sandro... Foi o idiota do Geovane que me traiu.

–Geovane Albertini?

–Sim...

–Ele não estava do nosso lado?

–Estava, mas ele se apaixonou pela sua filha.

–Ah que merda! Que merda! –A raiva me corroia por dentro me fazendo
jogar o copo que segurava na parede. –Como você deixou isso acontecer?

–Eu não deixei! Sequer vi...

–Teve um motivo para eu te dar a garota! Era para tirar ela daqui... Meu
deus se a Andrea descobrir...

–Alice não contou nada, tenho


–Como pode ter tanta certeza? SE VOCÊ TINHA CERTEZA QUE ELA
NÃO IA FUGIR SEU IMBECIL!

–Eu sinto muito Sandro.

–Sentir muito não vai tirar essa garota daqui.

–Quem te viu quem te vê Cesarin... O devoto a familia.

–Eu sou devoto a minha familia.

–Ela faz parte da sua familia.

–Ela foi um erro!

–Bianca também foi.

–Está discutindo comigo?

–Estou adorando te ver com medo. –Começou a rir, meu sangue fervendo
com a gracinha dele. –Eu estou oficialmente fora disso Sandro.

–O que?!

–Estou de largando.

–Seu desgraçado eu protegi sua familia por todos esses anos!

–Que se foda, negócios são negócios. E agora, eu preciso ligar para


Violeta Ramonez. Boa sorte para se livrar da garota antes que você se
afunde.

–Giuseppe? GIUSEPPE? –Desligou na minha cara, fiquei encarando o


telefone por alguns segundos. Antes de ir em direção a porta, onde uma
Isabel chocada me olhava.
–Tem algo a me contar pai?

A encarei irritado, puto para dizer a verdade. A minha familia estava ruindo
aos poucos, ou eu exterminava os Albertinis, ou eu seria exterminado.

Tudo estava nas mão de Bia.

E se eu a perdesse, eu perderia a luta.

*************************************************

Oi gente! Que saudade!

Tanto reclamaram que olha quem voltou! Poisé.

Gente meu computador quebrou DE NOVO, por isso estive ausente >.>
um saco né?

Espero que tenham gostado do cap! Não deixem de dar minha estrelinha
para mais gente achar essa história que vocês tanto gostam <3

Me conte nos comentários o que achou!

Beijinhos :*

Capítulo 19 - Dúvidas

Capítulo 19 – Dúvidas

Itália, Roma
Casa dos Albertini

Bianca

Entrei em casa praticamente correndo. A estranha sensação de estar


sendo feita de otária me dominando. Depois de fechar a porta e me
encostar nela respirando fundo, ignorando a cólica que eu estava sentindo,
e um enjôo forte que subia, sentei no chão escorregando pela porta.

Não conseguia normalizar a respiração, e o nervosismo que parecia correr


junto com o sangue em meu corpo.

Eu sempre fui muito estressada, e saber que o estresse podia fazer mal
para meu bebê, se bem que depois de tudo que eu ouvi meu pai dizer eu
estava confusa.

-Bia? –Levantei a cabeça encarando minha mãe. Com um salto me


coloquei de pé suspirando e a abraçando. –Queria eu sinto muito.

-Como chegou antes de mim?

-Eu ouvi o começo da briga entre você e seu pai.

-Cazzo, desculpe por isso mamãe –Resmunguei a olhando arrependida,


ela suspirou e passou a mão no cabelo louro.

-Bia, sabe que não posso lhe contar né.

-Sim...

-Querida, sempre foi cega de amores por seu pai, mas preciso lhe avisar
que, muitas vezes Sandro não é o homem que lhe ensinou que a família
vem em primeiro lugar.
Mordi o lábio inferior a encarando chocada, mamãe nunca passou por
cima de algo que meu pai disse ou decidiu, vê-la me dizer isso fez meu
coração acelerar.

-Eu sou adotada?

-Não querida claro que não!

-Então como que...

-Bia, você é tão inteligente meu amor, não se deixe enganar pelo seu pai.
Não seja como eu. –Suspirando ao ver que eu lhe perguntaria novamente
ela negou veemente com a cabeça. –Confie em Pietro, ele a ama.

-O que? –Agora ela havia conseguido tirar minha atenção dessa história
com papai, ela riu e beijou minha testa.

-Não se deixe cegar sim? Eu tenho que ir, sabe que não sou bem vinda
aqui, Andrea está ali na cozinha me encarando pelo reflexo da geladeira. –
Sussurrou, olhei para o reflexo da geladeira encarando Andrea que girava
uma faca no balcão olhando fixamente para nós. –Acho que ela me
mataria se você não chegasse, tinha que ver a cara dela quando me viu. –
Riu sozinha, mas um flash obscuro passou por seu olhar a deixando séria
novamente. –Enfim querida, preciso ir sim.

Assenti ainda entorpecida, mamãe me abraçou e eu pude respirar fundo


em seus braços.

-Minha menina de negócios.

Ri corando.

-Obrigada por vir mamãe.

-Sempre virei a seu socorro querida.


Por fim ela saiu porta a fora, me deixando ali encarando os olhos
castanhos de Andrea, que se desviaram e ela sumiu do reflexo.

Meu faro não me falhava, eu sabia que havia algo muito errado ali.

Suspirando voltei a me sentar no chão, meu útero ainda se revirava e com


minha mente fervilhando podia piorar ainda mais os riscos que meu bebê
corriam.

Respire Bia, não pense nisso, deixe para se preocupar com esse problema
quando o bebê estiver seguro fora de meu útero hostil.

Sentada no chão, me lembrei que havia deixado Alice no hospital. Dei um


pulo

ficando em pé e já ia abrir a porta voltando para o hospital quando a vi


caminhar pelo jardim do lado da casa. Resolvi a seguir em silencio.

Ela caminhava devagar, comigo atrás dela, revira as mãos nervosamente


e parecia contar a respiração como se a tentasse controlar, até a cabana
onde Thomas cuidava da porta.

– Eu vim ver o Geovanne. –Disse timidamente, Thomas a olhou incrédulo.

– Por que não esquece ele? Tem muitos caras por ai que gostam de você.

– Suponho que isso englobe você.

– E engloba Alice. –Acariciou o rosto dela, que bateu na mão dele se


afastando. –Por que você gosta dele?

– Ele me salvou, tantas vezes que você nem pode imaginar. –Empurrou
Thomas e entrou pela porta. Me aproximei sorrateiramente por trás dele,
que olhava para dentro da cabana desolado.
Chegando atrás dele. Tapei sua boca e chutei a batata da perna. Ato que o
fez cair de joelhos. Apliquei um mata leão nele que me olhou com os olhos
arregalados.

– Bi...

– Shiu, fica quieto. Volte para casa e não fale para ninguém nada. Me de
vinte minutos.

– Si– sim Bianca.

O empurrei para o chão. E rapidamente ele saiu correndo em direção para


casa, assustado. Ri sozinha, em pensar que ouve homens que disseram
que eu jamais seria respeitada ou daria medo em outros homens.

Tolos.

Voltando para a cabana, entrei em silencio, caminhando para a sombra.


Era incrível como mesmo de salto eu conseguia ser tão sorrateira.

Ali Geovanne estava preso, e ao lado dele a tal Melissa estava dormindo
no chão também presa, Alice e ele trocavam um olhar apaixonado, tão
apaixonado que tive que desviar o olhar, uma sensação de compreensão
me dominando.

– Lice, você ta bem?

– Sim. –Respondeu chorosa, se abaixando na frente dela. –Vim dizer algo


sério para você.

– Sim?

– Eu fiquei um tempo sem menstruar por causa do problema que eu tenho


lembra?
– Sim, você tem uma síndrome algo assim.

– Bom, a um tempo meu útero... Ele voltou a funcionar.

– Voltou?

– Sim... Alguns meses antes da gente sair da Sicilia.

– Mas o que houve Lice?

– Geovanne, eu to grávida.

Levei minhas mãos a boca para abafar um arquejo. Geovanne a olhou


emocionado, sorriu lindamente para ela.

– De mim?

– Sim...

– Eu vou ser pai?

– Não Geovanne...

– O que? Por que Alice? –Alice começou a chorar. Meu coração se


apertou e eu quase corri na direção dela. Para a abraçar.

– Fui com a Bia hoje no médico, você sabe que o Aro não me levou ao
médico, e a gente foi daquela vez por que estava muito mal.

– Sim.

– A médica explicou mais do que a outra. Ela disse que eu e ela tínhamos
que fazer um tratamento na Turquia para nosso útero conseguir ter o bebê.

– Alice...
– Geovanne, ela disse que a Bia corre risco de vida.

– Eu sinto muito. –Murmurou, e eu soube que ele não se referia ao bebe


dela, e sim a mim. –Sei que já a ama.

– Eu só precisava te dizer isso mesmo. –Disse. Passou a mão pelo rosto


sujo dele. –Eu te amo.

– Eu também, mais que minha própria vida. –Ele respondeu, e eu sabia


que era verdade, ele sabia o quanto estava se arriscando por ela. –Alice,
aborte.

Eu e ela desviamos o olhar para ele. Geovanne estava sério, ela engoliu
em seco negando com a cabeça.

– Alice, eu estou falando sério. Tire isso de dentro de você antes que a
mate.

– Jaz...

– Alice! Se a Bia corre risco, você também corre!

– Eu não vou matar um filho nosso.

– Alice! Eu não posso te perder! –Gritou. Eu com meus hormônios a flor da


pele. Comecei a chorar ali no canto bem baixinho.

Aquilo parecia fodidamente real, era nítido o amor e a devoção dele por
ela. Eu começava a acreditar que meu pai estava me enganando. E no
meio daquela sinuca de bico eu decidi que não contaria a Pietro sobre a
doença.

Céus minha vida era uma mentira! Meu pai que sempre fez tudo por mim
estava me enganando e escondendo algo.
Seja lá o que for que ele escondia, eu sentia que tinha muito a ver com a
desavença entre as duas famílias, e o que Pietro me contara meses atrás
sobre o suposto motivo da briga, começava a esquentar minha cabeça.

Seria possível que eu fosse filha de Matteo?

– Eu não vou fazer isso!

– Eu não sei quanto tempo ficarei aqui. –Disse depois de um tempo em


silencio a encarando, as lágrimas começavam a escorrer pelo rosto sujo
dele. Deus era difícil ver um Albertini chorando, ainda mais Geovanne que
apanhou tão valentemente do irmão sem nem ao menos gritar.

Mas ali, por medo de a perder, ele começava a chorar como uma criança.

– Eu não sei, se voltarei a tocar em você. Não sei Alice. Mas depois de
tudo o que fiz, de como eu me arrisquei para te salvar do Aro, não quero
ser o motivo da sua morte. –Murmurou, a cada soluço meu coração batia
mais rápido.

– Eu não vou morrer, eu sou forte.

– Deus mulher eu sei! Eu te vi aguentar tudo o que passou como uma


leoa. Você é tão digna de ser uma Cesarin como a própria Bianca! Mas
isso... Era a única coisa que a derrubava Alice! Quantas vezes eu a levei
pro hospital desmaiada, branca e gelada por causa da sua menstruação.

– Geovanne... –Alice chorava, agora eu podia perceber. Abraçou ele, ficou


de joelhos no chão, se sujando com a urina. Diferente de quando eu
sujava algum vestido dela, que Andrea vivia comprando, ela não se irritou
em ter a roupa suja por ele. –Eu preciso te dar esse presente.

– Eu posso esperar que você faça esse tratamento... Tenho certeza que
sua mãe pagará tudo para você.
– Geovanne... Eu vim também te perguntar algo. –Se separou dele o
encarando. –Andrea... Quando ela fez esse tratamento?

Minha respiração sumiu. O sangue gelou. Dessa vez não pude conter meu
arfar alto. Que fez os dois olharem na minha direção. Alice se levantou
dando dois passos para onde eu estava.

– Bia? –Olhando ao redor tentando fugir. Me vi sem saída. Apareci na luz


da vela ela suspirou colocando a mão no peito. –Nossa ainda bem que era
você.

Olhei para Geovanne, tinha o olhar frio como sempre. Mas depois da
faceta dele que conheci ali da sombra, sabia que era fingimento.

– Alice. Andrea... Ela tem isso não é?

Uma troca de olhares entre ela e Geovanne, e ela assentiu.

– Ó Deus minha cabeça está explodindo. –Resmunguei. –E eu... Deus eu


to com uma cólica. –Resmunguei de novo, desde que sai da médica, meu
útero se revirava. Mas estava cada vez mais forte. Alice correu até mim,
me segurando. –Não faça isso, eu ouvi que você também está grávida.

– Mas não estou com cólica Bia, isso é sério! Você pode estar... Perdendo
o bebe.

A olhei seriamente, fiz um esforço para sentar na poltrona.

– Alice, eu preciso te pedir algo, quero que jure algo para mim.

– O que você quiser!

– Não conte ao Pietro nada sobre a médica hoje.

– Mas Bia...
– Você jurou!

– Mas você pode morrer...

– Mas eu não vou. Eu darei um jeito. Eu posso me afastar da máfia até ele
nascer. Eu só não posso ficar nervosa não é?

– Bianca, não envolva ela nisso. Se acontecer algo a você, Pietro vai
mata– la.

– Geovanne... Ele não pode saber!

– Não a envolva!

– Geovanne eu sei me cuidar. Bia... Eu não quero arriscar sua vida.

– A escolha é minha.

– Você pode morrer lembra? –Elevou a sobrancelha ameaçadoramente,


internamente eu ri.

– Sim eu lembro, mas... Não quero que ele fique mais pilhado. –Admiti
estremecendo. –Ele tem estado tão nervoso...

Geovanne e Alice se entreolharam. Ele sorriu malicioso quando me olhou.

– Está apaixonada pelo alvo Bia? –Nossos olhares se cruzaram, e meu


sangue começou a ferver, naquele estado ainda tentava me desafiar?

Por fim eu mordi meu lábio inferior e arfei baixinho, como ele sabia disso?
Seria possível que ele estivesse ao lado do meu pai no seu plano de matar
Pietro e Matteo? O encarei friamente antes de puxar Alice porta a fora.

Ela não disse mais nada, apenas apertou minha mão firmemente, e eu
soube que sua resposta era positiva.
Entramos em casa pela porta traseira, e demos de cara com uma
discussão altíssima entre Pietro e Enzo. Isabella encarava os dois com a
testa franzida, aparentando estar concentrada.

– O que houve? –Sussurrei para a loira que mantinha o rosto inexpressivo.

– Complicações.

– Que tipo...

– Bia! –Minha irmã resmungou me fazendo a encarar, fiz muxoxo e abaixei


a cabeça.

Sem envolvimento nos negócios até meu bebê nascer saudável.

– Os Bernini...

– Não precisa explicar, não quero saber. –A interrompi, o olhar de choque


dela foi hilário. Quem diria que alguém veria Bianca Cesarin dizer que não
quer saber dos negócios da familia.

– O que?

Ri balançando a cabeça, meu olhar varreu a sala procurando uma certa


bola de pelos branca, mas apenas encontrei Anúbis que encarava os dois
homens quase se baterem.

Onde está Afrodite?

– Afrodite? –Chamei alto, Pietro finalmente percebeu a minha presença,


me lançou um sorriso lindo, e ignorando a agora passada discussão,
caminhou até mim.

– Você voltou!
– Claro! Eu moro aqui.

– Demorou...

Meu olhar se escureceu ao lembrar do motivo de ter chegado tarde.

– Fui conversar com meu pai. –Pietro arfou, os olhos verdes se


arregalaram preocupados.

Opa, tem algo rolando ai.

Seu olhar passou de culpado para amedrontado, semicerrei os olhos.

– O que foi?

– Como... Foi a conversa? –A fim de descobrir o motivo por trás de sua


reação estranha o encarei por alguns segundos em silencio.

Começava a sentir um cheiro de mentira e das grandes no ar, e essa


sensação se alargava desde que sai da casa de papai.

– Estranha.

– Você está bem?

– Sim Pietro... Tem algo que quer me dizer?

Então seu rosto de fechou, ele semicerrou os olhos me imitando, e mais


uma vez ficamos nos encarando ameaçadores.

Ele sabe que eu sei que está me escondendo algo.

Esse casamento começava a se parecer com uma Guerra Fria


– Bia! –A voz de Andrea me fez desviar o olhar, desistindo da minha
pequena batalha. Por um segundo nos encaramos como rivais, por fim ela
sorriu. –Fiz seu kibe!

Quase saltei de felicidade. Sorri largamente correndo atrás dela até a


cozinha, jogando meus sapatos de salto em algum canto na sala.

Já na cozinha, me sentei animada na bancada, me esquecendo


momentaneamente do estranho clima que a casa começava a ter, fui
acompanhada pela familia toda. Aquele momento me lembrou quando eu
era mais nova, antes do internato e das complicações antes da máfia.

Pietro passou o braço por meus ombros, e me apoiei no vão de seu


pescoço, encarando o coro de own de todos. Sorri o encarando dali.

Estou pertinho de pegar alguém na mentira Albertini, e pro seu bem espero
que não seja você.

Ele sorriu beijando minha testa e ignorando meu olhar ameaçador.

– Aqui está querida... Fiz para todos viu! Podem atacar!

Uma enorme bandeja foi posta no meio da bancada, e várias mãos voaram
na direção deles, quando os braços sumiram, não tinha mais nada na
bandeja, franzi o cenho sentindo lágrimas nos olhos.

– Pessoal a Bia é quem está grávida lembram? –Meu marido resmungou


comendo um, o olhei acusadora e ele retribuiu me esticando o kibe.

– Hey! Nada de briga pessoal, eu separei os da Bia. –Andrea me entregou


um prato com quatro kibes. –Conheço bem vocês.

– Bom querida... Adoro essa sua perspicácia. –Matteo disse com a boca
toda suja de camarão. Ela riu lhe estendendo um guardanapo.
– Não vai conseguir nada.

– Umpft!

Saboreei cada um de meus kibes como se fosse a última comida da face


da terra, estavam deliciosos!

E o mais engraçado, é que eu simplesmente odeio camarão.

Horas depois, eu estava em meu quarto deitada na cama, distraída com


meu livro, que estranhamente era um romance. Quando Pietro saiu do
banheiro.

Usando apenas uma bermuda ele me olhou malicioso, e depois o seu


olhar percorreu o quarto, franziu o cenho.

– Onde a Afrodite se meteu? –Questionou, meu coração se acelerou e


meu útero voltou a doer tão rápido que gemi de dor. –Bia o que houve? –
Ele correu até mim que agora arfava baixinho.

– É um mau pressentimento. –Olhei para a cama no canto do quarto, onde


Anúbis permanecia me encarando estranho, quase como me julgando. –
Ela nunca fica até tão tarde fora de casa. –Disse me levantando em um
salto, uma onda de ansiedade me tomando.

-Ei fique calma, ela deve estar pelas redondezas, pela manhã estará aqui
ok?

Assenti respirando fundo, sim eu realmente precisava me acalmar e


esquecer esses acessos nervosos.

-Como foi na médica? –Perguntou enrolando uma mecha de meu cabelo


nos dedos quando nos deitamos, o olhei pelo canto de olho sorrindo.

-Bem, estou feliz pelo nosso bebê.


-Que bom querida. –Murmurou beijando minha testa docemente. –Sabia
que sempre quis um filho?

-Uau isso vindo de Pietro Albertini, quem diria.

-Ei, eu só não havia encontrado a mãe certa!

-Com certeza alguém perseguida é a mãe certa. –Ele franziu o cenho


ficando sério.

-Como sabe disso?

-Disso o que? –Tossiu levemente desviando o olhar para a janela. –Pietro


já era, começou termine.

-Que tem gente atrás de você. –Bufei dando de ombros, ele enrugou a
testa, toquei nas rugas levemente.

-Pietro tem gente atrás de mim desde que nasci, não se estresse.

-Como não me estressar? Tem noção de quanta gente colocou a sua


cabeça a premio?

-Eu fui perseguida em um internato na Russia. Isso é o de menos.

Ele me encarou seriamente, os olhos verdes chocados.

-Por que tanta normalidade?

-Costume.

-Certo...

-Qual foi a melhor proposta? –O olhar irritado dele me fez parar de rir,
mordi o lábio abaixando olhar. –É brincadeira.
-Não tem graça ver sua esposa e seu filho serem ameaçados de morte...

-Por que estava tão irritado hoje quando cheguei?

Não pude me conter, bom eu podia ficar longe das negociações, mas
podia também saber as novidades certo?

-Bernini está do lado de Violeta.

-Ramonez? A tal índia? Chefe do cartel?

-A própria.

-O que ela quer comigo?

-Como sabe que... –Sorriu beijando meus lábios. –Claro você é a Bianca.
Bom ela quer que você aborte.

Aquilo foi um choque, arregalei os olhos o encarando, ele parecia


despreocupado.

Deus ainda bem que não contei pra ele.

-Cazzo!

-É, bom para mim ela é o menos ameaçador agora.

-Claro, com certeza.

-Fico mais tranqüilo em saber que a médica disse que vocês estão bem...

Uma batida na porta no interrompeu, Andrea entrou me encarando séria.

-Contou a ele?

-A mim?
-Sim querido... –Ela fez menção de contar, levantei da cama a encarando
de cima.

-E você? Contou a ele?

-A mim? –Pietro nos encarava perdido, Andrea deu um passo para trás.

Ótimo, se ela quiser contar a ele, vai ter que contar a parte dela da história,
e talvez eu descubra a verdade de uma vez.

-Vão se explicar?

-Estou ansiosa para ouvir a sua explicação Andrea.

-Ele tem o direito de saber!

-É meu marido! Eu sei o melhor para ele.

-Não parece saber! Está escondendo algo que pode matar você! Tem
noção de como ele se sentiria?

-Com certeza como eu me senti ao descobrir que você e meus pais tem
uma história cabeluda por trás desses anos de rixa.

-Bianca!

-Andrea! Cale a boca e saia daqui! Sai agora!

Frente a frente, fogo a fogo, eu desejei estapear o rosto perfeito dela.


Esperei que ela abrisse o bico, mas ela apenas negou com a cabeça com
o olhar de decepção.

-Não pode me culpar por algo que você não sabe.

-Idem!
-Alice me contou.

-Claro que contou, é tão fofoqueira quanto a mãe!

-Como ousa?

-Como ousa você! Se meter na minha vida! Quem você pensa que é? –
Seus olhos se encheram de lágrimas e por fim começou a chorar alto,
fazendo o filho sair do topor e correr em direção a ela a abraçando.

Mas que falsa!

-Bianca! Você enlouqueceu? –Meu marido quase gritou para mim, me


fazendo dar alguns paços em direção a ele.

Dessa vez eu quebro a cara dele!

-Ela enlouqueceu! Como ela ousa falar comigo assim!

-Bia... –Gaguejou chorosa. –Você não pode levar isso a frente, minha mãe
e minha irmã morreram no parto.

Apoiei minha cabeça em minhas mãos.

-Sai do meu quarto agora.

-Bia...

-Sai Andrea! Sai! –Me joguei na cama, minha cólica voltando com força de
uma vez. Senti o sangue fugir de meu rosto e se concentrar no centro da
dor.

Por fim senti os braços do Pietro ao meu redor.

-Bia?
-Ela não pode... Se irritar. –Murmurou secando as lágrimas. –Bia eu...

-Eu não vou arriscar a vida do meu filho para discutir com você Andrea, sai
do meu quarto.

-Mãe... Eu já vou falar com a senhora. –Meu marido finalmente me apoiou,


encostei minha cabeça no vão de seu pescoço sentindo o cheiro dele me
tranqüilizar, por fim ouvi os soluços dela se afastarem. –Parece que nunca
temos um tempo sem brigas né.

-Sim. –Respondi o abraçando mais forte. –Sua mãe está exagerando eu...

-Não vou lhe perguntar nada sobre, não quero lhe irritar Bia.

Sorri com o rosto escondido.

-Só... Não me esconda nada assim novamente ta?

-Você entendeu algo?

-Eu sei do que minha avó e minha tia morreram.

-Eu sinto muito eu...

-Shiu... –Me abraçou mais forte beijando o topo de minha cabeça, gemi
baixinho.

-Droga. –Resmunguei apertando ele mais forte. Por fim o cheiro e os


beijos que ele dava no topo de minha cabeça me fizeram cair no sono em
seus braços.

*************************************
Olá pessoal! Tudo bem?

Eai! O que acharam de Antonella indo ao socorro da filha?

Alice grávida O:

Treta cabulosa entre a Andrea e a Bia

Enfim! Não esqueça de deixar a estrelinha <3 para ajudar na divulgação a


história e incentivar a continuação dela!

Não deixe de comentar! Comentários são o combustível dos autores! Não


deixe uma história morrer por preguiça de usar os dedinhos!

Espero que estejam chocados e mais apaixonados pela Bia <3

Beijos e até a próxima

Capítulo 20 - Minha Prima

Capítulo 20 - Minha Prima

Pietro

Passei a mão pelo cabelo de Bianca a observando dormir, que enorme


confusão que ela estava metida, mesmo me irritando em a ver gritando
com minha mãe decidi me controlar e não brigar com ela, afinal as
palavras de minha mãe me deixaram alerta.

Desde pequeno sempre soube que minha tia Elizabeth havia morrido no
parto de seu único filho, filho esse que nunca nos foi dito por onde estava,
sabia também que minha avó havia morrido no parto de minha mãe e
minha tia, e que tudo isso era causado por uma doença que atingia apenas
as mulheres daquela família, rara e perigosa, apelidada de síndrome de
Ana Bolena. Meu pai me diria mais tarde, que aquela doença era o motivo
de minha mãe não ter tido filhos, porém com a aparição de Alice, aquela
história começava a cheirar mal.

Deixei minha esposa dormindo e desci as escadas, observando minha


mãe, andava de um lado para o outro ao me ver suspirou aliviada.

-Sindrome de Ana Bolena?

-Você se lembra... –Ela murmurou mordendo o lábio ansiosamente. –


Pietro...

-Mãe, seria bom a senhora me explicar essa história toda agora,


começando por... Onde está o filho da sua irmã.

Ela arregalou os olhos, assentiu timidamente me puxando para o sofá.

-Ele está bem aqui. –Respondeu apreensiva. Assenti lentamente,


entorpecido pela resposta vaga que acabava de me apresentar a verdade
sobre minha vida.

-Imaginei, então se o bebê for menina... –Ela negou respirando fundo.

-Não seria por sua culpa, além de que... Pietro é muito difícil que esse
bebê nasça vivo.
-Alice nasceu não foi? –Resmunguei enciumado. Ela sorriu corando, por
fim me estendeu um papel que segurava. –O que?

-Essa é Elizabeth, e esse aqui... É o Pietro.

Meu coração acelerou, e se eu não fosse Pietro Albertini, teria caído no


choro. Na foto um homem de cabelo acobreado estava encostado na
barriga proeminente de uma mulher de longos cabelos castanho e olhos
verdes semicerrados sob o brilho do sol.

-Ela me fez prometer, que nunca te contaria.

Olhei para minha mãe, sim por que ela havia me criado e assenti em
silencio.

-O que houve com ele? –Questionei, afinal eu sequer o conheci, vasculhei


em minha memória o nome Pietro, e nenhuma informação apareceu. –Ele
não deveria ter me criado? –Ela suspirou assentindo.

-Ele foi morto.

-Por quem?

-Pietro...

-Diga Andrea! –Ela arfou arregalando os olhos.

-Querido você não pode, não pode mata-lo. Me prometa isso.

Eu tinha minha resposta.

-Foi o Cesarin não é?

-Dio, sempre tem que ser tão ligado?


-Claro, ou meteria os pés pelas mãos como a senhora e a Bianca. –Ela
mordeu o lábio desviando o olhar.

-Pietro eu não posso mais esconder isso de você.

-Isso o que?

-Eu era noiva do Cesarin antes de me casar com seu pai.

Silencio, a respiração rápida de Andrea era o único som que ouvia, além
de meu coração acelerado.

-Por que não se casaram?

-Porque você nasceu...

-Eu?

-Matteo era apaixonado por mim, teria feito qualquer coisa, ele me ama.
Mas o Sandro... Ele rejeitou você, disse que não criaria um filho que não
fosse dele.

-Quer dizer que...

-Eu me casei com seu pai para te proteger.

A encarei por um momento, mas onde Thomas entrava nessa história?


Afinal ele era meu primo de parte da mãe.

-Mas e o Thomas?

-Ele é filho do Pietro.

-Meu irmão?
-Sim, não podia deixa-lo na rua Pietro, eu tive que cuidar dele também,
mas ele era mais velho que você, sempre soube que eu era sua tia.

Bomba, então eu era a razão da briga toda? Um filme com os olhares


assassinos do Cesarin começou a se passar pela minha mente. Observei
minha mãe tremendo me olhando, tinha o olhar angustiado, temendo
minha reação.

Dio questa donna è meravigliosa.

Que mulher casaria com alguém apenas para criar o filho da irmã morta.

-Dio Mamma, mas então a senhora o amava?

Andrea parou de tremer, se mexeu no sofá e olhou para o chão fixamente.

-Não valia a pena.

-Isso é um sim?

Ela me olhou, emanava saudade e raiva, muita raiva.

-Era um sim. Ele vendeu Alice pro Bernini.

-Vendeu?

-Sim! Aquele disgraziato! Ele é o próprio demônio Pietro. –E então ela


corou, segurou minhas mãos e respirou fundo, então eu soube que viria a
bomba maior.

–Eu estava grávida da Bianca.

Escondi o rosto com as mãos. Ela recomeçou a chorar baixinho.

-Quando o seu pai descobriu, ele não me deixou abortar.


Bianca e seu jeito altruísta e mandão, o cabelo tão parecido no tom e nas
ondas com o de minha mãe, Bianca e seu jeito maduro e leal.

Era a minha prima.

-Eu ainda não havia casado. Sandro achou que a gravidez me faria voltar
para ele. Eu sabia da doença, desde a morte da sua mãe, acreditei que
ocorreria o mesmo, fiz Matteo me prometer que criaria você, ele já o
amava, você era o filho dele, tem o nome dele.

-Como pode esconder isso de todos nós? Ela sabe?

-É claro que não! Ela não faz idéia, Alice me disse que ela não quer pensar
em nada que a deixe nervosa, pelo bem do bebê.

-Essa história toda vindo a tona, e você acha mesmo que não contarei a
ela?

-Pietro! Ela pode morrer! Quer que ela morra?

Parei de me levantar a encarando, ela estava me manipulando? Tão


nitidamente assim?

-Do que você tem medo? Ela é sua filha! –Mamãe se remexeu angustiada
agora, olhou para os lados e se voltou para mim.

-Antonella esteve aqui hoje.

Semicerrei os olhos, Antonella? Desde o casamento ela não havia sequer


ligado para a filha e agora vem vê-la assim?

Então a consulta me veio a mente, além do fato dela ter ido falar com o
pai.

-Cazzo! Você ouviu algo?


-Não, mas a Bianca ficou estranha depois que ela foi embora...

-Merda, eu fui falar com o Cesarin a alguns dias.

-O que? Pietro!

-Não grite comigo! Ele a está manipulando mãe, você tem que contar a
ela, ela vai ouvir você.

-É claro que ela não vai, não finja que ela é compreensiva, você a
conhece. Vai achar que eu a abandonei.

-E não foi o que fez? –Ela negou veementemente. Suspirei sentindo uma
vontade enorme de acabar com aquele homem o quanto antes.

-O seu pai teria aceitado ela, mas o seu avô não.

Assenti, vovô foi um mafioso pior do que eu e Bianca juntos, certamente


teria matado ela no berço. Mas o melhor teria sido deixa-la em um
orfanato, do que aos cuidados de Sandro Cesarin.

-Antonella foi o tiro de misericórdia, ela era a única pessoa que eu podia
confiar para cuidar da Bia, afinal ela era... freira.

-O que?

-Pietro isso é confuso até para mim.

-Como que ele... –Me calei, olhando para minha mãe que respirava fundo.
–Quem é ela?

-Pietro...

-Mãe! Chega de segredos! Que merda! Olha no que você meteu a si


mesma e a nossa família.
-Eu não sabia que ela era noiva do Cesarin antes dele me conhecer, ela se
aproximou de mim na igreja e viramos amigas.

Era só o que me faltava! Além do fato da minha esposa ser minha prima,
estar sendo marionete do próprio pai, a mãe de criação era uma ex freira
vingativa.

-Contei pra ela sobre a gravidez, ela ficou chocada mas me disse que
podia ficar com a criança. Por fim ela usou o bebê para se casar com o
Cesarin.

-A Bianca não sabe nem disso?

-É óbvio que ela não sabe filho, ela é tudo pra ele, se ela souber de uma
única parte dessa mentira ela vai se voltar contra ele, o Sandro conhece a
menina que criou, sabe que ela é correta a cima de tudo.

-Vou contar a ela...

-Não pode!

-Mãe! Se ela souber que eu escondo algo assim ela vai...

-Ela não vai saber.

-Mãe! Ela foi falar com aquele maldito do Cesarin hoje, é óbvio que ele
colocou merda na cabeça dela. Homem dos infernos!

-Eu sei que pôs... Eu falei com ele hoje.

Virei de frente para ela, mamãe corou e tossiu baixinho.

Eu estava vendo isso mesmo? Ela ainda o amava?

-Mãe...
-Eu amo o teu pai...

-Está tendo um caso com ele? Alice já não foi o bastante para você não? –
Ela arregalou os olhos. –Eu não sou idiota mamãe é óbvio que estava
casada com meu pai quando ela nasceu.

-Pietro querido...

-Olha nem fale mais nada, já to com a cabeça quente para render anos. –
Resmunguei levantando, ela se agarrou ao meu braço me olhando corada.

-Não conte a ela.

-Não irei, mas se ela descobrir por outra pessoa... Você que irá se virar
com uma filha surtada querendo sua morte.

-Obrigada querido, cuide dela... Eu a amo.

-Cuidarei. –Beijei sua testa completamente entorpecido, me dirigi para a


porta dos fundos. –Mãe?

-Diga Pietro.

-Me de todas as fotos que tiver de... Elizabeth. –Por fim sai.

Acabei dormindo dentro da cabana, onde Geovanne e Melissa me


encaravam simultaneamente. Melissa estava em um estado deplorável, o
cabelo loiro que sempre vivia liso e brilhante estava espetado e seboso,
vestida no uniforme de enfermeira em que veio.

Já Geovanne, havia sido limpo por Alice como sempre. A perna engessada
estava apoiada em um puff e ele preso a uma poltrona.

-Posso confiar em você Geovanne?


-Aparentemente você acha que não. –Resmungou rindo. Revirei os olhos,
o cabelo loiro estava repartido no meio, acabei rindo disso, ele notou
balançando a cabeça para bagunçar ele. –Alice droga.

-Se eu lhe soltar, vai correr atrás do Bernini? –Ele me olhou seriamente e
negou.

É com certeza o velho Bernini não iria aceitar ele de volta.

-Por que me soltaria?

-Quero que me conte tudo o que a Bianca contar para a Alice.

Ele riu alto, desviando o olhar para Melissa que estava me olhando
esperançosa.

-E ela?

-Vou mandar de volta pro papai, não quero me sujar com o sangue de um
Bittencourt.

-Obrigada Piezinho...

-Mas... –Levantei, caminhando em sua direção. –Se você se meter no meu


caminho de novo, se ousar mexer com minha esposa, eu a matarei com
minhas próprias mãos, e de uma forma que você sofra até o ultimo
segundo de sua vida nojenta.

Ela sorriu irônica.

-Ótimo, estamos conversados?

-Não ameaçou minha vida maninho.

-Escute Geovanne, sua raivinha de mim não me deixa com medo.


-E sua esposa? Ela te deixa com medo?

Parei, virei para ele arqueando a sobrancelha. Ele sabe de algo que eu
não sei.

-Abre o bico.

-Com uma condição.

-Qual? –Sorriu vitorioso me olhando por alguns segundos, tentando me


decifrar.

-Quero que mate Sandro Cesarin.

Gargalhei alto, ele fechou a cara me observando acender um charuto.


Suguei e baforei em seu rosto.

-Esse é meu plano, desde o inicio meu caro irmão.

Por fim mandei Thomas e Enzo soltarem os dois. Geovanne logo correu
para Alice que tremia em pé na porta de nossa casa, assim que o viu saiu
do lado de Bia e Isabella e correu para os braços dele. Thomas que
segurava Melissa pelo braço ao meu lado deu um olhar desolado para a
cena.

Suspirei tocando em seu ombro. Agora eu podia entender nossa sinergia.


Éramos irmãos.

-Eu sinto muito, sei que gosta dela.

-Um Albertini sempre sai ganhando.

-Não fale assim...


-Vocês são ricos Pietro... Ganham tudo o que desejam, eu sou só o
Thomas.

-Você também é rico, é como nosso irmão...

-Mas não sou. Suspirei, encarei Melissa ao seu lado e decidi me calar. Não
comentaria sobre nosso parentesco na frente daquela mulher.

Isabella conversava com Bianca, que no momento tinha uma cara de


poucos amigos.

O que houve dessa vez?

-Pietro? –Enzo chamou minha atenção, tinha fotos em sua mão. –Cara, é
melhor você ver isso.

Peguei as imagens desejando que não fosse outro problema, os negócios


iam mal desde que Bianca engravidou, roubos de contrabando, Fabrizio
me dando dor de cabeça, Violeta me ameaçando, mesmo do outro lado do
oceano, e agora esse parentesco completamente louco entre as duas
famílias.

Minhas mãos tremeram, e fechei os olhos.

-Cazzo. –Grunhi encarando meu irmão. –Ela já sabe?

-Não, resolvi te mostrar primeiro.

-Fez muito bem. Mas ele também é dono dela, não faria nada certo?

Pelo olhar de Enzo estava errado. Encarei mais uma vez as fotos das
câmeras em que Fabrizio colocava Afrodite dentro do carro, a data
marcava o dia anterior.

-Devo ir até a casa do Cesarin?


-Não, eu mesmo irei. Tenho coisas a acertar com aquele velho. –Meu olhar
buscou Bianca de novo, ela caminhava sorrindo até mim. –Esconda isso. –
Sussurrei para meu irmão lhe passando as fotos. E andei na direção de
minha esposa.

Espero que ela não leia meus olhos.

-Bom dia Piezinho. –Sorriu divertida, desviou o olhar para Enzo que estava
parado estático ao meu lado, e ficou séria. –Afrodite?

-Não a encontrou ainda? –Ela negou, se aproximando de Enzo, que


praticamente tremia em pé com o olhar assassino de minha esposa. –
Bianca...

Parou frente a frente de meu irmão, ele era enorme, dava no mínimo cinco
dela de tão forte, mas sob o olhar dela ele parecia uma criancinha.

-O que você tem ai?

-Amorzinho! –Isabella surgiu correndo se jogando nos braços de meu


irmão, quase suspirei alto. Ela me olhou pelo canto de olho apontando
para Bia, não me fiz de rogado e a agarrei beijando seu pescoço.

Se virou de frente para mim desconfiada, com um bico encantador nos


lábios cheios. Beijei ela lentamente, deixando minhas mãos percorrerem
seu corpo do jeito que eu sabia que a amoleceria, não deu outra ela se
agarrou a mim puxando meu cabelo.

-Por que eu sinto que estão me escondendo algo? –Perguntou quando nos
separamos, a boca inchada e a respiração em arquejos. –Onde o Thomas
levou aquela vaca?

-Para o pai dela.

-O que? Vai deixar ela viva?


-Bia não quero que mais alguém queira nos matar.

-Ok. –Fez biquinho e olhou ao redor. –Será que ela voltou de noite e saiu
de novo?

-Sim, eu a vi de noite quando sai.

-Por falar nisso, onde você dormiu Pietro Antoneli Albertini?

Merda ela disse meu nome completo, olhei ao redor procurando alguma
testemunha, mas estávamos sozinhos.

-Responda!

-Dormi na cabana.

-Oras mas por que? Sempre dorme comigo, o que é eu fiquei grávida e
agora você não me quer mai... –A beijei novamente, as vezes só saia
merda da boca de Bianca.

-Para de surtar, eu dormi lá por que fiquei conversando com o Geovanne.

-E como foi a conversa?

-Ele foi solto, então foi boa.

-A custo de que?

-Achei que não queria ficar nervosa, pelo bem do bebê.

Ela riu corando, me puxou pela gravata fazendo nossas bocas se tocarem
novamente.

-Então me acalme. –Mordeu o lábio inferior, e por fim eu fiquei de pau


duro.
-Bia eu...

-Está atrasado uhm? Então vamos pro carro.

-Carro?

-Sim. –Riu, abaixando, a olhei chocado tirar a calcinha e jogar longe. Por
fim percebi que ela usava um vestido azul escuro com manga longa e sem
decote, mas o tamanho dele fazia valer a falta do decote. –A chave do
porshe. –Jogou em minhas mãos um chaveiro brilhante e correu na
direção da garagem.

Sorri indo atrás dela. Bianca era exatamente o que eu sempre quis.

Linda, sexy, inteligente e reinava como ninguém.

Só ela para tirar minha cabeça daquele mar de mentiras que nos
assolava.

**********************************************

Vocabulário

Cazzo : Porra

Dio : Deus

Dio questa donna è meravigliosa: Deus essa mulher é maravilhosa

Mamma: Mãe
*********************************

Olá olá como estão?

Chocados? e como né, inclusive eu também estou. Quem diria né.

Capítulo 21 - Afrodite
Pietro

Italia, Roma

Antes de acompanhar Bianca mandei uma mensagem para minha mãe,


pedindo que em vinte minutos ela fosse até a garagem e pedisse ajuda da
Bianca para algo, afinal eu iria na casa dos Cesarin e mesmo adorando
que ela quisesse trabalhar comigo, não era uma boa idéia eu e ela tendo o
papo que eu precisava levar com o desgraziato do pai dela.

Quando cheguei na garagem ela estava apoiada em cima do capô


vermelho do porshe com a bunda virada em minha direção, abaixei um
pouco para pirar vendo a curva suave do fim da bunda dela e seu sexo
que brilhava sob a luz, molhadinha.

-Droga, detesto esses pombos. –Resmungou se remexendo com mais


fervor. Por fim me endireitei notando que ela passava um pano no pára-
brisa do carro. –Merda ta manchado.

-Bia?

Ela deu uma risadinha subindo mais em cima do capô, o vestido subiu
mais e libertou sua bunda, engoli em seco, a visão daquela obra divina era
sempre como se fosse a primeira vez. Lentamente me aproximei dela, a
prensando no carro e ouvindo deliciado o arfar baixo.

-Uhm tão fraquinho. –Murmurou rebolando com dificuldade pela força que
eu usava a apertando contra o carro. Ri baixinho e puxei seu tronco para
cima, sua cabeça encostando em meu peito, os olhos fechados e a boca
levemente aberta, a beijei passando as mãos por baixo do curto vestido
que ela usava. Bia se remexeu com força se virando de frente pra mim,
mordia o lábio inferior safada.

-Ainda me acha fraco? –Ela sorriu me olhando com os olhos castanhos


semicerrados, enrolava uma mecha do cabelo nos dedos, me analisou por
alguns segundos, tentando controlar a respiração que saía acelerada,
continuei parado a observando, o vestido azul não tinha decote mas
definitivamente valorizava as coxas deliciosas.

Por fim Bianca me agarrou, beijei sua boca enquanto ela lutava contra os
botões bagunçados do meu terno. Por fim ela desistiu e os estourou em
um puxão.

-Bia... cazzo... meu...

-Eu mando pra... Costureira. –Murmurou abrindo meu cinto. –A não ser
que... Queira parar agora.
A olhei chocado, empurrei ela de encontro ao capô do carro, onde ela se
encostou sorrindo abri o vestido dela de fora a fora, sob o olhar chocado
de minha esposa.

-Pietro! –Joguei minha camisa no chão ignorando o olhar raivoso dela, que
analisava os danos no vestido, por fim joguei minha calça no canto,
voltando a olha-la de lado. Ela mantinha o olhar esfomeado. –Vai me
comprar outro vestido.

-Daqui a um tempo estará com um barrigão e esses vestidos. –Murmurei


puxando o tecido rasgado. –Não vão te caber mais...

Ela ignorou eu comentário se agarrando a mim, empurrava minha cueca


com as pernas enquanto voltava a me beijar.

Depois de um grande tempo sem sexo, transamos em cima de um dos


carros preferidos da Bianca, o que a deixou calma e sorridente, a mulher
parece ninfomaníaca. Eu continuava temeroso sobre Bia querer ir junto
comigo hoje, ela alegava estar entediada e querer minha companhia, com
certeza para se distrair da estranha falta que Afrodite causava em casa.

Ela puxou um um vestido preto do bagageiro do carro o vestindo em


seguida, arrumou o cabelo castanho com os dedos enquanto analisava
meu olhar pensativo. Por fim o sorriso que ela me deu, fez minha mente
voltar para ela ali, a puxei em meus braços e beijei aqueles lábios lindos,
que pareciam sempre implorar pela minha boca.

Entramos para casa e tomamos café da manhã, a familia estava reunida e


o bom humor do ambiente deixou meus pelos da nuca arrepiados, por que
eu sentia que algo daria muito errado?

Minha mente viajava para Fabrizio e maquinava diferentes formas de


mata-lo, a cada vez que eu olhava para a Bia e a via encarando o vazio
pensativa, se ele fizesse algo com Afrodite que Deus o defendesse.
-Bia? -Alice chamou minha atenção cutucando a irmã, minha esposa
piscou algumas vezes a encarando. -Você ta com colica?

Silencio.

O remorso começou a me tomar enquanto esperava uma resposta da Bia,


que permanecia com a máscara de força.

-Eu estou bem.

-Bia você ta branca... -Semicerrei os olhos analisando o rosto delicado,


realmente ficando mais claro, e a respiração aumentando a urgencia.
Definitivamente ela estava com dor.

Passei os dedos pela bochecha dela, o olhar superior dela me fez revirar
os olhos, a rainha nunca se rende.

-Me perdoe. -Assim que terminei de falar recebi um tapa da mesma, com
um rosto irritado encantador. Quando ela passou de assustadora a
encantadora para mim?

-Não ouse dizer isso! -Bebericou do café e me olhou irritada. -Não foi por
causa disso, eu só estou preocupada.

-O que houve? -Alice perguntou enrolando o cabelo da irmã nos dedos


distraída. O jeito descontraído dela fazer isso, deixou claro que Alice não
reconhecia urgência no ar. Tão inocente... Sandro teria que sofrer por ter
feito mal a alguém tão doce.

-Afrodite. Eu sinto que ela não está bem... Eu não sei eu.... -Respirou
fundo fechando os olhos. -Pietro, vá atrás dela sim?

-Você não vai comigo?


-Ela não vai. -Andrea respondeu se aproximando com uma xícara nas
mãos, Bianca a olhou perigosamente, e mesmo assim parecia tão adorável
aos meus olhos, porém pela reação de minha mãe o olhar dela estava
mais para assustador. -Querida você está com dor.

-Vivi a vida toda com dor Andrea.

-Mas você não estava grávida... A não ser que queira deixar sua doença
vencer.

Bianca se levantou em um salto, segundos depois a segurei nos braços, a


vertigem a fez cair, passei os dedos afastando o cabelo de seu rosto e
nossos olhares se encontraram.

-Bia...

-Eu estou bem! Estamos falando da minha cachorra!

-Eu te prometo meu amor... Eu a trarei para você bem e segura, mas eu
preciso que você esteja bem também, por favor Bianca. -Ela se remexeu
irritada nos meus braços, mulher difícil viu!

-Eu não serei uma Amélia! Não pense que sempre o esperarei em casa!
Eu sou uma mafiosa, a melhor.

-Eu sei minha linda, e por isso você tem que saber quando dar um tempo,
pela sua saúde.

Ignorei a raiva que seus olhos ardiam para mim, e a ajudei a se endireitar.
Ela puxou a caneca das mãos de minha mãe e se dirigiu em silêncio para
as escadas, subindo para o quarto.

Respirando fundo me virei para minha mãe e Alice que esperavam


respostas.
-Preciso achar a Afrodite, ou a Bianca vai surtar.

-Surtar? Pietro ela tem um útero doente, que carrega um filho seu! Ela e o
bebê podem morrer se ela passar por qualquer emoção forte.

-Como o sumiço da Afrodite eu sei mãe...

-O que houve? -Alice perguntou me analisando, o mesmo olhar analisador


da Bia, definitivamente mesmo sendo doce e inocente, Alice ainda tinha a
sagacidade dos Cesarin.

-Fabrizio levou ela.

-Céus... Ele fez algo com ela?

-Eu não sei ainda mãe, mas estou com um péssimo pressentimento.

-Pietro... Você nunca erra... Talvez seja melhor você não ir atrás disso...
Sabe se algo ruim vier a tona a Bia.

-Mãe! Eu estou fodido literalmente! Se eu não for atrás dela a Bia vai, e se
ocorreu algo com ela... Dio não quero nem pensar.

-Ele não faria nada com a Afrodite não é... Quer dizer ela também é dele
Pietro.

-Alice, aquele desgraziato do Boreno não é confiavel.

***

Bianca
Uma luz quente e amarela me tocava, eu estremeci apertando os olhos,
minhas pupilas arderam quando os abri e saltei sentada na cama. Arfei
algumas vezes olhando ao redor, estava em meu quarto na casa dos
Cesarin, porém ele estava vazio.

Foi um pesadelo! Respirei fundo me levantando, tirei o cabelo suado de


meu pescoço o amarrando em um coque.

Cocei o meu cabelo e me virei para a cama.

Minha respiração parou por alguns segundos com a imagem de uma


pequena mancha de sangue.

E a maldita cólica voltava agora, era como a do meu pesadelo, porém mais
forte. Só consegui deitar na cama e gritar por ela.

– Afrodite!

E como nunca antes, ela não apareceu.

Não ouvi suas patas no corredor, nem o barulho de sua respiração arfante
por correr para me socorrer.

E merda, eu finalmente tive que encarar a realidade.

Tudo aquilo era real.

– Alice! –O segundo nome que gritei, foi acompanhado pela pequena


morena entrando e fechando a porta, ela me encarava com os olhos como
pratos de tão grandes. –Vocês a encontraram?

Um suspiro e um negar de cabeça, foi o bastante para meu útero se


remexer ainda mais.
– Bia calma! –Pediu se sentando na cama, quando olhou o lençol, ela fez
menção de se levantar, mas a segurei.

– Fica aqui.

– Bia, isso não é algo bom.

– Não... Alice por favor!

– Bia! Você pode estar menstruando!

– Você prometeu! –Rosnei, minha carta de misericórdia sendo atendida,


ela me olhou ameaçadora.

– Você prometeu não ficar nervosa.

– Alice... Eu não sairei mais para procurar, mas eu te imploro, encontre


ela! Ela é tudo pra mim.

Minha irmã não me entendia, mas eu sei que Pietro sim, só ele podia
entender o quanto um cachorro pode ser importante para alguém,
principalmente se ele fosse como Afrodite.

Tudo o que passamos juntas, e todas as vezes que ela me salvou, os tiros
que tomei e ela latia em alto tom para que alguém me encontrasse e me
levasse para casa.

– Ela é como uma filha, como esse bebe.

– Oh Bia... Ela é inteligente ela vai voltar.

– Eu não posso perder meu filho nem ela... –Resmunguei, contendo as


lágrimas que agora quase banhavam meu rosto. –Não posso perder minha
alma, os dois são minha alma Alice.
– Eu não vou descansar enquanto não a trouxer segura para você ta? Eu
juro Bia.

Assenti a abraçando e escondendo meu rosto em seu colo, meu coração


continuava saltando alto. E então me veio uma luz.

– A fazenda! Alice procure ela lá! –Pedi a olhando, Afrodite amava aquele
lugar, ficava livre para correr e caçar, corria com ventania e açucena o dia
todo se deixasse.

– Fazenda?

– Vá com Pietro! Ele sabe onde é.

– Sim, mas antes vou te trazer algo para comer ta?

– Não, eu vou pra cozinha...

– Bia! Se não me obedecer eu conto ao Pietro tudo!

Estremeci e assenti, eu não podia deixar ele mais nervoso, não queria que
ele ficasse mais vulnerável por minha culpa, embora agora, depois de
ontem quando chorei em seu colo no carro e depois até dormir na cama,
eu sabia que ele estaria mais preocupado comigo, e eu e a familia
precisávamos dele forte e no comando. Pela primeira vez em minha vida,
eu não podia fazer o que nasci para fazer.

Comandar os negócios.

Embora meu orgulho se revirasse dentro de mim, tentando lutar contra


aquela chama de amor que eu sentia e agora estava mais alta, eu ainda
assim, me agarrava aquele pequeno serzinho que agora precisava de
mim.

Acariciei meu útero levemente, a preocupação começava a me varrer.


– Tudo bem, mas quando vocês saírem eu irei ao hospital. Eu ouvi dizer
que sangramento é normal mas...

– Não para alguém que pode morrer por estar grávida Bia!

– Tudo bem! Tudo bem! –Rosnei me aconchegando na cama, agora meu


único lugar de reino.

O reino da vagabundagem.

– Agora dependo de marido. –Resmunguei a fazendo rir e saltar.

– Trarei seu café e depois vou procurar sua bebe! Fique tranqüila Bia!
Iremos encontra-la.

Sorri para Alice, e assenti a vendo sair do quarto.

Depois que Alice saiu do quarto, saltei da cama já puxando um lençol


limpo da estante ao lado das duas portas para os closets. Mais rápido do
que o normal arranquei o lençol sujo e pus o limpo. Voltando a me deitar,
depois de o jogar dentro do cesto de roupas sujas do banheiro.

Deitada na cama, esperando minha irmã, comecei a me remexer


incomodada, era tão estranho ficar parada e não ter Afrodite do meu lado.
Geralmente quando eu dava uma parada no trabalho, ela deitava ao meu
lado e dormia me olhando.

Tentando conter a ansiedade, peguei o celular e comecei a fuxicar em um


joguinho extremamente irritante, mas viciante.

Foi quando um Pietro cauteloso entrou no quarto.

– Bom dia Bia.


– Bom dia. –Respondi o olhando, tombei a cabeça para o lado imitando o
gesto que Afrodite fazia sempre que eu parecia estar estranha. –O que
houve?

– Chegou um presente para você.

– E você abriu? –Resmunguei, ele riu negando, só então percebi a caixa


que ele trazia na mão.

– Apenas passei o detector de metais, para ver se era uma bomba ou algo
assim.

– Nossa e por que seria?

– Bom... Para começar por que foi seu pai que trouxe. –Franzi o cenho,
meu pai sempre me presenteava bem.

– E o que tem?

– Acontece que é da Isabel.

– Isabel?

– Sim... Acho que é algo de comer. –Disse me entregando a caixa azul. –


Ela colocou um bilhete dizendo que tinha que abrir antes que esfriasse.

– E cadê o bilhete?

Ele se remexeu corando, o olhei séria.

– Eu abri... Pensei que podia ser do Fabrizio.

– Faz total sentido. –Respondi risonha. –Bom será que é um bolo de


maçã? Para falar a verdade, estou com uma vontade louca de comer um.
Ele riu se aproximando de mim, acariciou meu rosto demoradamente, o
que me fez fechar os olhos e aceitar o calor de sua mão ali. Sorri para ele,
e fui presenteada com um beijo rápido.

Nos separamos e voltei a encarar o presente, a curiosidade me tomando,


será que era um pedido de desculpas dela?

Puxei o laço azul, mas antes que pudesse abrir a caixa, Alice entrou com
uma enorme bandeja.

Coloquei a caixa do meu lado na cama e a olhei chocada.

– Alice! Eu vou engordar desse jeito.

– Bla– bla– bla! Agora deita ai.

A contragosto me ajeitei na cama a olhando de canto de olho, ela apenas


me mostrou a língua e colocou a bandeja em meu colo.

Meus olhos se colaram na fatia de bolo de maçã que estava ali pequena
no cantinho da bandeja.

– Ai meu deus! Andrea parece ler meus pensamentos –Disse sorridente,


Pietro e Alice riram alto, e logo meu marido se sentou na ponta da cama,
afagando meu rosto.

– Coma minha Bia... Irei te trazer Afrodite, eu juro.

Assenti segurando sua mão e a beijando. O ato fez os olhos de Alice se


arregalarem em conjunto aos dele.

– Obrigada Pietro, por tudo.

– Eu te amo Bia...
– Eu... Uhm... É reciproco.

Mais uma vez os dois pareceram em choque, revirei os olhos voltando


para minha bandeja.

– Vai na fazenda sim? Diga aos rapazes para me ligar se tiverem duvida
que você tem permissão pra entrar.

– C– c– la...ro

– O que foi ficou gago?

– É que você...

– Eu o que?

Meu olhar inocente o fez balançar a cabeça e sair do quarto junto com
Alice que me olhava risonha. Voltei a minha comida a atacando o mais
rápido que pude.

Na bandeja que Alice preparou tinha de tudo! Pão integral com ricota,
torrada com margarina, até um kibe de ontem, o bolo de maçã, um pedaço
de bolo de cenoura, e chá, aparentemente Esme não quis arriscar o leite.

Não que eu bebesse antes, eu bebo leite sem lactose e isso quando bebo,
mas sinceramente? Prefiro o leite comum.

Depois de ter terminado de comer praticamente tudo, ignorando apenas as


bolachas recheadas sem lactose que eu detesto. Coloquei a bandeja de
lado e me pus a jogar no celular novamente, ora ou outra bebericando o
chá, que eu nem ousei perguntar do que era. Certamente era de cidreira
ou camomila para me acalmar.

Fiquei um bom tempo naquilo, meus olhos vagando pelo quarto todo,
tentando achar algo para me divertir, ou decidir o horário que iria a médica.
Resolvi que o melhor a fazer era ligar e marcar com ela algum horário na
parte da tarde, talvez Pietro já estivesse em casa e me daria uma carona,
já que agora eu pensava em evitar até a direção.

Principalmente por causa da vertigem que vinha com a cólica, que


estranhamente agora estava bem melhor.

Olhei a xícara em minha mão com a testa franzida.

Será o chá milagroso?

Se bem que, já que Alice havia dito ontem que Andrea também tem esse
problema no útero, ela deve conhecer remédios que façam efeito.

Pensar nisso fez um mar de duvidas que sempre terminava no meu pai,
surgir em minha mente.

Balancei a cabeça tentando ignorar isso.

Não devo me irritar.

Acariciei minha barriga ainda lisa, será que ele já sentia algo? Será que eu
o estava machucando com meu útero problemático?

Isso era cruel, conclui franzindo o cenho.

A forma como tudo aconteceu, como eu só descobri isso depois de grávida


e que agora se podia afirmar que no meu caso, gravidez é doença.

Será que Pietro desconfiou de algo? Por eu não estar arrumada quando
ele voltou pro quarto?

Resolvi não pensar nisso também.


Ainda passando a mão em meu ventre, minha mente começou a viajar, e o
rosto de um bebê surgindo.

Menino ou menina?

Definitivamente, queria uma menina.

Ensinar a ela que ela pode ser tudo o que deseja e sonha, que ela pode
sim se apaixonar e isso não precisa a destruir como tantas moças por ai.

Destroçar qualquer homem que se aproximar dela para a machucar. Sorri


comigo mesma, eu finalmente podia sentir, sentir que eu faria tudo e seria
tudo por aquele pequeno serzinho que crescia ali dentro.

Nomes de meninas começaram a passar por minha cabeça, e eu me


concentrei em escolher um.

Já que estava ali na cama sem poder fazer nada, daria toda a minha
atenção ao meu bebe. Aline, Beatriz, Elizabeth e Rebecca foram os que eu
mais gostei no fim das contas.

Quando cansei de tentar fazer combinação de nomes, que resultava em


coisas loucas como Antonieta, resolvi tomar um banho, e também analisar
meu canal, ver se estava descendo sangue, percebi feliz que não havia
nada.

Não me vesti, sai apenas de roupão, parando na porta do banheiro ao ver


Anúbis cheirando a até então esquecida caixa azul em minha cama. O
olhar estranho dele fez um arrepio passar por meu braço.

Os cães podem ver além de nós Bia.

A voz de meu pai rompeu meus ouvidos, em sua típica frase.

Aproximei– me da caixa, passo ante passo.


E o arrepio continuava a percorrer o caminho de meu corpo.

Respirei fundo e fechei os olhos, tocando na tampa, a segurei com as duas


mãos.

– Bia?

Levantei a cabeça para Andrea que entrava em meu quarto sorrindo, soltei
a tampa e me virei para ela.

– Comeu tudo querida?

– Sim sim! Uau você leu minha mente! Senti uma vontade tremenda de
comer bolo de maçã, e então estava lá!

– Fico feliz, eu vim avisar que eu e o Matteo vamos sair, então qualquer
coisa chame a Isabella sim? –Ignorei a careta que ela fez ao falar o nome
dela, apenas sorri calmamente. –Você fica tão calma longe dos negócios.

– Estou tentando controlar o nervoso.

Visualizei a preocupação que passou em seu olhar, e então ela tocou meu
abdome.

– Passou a cólica?

– Que cólica?

Nos encaramos por alguns segundos, sabia que ela podia sentir a
acusação que eu lançava sobre ela apenas com o olhar, e então ela se
afastou.

– Tenha cuidado Bia... Qualquer emoção mais forte...


– O que você é de mim? –A pergunta saiu mais rápido do que pude conter,
como se tivesse nascido mafiosa, Andrea continuou me encarando
impassível, nem uma mínima mudança em seu rosto.

– Um dia Bia...

Dizendo isso ela saiu rapidamente, levando consigo a bandeja que Alice
me trouxera, suspirei ao perceber que ela definitivamente me escondia
algo, e pela reação dela não era nada bom.

Suspirei alto, um dia todo de tédio.

Sentei na cama de novo, e meus olhos voaram para a caixa. Minha mente
tratou de trazer a informação que Pietro havia me dado antes de sair.

Abra antes de esfriar.

Seja lá o que for eu terei que esquentar, por que claramente já estava frio.

Anúbis ainda estava no quarto, e ainda me olhava estranho. Andou até


minha frente e parou com as orelhas para trás. Acariciei a orelha dele e me
voltei ao famigerado presente.

Foi instantâneo, assim que abri a caixa e olhei lá dentro, primeiro veio o
choque, depois a cólica ressurgiu das cinzas subindo pelo meu corpo
como um terremoto, o epicentro veio do útero, onde se mantinha uma
onda de dor, a qual eu nunca imaginei sentir.

Foi quando tudo ficou escuro, e eu cai no chão.

A única coisa que ouvi foi o uivo alto de Anúbis.

E então, veio o topor e minha mente começou a brincar comigo, me


mostrando cenas e mais cenas de minha triste infância.
Antes e depois dela.

O que fazer? Quando o maior sonho da sua vida chega a ser sua realidade
e depois é tirada de você?

Eu conseguia ver, com clareza, tudo o que passei com Afrodite. Desde que
ela entrou em minha vida e todas as vezes que eu pedi um cachorro para
meu pai.

Para uma familia Italiana Mafiosa, a minha familia sempre foi tão dispersa,
como uma familia americana, filhos separados, pais distantes.

E em meio a isso, um cachorro viria a calhar.

Eu costumava alimentar os da rua, e na frente de minha casa havia


sempre um mar de cachorros, o que fazia meu pai praticamente
enlouquecer.

Isabel era alérgica e mamãe também.

Então, ela apareceu.

Em um tempo de vazio e solidão, em um internato na Rússia, uma caixa


de presente começou a nossa vida e uma caixa de presente a encerrou.

Era estranho como eu não sentia nada, acho que quando o sofrimento
passa do máximo que seu cérebro pode suportar, ele simplesmente para
de emitir, como se não existisse. Embora ele estivesse ali, tão próxima a
mim que eu podia o tocar.

Afrodite descendo as escadas de casa para me receber.

Afrodite correndo com ventania na fazenda.


Afrodite me lambendo tentando fazer com que meus olhos não se
fechassem, depois daquele tiro nas costas.

Afrodite uivando quando eu desmaiava de cólica.

Afrodite...

Afrodite...

Afrodite salvando a minha vida inúmeras vezes.

Como a gratidão se torna amor?

Para mim, o amor e a gratidão coexistem. Dois sentimentos tão limpos,


puros e preciosos. Unidos para que nada possa os impedir.

Até onde eu teria ido por ela?

Até onde eu fui por ela!

Afrodite era mais do que a minha melhor amiga, minha filha e minha
companheira.

Ela era eu, e eu era ela.

Éramos uma só.

E agora... Eu viveria sem uma parte de mim.

Capitulo 22 - Coração Morto


Inglaterra, Muitos anos atrás
Anthony

Continuei batendo o pé no chão, em um ritmo próprio, em quanto refletia


sobre as palavras que ouvi de Matteo, o Velho Albertini fumava um charuto
ao lado do filho que me encarava curioso e com um brilho ambicioso nos
olhos verdes frios.

Emy, a moça cujas fotos descansavam a minha frente, continuava com os


olhos castanhos encarando o pequeno pára-brisas de um táxi como se
pudesse ver as lentes da câmera que a perseguia.

Por ser filha de quem era, eu podia colocar minhas mãos no fogo que ela
sabia que estava vendo vigiada. A garota era uma Antonelli, último
membro de uma família da máfia siciliana que dominou o mundo dos
crimes por anos.

-Não faço mais tráfico de mulheres. -Resmunguei para o velho, a única


razão da família Antonelli ter sido extinta. Quem diria que uma boceta
inglesa faria um homem como Matteo Albertini enlouquecer ao ponto de
matar um por um daquela que foi um dia a família mais poderosa da
Europa. Deixando por último Elizabeth Antonelli a mãe de Emy.

-Foda-se o que você faz ou não faz Anthony, não estou aqui para pedir e
sim para exigir. Eu quero a garota.

Semicerrei os olhos, minhas mãos se fechando em punhos.

-Meu filho terá o direito de estuprar essa menina até não haver mais carne
na boceta imunda dessa Antonelli.

-Você já matou todos, por que quer a garota agora Albertini?

O velho mantinha seu olhar perigoso e frio como o inverno Russo.

-Quero que Elizabeth veja isso onde quer que ela esteja.
-Ela está morta.

-Pois que esteja no inferno! Quero que ela veja que minha vingança foi
vitoriosa.

-Pois eu não o farei, procure outro.

Seu punho esmurrou a mesa, fazendo o garoto ao seu lado saltar e


encarar o pai com os olhos arregalados.

-Olhe bem para esse moleque Albertini, ele mal tem 11 anos!

-Já é um homem, e fará o que eu quiser que ele faça!

-Está mesmo completamente louco! Os boatos estão corretos.

-Aquela vadia! Eu jurei que mataria a doce filhinha dela.

Revirei os olhos, bebericando meu whisky.

-Quanto ela vale para você Albertini?

O Velho sorriu, puxou a maleta que trazia consigo e empurrou em minha


direção.

-2 milhões de euros. -Sorri abrindo e encarando as notas verdes recém


impressas.

-Pois se quiser a garota, me pagará 5 milhões.

-Mas isso é um absurdo! -Berrou irado, levantei rindo.

-Os outros 3 milhões você me dá quando lhe entregar a encomenda. -


Acrescentei abrindo a porta de meu escritório -Agora vão. Antes que eu
desista.
Com um último olhar inquisidor, Albertini saiu caminhando ao lado de seu
filho.

Antes eu soubesse que aceitar aquele trabalho, acabaria com a minha


vida.

•••

Semanas atras de semanas, eu a segui, e vi sua rotina de perto.

Emy gostava de café com uma colher de canela pela manhã, após sair da
cafeteria ao lado de seu luxuoso prédio, herança que a família deixou para
ela. A mulher tinha 22 anos, nenhum namorado e não era por falta de
pretendentes. Cabelo castanho claro longo e ondulado, olhos castanhos
com um toque esverdeado que deixaria qualquer pessoa confusa sobre a
real cor. Era professora no jardim de infância de uma escola no subúrbio,
sempre recebia ligações sobre os negócios que mantinha em segredo com
sobrenomes falsos e um conclave com a família Cesarin. O que seria uma
dor de cabeça para o Velho Albertini quando eu a levasse para ele.

Aquele era o dia, em que eu finalmente a sequestraria. Estava sentado no


banco de meu carro quando ela encontrou um rapaz próximo ao big bang.
Usando um vestido salmão, com um chapéu preto ela lhe presenteou um
sorriso quando ele beijou suas mãos protegidas por uma fina luva de
cetim.

Sai do carro e caminhei para uma banca de pipoca próximo aos dois.

-Emy... Preciso lhe alertar. -O rapaz de terno marrom começou a dizer, a


voz excitante e nervosa. -Temo que tem algo prestes a lhe acontecer.

Com o canto de olho assisti a morena revirar os lindos olhos esverdeados


e morder o lábio inferior pintado de vermelho vivo em um contraste perfeito
com sua pele branca como o marfim.
-Algo vai me acontecer?

-Albertini a encontrou, está pagando o Anthony para a levar a ele. -


Controlei a risada que desejava me tomar, mas ela não controlou, por
outro lado, soltou uma gargalhada deliciosa.

-Anthony de Viera?

-O próprio demônio encarnado.

-Acha que sou tola? Eu sei disso a séculos. -Minha mão congelou, a
pipoca a centímetros de distância de meu rosto. -Não se preocupe comigo
querido.

-Emy, eu tenho que lhe proteger...

-Eu sei me cuidar. -Resmungou irritada, balançou a cabeça em negação. -


Pela minha contagem, hoje é o dia em que ele me pegará.

Agucei minha audição completamente chocado com a voz doce de Emy


dizendo aquilo tão calmamente. Ela não imaginava qual seria seu fim?

-Emy! Precisa se esconder! -Ela riu apertando a mão do rapaz e se virando


em minha direção, desviei o olhar para a rua rapidamente, sentindo minha
respiração se acelerar.

-Pode ir, sabe o que fazer, e eu confio inteiramente em você Cesarin. -


Fechei os olhos ouvindo a despedida e depois o barulho dos saltos se
aproximando de mim.

Ritmada no seu andar, Emy finalmente parou ao meu lado, meus olhos
continuaram fechados.

-Anthony. -A voz doce sussurrou em meu ouvido, como uma música.


Estremeci e me virei para a encarar. -Sou sua presa agora.
-Você é completamente doida! -Resmunguei chocado, estático e pela
primeira vez na minha vida surpreso.

-Creio que eu deveria esperar que você me dopasse e me sequestrasse


não é?

Os olhos esverdeados começavam a me embriagar.

-Você é real? -Consegui perguntar antes que minha voz sumisse diante do
meu encantamento. Que só aumentou dia após dia daquela deliciosa
caçada a sua rotina. Ela sorriu, os lábios vermelhos dando espaço para
seus dentes brancos.

-Posso ser um sonho. -Murmurou corando, semicerrou os olhos se


aproximando mais de mim. -Ou um pesadelo.

-Ninguém nunca consegue te pegar desprevenida ?

-Nunca. -Respondeu.

Naquele momento, meu corpo assumiu o controle e eu a puxei pela cintura


de encontro ao meu corpo.

-Isso é loucura. -Murmurei encarando sua boca carnuda. -O Albertini vai


descobrir que armamos pra ele.

-Confie em mim, eu sei o que estou fazendo. Agora me entregue a ele,


pegue o dinheiro e vamos sair daqui!

-Emy... Não será tão simples... Ele pode te machucar.

-Eu sei me cuidar... Além do mais, eu tenho você.

O sorriso que eu cresci vendo me venceu, e eu então colei meus lábios no


dela.
Eu soube, como sabia desde nosso primeiro beijo aos meus 12 anos. Que
Emilly Antonelli seria minha morte.

Mas ao invés disso, eu fui a dela.

Capítulo 23 - Andrea E Elizabeth Antonelli


Itália, anos atras

Andrea

Com certeza eu era péssima naquilo, rodando pelo hall do hotel onde
acontecia aquele maldito evento do meu pai.

As mãos fortes de Sandro apertavam minha cintura como se dissesse hey


Andrea é minha. Mas eu revirava os olhos para esse instinto de posse tão
ridículo quanto aquele casamento arranjado.

-Você não vai falar comigo? -Finalmente resmungou, apertando minha


mão fortemente para que eu me dignasse a olhar em sua direção.

Semicerrei os olhos entendo controlar minha raiva. Mas falhando


miseravelmente e em um giro eu pisei com a ponta do meu salto e toda a
minha força em seu pé.

-Sua vadia. -Rosnou me puxando de encontro ao seu peito.

-Xingue o quanto quiser Cesarin, de mim você não conseguirá nem uma
pequena parte de minha educação.

-Invejável esse seu gênio minha cara Antonelli.

-Não vera a cor do meu dinheiro! Jamais me casarei com você! Nem que
para isso eu precise engravidar de outro!
Ele não disse nada, apenas sorriu me puxando para o salão do piano.
Onde continuei o encarando com verdadeiro ódio por aquele rosto tão
lindo e aquela boca deliciosa.

No segundo seguinte arrancávamos as roupas um do outro, e sua boca


quente e molhada se arrastava deliciosamente pelo meu pescoço.

-Me solte seu grosso! -Resmunguei o empurrando preguiçosamente e


gemendo alto de mais para alguém que pedia distância. -Sandro pare...

Os olhos castanhos dele me encararam docemente e ele se distanciou de


mim, tirando suas mãos de meu corpo.

-Se é o que a senhorita deseja.

Observei chocada aquele ogro arrumar o terno em quanto saia do salão.


Minha boca aberta em o, e meu vestido jogado no chão com um enorme
rasgão que se estenderia pela minha coxa.

-Desgraziato! -Gritei jogando a primeira coisa que minha mão alcançou na


porta.

Por fim fui obrigada a respirar fundo algumas vezes, arrumar meu cabelo e
meu vestido, sai do salão rápido, o que me rendeu um trombo com alguém
que eu decididamente precisava ver.

Sorri docemente alisando meu cabelo.

-Olá Matteo. -Os olhos dele se colaram em minha boca, mordi meu lábio
inferior ciente que isso o deixaria ainda mais corado.

-An... dre...

-Andrea. -Murmurei me aproximando dele.


Decididamente ele era minha carta de alforria daquela ideia ridícula de
meu pai, casar-me com um Cesarin para me manter longe dos Albertini.
Como se fosse minha culpa a decisão de minha mãe de enganar o Velho
Matteo.

Elizabeth, minha irmã mais nova, doce e meiga, foi a escolha de meu pai
para se casar com Sandro. Tive que ouvir com todas as letras que eu tinha
o gênio ruim de minha mãe e por isso não poderia me casar com Mateo, já
que eu lembraria o pai dele constantemente da perna que meu pai passou
sobre ele.

Papai teima em dizer que está me protegendo de uma morte horrível, que
mulher para se casar com um Albertini tem que ser submissa e tola, como
minha irmã alguns minutos mais nova que eu.

Mas eu definitivamente queria desvendar toda a história de Emilly Antonelli


com meu pai Anthony. E para isso, eu precisava me casar com um
Albertini.

Mamãe foi uma mafiosa maravilhosa, a última de sua família, parecia que
nada seria capaz de destruí-la, exceto é claro Anthony Reimond.

-Eu vi que saiu com Sandro, sei que ele a importuna, então queria saber
se ele fez algo contra você. -Sorri para a preocupação de Mateo.

-Não fez nada que eu não saiba lidar. -Resmunguei semicerrando os


olhos. -Cadê a Lizzie?

Mateo voltou a corar, e eu soube muito bem onde minha doce irmã se
encontrava.

-Céus ela quer morrer é óbvio que quer.

-Está tudo bem Andrea, não contarei para meu pai... Além de que... Ela
definitivamente não é o que eu quero. -Olhei chocada para Mateo. Ele
realmente estava dizendo tão diretamente que queria a mim? Foram
meses tentando seduzir ele, e agora que ele finalmente admitia minha
vitória. Meu coração inútil se apegava a um Cesarin. Respirei fundo e
toquei o rosto dele, eu precisava vencer esse sentimento ou isso me
destruiria, me apaixonar pelo Sandro não me levaria para onde eu deveria
estar. Ao lado do comando da família mais poderosa da Itália, descobrir
todo o envolvimento dos Albertini no fim dos Antonelli, vingar minha mãe.

Era necessário! Eu ser forte e comandar meu coração não ser comandada
por ele.

-Mateo? Andrea? -A voz grossa soou do nosso lado. Apertei meus olhos
com força antes de abaixar a mão e me virar para o rosto chocado de um
Cesarin vingativo. -Não acredito que continua falando com esse maldito! -
Berrou me puxando para si. Tropecei em meus próprios pés e o resultado
foi os braços fortes de Sandro me segurando, e por fim fui abatida pelo
cheiro doce e forte de seu perfume. -Eu acabo com sua vida Albertini! Se
chegar perto da minha noiva de novo!

-Quanto drama Cesarin, você não é homem o bastante pra ela!

-Como é que é? Pelo menos eu não me escondo atrás do papai Matteo pai
e Mateo filho!

Os olhos do Albertini pegaram fogo e ele fez algo que faria nascer ali uma
briga entre gigantes.

Me puxou para seus braços e colou sua boca na minha. Minha reação foi
aprofundar o beijo, mesmo desejando que aquele fosse o Sandro.

O barulho da arma sendo engatilhada me fez empurrar Mateo e encarar


chocada Sandro apontando a pistola para mim.

-Sandro... -Murmurei estremecendo levemente. Ele tinha o olhar frio de


sempre, de alguém que controla totalmente seus sentimentos.
-Saia de perto dele Andrea. Vou matar o herdeiro dos Albertini. -A
gargalhada de Mateo seguida de sua arma apontada para a cabeça de
Sandro me fez prender a respiração em choque. -Então você atira ou eu
atiro?

-Deixa a Andrea em paz. -Resmungou, pela primeira vez desde que o


conheci com a voz seria. Mateo era o único filho do Velho Albertini, e por
isso sempre foi obediente ao pai, ele foi criado para ser fácil de controlar e
não para ser um mafioso. Diferente de Sandro que foi criado pra ser
respeitado e ter tudo o que deseja.

-Vi sua noiva aos beijos com o Pietro. -A voz perigosa de Sandro
finalmente soou depois de um silêncio amedrontador. -Parece-me que é
comum dos Albertini serem cornos.

-Como ousa?

-A vó dela chifrou seu pai não foi?

Arregalei os olhos. Nunca ninguém citou isso tão claramente, mesmo que
todos nós sabemos que Elizabeth Antonelli largou o Matteo pelo meu avô
aos 16 anos.

-Isso foi a muito tempo!

-Pois que seja Mateo! Agora a Lizzie está imitando a vovó.

O barulho do tapa fez Mateo saltar chocado e Sandro derrubar a arma no


chão, a mão que antes segurava a pistola foi para o rosto e ele me
encarou chocado, massageei a palma da minha mão que estava vermelho
vivo.

-Andrea!
-Nunca mais fale da minha irmã assim! -Rosnei raivosa. -Ela ama o Pietro!
E se não fosse sua intromissão na nossa vida a fim de conseguir nosso
dinheiro! Ela poderia de casar com o Pietro.

-Oh meu Deus! Andrea deu um tapa em você Sandro, que lindo! Com
certeza ela será uma ótima primeira dama Cesarin. Você vai apanhar
muito meu amigo.

-Eu vou acabar com sua vida Albertini!

-Me ameace o quanto quiser! Eu vou ganhar de qualquer forma meu caro.

Sandro semicerrou os olhos perigosamente para ele e me apertou contra


seu corpo.

-Não arrisque sua vida me batendo novamente Andrea. -Sussurrou em


quanto beijava meu pescoço.

•••

Naquela noite, depois da festa de noivado e da discussão entre os dois


futuros líderes da máfia italiana. Eu sai de casa de fininho me dirigindo
para o jardim dos fundos, as rosa vermelhas que meu pai plantou para
minha mãe, eram as únicas coisas que eu tinha dela.

Sentei no meio das flores respirando fundo.

-Mamãe, eu preciso da senhora. -Admiti depois de um tempo. -Preciso


entrar na família Albertini... Mas pra isso eu preciso tirar a Lizzie da jogada.

Lizzie era doce e inocente, não tinha a mínima ideia do que representava
ser as últimas Antonelli vivas. Por outro lado. Ela teimava em correr atrás
de Pietro, o braço direito de papai que depois da morte da minha mãe
resolveu continuar os pequenos negócios dos Antonelli.
Me joguei no chão ali em meio as rosas. Papai nunca explicou as coisas
para Lizzie. Nunca disse que minha mãe morreu no parto logo depois que
eu nasci, e que para salvar a vida dela papai teve que abrir o corpo de
nossa mãe como se ela não fosse o amor da vida dele.

Eu basicamente tive que aceitar todo o peso de ter sido a única de nos que
minha mãe conheceu, segundos antes de morrer. Tive que aceitar também
que o que matou nossa mãe, fatalmente nos mataria assim que
tivéssemos filhos.

E por isso, eu tinha decidido não contato nada a Lizzie, por que ela estava
grávida.

Minha irmã mais nova, morreria em alguns meses.

Seria uma boa maneira de me casar com Mateo. Se os casamentos não


fosse na próxima semana.

E por fim. Ali em meio as rosas e minha mãe eu chorei e raiva e ódio.

Como eu poderia esperar ali parada a morte da minha irmã? O que seria
do bebê? No momento que Velho Albertini descobrisse ele mataria a
criança!

Eu estava tão ferrada. Meu coração fatalmente seria quebrado. Pela morte
da minha irmã e melhor amiga e pela decisão que me afastaria de Sandro.

Me sentei rapidamente na grama, sendo tomada pela ânsia de vomito que


me fez colocar para fora todo o vinho daquela noite.

Nem foi preciso que eu fechasse os olhos para descobrisse o motivo das
lágrimas e do vomito.

Só pude respirar fundo antes de gritar o mais alto possível.


-Andrea? O que houve! -A voz doce de minha irmã gêmea surgiu da porta
dos fundos de nossa casa. Permaneci sentada de costas pra ela. -Déia?

-Eu tô grávida do Sandro.

Silêncio.

-Dio mio. -Os passos se aproximaram de mim e ela se abaixou ao meu


lado. -Está tudo bem eu me caso com o Albertini... E você é apaixonada
pelo Sandro! O Pietro vai entender... Converso com ele sobre...

-Lizzie, você precisa sumir com o Pietro daqui.

-O que? Não! Não vou deixar você arcar com as consequências do meu
erro sozinha...

Me virei para ela. Rezando aos céus que o avanço da medicina a pudesse
salvar e que ela ficasse com o amor dela longe da Itália. Longe do Velho
Albertini.

-Eu preciso que você suma da Itália.

-Mas e o seu bebê?

Respirei fundo fechando os olhos.

-Eu dou um jeito nesse problema.

-Não mate o bebê Déia!

Sorri tristemente negando com a cabeça. Ou seria essa criança, ou seria


eu.
Como escolher entre o filho do homem que você infelizmente ama ou a
sua vida?

Agora eu entendia minha mãe.

Capitulo 24 - Gemeos
Itália, 22 anos atras

Andrea

Eu corria pela praça da igreja, meu medo e temores faziam de meu passo
mais lento, mais descuidado, o que me fez cair em frente à fonte de águas
cristalinas a alguns metros da igreja.

Chorava profundamente, em minhas mãos o resultado por escrito do


ultrassom, em minha alma o desespero furando a essência do meu ser.

-Andrea. -A voz conhecida me fez levantar o olhar. Antonella, minha única


amiga, tinha os olhos arregalados de pavor com a cena que ela via. -Céus
o que houve?

-Sandro o matou.... O matou... -Sussurrei gaguejando, céus eu não tinha


mais forças nem para dizer. -Dio... estou perdida.

-Do que você está falando?

-Sandro matou o Pietro. -Gritei horrorizada. A morte de minha irmã no


parto, depois a morte do amor da vida dela. Acabava de selar meu destino.

E o destino de meus filhos.

-Ele o matou?
-Matou... Eu sou a única coisa que o bebê tem. A única...

-Você não pode ficar com a criança. O Sandro nunca vai aceitar.

Semicerrei os olhos. Ainda ajoelhada no chão, tentando controlar as


lágrimas que desciam copiosamente.

-Ela era minha irmã! Minha companheira! Eu nunca vou deixar que levem
o filho dela para um orfanato! -Antonella alisou o hábito branco e olhou ao
redor preocupada.

-Melhor entrarmos, talvez o Cesarin apareça por aqui. E a desgraça estará


feita.

Concordei silenciosamente, ela esticou a mão me ajudando a levantar,


olhando com uma careta para meus joelhos agora em carne viva, ignorei
isso e a segui até à igreja. Meus passos me torturavam, cada segundo da
minha escolha me torturava.

Como eu podia? Abandonar duas crianças para salvar outra?

Antonella se sentou do meu lado no banco mais afastado do altar. Suas


mãos batucavam na madeira ansiosamente. O olhar me queimando.

-Preciso lhe pedir algo. -Murmurei tremendo.

-Sabe que farei tudo por você minha amiga.

-Quero que fique com a menina. -Disse chorosa. Mais uma vez naquele
dia os soluços me dominaram. -O nome dela é Bianca. -Murmurei alisando
meu ventre inchado. Eu podia ver ela quando fechava os olhos.

Ela seria tão orgulhosa como o pai?

Seria tão determinada como a mãe?


Seria tão obstinada quanto a avó?

Ou tão leal quanto o avô?

-Andrea... Não faz sentido você abrir mão dos seus filhos para cuidar de
um filho da sua irmã.

Neguei irritada. A olhando por cima das lágrimas que, com certeza cairia
dos meus olhos pelas próximas semanas, e talvez até depois do parto.

-Você não entende! Eu não posso assinar a morte da menina Antonella.


Se ela fica na máfia... Estarei sentenciando ela a morte da Lizzie.

-Você fez a cirurgia no útero Andrea, ela também pode fazer.

Neguei mais uma vez, queria meus filhos longe disso. O mais longe
possível. Sandro não mediria esforços para matá-los na primeira
oportunidade, o pai de Mateo também. Antonella era a única pessoa que
eu podia confiar ela e Bill, melhor amigo do Sandro, eram as únicas
pessoas que eu podia confiar.

-Não é por isso, é pela vingança. No momento que eu disser aceito para
Mateo, o Sandro fará de tudo para me atingir. Tudo o que conseguir e
puder. -Antonella estremeceu e corou com isso, me fazendo lembrar que
ela o conhecia a longa data. -Você não pode contar ao Sandro nada sobre
a Bianca. Nada Antonella.

-Ele descobrirá assim que olhar para ela! Nada passa despercebido a
Sandro Cesarin.

Respirei fundo, finalmente controlando o choro desesperador que havia me


tomado. Sequei meu rosto encarando a enorme cruz no altar.

Será que Deus perdoaria meus pecados?


-E o menino? -Finalmente Antonella quebrou o silêncio, e minha oração
silenciosa. -O que será dele?

-Está falando do Pietro? -Ela negou olhando sugestivamente para meu


ventre.

-Eu não sei o que farei com ele.

-Entregue os dois a mim.

-Não! Se o Sandro te pegar, ele pegará os dois filhos dele. Não posso
permitir isso.

-Ele tem o direito de ser pai Andrea! São os filhos dele! Com a mulher que
ele ama. -Revirei os olhos frustrada, será que ela não conseguia entender?
Sandro não era leal a família! Ele iria usar as crianças para me atingir sem
pensar duas vezes.

-Você não conhece ele.

-Você tá decidindo pelos dois! Está privando tanto a si mesma, como ele,
de conviver com seus filhos. -Segurou minha mão fortemente. -Entregue
Pietro para seu pai e se case com o Sandro, seja feliz com ele!

Puxei minhas mãos a olhando chocada. Como ela podia pensar que tudo
era fácil assim? Eu tinha que vingar minha mãe! Minha irmã! E isso só
conseguiria destruindo os Albertini. Eu era uma Antoneli não podia deixar
um sentimento bobo me dominar.

-Eu não vou deixar meus planos de lado por uma vida medíocre ao lado de
um mafioso manipulador e frio.

-Todos os mafiosos são assim Andrea!


-E eu quero meus filhos longe disso! Eles são Antonelis, e são filhos de um
Cesarin. Você tem noção do quanto eles seriam perseguidos?

Silêncio. Antonella abaixou a cabeça mordendo o lábio, os olhos claros me


olhando como se pudessem enxergar minha alma, como se soubessem o
que eu pretendia fazer.

Queria meus filhos longe da máfia, por que eu destruiria a maior família da
Itália, e haveria alguém para vinga-los, certamente usaria um filho meu
para isso.

Pietro estava seguro, mas os primos não.

A análise do ultrassom ainda balançava em minha mão. Antonella levantou


a mão e a puxou abrindo.

-O que você vai fazer com isso?

-Mandar para o Sandro. -Nos encaramos em silêncio.

-Deve ser por isso que ele é louco por você.

-Por que ?

-Você o desafia, ninguém teria coragem de desafiar aquele homem.

-Talvez ele queira ver que terá dois filhos.

Antonella balançou a cabeça negativamente, deixando alguns fios loiros


escaparem do véu do hábito.

Nunca perguntei a ela, o motivo de ter virado freira.

Infelizmente eu descobriria tempos depois, da pior maneira possível.


-Não me respondeu o que você fará com o menino. -Questionou de novo
em quanto lia a tal análise. -Escolheu o nome dele já também?

Corei um pouco tossindo levemente.

-Ele terá o nome do meu avô. -Respondi sorrindo sentindo o chute tímido
que um deles me deu. -Fabrizio, espero que seja tão destemido quanto
meu pai contava que ele era.

-Fabrizio? Belo nome. -Entregou a carta a mim e sorriu. -E quem ficará


com ele?

-Bill Boreno, eu sei que ele cuidará bem do meu filho.

Mais um erro que cometi naquele dia.

Epilogo
Itália, 22 anos atras

Antonela

Meu sorriso podia ser visto de uma enorme distância. Era reluzente,
brilhante, magnífico.

Alisei a cabeça da pequena menina que me encarava com os olhos


castanho mel do pai, desconfiada, um olhar fixo e sério de mais para um
bebê de quatro meses.

-Biazinha está desconfiada da viagem? -Murmurei segurando suas


mãozinhas pequenas e quentes.
-Chegamos senhorita. -O chofer anunciou abrindo a porta do carro preto
que seu chefe mandou atras de mim.

-Obrigada Hugo. -Sai sem precisar da mão que ele me ofereceu e


caminhei até a porta da imponente mansão, onde o enorme Brazão dos
Cesarin em ouro reluzia sobre o sol.

Não bati. A porta simplesmente se abriu.

O homem que eu tão bem conhecia, caminhou severamente até mim, em


silêncio, encarando o pequeno ser que eu tinha em meus braços.

Foi majestoso.

Tão pequena mas tão esperta, o encarou seriamente, fazendo o mafioso a


minha frente arfar e levar as mãos a boca em completa adoração, ficou
naquele transe por alguns minutos, e por fim. Olhou para mim, e eu pude
ver lágrimas nos olhos daquele homem que tantos dizem ser sem alma.

Era amor, puro e pleno amor.

Tímido e lentamente, o líder dos Cesarin levantou a mão em direção a


Bianca. Tinha medo nítido da rejeição.

-Posso, toca-la ? -Questionou tão baixo que eu pensei não ter ouvido.

-Claro que pode Sandro. -ele sorriu finalmente tocando no rostinho corado
que o encarava. -Quer segura-la ? -Ele recuou alguns passos negando
veementemente. -Não é pai até segurar sua filha no colo.

Ele tossiu algumas vezes, olhando ao redor, como se temesse parecer


fraco para seus homens. Por fim assentiu chegando mais perto de mim,
sua aproximação fez minha pele se arrepiar, o cheiro dele me trazendo
lembranças de tempos em que ele era meu e eu era dele.
-Pode me ensinar? -A voz era calma, o que era um avanço para ele, a
muitos anos ele não falava calmamente assim. Assenti acomodando o
pequeno ser sorridente em seus braços.

Bianca se agitou batendo as mãozinhas e encarando o pai, Sandro se


retesou a encarando chocado, em meus braços ela estava quietinha mas
assim que foi para o pai começou a se mexer angustiada, tentando tocar o
rosto dele.

Ele a encarava novamente sério, a máscara do mafioso voltara. Mas nem


isso a intimidou. Por outro lado, a deixou ainda mais brava e irritada por
não conseguir tocar o rosto. Por fim ela emburrou o olhando com as
bochechas vermelhas e o rostinho que eu já sabia era a prévia de choro.

Ela não chorou.

Ficou o encarando daquele jeito. Até ele se curvar um pouco e ela


pudesse tocar o rosto dele.

E por fim eu vi, Sandro Cesarin cair em prantos olhando a pequena


menininha que eu soube. Naquele momento havia roubado o que restou
do coração dele.

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