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Universidade Federal do Pampa

Campus – Bagé

Disciplina: Laboratório Química Orgânica – 2008/02.

Relatório: Técnicas Cromatográficas.

Aluno: Josiel Dimas Froehlich.

Matricula: 06200117.

Professor: Alexandre Lápis.


1. Objetivos

Utilizar técnicas cromatográficas: cromatografia em papel, em camada delgada e


coluna, para retirada de produtos através dos solventes.

2. Introdução

A cromatografia é uma das maneiras mais poderosas e mais usadas na separação de


misturas, porque ela é, com freqüência, muito barata e pode fornecer informações
quantitativas e qualitativas. O método mais simples é a cromatografia em papel. Uma
gota de solução é colocada na parte inferior de um suporte absorvente, como uma tira de
papel, que é chamada de fase estacionaria. Um solvente chamado de fase móvel é
adicionado abaixo da mancha e o solvente é absorvido pelo suporte. À medida que o
solvente atravessa o suporte, os materiais da mancha começam a viajar para cima, em
velocidades que dependem quão fortemente eles são adsorvidos pelo suporte de acordo
com a figura 1. Na adsorção, o soluto adere à superfície. De certo modo, ocorre extração
contínua entre o suporte e o solvente, que é chamado de solvente transportador. Os
solutos que são atraídos mais fortemente pelo solvente do que pelo suporte são os que se
movem mais rapidamente.
A cromatografia em camada delgada é uma técnica cromatográfica muito parecida com
a realizada em papel, porém demanda menor tempo de execução. Consiste em cobrir
uma placa de vidro, alumínio ou plástico, com um adsorvente adequado e com uma
granulação especial. O adsorvente é misturado ou não com aglutinante, suspenso em
água ou outro solvente adequado e depositado uniformemente sobre a placa
(manualmente ou por intermédio de aplicadores práticos). Ao secar, o adsorvente
permanece adquirido à placa que, em geral, deve ser ativada por aquecimento em estufa.
Nas cromatografias em papel e camada delgada, quando o solvente percorre uma
distância 𝐿 em cm, o soluto, espalhado como uma banda ou zona difusa percorreu uma
distância menor, que chamaremos de 𝐷 cm. 𝐷/𝐿 é, para uma dada substância sob
condições especificas, uma constante, independente da quantidade relativa da substância
ou de outras substâncias presentes. 𝐷/𝐿 é chamado valor de 𝑅𝑓 para aquela substância
sob condições experimentais de acordo com a equação 1:

𝐷 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜


(1) 𝑅𝑓 = =
𝐿 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒

O valor de 𝑅𝑓 pode ser usado na identificação dos componentes de uma mistura em


condições determinadas.
Os mesmos conceitos se aplicam à cromatografia em coluna, em que fase estacionaria é
normalmente formada por pequenas partículas de sílica, 𝑆𝑖𝑂2, ou alumina, 𝐴𝑙2 𝑂3. Essas
substâncias não são muito reativas e suas superfícies são especialmente preparadas para
aumentar a sua capacidade de adsorver os solventes. A coluna é saturada com o solvente
e um pequeno volume de uma solução que contem os solutos é colocado no topo da
coluna. Em seguida, mais solvente é colocado na coluna. Os solutos viajam lentamente
de cima para baixo na coluna e são eluídos (removidos como frações) no fim da coluna
de acordo com a figura 1. Se a fase móvel é menos polar do que a fase estacionária, os
solutos menos polares são eluídos primeiro e, os mais polares depois
3. Procedimento Experimental

Para o experimento foram utilizados os seguintes materiais:

Materiais

Parte I

Materiais:

- 1 pipeta graduada Satelit (5 ml);


- papel de filtro;
- 7 Béqueres Satelit (100ml);
- 1 vidro de relógio.

Reagentes:

- Hexano;
- Hexano (acetato de etila 1:1);
- Etanol;
- Acetona;
- Éter Etílico;
- Ácido Acético;
- Etanol/𝐻2 𝑂 .

Parte II

Materiais:

- Camada delgada (sílica);


- vidro de relógio;
- 3 capilares;

Reagentes:

- Amostras (A, B e C);


- Hexano;
- Éter Etílico;
- Ácido Acético;
- Ácido Acético/ Etanol (1:1);
- Etanol/𝐻2 𝑂 (1:1);
Parte III

Materiais:

- 1 coluna cromatográfica Satelit;


- 1 Becker Satelit (100 ml);
- Algodão;
- 6 Tubos de Ensaio;

Reagentes:

- Ácido Acético/ Etanol (1:1);


- Etanol;
- Corante (azul de metileno);

Métodos

Parte I

Primeiramente iniciou-se o experimento através da cromatografia em papel. Recorta-se


um pedaço de papel de filtro e marca-se, com lápis, 1 cm acima de sua aresta e, outra
marcação é feita como limite na parte superior do papel, em seguida com as cores: azul,
verde, rosa e preto são marcadas uma ao lado da outra respectivamente.Após isso,
pipeta-se 2ml com o auxilio de uma pipeta graduada do primeiro solvente (Hexano) e
adiciona-se ao Becker,então com papel de filtro já marcado, coloca-se dentro do Becker
e tampa-se com o vidro de relógio. Observa-se que quando a fase móvel (solvente)
atinge o limite superior marcado no papel, então se retira o mesmo do Becker e aguarda-
se o solvente evaporar para conclusão do experimento. O mesmo processo foi repetido
com o restante dos solventes.
Utilizou-se também o mesmo processo anterior, porem com papel de filtro, a cor verde e
o solvente (acetona) apenas. Exemplo do experimento representado pela figura 1.

Parte II

A cromatografia em camada delgada inicia-se com o mesmo processo de marcação em


papel, porém em um pedaço de camada delgada (sílica) sendo marcada por capilaridade
pelas amostras: amarelo, azul, (amarelo e azul) respectivamente. Em seguida adiciona-
se ao Becker o primeiro solvente (Hexano) e em seguida coloca-se a camada delgada no
mesmo, tampando-se com o vidro de relógio. Observa-se a fase móvel (solvente) atingir
o limite superior marcado no papel, retirando-se em seguida o mesmo e aguardando-se o
solvente evaporar concluindo-se o término do experimento. O mesmo processo é
aplicado aos demais solventes e está representado pelo exemplo da figura 2.

Parte III

Em cromatografia em coluna inicia-se com a montagem da mesma. Com a coluna reta e


alinhada, coloca-se um feixe pequeno de algodão na sua parte inferior, adiciona-se sílica
até uma marca estipulada, evitando-se a saída da mesma. Em um Becker prepara-se uma
mistura (sílica e ácido acético/etanol), despejando-se a mesma sobre a sílica na coluna,
para ocorrer uma melhor compactação. Retira-se o excesso de mistura da coluna até
atingir o nível de sílica compactada, através do mesmo Becker utilizado anteriormente.
Adiciona-se o primeiro solvente (ácido acético/etanol) retirando-se a primeira amostra,
armazenando-se a mesma em um tubo de ensaio. Totalizaram-se seis amostras, sendo
quatro delas utilizando-se o primeiro solvente e o restante com o segundo solvente
(etanol). Representação de um exemplo do experimento através da figura 3.

4. Resultados e Discussão

Parte I

Na cromatografia em papel analisaram-se quatro amostras com seus devidos solventes,


e calculou-se o 𝑅𝑓 , através da equação 1, de cada amostra para a identificação dos
componentes. Portanto quanto mais perto do solvente estiverem as amostras, mais
apolares serão e quanto mais afastadas evidentemente mais apolares. Abaixo, estão
listados as amostras, solventes, e os 𝑅𝑓 e como calcular o 𝑅𝑓 , respectivamente:

Tabela 1: Solventes e 𝑅𝑓 .

Hexano
(acetato de Etanol Acetona Éter Ácido Etanol/𝐻2 𝑂
atila 1:1) Etílico Acético Hexano

𝑅𝑓𝐴(𝐴𝑧𝑢𝑙)
0 0 0 0 0 0 0, 675

𝑅𝑓𝐵(𝑉𝑒𝑟𝑑𝑒) 0, 222 0, 125 0 0 0 0 1

𝑅𝑓𝐶(𝑅𝑜𝑠𝑎) 1 1 1 1 1 0 1

𝑅𝑓𝐷(𝑃𝑟𝑒𝑡𝑜) 0 1 1 0 1 0 1

No caso do hexano apresenta todos 𝑅𝑓 nulos, devido o mesmo ser apolar não
interagindo com a amostra.
Para calcular o 𝑅𝑓𝐴(𝐴𝑧𝑢𝑙) com o solvente Etanol/𝐻2 𝑂 :

𝐷 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 2,7 𝑐𝑚


𝑅𝑓 = = = = 0,675
𝐿 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 4 𝑐𝑚

Figura 1: Representação cromatografia em papel.

Parte II

Na cromatografia em camada delgada analisaram-se três amostras com seus solventes,


também se calculou o 𝑅𝑓 de cada amostra na identificação dos componentes. O mesmo
também ocorreu em camada delgada, quanto mais perto às amostras estiverem do
solvente, mais apolares e mais afastadas polares. A tabela 2 abaixo, lista as amostras,
solventes e os 𝑅𝑓 :

Tabela 2: Solventes e 𝑅𝑓 .

Hexano Éter Ácido Ácido


Etílico Acético Acético/ Etanol/𝐻2 𝑂
Etanol
(1:1)

𝑅𝑓𝐴(𝐴𝑚𝑎𝑟𝑒𝑙𝑜)
0 0 0,925 0,875 1

𝑅𝑓𝐵(𝑎𝑧𝑢𝑙) 0 0 0,450 0 1

𝑅𝑓𝐶(𝐴+𝐵) 0 1 0,450 0 1
Portanto o Hexano reagiu mais com a sílica, no éter etílico ocorreu amarelo e o azul
ficou retido. O ácido acético não é bom para fazer coluna, pois ficou muito espalhado
dificultando a compreensão, e no Ácido Acético/ Etanol (1:1) o azul ficou retido,
observou-se que o Etanol/𝐻2 𝑂 (1:1) é um solvente extremamente polar ficando o
amarelo muito próximo do azul.

Figura 2: Representação cromatografia camada delgada l.

Parte III

Na cromatografia em coluna foram utilizados dois solventes: Ácido Acético/Etanol e


Etanol. Recolheram-se seis amostras e obteve-se a maior separação de compostos com o
solvente Ácido Acético/Etanol.

Figura 3: Representação cromatografia em coluna.


Questionário:

1) A cromatografia em papel é menos eficiente que a em camada delgada, devido à


segunda utilizar reveladores mais agressivos, pois seu suporte é mais resistente
que o papel. Isso se torna a segunda cromatografia é mais rápida e com
resultados mais eficientes e perfeitos.

2) Os principais adsorventes utilizados na cromatografia em camada delgada são:


papel de filtro ou papel composto por coluna de vidro, metal ou plástico.

3) Os principais eluentes (solventes) utilizados em cromatografia são: ácido


acético/etanol (1:1), etanol. São classificados de acordo com a sua polaridade.

4) A compactação do adsorvente na coluna é muito importante devido, caso ocorra,


a formação de bolhas dentro da mesma acabando por desorganizá-la,
interrompendo assim o processo.

5) Para se obter qualidade e sucesso na cromatografia, deve-se escolher eluentes e


adsorventes devido a sua polaridade principalmente. Com adsorventes fortes e
eluentes fracos formam-se sistemas adequados para a separação de misturas
pouco polares. Portanto misturas polares apresentam melhor migração
diferencial em sistemas formados por adsorventes fracos com eluentes fortes.

5. Conclusão

Na cromatografia em papel e camada delgada, concluiu-se que quanto mais polar for o
solvente, ou seja, quanto mais ele ocorrer, maior será sua capacidade de separação de
compostos facilitando-se na identificação dos mesmos. Cromatografia em coluna pode-
se afirmar que quanto mais bem compactada estiver a sílica na coluna e o solvente for
fortemente polar, certamente resultará em uma boa separação de produtos e uma fácil
identificação dos mesmos.

6. Referencias Bibliográficas

Atkins, P; Jones, L. Princípios de Química. 3 ed. Porto Alegre : Bookman, 2006.

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