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Resumo
Sabe-se que a educação infantil, necessita de um cuidado criterioso por ser responsável pela
construção inicial de um pequeno ser em formação, essa visão perdurou por muitos anos, pois
nem sempre o ensino infantil foi visto como etapa inicial da Educação Básica, predominando
assim, um caráter assistencialista, no qual a educação infantil era vista como continuidade das
atividades do lar. O presente trabalho é fruto da pesquisa realizada na disciplina Fundamentos
da Educação Infantil, na qual fomos levados a colocar em prática os conhecimentos advindos
no decorrer da graduação. Surge assim, a intenção de relatar como a educação infantil é
desenvolvida em uma Escola Municipal, localizada em Picos/PI. A metodologia do presente
estudo se deu através de pesquisa de campo com aplicação de questionários entregues a uma
professora e uma gestora da escola Municipal. Utilizamos como referenciais Menegolla
(2002), Gandin (1994), Saviani (1999), dentre outros. Desta forma, enquanto objetivo do
trabalho, buscamos compreender a realidade do ensino público municipal, no que diz respeito
à modalidade de ensino Educação Infantil, bem como analisar o processo de formação do
educador para atuar na Educação Infantil, abordar a organização curricular desta modalidade,
destacar a importância do planejamento, avaliar as metodologias e recursos utilizados, refletir
sobre o real papel da avaliação e apontar os benefícios de trabalhar com a ludicidade no
decorrer do processo ensino aprendizagem. Percebe-se que mesmo com mudanças, essa
modalidade de ensino não está alcançando seus reais objetivos e papel, ou seja, desenvolver a
criança em sua totalidade, assim, o pequeno educando (a) poderá ter o desenvolvimento de
suas potencialidades comprometido.
1
Acadêmica do curso de Pedagogia, UFPI, CSHNB, darcilane.carvalho@gmail.com.
2
Acadêmica do período do curso de Pedagogia, UFPI, CSHNB, Bolsista do Programa de Iniciação à docência-
PIBID, sabrina_araujo.15@hotmail.com.
3
Acadêmico do curso de Pedagogia, UFPI, CSHNB, Bolsista do Programa de Iniciação à docência-PIBID,
rochavivicius19@gmail.com
4
Graduanda do curso de Pedagogia, UFPI, CSHNB, lucianadiasibr@hotmail.com.
ISSN 2176-1396
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Introdução
O ato de panejar está presente em todas as instâncias da vida do homem, desde o seu
surgimento, o homem planeja, mesmo que de maneira inconsciente o que e como fazer. Na
conformidade das ideias de Menegolla (2002, p. 15) “a história do homem é um reflexo do
seu pensar sobre o presente, passado e futuro”, foi pois, esse ato de pensar no que e como
fazer, o homem evoluiu e sobreviveu ao longo dos anos.
Planejar é fazer uma reflexão sobre o que existe, o que queremos alcançar, quais
os meios a serem usados e avaliar o que queremos alcançar. Por isso planejar envolve
conhecer a realidade, determinar o que se quer alcançar, indicar os meios e recursos possíveis,
constante avaliação e reavaliação do processo e estabelecer prazos e etapas para sua execução
(MENEGOLLA, 2002, p. 21).
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relaciona com a didática. Libâneo (1994) nos apresenta a influencia da didática frente aos
objetivos de ensino: “cabe a ela converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em
objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer,
os vínculos entre ensino e aprendizagem” (p.26).
Percebemos a importância da didática do professor diante do desafio que lhe é
proposto na Educação Infantil, como os objetivos de ensino, além da necessidade de
selecionar métodos e recursos didáticos que resultem no desenvolvimento da criança em seus
aspectos físicos, motor, psíquico, social.
Como destaca Saviani (1999), para que a escola funcione bem, é preciso que se
utilizem métodos de ensino eficazes, por serem eles responsáveis em estimular a atividade e
iniciativa dos alunos. É necessário ao professor desempenhar o uso de metodologias e
recursos para que esse ensino traga contribuições à aprendizagem, de acordo com sua
realidade. Cabe relembrar que não existe uma receita pronta e acabada, e sim uma adaptação
das práticas, para que essas estejam de acordo com a realidade ao qual estão inseridas. Mais
adiante destacaremos dentre os tantos recursos didáticos as contribuições no processo de
ensino aprendizagem da educação infantil, no uso da ludicidade.
Presente nas escolas a avaliação deve ser entendida como uma ferramenta que
proporcione o ensino e aprendizagem, de maneira articulada entre professor e aluno,
funcionando assim como mediadora do conhecimento.
Porém a avaliação no contexto escolar tem sido associada a expressões como, prova,
testes, atribuir notas, possuindo finalidades diferentes na sua aplicação, segundo Luckesi
(2015) é preciso diferenciar avaliação e exame, o ato de avaliar deve ser compreendido como
um diagnóstico para o educador em benefício na construção do conhecimento do educando,
possibilitando um diálogo, já o exame tende a classificar e testar os educandos.
Luckesi (2015), e Vasconcellos (2008) também apontam a forma como alguns
professores utilizam a avaliação, como maneira de impor poder e autoridade sobre os
educandos, para estabelecer disciplina. Enquanto o exame é pontual só leva em consideração
aquilo que o aluno sabe no momento, a avaliação é processual, se importa com o processo que
o aluno percorreu para progredir e com o que o aluno ainda pode aprender. Essa visão de
avaliação como exame prejudica o verdadeiro sentido do ato de avaliar.
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Avaliar é preciso, porém não há lei que diga que é obrigatória. Cabe às escolas
decidirem suas formas de avaliar, porém se restringem aos exames onde tem a finalidade de
atribuir notas ao rendimento do educando como garantia do conhecimento adquirido ao longo
do ano letivo.
Vale ressaltar o cuidado da avaliação na Educação Infantil devido às necessidades
específicas nessa modalidade de ensino, pois em se tratando de crianças isso requer um olhar,
mais delicado, proporcionando uma aprendizagem que leve em conta seus desenvolvimentos
motores, psíquicos, afetivo, cognitivo, intelectual, lúdico, motivando e promovendo a
concretização de um ser criança em processo de alfabetização. O professor deve, portanto ser
criativo, dinâmico e, além disso, precisa ter consciência o que irá avaliar no aluno.
Diante disto podemos perceber o papel da avaliação no processo ensino e
aprendizagem, levando em conta seus desafios e perspectivas na prática educativa. Possibilita-
nos então avaliar no sentido de acreditar no potencial do aluno e de oferecer suporte para que
ele aprenda e se desenvolva. É preciso ter consciência que mesmo possuindo limites e
incertezas qualquer pessoa pode aprender se lhe for oferecida condições para isso.
A brincadeira está presente na vida da criança, elas aprendem brincando, por isso se
torna necessário na escola, visto que, o brincar influencia o desenvolvimento infantil,
tornando-se então necessário nessa modalidade, sobretudo, por ser um período que requer
mais atenção e criatividade por parte do educador.
Além disso, é preciso levar em consideração que a criança começa uma etapa
diferente, agora tem atividades escolares, toda a sua rotina muda, aliar a ludicidade ao ensino
faz com que a criança aprenda sem perceber que está estudando, fazendo com que a criança
também desenvolva suas funções motoras, cognitivas, intelectuais, sociais, dentre outras. A
memória da criança começa a se desenvolver no momento em que está brincando e quando
esses jogos são com um intuído educacional o aprendizado torna-se mais significativo. “A
introdução do lúdico na vida escolar do educando é uma maneira muito eficaz de repassar
pelo universo infantil para imprimir-lhe o universo adulto, nossos conhecimentos e
principalmente a forma de interagirmos” (SALOMÃO; MARTINI, 2007. p.4).
A criança quando participa de atividades lúdicas na escola começa a desenvolver sua
interação social com os colegas e é a partir desse dinamismo que o educador passa a observar
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Conforme abordado, não basta só saber que é importante, mas trazê-las para a
realidade social em que as escolas estão inseridas, articulando os saberes e experiências entre
escola, família e sociedade.
A questão três, apresenta perguntas diferentes, para a gestora, sobre as orientações que
o gestor (es) da escola repassa(m) para os professores em relação ao: planejamento,
metodologias de ensino, recursos didáticos, conteúdo e avaliação, já o questionário da
professora, refere-se aos conteúdos abordados na E. I. e de que maneira são ministrados:
A gestora não respondeu a questão, a professora aponta que são abordados todos os
conteúdos, mas não especifica que conteúdos são esses, nem se estão de acordos com essa
modalidade de ensino, de acordo com a LDB 9394/96 em seu Art. 29º, “A educação infantil,
primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.”
A questão quatro, aplicada à professora pretende destacar a relevância do plano de
aula para o cotidiano em turmas de Educação Infantil, e o da gestora refere-se aos cuidados
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que os educadores devem ter com os alunos para que tenham um desenvolvimento pleno e
saudável.
Percebe-se que a entrevistada sabe que é importante, mas não consegue justificar o
porquê da relevância do plano de aula, mesmo estando atuando com a educação infantil e
possuindo formação acadêmica de Pedagogia. Já na fala da gestora, fica perceptível o seu
entendimento em relação ao cuidado que o educador deve ter ao tratar da aprendizagem de
crianças.
A questão cinco, aplicada à professora pretende abordar as metodologias de ensino
utilizadas em sala de aula, e o da gestora refere-se aos aspectos que devem ser desenvolvidos
na criança que participa de turma de E. I.
mas parece não utilizá-los, visto que encontrou dificuldade em abordar sua utilidade nas
aulas.
A questão sete, aplicada à professora refere-se aos materiais, enquanto recurso
didático que a escola disponibiliza para professores e alunos utilizarem em suas aulas, e o da
gestora de que maneira percebe as políticas educacionais aplicadas à Educação Infantil em
nosso país, como avanço ou retrocesso:
Professora: cadernos, livros, quadro, pilotos, revistas, lápis de cor, tinta guache,
figuras, jogos e outros mais.
ludicidade não respondeu, alegando não ter tempo para responder as demais questões,
apresentando assim uma contradição de entendimento sobre brincar.
A questão onze refere-se às orientações recebidas pelo gestor da escola em relação ao
planejamento, metodologia de ensino, recursos didáticos, conteúdos e avaliação, no entanto a
mesma não foi respondida.
A questão 12 aborda os cuidados que os educadores devem ter com os alunos da
Educação Infantil para que tenham um desenvolvimento pleno e saudável.
De acordo com a fala da professora concluímos que cada aluno tem uma maneira
diferente de aprendizagem por isso deve-se levar em conta sua cultura, suas necessidades, seu
contexto social, para então desenvolver seus métodos de ensino de acordo cm a realidade de
cada um.
A questão treze refere-se aos aspectos que devem ser desenvolvidos na criança que
participa de turma de E. I.
Conclusão do Estudo
aprendizagem, visto que essa modalidade na escola em questão apresenta desafios a serem
superados desde a formação de professores, que mesmo possuindo formação acadêmica não
desempenham seu papel de forma que contribua para o desenvolvimento da criança em sua
totalidade. Além de refletir sobre o currículo dessa, dando ênfase na necessidade da escola, do
brincar e do interagir como uma ferramenta onde o educando constrói a aprendizagem
destacando a ludicidade como eixo de desenvolvimento infantil na escola, promovendo a
aprendizagem significativa e da interação como forma de desenvolvimento social expressivo.
Compreendemos a carência do planejamento em sua amplitude, visto que sua importância é
compreendida, mas não é executada de forma eficiente, assim como a avaliação em que
professores e gestores a entendem como diagnóstico que reflete o aprendizado como processo
que ocorre durante o ano letivo, porém na prática tem outra associação concebida pelos alunos
que a temem como um momento de testa-los e não como uma forma de contribuir com a
construção do conhecimento do educando, mas também há pontos positivos a serem
destacados, é que há leis que amparam a educação infantil e o ser em questão.
REFERÊNCIAS
BRASIL, LDB. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em
<www.mec.gov.br>. Acesso em 08 maio de 2015.
DIAS, Elaine. Revista educação e Linguagem . Artigos- ISSN1984-3437. Vol.7, nº1 (2013).