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CONFRONTO DE

DIREITOS E DEVERES
sa-formacao.pt/ Sandra Martins
OS NOSSOS DIREITOS
. Direitos Naturais / Humanos

• Os direitos fundamentais foram, na antiguidade, vistos numa perspetiva filosófica.


• O Cristianismo trouxe uma nova perspetiva ao conceito de dignidade humana: os
homens são todos filhos de Deus, iguais em dignidade, sem distinção de raça, cor ou
cultura.
• A distinção entre o Bem e o Mal estava então acessível ao homem, que podia
conhecer o Direito Natural, a Lei divina que governava o Universo.
TÍTULO
• Na época do Iluminismo, esta noção prolonga-se e, sob a ação dos filósofos,
desenvolve-se a ideia de Direitos Naturais, os Direitos Humanos, reforçada com os
movimentos liberais.
DIREITO:
Aquilo que é reto; justo; conforme à lei; poder moral ou legal de fazer; de possuir ou
de exigir alguma coisa; poder legítimo; faculdade;
DEVER:
Obrigação moral; o que se é obrigado a fazer ou a evitar; o que impõem a lei moral,
leis ou costumes.
• Os direitos fundamentais são, assim, direitos absolutos, imutáveis e intemporais.
São inseparáveis à qualidade de ser humano.
• Os direitos fundamentais apresentam um conjunto de funções:
• função de defesa ou de liberdade;
• função de prestação social;
• função de proteção perante terceiros;
• função de não discriminação.
Direito Civil
• O direito civil é o principal ramo do direito privado.
• Corresponde ao conjunto de regras e princípios que regulamentam as relações
jurídicas entre as pessoas.
• O direito civil é o direito do dia a dia das pessoas, nas suas relações privadas do
quotidiano.
• O principal corpo destas normas e leis é o Código Civil.
• O Código Civil disciplina as matérias relativas às pessoas, aos atos e negócios
jurídicos, aos bens e direitos, às obrigações, aos contratos, à família …
• Estabelece ainda o regime das pessoas jurídicas.
• A aplicação das normas de direito civil é regulada pelo Código de Processo Civil.
Os direitos, liberdades e garantias estão
garantidos na Constituição da República
Portuguesa.
Direito Civil vs Direito do Trabalho

• O Direito do Trabalho é o ramo de Direito que regula o trabalho subordinado ou não-


autónomo. A esta prestação de trabalho corresponde o contrato de trabalho.
• Surge como ramo independente do Direito civil no decorrer da Revolução Industrial,
finais do séc. XIX, inícios do séc. XX.
• O ordenamento legal do trabalho surgiu como reação às consequências da fragilidade
contratual do trabalhador face ao esquema negocial. Essa disparidade devia-se
fundamentalmente às condições do mercado de trabalho.
• O Direito do Trabalho é ao mesmo tempo, uma forma de proteção ao trabalhador e
um conjunto de limitações à autonomia privada individual.
Aqui reside a grande diferença entre o direito do trabalho e o direito civil: o direito do
trabalho destina-se a proteger uma das partes (o trabalhador) através da limitação da
autonomia privada individual da outra, enquanto o direito civil (salvo raras exceções),
assenta na total autonomia privada individual das partes.
Destacam-se alguns direitos fundamentais, no campo laboral:
• Artigo 12.º (Princípio da Universalidade)
• Artigo 13.º (Princípio da Igualdade)
• Artigo 53.º (Segurança no emprego)
• Artigo 54.º (Comissões de trabalhadores)
• Artigo 55.º (Liberdade sindical)
• Artigo 56.º (Direitos das associações sindicais e contratação colectiva)
• Artigo 57.º (Direito à greve e proibição do lock-out)
• Artigo 58.º (Direito ao trabalho)
• Artigo 63.º (Direito à Segurança Social e Solidariedade)
• Artigo 64.º (Direito à Saúde)
DIREITOS EM CONFRONTO
• Recorrer a contratos a prazo, recibos verdes e trabalho em part-time.
• Uso abusivo do período experimental de trabalho.
• Contratar estagiários por salário reduzido, ou mesmo sem salário, e prolongar os
estágios em lugar de contratar mão-de-obra assalariada e com direito a progredir na
carreira.
• Discriminar idade, cor, orientação sexual e sexo, pagar menos às mulheres, não
contratar grávidas, despedir quem se casa. Em entrevistas para a contratação de recursos
humanos, perguntar às mulheres se querem casar e engravidar e selecionar as candidatas
com base nesse critério.
• Impor aos vendedores que usem o seu próprio carro; forçar os trabalhadores a
comprarem o próprio vestuário, equipamento de trabalho e proteção.
•Despedir sindicalistas e trabalhadores que tenham realizado protestos ou ações de
greve.
• Controlar as idas à casa de banho.
• Reduzir o horário de almoço.
• Impor turnos rotativos que desregulam o sono a todos, mas permitem que a fábrica
trabalhe durante 24h e aumente a produtividade da empresa.
• Recorrer a contratos inferiores a 6 meses sem direito a subsídio de desemprego.
• Impor cotas de produção irrealizáveis a longo prazo como medida de “justificação” de
despedimentos.
• Promover a mobilidade de postos de trabalho, sem prestar a necessária formação
profissional, para provocar inadaptação como “justificação” de despedimentos.
• Assédio moral para criar mal-estar e persuadir o trabalhador a rescindir do contrato.
• Transferir o funcionário do seu local habitual de trabalho para longe da sua residência.

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