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2º GRUPO

Daniel Felix

Deluvia Inácio Bié

Desimou Moguem Mahund

Dollan Arone Machava

Ernesto Manuel Isaac

Esmeralda Carlos Chico

Historial das Necessidades Educativas Especiais

Licenciatura em ensino de química com habilitações em gestão do laboratório

Universidade Púnguè

Chimoio

2021
2º GRUPO

Daniel Felix

Deluvia Inácio Bié

Desimou Moguem Mahund

Dollan Arone Machava

Ernesto Manuel Isaac

Esmeralda Carlos Chico

Historial das Necessidades Educativas Especiais

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue à


Faculdade de Ciências Exactas e Tecnológicas, no curso
de Licenciatura em ensino de Química, na cadeira de
Necessidades Educativas Especiais, 2º semestre do 2º
Ano, sob a orientação do Docente: MA. Estêvão B.
Araújo.

Universidade Púnguè

Chimoio

2021
ÍNDICE
1.Introdução ................................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral.......................................................................................................................... 3

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 3

1.2. Metodologia ................................................................................................................. 3

2.História do surgimento da educação especial .......................................................................... 4

2.1 Educação especial no século XX ...................................................................................... 5

2.2. Declaração de Salamanca: o início de uma Educação Inclusiva ..................................... 6

2.3. Educação inclusiva: professor, escola e família .................................................................. 8

3. Conclusão ............................................................................................................................... 9

4. Bibliografia ........................................................................................................................... 10
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1.Introdução
O presente trabalho visa nortear, discutir a prática da inclusão escolar no sistema de educação
para todos, iniciaremos demonstrando o processo histórico da educação especial onde os
indivíduos anormais (deficientes) eram tratados de forma segregativa e excludente.
Falaremos também sobre a evolução da educação inclusiva após a construção do documento
mundial da Declaração de Salamanca e como esse documento se estrutura para poder da uma
base sólida para o processo de inclusão escolar e uma educação igualitária a todos os
indivíduos da sociedade que se apresentem e se encontrem excluídos por situação de
deficiência, social ou financeira.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Descrever o historial das necessidades Educativas espaciais.

1.1.2. Específicos
 Indicar os principais pontos da declaração de Salamanca;
 Compreender as diferentes etapas da educação especial.

1.2. Metodologia
Conforme diz SILVA (1986), a metodologia é um conjunto de métodos, caminhos ou
estratégias usadas para alcançar um determinado objectivo. Para efeitos de concretização dos
objectivos do presente trabalho, recorreu-se a revisões bibliográficas nos manuais que
abordam assuntos vinculados ao que foi apresentado neste trabalho. Foram utilizados livros,
brochuras e artigos científicos em formato electrónico, e também em HTML. As obras
consultadas foram citadas no corpo do presente trabalho e apresentadas nas referências
bibliográficas.
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2.História do surgimento da educação especial

É importante contextualizar a Educação Especial desde os seus primórdios até a actualidade,


para que se perceba que as escolas especiais são as principais responsáveis pelos avanços da
inclusão, longe de serem responsáveis pela negação do direito das pessoas com necessidades
educacionais especiais, de terem acesso à educação.

Tendo conhecimento do processo histórico que os deficientes sofreram, já temos diversos


factores demonstrando que a educação especial, na maioria dos países, tem em um primeiro
momento compartilhado de uma mesma situação de segregação e exclusão, os indivíduos são
simplesmente ignorados, abandonados e muitas vezes até mesmo assassinados, devido a sua
diferença do conceito de normalidade. Durante a idade média, a forma de tratamento desses
indivíduos se modificava de acordo com as concepções de caridade ou de castigo, esses eram
os tipos de tratamento que a sociedade dava a essas pessoas que acabavam sendo de uma
forma ou de outra excluídas.

Dessa forma podemos perceber que nada se fazia para modificar essa situação em todo o
mundo.

Durante o surgimento do capitalismo pode-se perceber o interesse da ciência, especificamente


da medicina no que diz respeito à pessoa com deficiência. A partir disso, passa a existir uma
certa preocupação com a educação e o processo de socialização desses indivíduos tido como
anormal.

Segundo FOUCAULT (2001) os anormais são os que fugia do padrão de normalidade de


comportamento e de estrutura comportamental-social, o que não se enquadrava na
normalidade da sociedade.

É fundamental equiparmos as oportunidades para que todas as pessoas, incluindo portadoras


de deficiência, possam ter acesso a todos os serviços, bens, ambientes construídos e ambientes
naturais, em busca da realização de seus sonhos e objectivos (Sassaki: 2002, p. 41).

No entanto esses interesses continuavam com uma ideologia de visão patológica do ser que
apresentava deficiência, o que fazia a sociedade agir com desprezo com relação a essas
pessoas.
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2.1 Educação especial no século XX


A partir de 1930, a sociedade civil começa a organizar-se em associações de pessoas
preocupadas com o problema da deficiência: a esfera governamental prossegue a desencadear
algumas acções visando a peculiaridade desse alunado, criando escolas junto a hospitais e ao
ensino regular, outras entidades filantrópicas especializadas continuam sendo fundadas, há
surgimento de formas diferenciadas de atendimento em clínicas, institutos psicopedagógigos e
outros de reabilitação geralmente particular a partir de 1500, principalmente, tudo isso no
conjunto da educação geral na fase de incremento da industrialização do BR, comummente
intitulada de substituição de importações, os espaços possíveis deixados pelas modificações
capitalistas mundiais (JANNUZZI, 2004 p.34).

Em muitos países, até a década de 50, praticamente não se falava em Educação Especial. Foi a
partir de 1970, que a educação especial passou a ser discutida, tornando-se preocupação dos
governos com a criação de instituições públicas e privadas, órgãos normativos federais e
estaduais e de classes especiais.

A educação é responsável pela socialização, que é a possibilidade de uma pessoa conviver


com qualidade na sociedade, tendo, portanto, um carácter cultural acentuado, viabilizando a
integração do indivíduo com o meio.

Historicamente, a educação especial tem sido considerada como educação de pessoas com
deficiência, seja ela mental, auditiva, visual, motora, física múltipla ou decorrente de
distúrbios evasivos do desenvolvimento, além das pessoas superdotadas que também têm
integrado o alunado da educação especial.

Em um dos seus textos Mendes (2006) comenta que desde o século XVI a história da
educação, sendo feita. Pedagogos e profissionais da saúde já trabalhavam acreditando na
possibilidade de educar os indivíduos considerados incapazes e ineducáveis. Mas neste
momento histórico os cuidados eram de cunho meramente assistencialista e eram
desenvolvidos em asilos e manicómios. Quando se deu início ao pensar em uma educação
diferenciada o tratamento de doentes mentais eram feitos dentro de clínicas psiquiátricas e os
institutos tiravam e isolavam surdos e cegos de convívio com as outras pessoas fazendo assim
uma exclusão social desses indivíduos que não precisavam de um isolamento.
Dessa forma podemos destacar que segundo Jannuzzi (1992), a forma de atendimento
educacional especial para os deficientes era feito a partir de diferentes vertentes na educação
especial, eram elas: médico-pedagógico e psicopedagógico.
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A idealização da proposta médico-pedagógica se caracterizava pela preocupação eugênica e


com a forma higienizadora da sociedade, sendo assim estimou-se a criação de escolas em
hospitais e clínicas, dessa forma se construindo a tendência mais segregativa da educação
especial. (MENDEZ,1995; DECHICHI, 2001).

Já o conceito do psicopedagógico era pesquisar um conceito mais coerente para a


anormalidade e defendia a educação dos anormais. O seu trabalho se preocupava com o
diagnóstico, levando em consideração as escalas métricas de inteligência em seu
encaminhamento para o processo escolar em classes especiais. Os profissionais que seguiam
essa corrente faziam uso de materiais pedagógicos e desenvolviam uma escala de inteligência
para ser utilizada como identificadora de níveis de inteligência, esta corrente foi a mais aceita
e aplicada e com isso foi à ferramenta fundamental para o processo de segregação, pois deram
origem as salas especiais para deficientes mentais. (JANNUZZI, 1992; DECHICHI, 2001).
Em 1973 quando foi criado o Centro Nacional de educação Especial – CENESP, com parceria
do Ministério da educação são implantados os primeiros cursos de capacitação para
professores na área de Educação Especial com essa atitude do governo em 1985, foi criado
um comité para planejar, fiscalizar e traçar políticas de acções na questão dos deficientes. Em
1986 é criada a Coordenadora nacional de educação da Pessoa Portadora de Deficiência e em
1990 a Secretaria Nacional de Educação Básica começa a assume a implementação da política
de educação especial.

Em 1994, foi promovida pelo governo da Espanha em parceria com a UNESCO, a


Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, que acabou resultando em
um dos documentos mais importantes para a promoção da educação Inclusiva em todo o
mundo foi intitulada a Declaração de Salamanca, que vai nortear caminhos e atitudes para se
desenvolver uma educação de qualidade para todos os indivíduos.

2.2. Declaração de Salamanca: o início de uma Educação Inclusiva


A partir de um segundo momento histórico esses indivíduos antes segregados e discriminados
passam a ser reconhecidos como pessoas que necessitam de respeito e educação de qualidade,
com isso observaram que depois da aplicação de algumas leis desenvolvidas e aceitas por
países e entidades mundiais, essa situação se modifica ao passar do tempo.
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No pensamento do processo de inclusão as políticas educacionais tem fundamento no


princípio da igualdade de direito entre as pessoas, tem como objectivo uma educação de
qualidade para todo, sem discriminação de e respeitando acima de tudo as diferenças
individuais e dessa forma garantindo não só o acesso a essa educação, mas também, a
permanência desses indivíduos até a sua formação.

Desta forma, uma escola que segue os princípios da inclusão deve ter por função a promoção
da convivência entre as pessoas consideradas normais e as que apresentam necessidades
educacionais especiais.

A legislação que vige actualmente e os documentos oficiais fazem menção explícita à


Declaração de Salamanca.
Cremos e proclamamos que:
 Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e que a elas
deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos;
 Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem
e que lhe são próprias;
 Os sistemas educativos devem ser projectados e os programas aplicados de modo que
tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades;
 As escolas comuns, com essa orientação integradora representam o meio mais eficaz de
combater atitudes discriminatórias, de criar oportunidades acolhedoras, construir uma
sociedade integradora e dar educação para todos; além disso, proporcionam uma educação
efectiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo x
benefício de todo sistema educativo.

“As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com
deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de
populações distantes ou nómadas; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e
crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (DECLARAÇÃO DE
SALAMANCA p. 17-18) ”

Desta forma podemos perceber que a Declaração de Salamanca iguala os direitos de todos os
indivíduos no que se refere à educação de qualidade.
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A inclusão é um processo educacional através do qual todos os alunos, incluído, com


deficiência, devem ser educados juntos, com o apoio necessário, na idade adequada e em
escola de ensino regular.

Segundo MRECH (1998), a escola inclusiva é um espaço no qual todos os alunos têm as
mesmas oportunidades de ser e estar de forma participativa, onde as oportunidades e acessos
educacionais e as características individuais sejam marcados pela igualdade entre as pessoas.

Na sua escrita a declaração se inicia com a seguinte ideia.

O direito de todas as crianças à educação está proclamado na Declaração Universal dos


Direitos Humanos e foi reafirmado com veemência pela Declaração sobre Educação para
Todos. Pensando desta maneira é que este documento começa a nortear Todas as pessoas com
deficiência têm o direito de expressar os seus desejos em relação à sua educação. Os pais têm
o direito inerente de ser consultados sobre a forma de educação que melhor se adapte às
necessidades, circunstâncias e aspirações dos seus filhos. (DECLARAÇÃO DE
SALAMANCA p. 5 - 6).

Ainda segundo a declaração:

As escolas integradoras constituem um meio favorável à construção da igualdade de


oportunidades da completa participação; mas, para ter êxito, requerem um esforço comum,
não só dos professores e do pessoal restante da escola, mas também dos colegas, pais, famílias
e voluntários. A reforma das instituições sociais não só é uma tarefa técnica, mas também
depende, antes de tudo, da convicção, do compromisso e da boa vontade de todos os
indivíduos que integram a sociedade (2004, p. 14).

2.3. Educação inclusiva: professor, escola e família


A educação dá-se em qualquer lugar, na família, nas indústrias, escolas, instituições
desportivas, hospitais, em todos os cantos do mundo. Nesta perspectiva Freire (1999, p. 25)
afirma que: “ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua
produção ou a sua construção”.
Nesse sentido deve-se entender a educação como um progresso dinâmico e flexível, que
possibilite ao ser humano interagir directamente com a sociedade, desenvolver suas
potencialidades, decidir sobre seus objectos e assoes.
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Considerando-se que o ato educativo, além de pedagógico, é eminentemente político, é


preciso elevar a capacidade crítica de todos os professores de modo a perceberem que a
escola, como instituição social, está inserida em contextos de injustiças e de desigualdades
que precisam ser modificados. Neste caso, Carvalho, afirma que a “transformação social é a
transformação das condições concretas da vida dos homens” (2000, p. 164). E este é um
processo histórico condicionado pelas próprias condições de vida e resultado da acção
histórica dos homens.

A escola é entendida como sendo de todos, independente de sua origem social, de um país de
origem ou étnica. Os alunos com necessidades especiais de aprendizagem recebem
atendimento individualizado, de modo que possam superar suas dificuldades.
A vivência escolar tem demonstrado que a inclusão pode ser favorecida quando observam as
seguintes providências: preparação e dedicação dos professores; apoio especializado para os
que necessitam; e a realização de adaptações curriculares e de acesso ao currículo, se
pertinentes (CARVALHO, 1999, p.52).

3. Conclusão
Ao encerrar esta pesquisa sobre a história de surgimento de educação especial notamos que a
educação inclusiva é um processo em desenvolvimento e depende de muita reflexão e acção
para chegar a práticas concretas eficientes da educação inclusiva que se pretende alcançar.
Através da pesquisa foi possível reconhecer que mesmo dentro de toda complexidade das
relações humanas, o papel da educação é inigualável e insubstituível. Para que este papel tão
importante da educação aconteça na prática é preciso qualidade, eficiência, competência,
diálogo.
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4. Bibliografia

JANUZZI, Gilberta de Martinho. A educação dos deficientes nos primórdios ao início do


século XXI. Campinas. Autores Associados, 2004. Colecção Educação Contemporânea.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial. Série Livro. Brasília, DF: MEC/SEESP,
1994.
ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da educação. 28 ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
FOUCAULT, Michel. Os Anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 1ª ed. Biblioteca da
Pesquisa.

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