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GNC, XVIII

GNC, XVIII

Conteúdos
SEMIOLOGIA DA CABEÇA E DO PESCOÇO ............................................................................................. 5

Exame Físico ............................................................................................................................................ 7

Exame Físico da Cabeça .................................................................................................................... 7

Exame do Pescoço ............................................................................................................................ 15

SEMIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO .................................................................................................. 16

Exame Físico .......................................................................................................................................... 17

SEMILOGIA DO TÓRAX E DO APARELHO RESPIRATÓRIO ................................................................ 24

LINHAS TORÁCICAS ......................................................................................................................... 24

REGIÕES DO TÓRAX .......................................................................................................................... 25

Exame Físico do Pulmão ........................................................................................................................ 29

INSPEÇÃO ........................................................................................................................................ 29
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O significado dos ícones:

DICA: normalmente é um conteúdo que caiu com mais frequência.

CURIOSIDADE: pode pular se tiver com pressa.


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CONTEÚDOS

1) Semiologia do Sistema Cardiovascular


2) Semiologia dos Aparelhos Reprodutores
3) Semiologia do Abdome
4) Semiologia do Sistema Locomotor
5) Suporte Básico de Vida
6) Relação Médico Paciente
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SEMIOLOGIA DA CABEÇA E DO PESCOÇO


Primeiramente, a cabeça é um componente do esqueleto axial de desempenha importante papel
evolutivo na conquista do ambiente pelo ser humano. Ela é responsável por abrigar o centro de processamento
maior das informações nervosas, o encéfalo, mas seus relevos anatômicos são importantes para os sistemas
digestório e respiratório. Além disso, suas estruturas minúsculas abrigam os órgãos dos sentidos, como os
olhos, os ouvidos e as terminações olfatórias.

Anatomicamente, a cabeça é dividida em 2 regiões: cabeça e face:

CABEÇA

FACE

Os principais sinais e sintomas associados são:

• Dor: investigar o decálogo da dor. Focar na questão da irradiação e manifestações concomitantes.


• Tontura: sensação de desequilíbrio.
• Síncope: ?
• Lipotimia: ?
• Zumbido: sensação incômoda de ouvir “barulhos”.
• Lacrimejamento (epífora): eliminação involuntária de secreção lacrimal.
• Xantopsia, iantopsia e cloropsia; alterações de visão com mudança na cor percebida. Respectivamente,
avermelhado, arroxeado e esverdeado.
• Diplopia: visão dupla.
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• Fotofobia: hipersensibilidade a luz.


• Nistagmo: ?
• Escotoma: ?
• Cefaleia: dor na cabeça.
• Vômitos.
• Cervicalgia: dor na coluna cervical (“pescoço”)
• Hipoacusia: dificuldade de escutar, com perda auditiva.
• Anosmia: perda da sensibilidade olfatória.
• Disfagia: dificuldade de deglutição.
• Odinofagia: dor de garganta.
• Rinorragia: eliminação de secreção sanguinolenta pelo nariz.
• Otorragia: eliminação de secreção sanguinolenta pelo ouvido.
• Rinorreia: eliminação de secreção pelo nariz.
• Disartria: dificuldade de falar.
• Dislalia: dificuldade de falar associada a dificuldade de formar as palavras (“relação com o sistema
nervoso’).
• Disfasia:?
• Disfonia: perda da voz.

Percebe-se que os sinais e sintomas estão intimamente relacionados com as vias sensoriais que
a cabeça abriga.

O crânio se desenvolve sobre o mesênquima do encéfalo em desenvolvimento. Ele é dividido


em 2 regiões: o neurocrânio e o viscerocrânio. O neurocrânio compreende a calota e a base craniana. A
calota sofre ossificação intramembranosa, já a base do crânio sofre ossificação endocondral.

Os ossos do crânio são unidos


por suturas, sendo essenciais para a
plasticidade do desenvolvimento do
encéfalo. Antes de compreender as suturas,
olhemos um pouco da anatomia craniana.

Basicamente, o crânio como um


todo é composto por 9 ossos. Os de interesse
nesse momento são:

• Frontal
• Parietais
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• Temporais
• Occipital
• Esfenoidal

Esses ossos são formados aos poucos por matrizes cartilaginosas, que vão sendo moldadas
conforme as estruturas internas crescem. O encéfalo cresce de dentro para fora, uma relação que guarda em si
um fundo histórico de desenvolvimento nervoso. As estruturas mais internas apresentam origem evolutiva
primária, sendo responsáveis por comandar as atividades mais primitivas do organismo, como controle dos
esfíncteres e a frequência cardíaca. Entretanto, a região periférica é, evolutivamente, mais jovem e é
responsável por controlar as atividades mais estruturadas e complexas, como o pensamento.

Logo, entendido que o encéfalo cresce de dentro para fora, é necessário que o molde que o protege
também seja flexível. Dessa maneira, as suturas cranianas são maneiras de moldar o crescimento do
encéfalo. São elas:

• Coronal: entre o osso frontal e os ossos


parietais.
• Sagital: entre os ossos parietais.
• Esquamosal: entre o osso parietal e
temporal.
• Lamdóidea: entre os ossos parietais e
occipital.
• Metópica: entre o osso frontal. No seu
desenvolvimento, ele não é uma
estrutura única.

As fontanelas são regiões


membranosas de encontro entre a periferia dos ossos e são importantes por permitir, em associação com as
suturas, a flexibilidade dos ossos. No entanto, seu principal papel está no momento do parto, pois permitem
que os ossos deslizem entre si, mas retornem ao local anatomicamente correto.

Exame Físico
O exame físico é dividido em cabeça, face e pescoço.

Exame Físico da Cabeça


1) Tamanho: o comprimento do crânio é um indicador do desenvolvimento nervoso da criança. Ele é feito
passando-se uma fita sobre a linha imaginária entre os seguintes pontos anatômicos: glabela (“osso frontal”)
e proeminência occipital (“osso occipital”). O valor encontrado deverá ser dividido por um valor estabelecido
na curva de perímetro cefálico adequado para a idade e o sexo do indivíduo. O resultado pode ser classificado
em:
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a. Percentil < 10: microcefalia. São patologias associadas:


i. Congênito.
ii. Idiopático
iii. Toxoplasmose congênita
b. Percentil > 90: macrocefalia. São patologias associadas:
i. Hidrocefalia: relacionado com hipertensão intracraniana.
ii. Acromegalia
iii. Raquitismo
c. 10 < Percentil < 90: desenvolvimento adequado para a idade e sexo.
2) Forma: em seu desenvolvimento o crânio pode estar sujeito a alterações de relevo. Elas podem ser
posturais ou cranioestenoses.
a. Cranioestenoses: consiste no fechamento prematuro das suturas cranianas. Devido seu
desenvolvimento de dentro para fora, quando ocorre a fusão de determinada(s) sutura(s), o crescimento é
alterado. São classificadas em:
i. Escafocefalia: consiste na fusão prematura da sutura sagital. Dessa maneira, o crânio
apresenta crescimento aumentado no sentido antero-posterior. Pode ser tratado com
cirurgia.
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ii. Dolicocefalia: posicional. O crânio apresenta desenvolvimento semelhante ao


escafocefálico. O recém-nascido (RN) não é movido de posição, de maneira que fica
deitado em decúbito lateral. A ação da gravidade sobre força-o para as laterais, de
maneira que o diâmetro antero-posterior aumenta. “Não é cirúrgico”, podendo ser
corrigido com o procedimento correto.

iii. Braquicefalia: consiste no aumento do diâmetro transverso. É dividido em posicional ou


estenótica.
1. Estenótica: fusão da sutura coronal. Causa encurtamento do diâmetro transverso.

2. Posicional: criança permanece deitada em decúbito dorsal por longos períodos, de


maneira que a gravidade força o crânio para baixo.
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iv. Plagiocefalia: consiste em uma deformação oblíqua. Pode ser posicional ou estenótica.
1. Posicional.
2. Estenótica: fechamento parcial das sutura lambdoide ou
coronal, de maneira que haja um crescimento oblíquo.

v. Acrocefalia/Turricefalia: fechamento precoce da sutura sagital e lambdoide. o crânio


apresenta crescimento alongado para cima.

vi. Trigonocefalia: fusão prematura da sutura metópica. É apresentada como relevo em V


no osso frontal.

3) Posição: normalmente ela está alinhada verticalmente. Desvios em posição são conhecidos como
torcicolo, resultado da contração unilateral da musculatura. Pode ser acompanhado de dor.
4) Movimentos: normalmente, as articulações da cabeça permitem que ela execute a flexão, extensão,
flexão lateral e retações. Esses movimentos são resultados de 2 articulações principais:
atlantoocipital e a formada pelo dente de axis. No entanto, podem ocorrer alterações musculares que
geram os movimentos involutários:
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a. Tiques: contrações repetidas, involuntárias de um determinado grupo de músculos, de extensão


limitada (piscar), complexos e bizarros. São domináveis pela vontade.
b. Movimentos Coreicos: amplos, desordenados, de ocorrência inesperada e arrítimicos,
multiformes e sem finalidade. Localizam-se na face, membros superiores e inferiores.
c. Tremores: movimentos alternantes mais ou menos rápidos e regulares, de pequena ou média
amplitude, que afetam principalmente as partes distais dos membros.
d. Movimentos Sincrônicos da Cabeça: Sinal de Musset. No período de sísteole ventricular, ocorre
aumento da pressão arterial nas carótidas. Entretanto, quando a válvula semilunar aórtica
encontra-se enrijecida, há necessidade de aumentar a pressão sistólica para abri-la.
Consequentemente, ocorre maior ejeção de volume de sangue para as artérias. Esse extra de
volume que chega as carótidas gera uma leve (necessário uma câmera especial) extensão da
cabeça.
5) Superfície e Couro Cabeludo: é feita pela inspeção e pela palpação. Observam-se alterações de cor,
espessura, anexos epidérmicos e relevo.
a. Alterações de relevo:
i. Tumefações
ii. Bossas
iii. Hematomas
iv. Tumorações
v. Nas fontanelas:
1. Dilatada: ocorre aumento da pressão/volume intracraniano, de maneira que ela eleva-
se. Está associado a hidrocefalia e meningite.
2. Afundada: decorrente de desidratação.
b. Alterações nos anexos: observar a implantação capilar, o brilho, a rigidez e a coloração.
6) Exame Geral da Face:
a. Analisa-se a simetria, a fisionomia apresentada, a pele e os pelos. Fáscies é o nome dado ao
conjunto de características que formam uma expressão fisionômica comum. As principais são:

• Fácies hipocrática; • Fácies mongoloide


• Fácies renal (edema ao redor dos olhos) • Fácies de depressão
palidez cutânea • Fácies pseudobulbar
• Fácies leonina (hanseníase) • Fácies da paralisia facial periférica
• Fácies adenoidiana • Fácies miastênica ou fácies de Hutchinson
• Fácies parkinsoniana (fácie caracterizada por ptose bipalpebral
• Fácies basedowiana bilateral)
• Fácies mixedematosa (pálpebra enrugada • Fácies do deficiente mental
ou infiltrada, pele seca, espessada, com • Fácies etílica
sulcos acentuados) • Fácies esclerodérmica: imobilidade facial
• Fácies acromegálica • Fácies Lúpica: nariz em sela.
• Fácies cushingoide/lua-cheia
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7) Exame da Fronte: observam-se alterações dos relevos fisiológicos e das distribuições naturais dos
anexos epidérmicos.
8) Exame do Supercílio: avalia-se a distribuição, coloração, presença de descamação e relevos.
a. Sinefrídia: união dos dois supercílios sobre a base do nariz. (“monosselha”).
b. Cistos dermatoides.
c. Hipertelorismo: afastamento excessivo das órbitas oculares. Associado a anomalias genéticas.
9) Exame dos olhos: é necessário recordar um pouco da anatomia ocular. Na base dos cílios estão as
glândulas de Zeiss e Mol, as quais produzem secreção lipídica que lubrifica o pelo. Na face interna
da pálpebra encontra-se a glândula de Meibomius, que apresentam secreção lipídica responsável por
lubrificar a superfície ocular, facilitando o espelhamento da lágrima. Entendido alguns desses
componentes, infere-se que a região do olho está suscetível a infecções e contaminações por agentes
etiológicos.
a. Blefarite: Em alguns casos essas glândulas sofrem agreções internas e / ou externas o que faz
com que percam o controle e produzam muita secreção. Isso pode ocorrer devido às alterações
hormonais, às infecções bacterianas, a um excesso de gordura ou idiopática. Ocorre o acúmulo
de secreção junto dos cílios, chamada blefarite. Essa secreção pode causar coceira, vermelhidão,
lacrimejamento e irritação tanto nas pálpebras quanto no próprio olho. As pálpebras superior e
inferior ficam cobertas por detritos oleosos (semelhante à caspa), em torno da base dos cílios, que
podem, inclusive, levar à perda dos mesmos. Se a inflamação progredir, surgem lesões bolhosas
(blefarite vesiculosa), de cuja infecção resultará a formação de pústulas, ulcerações e crostas
(blefarite pustulosa, ulcerosa e crostosa). A inflamação crônica compromete a vitalidade dos
cílios que, atingidos profundamente em suas matrizes, desprendem-se e caem, sendo substituídos
por outros menos robustos.
b. Triquíase: devido sua renovação acelerada, depois de algum tempo, os cílios se implantam
defeituosamente nas bordas palpebrais, dirigindo-se as suas extremidades livres para trásno
sentido da córnea, cuja superfície arranham e ulceram de modo permanente.
c. Madarose: quando quase todos os cílios caem e não mais se renovam, a borda palpebral fica
vermelha, edemaciada e pode ficar acentuadamente espessada (tilose).
d. Edema: as pálpebras se deixam infiltrar muito facilmente por líquidos ou sangue (equimose),
podendo ser uni ou bilateral.
e. Terçol/Hordéolo Externo: É um pequeno abscesso que ocorre na borda das pálpebras causado
pela inflamação (excesso de secreção gordurosa ou infecção por bactérias das glândulas) dos
folículos ciliares, iniciando-se, sobretudo, nas glândulas de Zeiss ou Mol.
f. Calázio/Hordéolo Interno: Causado pela infecção das glândulas de Meibomius que existem na
intimidade das pálpebras e que são responsáveis pelo conteúdo lipídico do filme lacrimal,
tornando-o mais resistente ao ressecamento. Quando tornam-se obstruídas, formam o calázio, que
ao ser infectado chama-se hordéolo interno.
g. Xantelasma: formações cutâneas amareladas que se desenvolvem nas pálpebras.
h. Entrópio com triquíase: O recurvamento da borda faz com que os cílios se voltem parcial ou
totalmente para a córnea.
i. Ectrópio: as bordas se afastam e sua face mucosa entra em contato direto com o olho.
10) Fenda Palpebral: limitada pelas bordas palpebrais superior e inferior e pelas comissuras interna e
externa. Deixa a descoberto certa extensão do segmento anterior do olho.
a. Epicanto: é uma prega de pele da pálpebra superior (do nariz até ao lado interior da sobrancelha),
cobrindo o canto interior (canto medial) do olho.
b. Fenda aumentada: exoftalmia, órbitas de pouca profundidade.
c. Fenda diminuída: paralisia de Bell, Herpes Zoster, Ptose.
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i. Ptose: queda palpebral superior, podendo ser uni ou bilateral. O paciente tenta
recompensar levantando a fronte. Essa manifestação está associada a:
1. Congênita
2. Miastenia Graves
3. Lesão do nervo oculomotor
4. Síndrome de Horner: miose, anidrose facial, ptose, enoftalmia.
11) Canal Lacrimal: é responsável por drenar o excesso de secreção lacrimal que irriga o olho, bem
como as estruturas e característica que esse líquido pode transportar, como patógenos.
a. Dacriocistite: conhecidas como infecções do saco lacrimal podem ser crônicas ou agudas. A
dacriocistite aguda que exige antibioticoterapia sistêmica e, em alguns casos, drenagem do saco
lacrimal. As crônicas são caracterizadas por dilatação do saco lacrimal, refluxo positivo com
secreção mucoide ou mucopurulenta.

12) Esclerótica: consiste na parte branca dos olhos.


a. Alterações de cor:
i. Pálida
ii. Amarelada
13) Conjuntiva: é uma membrana mucosa, transparente e fina que reveste a esclerótica até o limbo e a
superfície posterior da pálpebra. Possui duas porções: conjuntiva palpebral e bulbar. Normalmente,
é rósea com leve rede vascular.
a. Alterações associadas:
i. Hiperemia;
ii. Secreção;
iii. Lacrimejamento;
iv. Sensação de corpo estranho;
v. Formações hiperplásicas (pterígio);
vi. Ausência de vitamina A;
vii. Hemorragias subconjuntivais.
viii. Conjuntivite: consiste na inflamação da conjuntiva, de maneira que pode ser tarsal (face
inferior) ou bulbar (face que recobre o olho).
14) Exame das Pupilas: são responsáveis por regular a quantidade de luz que chega aos nossos olhos, de
maneira que se contraem (miose) ou relaxam (midríase). No seu exame, pode ser utilizado uma
lanterna de para testar os reflexos.
a. Reflexos:
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i. Fotomotor direto: quando aplicado um feixe de luz, ocorre miose pupilar no olho que se
aplicou.
ii. Fotomotor indireto: quando aplicado um feixe de luz, ocorre miose pupilar no olho que
não se aplicou a luz. Isso ocorre por causa do quiasma óptico.
b. Tamanho: normalmente apresentam o mesmo diâmetro. Mas podem ocorrer alterações de
diâmetro, de maneira que haja anisocoria.
15) Exame do Nariz: observa-se forma, tamanho, cor, espessura da pele e sensibilidade olfativa. Na parte
interna do nariz, analisar a coloração, integridade e espessura da mucosa, integridade do septo nasal.
OBS.: rinite alérgica pode ser evidenciada com a coloração da mucosa. Quando pálida, pode indicar
um quadro crônico. Quando avermelhada e edemaciada indica rinite aguda.
16) Exame dos Seios Paranasais: são
espações preenchidos por tecido
respiratório que auxiliam na
purificação do ar, redução do
peso do crânio, manutenção da
temperatura craniana equilibram
a pressão nasal e auxiliam no
olfato. Os principais são:
a. Frontal
b. Etmoidal
c. Esfenoidal
d. Maxilar
17) Exame da Orelha: é necessário revisar alguns pontos anatômicos, como o tragus, anti-tragus, hélice
e anti-hélice. seu exame baseia-se na inspeção, de maneira que observam-se alterações de relevo,
coloração ou a presença de secreção. Vale lembrar que pode ser necessário o uso de um otoscópio,
aparelho que permite visualizar o conduto auditivo externo.
18) Exame do Ouvido: lembre-se de que ele é um órgão responsável pela conversão entre ondas
mecânicas e elétricas, de maneira que é formado por diferentes componentes.
19) Exame da Boca:
a. Analisa-se a coloração, distribuição, integridade e textura da mucosa. Vale lembrar que existe
algumas regiões associadas ao tecido linfoide, as quais devem também serem analisadas. Analisa-
se:
i. Mucosa oral
ii. Dentes e glândulas salivares
iii. Palato duro e mole
20) Exame da língua: analisa-se a coloração, textura, presença de placas e mobilidade. Pede-se que o
paciente coloque-a para fora a fim de testar a inervação muscular do nervo craniano XII. Dos
cânceres bucais, ele é o 2º mais frequente.
a. Tipos de língua:
i. Saburrosa
ii. Geográfica
iii. Fissurada
iv. Escrotal
v. Pilosa
vi. Framboesa
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Exame do Pescoço
21) Exame do Pescoço.
a. Inspeção:
i. Forma e volume
ii. Posição
iii. Mobilidade
iv. Pulsação arterial e venosa
v. Pele
b. Palpação:
i. Musculatura
ii. Glândulas:
1. Salivares
2. Parótidas
iii. Linfonodos
c. Ausculta: trajeto cervical e traqueal; região da tireoide.
22) Exame da Tireoide:
a. Inspeção e palpação.
b. Investigar alterações de relevo, forma e tamanho.
c. Palpação: utiliza-se as polpas digitais na busca de alterações histológicas visíveis.
i. Bimanual
ii. Unimanual
Obs.: Cisto Tireoglosso: pode ser confundido com a tireoide aumentada. Dessa maneira, solicita-se
que o paciente degluta. Com esse esforço, ocorre o sumiço do cisto. Caso haja edema de tireoide, não some
com a deglutição.
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SEMIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO


O sistema linfático é formado pelos vasos linfáticos, linfa, timo, baço, tonsilas e pelos linfonodos.
Os vasos se originam da periferia da pele, na forma de seio com fundo cego e poucas junções intercelulares,
de maneira que é permitido o fluxo de líquido unidirecional. Posteriormente, os vasos tornam-se mais
espessos, adquirem capacidade contrátil e válvulas, as quais evitam o refluxo linfático. Vale lembrar que os
vasos linfáticos apresentam ligamentos com o tecido conjuntivo anexo, que permite sua fixação.
Sua principal função é ser uma alternativa extra de drenagem do líquido intersticial, de maneira
que seja responsável por - 1mL/min que se acumula. Mas são outras funções:

• Transporte de proteínas e compostos associados (lipídios; vitaminas lipossolúveis)


• Remoção de patógenos que possam se alojar no interstício
Após os vasos tornarem-se condutores (com junções intercelulares mais fortes), eles se direcionam
para os ductos, que se juntam formando os troncos, desembocando na região de junção da veia sub-clávia com
a jugular. Os principais troncos são:

• Lombar
• Intestinal
• Broncomediastinal
• Subclavos
• Jugulares
Esses troncos apresentam uma divisão heterogênea:
os troncos broncomediastinal, subclávios e jugulares direito
desembocam no ducto linfático direito, ou seja, a linfa
correspondente do hemitórax direito, MSD, cabeça direita é
drenada para o ducto linfático direito.
As demais regiões são drenadas para o ducto
torácico/ ducto linfático esquerdo.
O fluxo linfático, embora apresente mecanismos de
autofuncionamento, sofre influencia direta de alguns fatores,
como:

• Pressão do líquido intersticial


• Funcionamento das válvulas
• Bomba linfática: contração dos músculos
esqueléticos associados
Os linfonodos consistem em massas
celulares de linfócitos e células anexas, como células
apresentadoras de antígenos. Eles são dispostos de 2
maneiras: profundos (abaixo das fáscias musculares)
e superficiais (localizados no tecido celular
subcutâneo).
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A linfa, o líquido que forma o sistema linfático, apresenta composição similar ao sangue, mas é
pobre em hemácias.
Exame Físico
O exame físico é composto pela inspeção e palpação. Buscam-se alterações de volume, edema,
turgor, calor, rubor, inflamações e alterações de relevo.

Na inspeção avalia-se principalmente o edema. Por definição, edema consiste no acúmulo de


fluido no líquido intersticial, de maneira que excede a capacidade de drenagem dos vasos ou estes são
bloqueados/lesionados. Esse acúmulo acomete principalmente as camadas mais superficiais para
posteriormente atingir as camadas mais profundas.

O Sinal de Cacifo/Godet consiste na compressão de uma região edemaciada por 10 segundos


com a polpa digital do polegar. Caso haja a formação de uma fóvea, classifica-se como cacifo positivo,
indicando edema.

Deve-se investigar:

• Localização:
o Superficial? Profundo? Bilateral? Solitário?
• Intensidade
o Com a polpa digital do polegar ou indicador, faz-se uma compressão firme e sustentada, de
encontro a uma superfície rígida. Havendo edema, ao ser retirado o dedo, vê-se uma depressão
(fóvea), no local comprimido. Gradua-se em cruzes: +, ++, +++, ++++.
• Consistência:
o Mole: a principal característica do edema mole é a depressão (cacifo) da região comprimida,
que volta à posição original em aproximadamente 30 segundos a 1 minuto. Sua constituição do
interstício é liquida
o Duro: não apresenta esse cacifo, uma vez que seu interstício não está preenchido apenas de
liquido, mas também de restos celulares e proteínas. Com o correr do tempo, as proteínas
retidas nos interstícios propiciam a formação de fibrina e subsequente fibrose intersticial
• Temperatura da pele circunjacente.
o Avaliada com o dorso da mão e comparando com a pele da vizinhança e da região homóloga.
o Três possibilidades:
 pele de temperatura normal
 quente (edema inflamatório)
 fria (traduz comprometimento da irrigação sanguínea daquela área).
o Mudança de coloração:
 Palidez: nos edemas com distúrbios da irrigação sanguínea;
 Cianose: perturbação venosa ou central;
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 Vermelhidão: indica processo inflamatório


• Elasticidade: avaliada observando-se a volta à posição primitiva quando se termina a compressão. Dois
tipos:
o Elástico: a pele retorna quase imediatamente, isto é, a fóvea perdura pouco tempo. É típico dos
edemas inflamatórios.
o Inelástico: a pele comprimida demora a voltar à posição primitiva.

Conhecida as características semiológicas do edema, deve-se classifica-lo quanto aos tipos.

Quanto a localização:
o Edema comum: é composto de água e sal, quase sempre é generalizado. As principais causas
são: renal, insuficiência cardíaca, cirrose hepática, desnutrição, fenômenos angioneuróticos
(alérgicos), gravidez e medicamentos.
o Edema localizado: varizes, flebites, afecções dos linfáticos, postura.
Quanto a natureza:
o Comum:
 Edema renal: A causa fundamental do edema é a redução da taxa de filtração glomerular
ou perda de proteínas. Clinicamente, o edema renal caracteriza-se pela localização
facial, partircularmente com a presença de edema palpebral – é um edema matinal, que
tende a dissipar-se com o correr do dia – além do inchaço de membros inferiores, que
(ao contrário) se exacerba com o passar das horas, constituindo um edema vespertino.
Podem apresentar edema generalizado, intenso e extenso (anasarca).
 Edema cardíaco: Fundamentalmente, o que leva à formação desse edema é a queda do
débito cardíaco, em consequência da falência do miocárdio. Como resultado, eleva-se
a pressão venosa sistêmica ao mesmo tempo em que se reduz o volume arterial efetivo
de sangue. Prevalece a pressão hidráulica intravascular na extremidade venosa do
capilar, dificultando o retorno do líquido intersticial para o capilar e água acumula-se
no interstício. Clinicamente, é um edema gravitário por excelência, por causa da pressão
venosa elevada nas extremidades e, portanto, acentua-se com a ortostase no correr do
dia (edema vespertino).
o Mixedema: outro tipo de edema de características especiais por ser duro e com aspecto de pele
opaca, ocorrendo nos casos de hipotireoidismo. No mixedema, além da água e sais, há
deposição e acúmulo de proteínas especiais, glicoproteínas, produzidas no hipotireoidismo, no
líquido intersticial.
o Linfedema:
 O linfedema é o edema cuja formação deve-se ao acúmulo de linfa nos tecidos intersticiais. Tem
localização nitidamente segmentar. Ele ocorre nos casos em que os canais linfáticos estão obstruídos
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ou foram destruídos, como nas retiradas de gânglios na cirurgia de câncer de seio. O esvaziamento
ganglionar facilita o surgimento do edema no braço. Outro exemplo de linfedema é a elefantíase
(linfedema por obstrução). Dentre as causas:
• - Insuficiência da drenagem linfática local;
• - Retenção de proteínas, aumentando a pressão local;
• - Retenção de mais líquido;

Nessa fase (inicial), o linfedema é mole, indolor, depressível, branco, frio, diminui com o repouso
noturno e se acentua com o declive. Como o correr do tempo, as proteínas retidas nos interstícios propiciam a
formação de fibrina e, subsequentemente, fibrose intersticial. O linfedema torna-se duro, não mais regride
com o repouso, instalam-se lesões cutâneas, exasperadas pelos surtos inflamatórios da pele (erisipela-
>elefantíase).

Há uma relação entre o Linfedema e a genética. Mutações no gene que codificam o VEGFR3 (o
fator de crescimento endotelial dos vasos linfáticos) induzem a vasculogênese inadequada, de maneira que as
células não se desenvolvam, não formando a rede mínima de capilares necessárias para drenagem.

 Linfangite: É a inflamação aguda dos vasos linfáticos da pele, ocasionada por microorganismos,
geralmente o estreptococo. As bactérias drenadas pelos capilares e/ou vasos linfáticos. Observa-se um
cordão doloroso vermelho e quente. Quando a infecção alcança os linfonodos, eles se tornam aumentados,
firmes, dolorosos facilmente palpáveis (adenopática, linfadenopatia, íngua).
 Linfadenite: Infecção dos nódulos linfáticos. Quando a fagocitose local é incapaz de neutralizar os
agentes patogênicos invasores, o próprio nodo pode ser a vítima infecção, tornando-se volumoso e
doloroso (linfadenite, “íngua”). Os microorganismos podem alcançar o vaso eferente, sendo transportados
para a corrente sanguínea e acarretando manifestações sistêmicas (bacteremia, febre, calafrios).
 Erisipela: A erisipela é a linfangite infecciosa caracterizada pelo comprometimento da pele que apresenta
eritema circulado de rápida disseminação por via linfática a partir dos capilares, atingindo também
linfonodos. “Erisipela é uma infecção cutânea causada geralmente pela bactéria Streptcoccus pyogenes do
grupo A, mas pode também ser causada por Haemophilus influenzae tipo B, que penetram através de um
pequeno ferimento (picada de inseto, frieiras, micoses de unha, etc.) na pele ou na mucosa, disseminam-
se pelos vasos linfáticos e podem atingir o tecido subcutâneo e o gorduroso. Na maioria dos casos, a lesão
tem limites bem definidos e aparece mais nos membros inferiores. Embora menos frequente, ela pode
localizar-se também na face e está associada à dermatite seborreica.”
 Adenomegalia: Gânglio aumentado
GNC, XVIII

Na palpação, investiga-se principalmente os linfonodos. Os principais a serem investigados estão


localizados na cabeça, no pescoço, mamas, axilas, região inguinal e poplítea. Estima-se que hajam cerca de
500 linfonodos no corpo humano de um adulto.

Os principais sítios ganglionares são:

• Cervical (anterior e posterior):


• Pré e pós-auriculares:
• Occipital:
• Claviculares:
o Supraclaviculares
o Infraclaviculares
• Axilares:
o L. A. Laterais, Centrais, Posteriores e Anteriores.
• Epitrocleares:
• Inguinais:
• Femorais:
• Poplíteos:

Analisando-se especificamente a cabeça e o pescoço, busca-se palpar a área correspondente aos


seguintes linfonodos:

• L. Occipitais
• L. Auriculares ant.
• L. Auriculares post.
• L. Amigdalianos
• L. Submaxilares
• L. Submentonianos
• L.Cervicais:
o superficiais
(anteriores e
posteriores)
o profundos
• L. Supraclaviculares

• Investigando os linfonodos da cabeça e do pescoço:

Occiptais → pós auriculares → pré auriculares → tonsilares → submandibulares → submentonianos →


cervicais anteriores → cervicais posteriores → supraclaviculares.
GNC, XVIII
GNC, XVIII
GNC, XVIII

DICA: tem que saber onde estão localizados os principais linfonodos, principalmente da cabeça e do
pescoço. É legal seguir o roteiro e a explicação feita na aula prática, mas o próprio médico desenvolve a sua
técnica, de maneira que ele seja capaz de encontrar qualquer alteração patológica.
GNC, XVIII

SEMILOGIA DO TÓRAX E DO APARELHO RESPIRATÓRIO


Anatomicamente, o tórax é uma região importante por proteger as estruturas vitais para o
funcionamento do organismo humano, como o coração e os pulmões. As costelas se iniciam por volta da
terceira semana, com origem mesodérmica. Ocorre a diferenciação dos somitos que gerarão as costelas.

Existem genes que controlam o processo de diferenciação de maneira que só formam costelas até a 20ª
vértebra.

Um tórax normal apresenta limite anteroposterior normal, sendo que na região do apêndice xifoide
há um aumento, que evolutivamente está associado ao aumento da capacidade respiratória. Seu limites são:

• Superior: manúbrio
• Inferior: músculo diafragma
• Laterais: limites periféricos das costelas
• Anterior: corpo do esterno
• Posterior: coluna vertebral. Aproximadamente de T1 a T12.

Conhecida um pouco da anatomia, deve-se buscar reconhecer as regiões topográficas que facilitam
o exame físico. Elas são formadas com base em pontos anatômicos e algumas linhas imaginárias:

• Ângulo de Louis: junção do manúbrio com o corpo do esterno, na altura do 2º espaço intercostal (EIC).
• Costelas
• Apêndice Xifoide
• Ângulo de Charpy
• Ângulo da Escápula

LINHAS TORÁCICAS
GNC, XVIII

• Anteriores verticais:
o Linha medioesternal: plano mediano do tórax que o divide em direito e esquerdo.
o Linha esternal lateral: lateral à linha medioesternal.
o Linha paraesternal: lateral à linha esternal lateral, entre as linhas esternal lateral e hemiclavicular.
o Linha hemiclavicular: desce verticalmente ao ponto médio da clavícula.
• Anteriores horizontais:
o Linha clavicular superior e inferior
o Linha da terceira articulação condroesternal
o Linha da sexta articulação condroesternal
• Laterais:
o Linha axilar anterior: limita com o músculo peitoral maior.
o Linha axilar posterior: limita com o músculo grande dorsal.
o Linha axilar média
• Posteriores verticais:
o Linha medioespinhal
o Linha escapular: passa no ângulo inferior da escápula
• Posteriores horizontais:
o Linha escapular superior
o Linha escapular inferior

REGIÕES DO TÓRAX

Face anterior:

1. Região supraclavicular: área delimitada pela borda superior da clavícula, pelo prolongamento cervical da
linha esternal e pela borda superior do trapézio.

2. Região clavicular: corresponde à área de projeção superficial da clavícula.


GNC, XVIII

3. Região infraclavicular: área delimitada pela borda inferior da clavícula, pela borda anterior do deltoide,
por uma linha horizontal traçada a partir da 3ª articulação condroesternal e pela borda do esterno.

4. Região mamária: entre a linha da terceira articulação condroesternal e a linha da sexta articulação
condroesternal.

5. Região inframamária ou hipocondríaca: entre a linha da sexta articulação condroesternal e a margem


costal.

6. Região supraesternal

7. Região esternal superior

8. Região esternal inferior: compreendida entre a linha transversal que passa pela 3ª articulação
condroesternal e o apêndice xifoide.

Face lateral: estão entre as linhas axilares anterior e posterior, e divididas pela linha da sexta articulação
condroesternal.

1. Região axilar:

2. Região infra-axilar

Face posterior:

1. Região supraescapular: apresenta forma triangular; cujo limite superior é a borda superior do trapézio; o
inferior, a borda superior da omoplata e seu prolongamento até a coluna vertebral; o limite interno é a linha
medioespinal.

2. Região supraespinhal: a partir da linha escapular superior até a espinha da escápula.

3. Região infraespinhal: da linha da escápula até a linha escapular inferior.

4. Região interescapulovertebral: entra as linhas escapulares superior e inferior. É utilizada para a ausculta
do murmúrio vesicular.

5. Região infraescapular: a partir da linha escapular inferior.

O tórax pode ser classificado quanto sua forma em:

• Normal ou elíptico
• Tórax Chato, Plano ou Paralítico: reduzido diâmetro anteroposterior. Escápulas se sobressaem no relevo
torácico. Comum nos longilíneos, podendo ser congênita ou por doenças consumptivas e doenças
caquetizantes.
• Tórax Infundibiliforme (pectus excavatum – sapateiro ou tórax escavado): há uma depressão na porção
inferior do esterno, de causa congênita ou raquitismo.
GNC, XVIII

• Tórax Cariniforme (pectus carinatum – em quilha ou peito de pombo): o esterno é proeminente e desviado
anteriormente, de causa congênita ou adquirida (raquitismo, asma, infecções, respiratórias de repetição)

Formas do tórax por alterações nas vértebras:

• Tórax Escoliótico: tórax assimétrico em consequência do desvio lateral do segmento torácico da coluna
vertebral, causado normalmente por anomalias congênitas
• Tórax Cifótico: encurvamento posterior da coluna torácica, por defeito de postura ou lesão de vertebras
torácicas
• Tórax Cifoescoliótico: combinação de alteração cifótica e escoliótica; pode produzir grave restrição da
expansão torácica causando insuficiência respiratória

Formas patológicas do tórax

• Tórax em Tonel ou Barril (enfisematoso, globoso): diâmetro anteroposterior iguala-se ao transversal,


lembrando a forma de tonéis. Comum no enfisema pulmonar e em idosos
• Tórax em Sino ou Piriforme: a porção inferior do tórax torna-se alargada. Comum nas grandes
hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa
• Tórax Instável Traumático: movimentos paradoxais quando há fratura de várias costelas, na inspiração a
área correspondente desloca-se para dentro e na expiração, para fora.
GNC, XVIII

O sistema respiratório é composto por narinas, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, pulmões,
brônquios, bronquíolos e alvéolos. Das narinas até brônquios, as estruturas são formadas por epitélio
respiratório, ou seja, pseudoestratificado ciliado não queratinizado.

• Composição estrutural:
o Porção superior – nariz e faringe (garganta)
o Porção inferior – laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos
• Composição funcional (nariz e bronquíolos):
o Porção condutora – órgãos que conduzem o ar aos pulmões (nariz aos bronquíolos)
o Porção respiratória – onde ocorrem as trocas gasosas (bronquíolos, ductos alveolares, sáculos
alveolares).
• Algumas funções:
o Realizar trocas gasosas – captar oxigênio para as células, eliminar gás carbônico
o Filtrar o ar inspirado
o Produzir sons
o Eliminar impurezas
o Percepção do olfato (receptor sensorial)

 Trato Respiratório Superior: é composto pelas fossas nasais, nasofaringe, bucofaringe,


laringofaringe e laringe. Possuem funções de: conduzir e condicionar o ar, por meio da umidificação, filtração,
aquecimento e turbilhamento.

 Trato Respiratório Inferior: estende-se da traqueia às porções mais distais do parênquima


pulmonar. Sua função primária é a condução do ar inspirado para a superfície alveolar, onde realizará sua
função secundária de trocas gasosas, entre o ar inspirado e o sangue do capilar alveolar.

A via respiratória inferior pode ser dividida em três zonas: zona condutora, zona de transição e
zona respiratória. A zona de condução (traqueia, brônquios principais, brônquios lobares, brônquios
segmentares e brônquios terminais) é composta por paredes espessas que não permitem as trocas gasosas e
em conjunto com os vasos, os nervos e o tecido conjuntivo formam a porção não parenquimatosa pulmonar.
A zona de transição (bronquíolos respiratórios e ductos alveolares) é responsável pela condução do ar e por
trocas gasosas. Já a zona respiratória (alvéolos) é responsável por trocas gasosas. As zonas de transição e
respiratória formam a porção parenquimatosa do pulmão.
GNC, XVIII

Exame Físico do Pulmão


É um dos poucos que utiliza todas as técnicas do exame físico, ou seja, inspeção, palpação,
percussão e ausculta. Antes de realizar o exame, o paciente deve ser colocado em posições adequadas. São
elas:

• Sentado
• Ortostático
• Decúbito dorsal

INSPEÇÃO
É dividido em inspeção estática e dinâmica. Na parte estática, busca-se:

• Forma do tórax • Cicatrizes


• Abaulamentos e depressões • Tumores
• Aspecto da coluna vertebral • Cor da pele
• Ritmo respiratório • Distribuição de pelos conforme o sexo
• Manchas • Circulação colateral
• Nervos • Aspecto das mamas

Na parte dinâmica, observam-se os movimentos respiratórios. Eles devem ser classificados com
base no:

• tipo respiratório:
o Torácica ou costal superior – metade superior do tórax (mulheres), por causa da mama
o Abdominal ou diafragmática – metade inferior do tórax (homens e crianças)
o Toracoabdominal – ambas as regiões (homens adultos) (m. diafragma)

O músculo diafragma é uma apomorfia evolutiva dos mamíferos. Ele permite que seja possível correr
e respirar.

• Ritmo:
o a inspiração dura quase o mesmo tempo da expiração, sucessão regular de movimentos
respiratórios com a mesma.
o amplitude, intercalados por leve pausa
o Conceitos
 Normopneia (eupneia) – FR 12 a 20 IRPM
 Bradipneia – FR < 12 IRPM
 Taquipneia – FR > 20 IRPM
 Hiperpneia (hiperventilação) – FR > 24 IRPM
 Apneia – sem FR~
GNC, XVIII

o São exemplos de algumas anormalidades no ciclo respiratório:


 Cheyne-Stokes (dispneia periódica): caracteriza-se, de modo cíclico, por uma fase de
apneia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingirem uma
amplitude máxima, para depois diminuírem gradativamente até nova pausa. As causas mais
frequentes são insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana, AVC e traumatismos
cranioencefálicos.

 Biot: uma respiração irregular, na qual o as incursões são interrompidas por períodos de
apneia.

 Kussmaul: longas expirações, com um período de apneia, seguida de uma expiração e uma
apneia.
GNC, XVIII

 Suspirosa: em uma respiração normal, no meio das incursões surge uma inspiração
(suspiro).

 Dispneica: sucessão regular de movimentos respiratórios amplos e rápidos, quase sempre


desconfortáveis

• frequência respiratória: medida durante 1 minuto. Quando há grandes variações, mede-se por 2 minutos.
Classificada em:
o Normopneia (eupneia) – FR 12 a 20 IRPM
o Bradipneia – FR < 12 IRPM
o Taquipneia – FR > 20 IRPM
o Hiperpneia (hiperventilação) – FR > 24 IRPM
o Apneia – sem FR
• Amplitude: pode sofrer variações para adequar a relação certa entre respiração e excreção.
• presença de tiragem intercostal: normalmente, não se utilizam os músculos da expiração, de maneira
que a organização anatômica do pulmão e das estruturas anexas realizem a expiração sem gasto energético.
Em situações de obstrução das vias aéreas, a musculatura auxiliar pode ser ativada, principalmente os
músculos intercostais. Dessa maneira, observa-se uma depressão nítida no processo de respiração,
caracterizando a contração desses músculos.
GNC, XVIII

PALPAÇÃO:
Deve-se avaliar a Sensibilidade; Elasticidade; Estrutura da parede torácica; Expansibilidade ou
mobilidade; Pesquisa do frêmito toracovocal.

Expansibilidade dos pulmões/Manobra de Ruault: avalia-se a capacidade do pulmão em utilizar a


musculatura fisiológica da respiração. Deve ser investigada no ápice e nas bases, anterior e posterior.
o Expansibilidade no ápice: O examinador se posiciona atrás do paciente e coloca ambas as mãos
espalmadas sobre as regiões que correspondem aos ápices pulmonares (nas fossas supra-
claviculares), de modo que os polegares se toquem levemente, em ângulo quase reto, ao nível da
vertebra proeminente. Os demais dedos do examinador, justapostos e semifletidos, exercem leve
pressão sobre o tórax. Solicita-se ao paciente que respire mais fundo, com a boca entreaberta, e
observa-se a movimentação de suas mãos. O normal é observar a elevação das mãos na inspiração
profunda, mas é fácil reconhecer diminuição ou ausência da mobilidade, de um ou ambos os ápices
pulmonares.

o Expansibilidade nas bases: O examinador atrás do paciente, de pé ou sentado; seus polegares


devem estar próximos ou mesmo juntos na altura das apófises espinhosas da 9ª ou 10ª vértebra
torácica, enquanto a palma da mão e a face ventral dos dedos, estendidos e justapostos, devem
abarcar o máximo da área correspondente às bases pulmonares. Polegares nas linhas paravertebrais
e os demais dedos recobrindo os últimos arcos costais. Os dedos devem estar bem aderidos à parede
torácica de modo que a movimentação dessa região leve consigo a mão do examinador. Analisa-
se a mobilidade das bases pulmonares durante a respiração tranquila e após algumas incursões
respiratórias profundas A amplitude da movimentação das mãos do examinador indica o grau de
expansibilidade dos lobos inferiores dos pulmões
GNC, XVIII

• Frêmito Toracovocal: vibração das cordas vocais transmitidas à parede torácica, melhor
percebida com as mãos espalmadas (face palmar). Mais intenso à direita e bases pulmonares.
o O examinador pousa a mão sobre as regiões do tórax, enquanto o paciente pronuncia
seguidamente “trinta e três”
o À medida que ele fala, o examinador desloca sua mão de modo a percorrer toda a extensão da
parede torácica (face(s) anterior, laterais e posterior), e depois comparando as regiões
homólogas direita e esquerda, de cima para baixo
o Sempre usar a mesma palma de mão
o Demonstra a intensidade do frêmito toracovocal, que sofre variações – mais fraco em mulheres
(timbre da voz), em pessoas com parede torácica espessa por hipertrofia muscular, nas pessoas
com aumento do panículo adiposo e nas que têm voz débil
o Em condições normais, a intensidade das vibrações não é exatamente igual nas diferentes partes
do tórax – mais nítido no ápice direito e na região interescapulovertebral direita (menor
comprimento do brônquio direito, vibrações chegam mais facilmente)
o Aumento do frêmito significa consolidação de uma área pulmonar, como nas pneumonias e no
infarto do pulmão.
o Desaparecimento ou diminuição do frêmito significa alguma anormalidade que impede a
transmissão das ondas sonoras originadas na laringe (derrame pleural, espessamento da pleura,
atelectasia por oclusão brônquica, pneumotórax e enfisema pulmonar)

PERCUSSÃO
O paciente deve estar sentado ou deitado, podendo ser executada na porção anterior e na posterior.
Existem basicamente 2 tipos de percussão: a Percussão Imediata ou Direta – percutir diretamente a superfície
do corpo com os dedos (pouco usada), como, por exemplo, a percussão de vertebras. Mas também existe a
Percussão Mediata ou Indireta – coloca-se o dedo na superfície do tórax e sobre o mesmo percute com o dedo
GNC, XVIII

da outra mão – percussão digito-digital – ficar atento ao ruído provocado pelo golpe e avaliar a resistência
oferecida ao dedo plexímetro.

Inicia-se na porção anterior, passando por pontos simétricos entre os lados. Depois de percutir as
áreas do tórax, parte-se para as laterais e para posterior.

A percussão identifica os sons decorrentes da caixa torácica. Eles podem ser:

• Som Claro Pulmonar (Atimpânico): áreas de projeção dos pulmões, entre os EIC.
• Som Timpânico: espaço de Traube (fundo do estômago).
• Som Maciço: região do fígado.
• Som Submaciço: região inferior do esterno.

Alguns fatores podem influenciar na percussão, como:

• Massa muscular
• Infiltrados inflamatórios
• Edemas
• Mamas
• Tecido adiposo
• Idade
• Deformidades da coluna vertebral

AUSCULTA
É necessário o tórax despido, respirando profundamente e de boca aberta. Deve-se auscultar de
cima para baixo, comparando os dois hemitórax.

Acima está exposta uma sequência para ausculta. Para a ausculta, será necessário um estetoscópio
e um ambiente silencioso.
GNC, XVIII

Os sons que podem ser auscultados são relacionados com o tamanho da via aérea e a presença (ou
não) de substâncias. Os sons são divididos em normais, anormais e vocais.

Sons normais
Som traqueal
Respiração brônquica
Respiração broncovesicular
Murmúrio vesicular
Sons anormais
Descontínuos: estertores finos e grossos
Contínuos: roncos, sibilos e estridor
De origem pleural: atrito pleural
Sons vocais
Broncofonia
Egofonia
Pectorilóquia fônica e afônica
1) Sons Normais:
a. Traqueal: Inspiração (ruído soproso, mais ou menos rude, seguido de curto intervalo
silencioso que separa os dois componentes) e expiração (um pouco mais forte e prolongado).
Audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal. Origina-se pela
passagem de ar na fenda glótica e na traqueia. É mais acentuado na expiração.
b. Respiração brônquica: Som traqueal audível na zona de projeção dos brônquios de maior
calibre (face anterior do tórax, nas proximidades do esterno), muito semelhante ao som
traqueal. É mais acentuado na expiração.
c. Respiração broncovesciular: Respiração brônquica + murmúrio vesicular. Auscultada na
região esternal superior, na interescapulovertebral direita e ao nível da terceira e quarta vertebra
dorsal.
d. Murmúrio Vesicular: é produzido de duas maneiras: o ar que choca com os brônquios e a
passagem por cavidades diferentes (ex.: bronquíolos → alvéolos). Ausculta-se em quase todo
o tórax, principalmente na periferia dos pulmões, exceto na região esternal superior,
interescápulo-vertebral direita e ao nível da 3ª e 4ª vertebras dorsais (respiração
broncovesicular). É mais acentuado na inspiração.
2) Sons Anormais: eles são classificados em contínuos e descontínuos durante a respiração.
a. Descontínuos: são os estertores. Eles se sobrepõem aos sons normais da respiração, mas
podem ser fisiológicos.
i. Estertor Fino: também chamado de seco, alveolar e crepitante, são agudos, curtos e
ocorrem no final da inspiração. Não se modificam com a tosse. São mais acentuados
na base dos pulmões. Indicam o comprometimento da parede alveolar. Eles se alteram
com a posição. São produzidos pela abertura sequencial de vias respiratórias
anteriormente fechadas em razão da pressão exercida pela presença de líquido ou
exsudato no parênquima pulmonar ou por alteração no tecido de suporte das paredes
brônquicas.
GNC, XVIII

ii. Estertor grosso: também chamados de bolhosos e úmidos, apresentam maior duração,
são graves, sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser auscultados por todo
o tórax. É auscultado no início da inspiração e durante toda a expiração. Tem origem
na abertura e no fechamento de vias respiratórias que contêm secreção viscosa e
espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas.
b. Contínuos:
i. Roncos: sons graves, de baixa frequência. Ocorrem por causa da vibração das paredes
brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento desses ductos; ocorrem na
inspiração, mas predominam na expiração; fugazes e mutáveis, surgindo e
desaparecendo em curtos períodos – som de ronco no fim da expiração.
ii. Sibilos: sons agudos; originam de vibrações das paredes bronquiolares e de seu
conteúdo gasoso, ocorrendo na inspiração e expiração; são múltiplos e disseminados
por todo o tórax; podem ser localizados (obstrução por neoplasia ou corpo estranho) –
semelhante a um miado de gato (chiado).
iii. Estridor: ruído inspiratório causado pela obstrução da laringe ou traqueia; na
respiração forçada, o aumento do fluxo de ar intensifica esse som.
c. De origem pleural: nos casos de pleurite, os folhetos viscerais e parietal da pleura, recobertos
por exsudato, passam a produzir um ruído irregular, descontinuo, mais intenso na inspiração;
som de maior duração, frequência baixa e tom grave; mais audível na região axilar inferior.
3) Sons Vocais: os sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica constituem o que se chama
ressonância vocal.
a. Broncofonia: consiste no aumento da ressonância vocal. Comum nos casos de condensação
pulmonar – inflamatória, neoplásica ou pericavitária.
b. Egofonia: é um tipo especial de broncofonia, quando esta adquire qualidade nasalada e
metálica, comparada ao balido de cabra
c. Pectoriloquia fônica: ouve-se com nitidez a fala.
d. Pectoriloquia Afônica: ouve-se com nitidez o sussurro.
GNC, XVIII

SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
O coração consiste em uma bomba tetracavitária totalmente septada entre si, exceto nas regiões
valvares, as quais servem como mecanismos de controle de passagem do sangue, sempre com fluxo
unidirecional. Entender sua semiologia é ser capaz de analisar as condições vitais e algumas alterações
patológicas. No seu exame, é utilizado a inspeção, palpação e ausculta.

Para o exame físico completo, é necessário um estetoscópio, mas antes de auscultar o coração,
existe uma lógica a ser seguida.

ANAMNESE
Na anamnese, deve-se atentar não apenas para a queixa principal que trouxe o paciente, mas
manifestações que para ele não são importantes, mas na semiologia podem ser essenciais. Um exemplo
consiste no histórico de hipertensão na família.

EXAME FÍSICO
Inspeção e Palpação
Normalmente são executadas juntas, englobando o exame do coração em si e o exame dos pulsos.
Na palpação, buscam-se abaulamentos, depressões ou elevações de relevo. Pode ser ainda pesquisado os
batimentos visíveis.

Na palpação em especial, analisa-se o Ictus Cordis, que consiste no choque do ápide cardíaco
com a parede da 5ª costela em um indivíduo normolíneo. O icuts cordis é um ponto de referência utilizado
para a ausculta do foco mitral.

Na investigação do ictus, utiliza-se o método mnemônico FRELIM:

F: FREQUÊNCIA:

R: RITMO

E: EXTENSÃO: normalmente, de 2 a 3 cm, ou 2 polpas digitais.

L: LOCALIZAÇÃO: entre o 4º e o 5º EIC (espaço intercostal) esquerdo na junção com a linha hemiclavicular
esquerda. Podem ocorrer algumas variações de acordo com o biótopo do paciente, de maneira que nos
brevilíneos ele seja mais próximo do 4º EICE, levemente deslocado para a esquerda; nos longilíneos ele seja
mais próximo do 6 º EICE, levemente deslocado para o centro.

I: INTENSIDADE: é classificada em + (“cruzes”).


GNC, XVIII

M: MOBILIDADE; primeiramente, o paciente deve estar em decúbito dorsal → marca-se o local do ictus
→ pede-se que ele vire para decúbito lateral → marca-se o ponto do ictus novamente → mede-se a distância
entre os dois pontos, de maneira que ela deve ser de até 2 cm.

Um outro ponto que pode ser investigado na palpação consiste no frêmito cardiovascular. Esse
fenômeno nada mais é do que sentir ondas na cavidade torácica causadas pelas vibrações produzidas no
coração ou nos vasos. Para classifica-lo, deve-se determinar a localização (orientando-se pelo focos de
ausculta), a fase do ciclo cardíaco (frêmito sistólico, frêmito diastólico e sistodiastólico), a intensidade
(classificada em cruzes, de + a ++++), se apresenta irradiação e a sua duração.

Ainda na palpação atrelada a inspeção, deve-se buscar a presença de movimentos visíveis ou


palpáveis, como: retração sistólica, levantamento em massa do precórdio, choques valvares (ocorre em bulhas
hiperfonéticas), pulsação epigástrica e pulsação supraesternal.

Afastando um pouco do tórax, analisa-se agora os pulsos. As principais artérias a ser avaliadas são
artérias de grande calibre. São elas: temporais, carotídeos, cubitais, radiais, femorais, poplíteos, pedioso e
tibial posterior. Nessa avaliação, busca-se:

• Avaliar o estado da parede arterial: normalmente, apresenta-se lisa, sem tortuosidades que se comprime
facilmente. Em um estado anormal, o enrijecimento da parede gera rigidez, deformação e
tortuosidades no relevo natura. Esse quadro anormal é encontrado com mais frequência em pacientes
idosos.
o Manobra de Osler:
 Serve para auxiliar no diagnóstico de hipertensão arterial
 Procedimento: após insuflar o manguito a nível de pressão sistólica (120 mmHg), a
manobra é classificada como positiva quando a artéria permanece palpável, mas
sem pulsação. Isso ocorre porque o enrijecimento da parede do vaso dificulta o fluxo
sanguíneo natural.
• Avaliar a frequência:
o Normosfigmia: 60 BPM < F < 100 BPM
o Taquisfigmia: F > 100 BPM;
o Bradisfigmia: F < 60 BPM;
o OBS.: Déficit de Pulso:
 O número de batimentos cardíacos é maior que o número de pulsações aferidas na
artéria radial. Para compreender, entenda batimento cardíaco como estímulo elétrico.
Um déficit de pulso ocorre quando o número de estímulos elétricos que foram
registrados (ou seja, o número de batimentos) não corresponde ao numero de pulsações
GNC, XVIII

aferidas. Uma das explicações consiste em que o estímulo que o coração gerou não foi
suficiente para uma contração efetiva.
• Avaliar o Ritmo:
o Regular: pulsações regulares.
o Irregulares: intervalos diferentes.
• Avaliar a amplitude:
o Essa amplitude consiste na capacidade de enchimento e esvaziamento da artéria que está sendo
palpada. Logo, é classificado em:
 Magno: ex.: artérias carótidas.
 Mediano
 Parvo/Pequeno.
• Avaliar a tensão/dureza:
o É entendido como a intensidade necessária para interromper o pulso. Ou seja, avalia a
mobilidade da parede arterial até colaba-la (pregar uma parede na outra e impedir o fluxo). É
classificado em:
 Mole: pouca força já interrompe o fluxo.
 Mediano
 Duro: muita força.
AVALIAÇÃO DO PULSO
Entendido os 5 tópicos a serem avaliados, alguns tipos
1) ESTADO DA PAREDE
de pulsos apresentam características que os definem. Os mais
2) FREQUENCIA
conhecidos são: Célere, Parvus, Alternante, Filiforme, Paradoxal
3) RITMO
e Venoso.
4) AMPLITUDE
Pulso Célere: também chamado de martelo d’água, ele aparece e 5) TENSÃO

desaparece rapidamente, de maneira que é magno e duro.

Pulso Parvus: também chamado de pequeno, é lento e com longa duração. a tensão está diminuída e a
amplitude é pequena.

Pulso alternante: ora apresenta uma onda longa, ora apresenta uma onda pequena, de maneira que mude com
os batimentos cardíacos.

Pulso filiforme: pequena amplitude e mole.

Pulso paradoxal e de kussmaul: é necessário entender um pouco da respiração de Kussmaul. Basicamente,


ocorre a diminuição da amplitude durante a inspiração.

Pulso Venoso: é mais visível que palpável. Ele é observado na base do pescoço.

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