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TERAPIA SANDPLAY:

MARIA DO SOCORRO DE BRITO SIQUEIRA CAMPOS

Psicóloga / CRP-02/26244

-  -
Dedicatória

Dedico esse livro primeiramente ao meu Deus


que me encheu de graça e sabedoria, a Ele a
Honra devida e a Glória para sempre, sou
muito grata a Ele por tudo que tem feito na
minha vida, coisas maravilhosas e impossíveis
aos olhos humanos Ele fez comigo, e muito
dessas coisas ainda tem consigo ao meu
respeito. Salmos 126:3

Ao meu filho amado Gustavo de Brito


Siqueira Campos, que com amor e paciência
me ajudou de forma prática o Marketing
Digital de como mergulhar e ver grandes
ferramentas ao meu auxílio de forma tão
eficaz e descomplicada, ao meu amado esposo
Francisco de Assis de Siqueira Campos
Santos que sempre me deu força em tudo que
faço, acredita no meu talento e de forma
honrosa também contribuiu para que esse
livro nascesse.

E a todos vocês que acreditam no meu


trabalho, e que irão fazer desse livro uma
grande ferramenta nas Terapias, para que
vidas sejam restauradas e curadas através
desse livro "Terapia Sandplay: Fundamentos,
como aplicar a Terapia Sandplay e Prática
Clínica”. com seus Cartões de perguntas
Adulto e Infantil com Regras e Diretrizes para
aplicação.

Maria do Socorro de Brito Siqueira Campos


"O Sandplay é um método maravilhoso
de trazer à tona o inconsciente".

DORA KALFF

 
APRESENTAÇÃO
A terapia Sandplay é uma técnica que utiliza uma
caixa de areia e miniaturas para ajudar os pacientes a
expressar seus sentimentos e emoções de maneira
simbólica. Essa técnica foi desenvolvida por Dora Kalff,
uma psicóloga suíça, na década de 1950. Desde então, a
terapia Sandplay se tornou uma técnica cada vez mais
popular em todo o mundo, principalmente na área da
psicologia e psicoterapia.
Neste livro, exploraremos a técnica da terapia
Sandplay em profundidade, desde a história e os
fundamentos da técnica até como ela é usada na prática
e suas possíveis aplicações. Além disso, também
discutiremos algumas das críticas e desafios associados
à terapia Sandplay, bem como as diferentes teorias que a
sustentam.
CAPÍTULO 1

Neste capítulo, discutiremos a história da terapia


Sandplay, desde sua criação por Dora Kalff até sua
popularização em todo o mundo. Também exploraremos
os fundamentos da técnica, incluindo a importância dos
símbolos, da imaginação e do inconsciente na terapia
Sandplay. Além disso, discutiremos algumas das teorias
psicológicas que influenciaram o desenvolvimento da
terapia Sandplay, incluindo a psicologia analítica de Carl
Jung e a teoria do campo unificado de David Bohm.

1.1. História da Terapia Sandplay, desde sua


criação por Dora Kalff até sua
popularização em todo o mundo.
2.

A terapia Sandplay foi criada por Dora Kalff, uma


psicóloga suíça, em meados do século XX. Kalff era uma
7
estudante de Carl Jung e foi influenciada pela psicologia
analítica de Jung em seu
desenvolvimento da terapia
Sandplay. Kalff observou a
importância dos símbolos e
da imaginação na
psicoterapia e, inspirada na
caixa de areia que seu filho
usava para brincar,
começou a incorporar o uso
de miniaturas e da caixa de areia em seu trabalho clínico
com crianças.

Ao longo das décadas de 1950 e 1960, Kalff


desenvolveu ainda mais a técnica da terapia Sandplay,
incorporando teorias de outros psicólogos, como David
Bohm e sua teoria do campo unificado, e Esther Thelen e
Linda Smith e sua teoria dos sistemas dinâmicos. Kalff
também fundou a Associação Internacional de Terapia
Sandplay (ISST), que estabeleceu padrões de
treinamento e prática para terapeutas em todo o mundo.

A terapia Sandplay foi inicialmente utilizada com


crianças, mas rapidamente se expandiu para adultos e
outras populações clínicas. Nos anos 1970, a técnica da

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terapia Sandplay começou a se espalhar para outros
países, incluindo os Estados Unidos e o Japão. A terapia
Sandplay também foi utilizada em contextos clínicos de
trauma, como em sobreviventes de guerra e vítimas de
abuso sexual infantil.

A popularidade da terapia Sandplay continuou a


crescer nas décadas seguintes, e a técnica é atualmente
praticada em todo o mundo. A terapia Sandplay é
valorizada por sua abordagem não-verbal, simbólica e
não-invasiva, que permite que os pacientes expressem e
trabalhem com questões inconscientes e traumas sem
precisar falar sobre eles diretamente. A terapia Sandplay
também é conhecida por ser uma técnica terapêutica
eficaz em casos de ansiedade, depressão, distúrbios
alimentares, abuso sexual infantil, entre outros.

Em resumo, a terapia Sandplay foi criada por Dora


Kalff na Suíça em meados do século XX, e se expandiu
rapidamente para outras partes do mundo, sendo
atualmente praticada em muitos países. A técnica é
valorizada por sua abordagem não-verbal, simbólica e
não-invasiva, que permite que os pacientes expressem e
trabalhem com questões inconscientes e traumas.

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Algumas de suas frases incluem:

▪ "A imagem é a linguagem da alma".


▪ "O Sandplay é uma forma de acesso direto à
psique".
▪ "O Sandplay é um método maravilhoso de trazer à
tona o inconsciente".
▪ "O Sandplay nos dá a oportunidade de trabalhar
com o desconhecido e o inexplicável".
▪ "O Sandplay é uma forma de ajudar o paciente a
entrar em contato com sua própria sabedoria
interior".
▪ "No Sandplay, a caixa de areia se torna um
microcosmo da vida interior do paciente".
▪ "O processo de Sandplay é um diálogo silencioso
entre o consciente e o inconsciente".
▪ "O Sandplay nos ajuda a acessar os recursos
internos e externos do paciente".
▪ "O Sandplay nos permite trabalhar com símbolos
que são universais e transpessoais".
▪ "O Sandplay é uma jornada de autodescoberta e
transformação".

10
1.2. Fundamentos da técnica, incluindo a
importância dos símbolos, da imaginação e
do inconsciente na Terapia Sandplay.

Os fundamentos da terapia Sandplay estão


enraizados na psicologia analítica de Carl Jung, que
enfatiza a importância dos símbolos, da imaginação e do
inconsciente na psicoterapia. A terapia Sandplay é uma
forma de terapia não-verbal e expressiva, que permite ao
paciente explorar e trabalhar com questões profundas e
inconscientes através do uso de símbolos em miniatura e
da caixa de areia.

Um dos princípios fundamentais da terapia


Sandplay é que os pacientes têm uma necessidade inata
de criar e expressar simbolicamente seus conflitos
internos, traumas e emoções. Através da criação de
cenas na caixa de areia, o paciente pode representar
simbolicamente suas questões internas e trabalhar com
elas de uma maneira segura e não ameaçadora. Os
símbolos em miniatura, como pessoas, animais, objetos e
elementos da natureza, são selecionados e organizados
pelo paciente na caixa de areia para criar uma cena que
representa seus sentimentos e questões internas.

Outro princípio importante da terapia Sandplay é


11
que o terapeuta age como um facilitador, permitindo que o
paciente seja o guia de seu próprio processo de cura. O
terapeuta não interpreta os símbolos, mas ajuda o
paciente a explorar e compreender seu próprio processo
criativo. O terapeuta também ajuda o paciente a se
conectar com seus sentimentos e emoções, encorajando
a auto-reflexão e a autoexploração.

A imaginação é outra parte fundamental da terapia


Sandplay. Ao entrar em um estado de imaginação, o
paciente é capaz de acessar partes do inconsciente que
são difíceis de alcançar de outra forma. A imaginação
também permite que o paciente se afaste do pensamento
lógico e racional, o que pode ser limitante na terapia
tradicional. A caixa de areia oferece um espaço seguro e
protegido para o paciente explorar a imaginação e
trabalhar com suas questões internas.

Em resumo, os fundamentos da terapia Sandplay


incluem a importância dos símbolos, da imaginação e do
inconsciente na psicoterapia. A terapia Sandplay permite
que o paciente trabalhe com questões profundas e
inconscientes de uma maneira não-verbal e expressiva,
através do uso de símbolos em miniatura e da caixa de
areia. A imaginação é um componente crucial da terapia

12
Sandplay, permitindo que o paciente acesse partes do
inconsciente que podem ser difíceis de alcançar de outra
forma.

1.3. Teorias psicológicas que influenciaram o


desenvolvimento da terapia Sandplay

A terapia Sandplay é uma abordagem terapêutica


que se desenvolveu a partir de várias teorias psicológicas
e filosóficas. Duas teorias que tiveram um papel
significativo no desenvolvimento da terapia Sandplay são

13
a psicologia analítica de Carl Jung e a teoria do campo
unificado de David Bohm.

A psicologia analítica de Carl Jung é uma das


principais influências da terapia Sandplay. Jung enfatizou
a importância dos símbolos, do inconsciente e da
individuação na psicoterapia. Ele acreditava que o
inconsciente continha aspectos da personalidade que não
eram conscientes e que esses aspectos precisavam ser
integrados para que a pessoa pudesse alcançar a
totalidade ou a individuação. Jung também enfatizou a
importância da imaginação, do mito e da religião na vida
humana.

Dora Kalff, a criadora da terapia Sandplay, era uma


estudante e seguidora de Carl Jung. Ela desenvolveu a
terapia Sandplay como uma maneira de permitir que as
pessoas trabalhassem com questões inconscientes
através da criação de cenas simbólicas na caixa de areia.
Kalff acreditava que a terapia Sandplay permitia que as
pessoas se conectassem com seu mundo interno de uma
maneira segura e não ameaçadora.

A teoria do campo unificado de David Bohm


também influenciou o desenvolvimento da terapia

14
Sandplay. Bohm foi um físico teórico que propôs uma
nova visão da realidade que incluía a ideia de um "campo
unificado". Segundo Bohm, esse campo conecta todas as
coisas e é a fonte da consciência. Ele também acreditava
que o pensamento não é simplesmente um processo
mental, mas um processo que envolve todo o organismo.

A terapia Sandplay utiliza a ideia do campo


unificado de Bohm como uma metáfora para o processo
de cura. A caixa de areia é vista como um espaço
sagrado ou um campo de energia que contém
informações e insights para a cura do paciente. O
terapeuta ajuda o paciente a se conectar com esse campo
e a explorar o processo criativo que surge na caixa de
areia.

Em resumo, a terapia Sandplay foi influenciada


pela psicologia analítica de Carl Jung e pela teoria do
campo unificado de David Bohm. A ênfase na importância
dos símbolos, do inconsciente, da imaginação e da
individuação da psicologia analítica de Jung, e a ideia do
campo unificado de Bohm como uma metáfora para o
processo de cura, são elementos centrais da terapia
Sandplay.

15
CAPÍTULO 2

Neste capítulo, descreveremos a prática da terapia


Sandplay em detalhes, desde a seleção dos materiais e
miniaturas até o papel do terapeuta e do paciente durante
a sessão. Também discutiremos como a técnica da
terapia Sandplay pode ser adaptada para diferentes faixas
etárias e condições clínicas, incluindo crianças,
adolescentes e adultos. Além disso, exploraremos
algumas das habilidades e competências necessárias
para ser um terapeuta Sandplay eficaz, incluindo a
capacidade de observação, escuta ativa e empatia.

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2.1. Prática da terapia Sandplay em detalhes,
desde a seleção dos materiais e miniaturas
até o papel do terapeuta e do paciente
durante a sessão.

A terapia Sandplay é uma abordagem terapêutica


que utiliza uma caixa de areia, miniaturas e materiais para
criar cenas simbólicas que ajudam o paciente a explorar
questões inconscientes e processar emoções. Aqui está
um resumo dos principais aspectos da prática da terapia
Sandplay:

Seleção dos materiais e miniaturas:

▪ A seleção dos materiais e miniaturas é uma parte


importante da terapia Sandplay, pois eles são
usados para criar cenas simbólicas na caixa de
areia.
▪ Os materiais incluem a caixa de areia, que pode
ser feita de madeira, plástico ou metal, e a areia,
que pode ser de cor branca ou colorida.
▪ As miniaturas são objetos em miniatura, como
animais, pessoas, casas, árvores, carros, etc., que
são colocados na caixa de areia para criar cenas
simbólicas. As miniaturas podem ser selecionadas

17
com base nas necessidades e interesses do
paciente.

PAPEL DO TERAPEUTA:

▪ O terapeuta na terapia Sandplay atua como um


guia para o paciente, ajudando-o a se conectar
com seus sentimentos, processar emoções e
explorar questões inconscientes.
▪ O terapeuta também é responsável por fornecer um
ambiente seguro e acolhedor para o paciente e
ajudá-lo a entender e integrar os insights que
surgem durante a sessão.
▪ Durante a sessão, o terapeuta pode fazer
perguntas para ajudar o paciente a explorar suas
emoções e pensamentos, mas o foco principal é na
experiência do paciente na caixa de areia.

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PAPEL DO PACIENTE:

▪ O paciente é encorajado a escolher miniaturas e


materiais que ressoem com suas emoções e
experiências pessoais.
▪ O paciente é então convidado a criar uma cena
simbólica na caixa de areia, usando as miniaturas e
materiais selecionados.
▪ O paciente é encorajado a explorar a cena
simbólica e a descrever os sentimentos,
pensamentos e imagens que surgem durante o
processo.
▪ O paciente também é incentivado a refletir sobre a
19
cena simbólica e como ela se relaciona com sua
vida pessoal, além de explorar maneiras de integrar
os insights e emoções que surgiram na sessão em
sua vida cotidiana.

PAPEL DO PACIENTE:

▪ As sessões de terapia Sandplay geralmente duram


entre 45 e 60 minutos.
▪ A frequência das sessões varia de acordo com as
necessidades e objetivos do paciente, mas é
comum que a terapia Sandplay seja realizada uma
vez por semana ou a cada duas semanas.

Em resumo, a terapia Sandplay é uma abordagem


terapêutica que utiliza uma caixa de areia, miniaturas e
materiais para criar cenas simbólicas que ajudam o
paciente a explorar questões inconscientes e processar
emoções. O terapeuta atua como um guia para o
paciente, enquanto o paciente é encorajado a escolher
miniaturas e materiais que ressoem com suas emoções e
experiências pessoais e a explorar a cena simbólica que
cria na caixa de areia.

20
2.2. Técnica da terapia Sandplay pode ser
adaptada para diferentes faixas etárias e
condições clínicas, incluindo crianças,
adolescentes e adultos.

Sim, a técnica da terapia Sandplay pode ser


adaptada para diferentes faixas etárias e condições
clínicas. A seguir, apresentamos algumas considerações
específicas para cada faixa etária:

CRIANÇAS:

▪ As crianças geralmente respondem bem à terapia


Sandplay, pois são naturalmente imaginativas e
criativas.

21
▪ É importante selecionar miniaturas e materiais que
sejam apropriados para a idade da criança e que
permitam que ela expresse suas emoções e
pensamentos de maneira lúdica e simbólica.
▪ O terapeuta também pode usar técnicas de jogo e
brincadeira para ajudar a criança a se sentir à
vontade e a se expressar livremente.

ADOLESCENTES:

▪ Os adolescentes podem ser mais resistentes à


terapia, pois estão em uma fase de transição e
podem ser mais autoconscientes.
▪ É importante fornecer um ambiente seguro e

22
acolhedor para o adolescente e permitir que ele
escolha miniaturas e materiais que sejam
relevantes para sua vida e experiências.
▪ O terapeuta também pode ajudar o adolescente a
explorar sua identidade, suas emoções e seu
relacionamento com os outros.

ADULTOS:

▪ A terapia Sandplay pode ser uma abordagem


eficaz para adultos que desejam explorar questões
pessoais e emocionais profundas.
▪ É importante permitir que o adulto escolha
miniaturas e materiais que sejam relevantes para
sua vida e experiências.
▪ O terapeuta também pode ajudar o adulto a
explorar padrões de comportamento, crenças e
traumas que possam estar afetando sua vida.

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Em resumo, a técnica da terapia Sandplay pode ser
adaptada para diferentes faixas etárias e condições
clínicas, desde que sejam feitas as considerações
específicas para cada caso. A terapia Sandplay pode ser
especialmente eficaz para crianças, adolescentes e
adultos que desejam explorar questões emocionais
profundas e processar traumas ou experiências difíceis.

2.3. Explorando algumas das habilidades e


competências necessárias para ser um
terapeuta Sandplay eficaz, incluindo a
capacidade de observação, escuta ativa e
empatia

Ser um terapeuta Sandplay eficaz requer uma


variedade de habilidades e competências importantes.
Algumas delas incluem:

OBSERVAÇÃO:

O terapeuta precisa ter a capacidade de observar


cuidadosamente o paciente durante a sessão de terapia
Sandplay. Isso inclui observar a escolha de miniaturas, a
construção do mundo de areia e os padrões de
comportamento e movimentos corporais do paciente. A

24
observação cuidadosa ajuda o terapeuta a entender
melhor o paciente e a identificar possíveis temas ou
questões a serem explorados na terapia.

ESCUTA ATIVA:

O terapeuta precisa ter a capacidade de ouvir


ativamente o paciente durante a sessão de terapia
Sandplay. Isso significa prestar atenção às palavras que o
paciente usa para descrever suas experiências e
emoções, e estar ciente da linguagem corporal e outras
formas de comunicação não verbal. A escuta ativa ajuda o
terapeuta a entender melhor o mundo interno do paciente
e a orientar a terapia de maneira mais eficaz.

EMPATIA:

O terapeuta precisa ter a capacidade de se colocar


no lugar do paciente e entender suas experiências e
emoções de uma maneira sensível e compassiva. A
empatia permite que o terapeuta crie uma relação
terapêutica positiva e ajude o paciente a se sentir
compreendido e aceito.

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COMUNICAÇÃO CLARA:

O terapeuta precisa ter a capacidade de se


comunicar de forma clara e eficaz com o paciente durante
a sessão de terapia Sandplay. Isso significa ser capaz de
transmitir as informações de maneira clara e
compreensível, além de ser capaz de adaptar sua
comunicação às necessidades e preferências individuais
do paciente.

FLEXIBILIDADE:

O terapeuta precisa ter a capacidade de se adaptar


às necessidades e preferências individuais do paciente e
de ajustar a terapia de acordo com o que é mais eficaz
para cada indivíduo. Isso pode envolver a seleção de
miniaturas e materiais específicos, a utilização de técnicas
de jogo ou brincadeira, ou outras adaptações específicas
para cada paciente.

26
Em resumo, ser um terapeuta Sandplay eficaz
requer habilidades e competências importantes, incluindo
a capacidade de observação, escuta ativa, empatia,
comunicação clara e flexibilidade. O desenvolvimento
dessas habilidades é fundamental para ajudar os
pacientes a explorar suas emoções, processar traumas e
alcançar o crescimento pessoal e emocional.

27
CAPÍTULO 3

Neste capítulo, discutiremos algumas das


aplicações da terapia Sandplay em diferentes contextos
clínicos e terapêuticos. Por exemplo, a técnica da terapia
Sandplay pode ser usada para tratar trauma, ansiedade,
depressão, vícios e outras condições clínicas. Além disso,
também discutiremos como a terapia Sandplay pode ser
usada em contextos não clínicos, como na educação, na
arte e na criatividade.

3.1. Anamnese para atendimento Sandplay

A anamnese é uma etapa essencial no processo


de atendimento em terapia Sandplay. Ela envolve a coleta
de informações detalhadas sobre o paciente, sua história,
preocupações, sintomas e necessidades específicas. A
seguir, apresento alguns itens importantes que podem ser

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abordados durante a anamnese para o atendimento em
Sandplay:

▪ Informações pessoais: Nome, idade, gênero,


estado civil, ocupação, etc.
▪ Motivo da busca pela terapia: Compreender por
que o paciente está buscando ajuda e quais são
suas principais preocupações. História clínica:
Identificar qualquer problema de saúde física ou
mental anterior, histórico de tratamentos anteriores
e resultados.
▪ História familiar: Explorar o contexto familiar do
paciente, relacionamentos significativos, eventos
traumáticos ou desafios que possam estar afetando
sua saúde emocional.
▪ Sintomas atuais: Investigar os sintomas e
problemas específicos que o paciente está
enfrentando, como ansiedade, depressão, trauma,
entre outros.
▪ Experiência com terapia anterior: Descobrir se o
paciente já passou por alguma forma de terapia
anteriormente e quais foram os resultados.
▪ Expectativas e metas terapêuticas: Identificar as
expectativas e objetivos do paciente em relação à

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terapia Sandplay.
▪ História escolar e social: Explorar o ambiente
escolar e social do paciente, incluindo
relacionamentos com colegas, amigos e familiares.
Hobbies e interesses: Conhecer os interesses e
atividades que proporcionam prazer e bem-estar ao
paciente.
▪ Recursos de suporte: Identificar os recursos de
suporte disponíveis para o paciente, como família,
amigos ou grupos de apoio.

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É importante ressaltar que a anamnese deve ser
conduzida de forma empática e respeitosa, criando um
ambiente seguro para que o paciente possa compartilhar
suas experiências e
desafios. O terapeuta
deve adaptar a
anamnese de acordo
com as necessidades
individuais do paciente e
estar atento a quaisquer
sinais de desconforto emocional durante o processo.

3.2. Algumas das aplicações da terapia Sandplay


em diferentes contextos clínicos e terapêuticos

A terapia Sandplay tem sido aplicada com sucesso


em diferentes contextos clínicos e terapêuticos, ajudando
indivíduos de todas as idades a enfrentar desafios
emocionais, traumas e transtornos psicológicos. Algumas
das aplicações da terapia Sandplay incluem:

TERAPIA INFANTIL:

A terapia Sandplay é frequentemente usada com


crianças, pois é uma técnica não verbal que permite que

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as crianças expressem seus sentimentos e emoções de
uma forma segura e criativa. As crianças podem escolher
miniaturas que representam seus medos, preocupações
ou desejos, criando um mundo de areia que reflete suas
emoções internas. A terapia Sandplay é particularmente
eficaz para crianças que têm dificuldade em se comunicar
verbalmente ou que sofreram traumas.

TERAPIA PARA ADOLESCENTES:

A terapia Sandplay pode ser adaptada para atender


às necessidades dos adolescentes, permitindo que eles
expressem seus
conflitos internos e
explorem questões
relacionadas à
identidade,
relacionamentos e
outras questões
típicas da
adolescência. Os
adolescentes podem
usar a terapia Sandplay para explorar seus medos e
preocupações, bem como para encontrar soluções para
seus problemas.

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TERAPIA PARA ADULTOS:

A terapia Sandplay é uma técnica eficaz para


adultos que enfrentam problemas emocionais, incluindo
ansiedade, depressão e traumas. Os adultos podem usar
a terapia Sandplay para explorar suas emoções e
sentimentos de uma forma segura e criativa, bem como
para encontrar soluções para seus problemas.

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TERAPIA DE CASAL E FAMILIAR:

A terapia Sandplay também pode ser adaptada


para terapia de casal e familiar, permitindo que os
membros da família expressem seus sentimentos e
emoções de uma forma não verbal. A terapia Sandplay
pode ajudar a melhorar a comunicação e a compreensão
entre os membros da família, bem como a explorar e
resolver conflitos familiares.

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TERAPIA PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES E
VÍCIOS:

A terapia Sandplay pode ser usada como parte


do tratamento para transtornos alimentares e vícios,
permitindo que os indivíduos expressem suas emoções e
sentimentos associados a esses problemas. A terapia
Sandplay pode ajudar os indivíduos a identificar gatilhos
emocionais e a desenvolver estratégias para lidar com
esses desafios.

35
Em resumo, a terapia Sandplay tem muitas
aplicações em diferentes contextos clínicos e
terapêuticos, ajudando indivíduos a expressar suas
emoções e sentimentos de uma forma segura e criativa,
além de ajudá-los a encontrar soluções para seus
problemas. A terapia Sandplay é particularmente eficaz
para crianças, adolescentes e adultos que têm dificuldade
em se comunicar verbalmente ou que sofreram traumas.

3.3. Técnica da terapia Sandplay pode ser usada


para tratar trauma, ansiedade, depressão, vícios
e outras condições clínicas.

Sim, a técnica da terapia Sandplay pode ser usada


para tratar várias condições clínicas, incluindo trauma,
ansiedade, depressão, vícios e outros problemas
emocionais e psicológicos. A seguir, descrevemos como a
terapia Sandplay pode ser aplicada para tratar essas
condições:

TRAUMA:

A terapia Sandplay pode ajudar as pessoas a lidar

36
com o trauma ao permitir que elas expressem suas
emoções de forma não verbal. A pessoa pode escolher
miniaturas que representam suas emoções e criar um
mundo de areia que reflita suas experiências internas. A
terapia Sandplay pode ajudar a processar as emoções
associadas ao trauma e a encontrar maneiras de lidar
com essas emoções.

ANSIEDADE:

A terapia Sandplay pode ajudar as pessoas com


ansiedade a reduzir a ansiedade e a encontrar maneiras
de lidar com ela. A pessoa pode criar um mundo de areia
que reflita suas preocupações e medos e, ao fazer isso,
pode ajudar a reduzir a ansiedade. A terapia Sandplay
também pode ajudar a pessoa a identificar gatilhos de
ansiedade e a desenvolver estratégias para lidar com
eles.

DEPRESSÃO:

A terapia Sandplay pode ser usada para ajudar as


pessoas com depressão a expressar suas emoções e
sentimentos. A pessoa pode usar miniaturas para
representar suas emoções e criar um mundo de areia que
reflita sua experiência interna. A terapia Sandplay pode

37
ajudar a pessoa a encontrar maneiras de lidar com os
sentimentos de tristeza e desesperança associados à
depressão.

VÍCIOS:

A terapia Sandplay pode ser usada para ajudar as


pessoas com vícios a expressar suas emoções e a
encontrar maneiras de lidar com os gatilhos emocionais
que levam ao vício. A pessoa pode usar miniaturas para
representar seus desejos e emoções e criar um mundo de
areia que reflita sua experiência interna. A terapia
Sandplay pode ajudar a pessoa a identificar gatilhos
emocionais e a desenvolver estratégias para lidar com
eles.

Em resumo, a terapia Sandplay pode ser usada


para tratar várias condições clínicas, incluindo trauma,
ansiedade, depressão e vícios, permitindo que as
pessoas expressem suas emoções e sentimentos de uma
forma não verbal e criativa, além de ajudá-las a encontrar
soluções para seus problemas. A terapia Sandplay é
particularmente eficaz para pessoas que têm dificuldade
em se comunicar verbalmente ou que sofreram traumas.

38
3.4. Terapia Sandplay pode ser usada em contextos
não clínicos, como na educação, na arte e na
criatividade

Sim, a terapia Sandplay pode ser aplicada em


contextos não clínicos para fins educacionais, artísticos e
criativos. A técnica da terapia Sandplay envolve o uso de
miniaturas e da caixa de areia para criar um mundo
simbólico que pode ajudar a pessoa a expressar suas
emoções, explorar suas experiências internas e buscar
soluções para seus problemas. Essa abordagem pode ser
aplicada em diferentes contextos, incluindo:

EDUCAÇÃO:

A terapia Sandplay pode ser usada em contextos


educacionais para ajudar as crianças a desenvolver
habilidades sociais e emocionais, como a comunicação, a
empatia e a resolução de conflitos. Os alunos podem criar
mundos simbólicos usando miniaturas e a caixa de areia,
explorando ideias e questões importantes em suas vidas,
como a amizade, a família, a escola e a comunidade.

39
ARTE:

A terapia Sandplay pode ser usada como uma


forma de arte terapêutica, permitindo que a pessoa
explore e expresse suas emoções de forma criativa e
simbólica. A pessoa pode usar a caixa de areia e as
miniaturas para criar um mundo simbólico que reflita suas
emoções e experiências internas, criando uma peça de
arte terapêutica que pode ser vista como uma expressão
única de sua personalidade e identidade.

CRIATIVIDADE:

A terapia Sandplay pode ser usada para ajudar a


pessoa a estimular sua criatividade e imaginação, criando
mundos simbólicos que refletem suas aspirações, desejos
e sonhos. A pessoa pode usar a caixa de areia e as
miniaturas para criar uma história ou uma narrativa que
reflita suas emoções e experiências internas, estimulando
sua imaginação e sua criatividade.

Em resumo, a terapia Sandplay pode ser aplicada


em contextos não clínicos para fins educacionais,
artísticos e criativos, permitindo que a pessoa explore e
expresse suas emoções e experiências internas de forma
40
simbólica e criativa.

A técnica da terapia Sandplay pode ser usada para


desenvolver habilidades sociais e emocionais, estimular a
criatividade e a imaginação e ajudar a pessoa a encontrar
soluções para seus problemas.

41
CAPÍTULO 4

Neste capítulo, discutiremos algumas das críticas e


desafios associados à terapia Sandplay. Por exemplo,
alguns críticos argumentam que a técnica é muito
subjetiva e não possui evidência empírica suficiente para
apoiá-la. Além disso, a terapia Sandplay também pode
apresentar desafios para os terapeutas, incluindo a
gestão da transferência e contratransferência e a
manutenção de limites claros.

4.1. Críticas e desafios associados à terapia


Sandplay

Como qualquer abordagem terapêutica, a terapia


Sandplay também enfrenta críticas e desafios. Algumas
das críticas e desafios associados à terapia Sandplay
incluem:

42
Falta de pesquisa empírica: Embora haja muitos
relatos de casos que indicam a eficácia da terapia
Sandplay, ainda há uma falta de pesquisa empírica para
apoiar sua eficácia. Isso pode tornar mais difícil para
alguns profissionais de saúde mental considerá-la como
uma opção de tratamento válida.

Embora a pesquisa empírica sobre a terapia


Sandplay ainda seja limitada, há alguns estudos que
indicam sua eficácia. Aqui estão alguns exemplos:

▪ Em um estudo de 2018 publicado no Journal of


Counseling Psychology, os pesquisadores
descobriram que a terapia Sandplay foi eficaz no
tratamento de sintomas de ansiedade e depressão
em pacientes que haviam sofrido abuso sexual na
infância.
▪ Um estudo de 2016 publicado no International
Journal of Play Therapy descobriu que a terapia
Sandplay foi eficaz no tratamento de sintomas de
trauma em crianças que haviam sofrido abuso
físico e emocional.
▪ Em um estudo de 2015 publicado no International
Journal of Play Therapy, os pesquisadores

43
descobriram que a terapia Sandplay foi eficaz no
tratamento de sintomas de ansiedade e depressão
em adolescentes.
▪ Um estudo de 2014 publicado no Journal of
Creativity in Mental Health descobriu que a terapia
Sandplay foi eficaz no tratamento de sintomas de
ansiedade e depressão em adultos.
▪ Em um estudo de 2012 publicado no Journal of
Child and Family Studies, os pesquisadores
descobriram que a terapia Sandplay foi eficaz no
tratamento de sintomas de ansiedade e depressão
em crianças com transtorno do espectro autista.

Embora esses estudos indiquem que a terapia


Sandplay pode ser uma abordagem eficaz para o
tratamento de uma variedade de condições clínicas, ainda
há uma necessidade de pesquisa mais abrangente para
avaliar sua eficácia em diferentes contextos e populações.

▪ Exigência de espaço e recursos: A terapia


Sandplay requer espaço e recursos significativos,
incluindo a disponibilidade de uma sala privada e
uma grande quantidade de miniaturas e caixas de
areia. Isso pode ser um desafio em algumas
clínicas e consultórios que têm recursos limitados.

44
▪ Dificuldade em trabalhar com pacientes que têm
limitações físicas: A terapia Sandplay pode ser
desafiadora para pacientes que têm limitações
físicas que dificultam a manipulação de miniaturas
ou deitar-se em uma caixa de areia.
▪ Necessidade de treinamento especializado: Para
ser um terapeuta Sandplay eficaz, é necessário
treinamento especializado e experiência prática.
Isso pode ser um desafio para alguns profissionais
de saúde mental que não têm acesso a esse tipo
de treinamento ou experiência.
▪ Exposição a questões emocionais difíceis: Como
acontece com todas as abordagens terapêuticas, a
terapia Sandplay pode expor o paciente a emoções
difíceis e desafios pessoais que podem ser difíceis
de enfrentar. Isso pode ser particularmente
verdadeiro em casos de trauma ou outras
condições clínicas graves.

Em resumo, a terapia Sandplay enfrenta críticas e


desafios associados à falta de pesquisa empírica,
exigência de espaço e recursos, dificuldade em trabalhar
com pacientes que têm limitações físicas, necessidade de
treinamento especializado e exposição a questões

45
emocionais difíceis. No entanto, com a orientação e
treinamento adequados, a terapia Sandplay pode ser uma
abordagem valiosa para ajudar os pacientes a explorar e
compreender suas emoções e experiências internas.

4.2. Críticos argumentam que a técnica é muito


subjetiva e não possui evidência empírica
suficiente para apoiá-la.

De fato, a terapia Sandplay tem sido criticada por


ser uma técnica muito subjetiva e não ter evidências
empíricas suficientes para apoiá-la. Algumas críticas
comuns incluem:

▪ Falta de evidências empíricas: A terapia Sandplay


é frequentemente criticada por não ter evidências
empíricas suficientes para apoiar sua eficácia.
Apesar de alguns estudos mostrarem resultados
positivos, há poucos estudos controlados e
randomizados que tenham sido conduzidos sobre a
eficácia da técnica.
▪ Subjetividade: Outra crítica comum é que a terapia
Sandplay é muito subjetiva e depende muito da
interpretação do terapeuta. Isso pode levar a
diferentes interpretações dos mesmos símbolos por

46
diferentes terapeutas, o que pode levar a
resultados diferentes.
▪ Falta de padronização: A terapia Sandplay não é
padronizada e pode variar muito de terapeuta para
terapeuta. Isso pode levar a inconsistências na
prática e na avaliação dos resultados.
▪ Limitações em pacientes com deficiências
cognitivas: A técnica Sandplay pode ser limitada
em pacientes com deficiências cognitivas, pois eles
podem ter dificuldade em compreender o processo
e selecionar miniaturas apropriadas.

Embora essas críticas sejam válidas, é importante


notar que a terapia Sandplay tem sido amplamente
utilizada e valorizada por muitos terapeutas e pacientes
em todo o mundo. Além disso, a subjetividade e a falta de
padronização podem ser vistas como aspectos positivos,
pois permitem que a técnica seja adaptada às
necessidades individuais do paciente. No entanto, é
importante continuar a conduzir pesquisas empíricas para
avaliar a eficácia da técnica e entender melhor como ela
pode ser usada em diferentes contextos clínicos e
terapêuticos.

47
4.3. Terapia Sandplay também pode apresentar
desafios para os terapeutas, incluindo a gestão
da transferência e contratransferência e a
manutenção de limites claros.

Sim, como em qualquer abordagem terapêutica, a


terapia Sandplay pode apresentar desafios para os
terapeutas. Alguns desses desafios incluem:

▪ Transferência e contratransferência: A terapia


Sandplay pode evocar fortes emoções nos
pacientes, o que pode levar a transferência e
contratransferência intensas entre o paciente e o
terapeuta. É importante que o terapeuta esteja
ciente dessas dinâmicas e saiba como gerenciá-las
de forma adequada para evitar que elas afetem
negativamente o processo terapêutico.
▪ Manutenção de limites claros: Como a terapia
Sandplay pode ser muito subjetiva e depende muito
da interpretação do terapeuta, pode ser desafiador
manter limites claros entre o paciente e o
terapeuta. É importante que o terapeuta estabeleça
limites claros desde o início do processo
terapêutico e trabalhe para mantê-los ao longo do

48
tratamento.
▪ Cuidado com a exposição do paciente: A terapia
Sandplay pode envolver a exposição de emoções e
experiências profundas e dolorosas. É importante
que o terapeuta esteja ciente da vulnerabilidade do
paciente e trabalhe para garantir que o processo
terapêutico seja conduzido de forma segura e com
cuidado.
▪ Necessidade de formação adequada: A terapia
Sandplay é uma abordagem terapêutica complexa
que exige uma formação adequada do terapeuta. É
importante que os terapeutas sejam treinados e
certificados em terapia Sandplay para garantir que
possam aplicar a técnica de forma segura e eficaz.

Embora esses desafios possam ser significativos,


eles podem ser gerenciados com a formação adequada e
a prática terapêutica consciente. Quando utilizada de
forma adequada e com cuidado, a terapia Sandplay pode
ser uma abordagem terapêutica valiosa e eficaz para uma
variedade de condições clínicas.

49
CAPÍTULO 5

Neste capítulo, exploraremos algumas das teorias


psicológicas, que sustentam a terapia Sandplay, incluindo
a psicologia analítica de Carl Jung, a teoria do campo
unificado de David Bohm e a teoria dos sistemas
dinâmicos de Esther Thelen e Linda Smith. Também
discutiremos como essas teorias se relacionam com os
fundamentos e prática da terapia Sandplay, incluindo a
importância dos símbolos, da imaginação e do
inconsciente na terapia.

50
5.1. Algumas das teorias psicológicas, que
sustentam a terapia Sandplay, incluindo a
psicologia analítica de Carl Jung, a teoria do
campo unificado de David Bohm e a teoria dos
sistemas dinâmicos de Esther Thelen e Linda
Smith.

A terapia Sandplay é baseada em uma variedade


de teorias psicológicas que ajudam a sustentar a eficácia
da técnica. Algumas dessas teorias incluem:

▪ Psicologia Analítica de Carl Jung: A terapia


Sandplay foi inicialmente desenvolvida por Dora
Kalff, que era uma estudante de Carl Jung. A
terapia Sandplay é baseada em muitos dos
conceitos da psicologia analítica de Jung, incluindo
o inconsciente coletivo, a importância dos símbolos
e arquétipos e o processo de individuação. Jung
acreditava que a psique humana é composta de
várias camadas, incluindo o ego, o inconsciente
pessoal e o inconsciente coletivo. A terapia
Sandplay ajuda os pacientes a acessar e integrar
conteúdos do inconsciente por meio da criação de

51
cenários na caixa de areia. A terapia Sandplay é
profundamente enraizada nos princípios da
psicologia analítica de Carl Jung. Jung enfatizou a
existência do inconsciente coletivo, um reservatório
de imagens e padrões universais compartilhados
pela humanidade. Ele viu os símbolos como a
linguagem do inconsciente, carregados de
significado e representando arquétipos universais.
Na terapia Sandplay, os pacientes são convidados
a criar cenas e imagens simbólicas usando
miniaturas na caixa de areia. Esses símbolos
atuam como veículos para a expressão dos
conteúdos do inconsciente, permitindo a
exploração e integração de questões emocionais e
psicológicas.
▪ Teoria do campo unificado de David Bohm: David
Bohm era um físico teórico que desenvolveu a
teoria do campo unificado, que sugere que tudo no
universo está interconectado em um campo
unificado de energia. A terapia Sandplay ajuda os
pacientes a acessar essa conexão através da
criação de um mundo em miniatura na caixa de
areia.A terapia Sandplay também incorpora a teoria
do campo unificado de David Bohm, que sugere

52
que tudo no universo está interconectado em um
campo de energia. Na prática da terapia Sandplay,
a caixa de areia e as miniaturas se tornam um
espaço sagrado e simbólico, onde o terapeuta e o
paciente estão em sintonia com o campo
compartilhado de energia. A imaginação e a
criação na caixa de areia permitem que o paciente
acesse insights e informações que estão além do
nível consciente, aproveitando a conexão com o
campo unificado.
▪ Teoria dos sistemas dinâmicos de Esther Thelen e
Linda Smith: A terapia Sandplay é baseada em
muitos dos conceitos da teoria dos sistemas
dinâmicos, que sugere que o comportamento
humano é complexo e dinâmico. A terapia
Sandplay permite que os pacientes explorem
diferentes possibilidades e cenários na caixa de
areia, o que ajuda a expandir sua compreensão do
mundo e a aumentar sua flexibilidade cognitiva e
emocional.A terapia Sandplay adota a perspectiva
dos sistemas dinâmicos, que considera o
comportamento humano como complexo e
influenciado por interações dinâmicas entre
diferentes elementos. Na prática da terapia

53
Sandplay, a caixa de areia se torna um
microcosmo, onde os pacientes podem explorar e
experimentar diferentes possibilidades. Através da
livre expressão e da manipulação dos símbolos na
caixa de areia, eles podem acessar sua imaginação
e criar narrativas simbólicas que refletem suas
experiências internas e externas. Isso permite uma
maior compreensão do self, promove a criatividade
e facilita a adaptação a mudanças e desafios.

Essas teorias ajudam a sustentar a eficácia da


terapia Sandplay, permitindo que os pacientes acessem e
integrem conteúdos do inconsciente, experimentem uma
conexão mais profunda com o mundo e aumentem sua
flexibilidade cognitiva e emocional.

As teorias psicológicas mencionadas - a psicologia


analítica de Carl Jung, a teoria do campo unificado de
David Bohm e a teoria dos sistemas dinâmicos de Esther
Thelen e Linda Smith - se relacionam diretamente com os
fundamentos e prática da terapia Sandplay, destacando a
importância dos símbolos, da imaginação e do
inconsciente. Vamos explorar essa relação em mais
detalhes.

54
Em resumo, as teorias psicológicas subjacentes à
terapia Sandplay - psicologia analítica, teoria do campo
unificado e teoria dos sistemas dinâmicos - fornecem uma
base conceitual para entender a importância dos
símbolos, da imaginação e do inconsciente na prática da
terapia. Esses elementos desempenham um papel
fundamental na expressão, exploração e integração de
conteúdos psicológicos, permitindo que os pacientes
acessem uma maior compreensão de si mesmos e
promovam o crescimento psicológico.

5.2. Tipo e medidas para caixa Sandplay

A caixa de areia utilizada na terapia Sandplay é um


componente fundamental da abordagem. Ela proporciona
um espaço seguro e delimitado para que o paciente possa
criar seu mundo simbólico. Existem diferentes tipos e
medidas de caixas de areia que podem ser usadas, mas
geralmente seguem algumas características comuns.

No entanto, considerando os princípios gerais da


terapia Sandplay, é recomendado que a caixa seja grande
o suficiente para permitir uma exploração livre e ampla
com as mãos e miniaturas, mas também que seja de

55
tamanho adequado para que o paciente se sinta envolvido
e seguro.

Em termos de tipo de caixa, é comum utilizar uma


caixa retangular ou quadrada, feita de material resistente,
como madeira ou plástico. As bordas elevadas são
importantes para evitar que a areia se espalhe para fora
da caixa durante a sessão terapêutica.

• TIPO:

A caixa de areia utilizada na terapia Sandplay pode


ser feita de madeira, plástico resistente ou outro material
durável.

Ela deve ter bordas elevadas para evitar que a


areia se espalhe para fora da caixa durante o processo
terapêutico. A caixa pode ser retangular ou quadrada,
dependendo da preferência do terapeuta e das
necessidades do paciente.

• MEDIDAS:

As medidas da caixa de areia podem variar, mas


geralmente ela tem uma profundidade de cerca de 5 a 10
centímetros.

56
O tamanho da caixa pode variar de acordo com a
faixa etária do paciente e a disponibilidade de espaço.
Alguns terapeutas optam por caixas menores para
crianças e adolescentes, enquanto outros preferem caixas
maiores para adultos.

É importante lembrar que as medidas exatas da


caixa de areia podem variar de acordo com as
preferências individuais do terapeuta e as necessidades
do paciente. O objetivo é criar um espaço adequado e
confortável para que o paciente possa se engajar
plenamente na terapia Sandplay.

A terapia Sandplay é uma abordagem terapêutica


flexível e adaptável, e as escolhas relacionadas ao tipo e
medidas da caixa de areia podem variar de acordo com
as preferências do terapeuta, as necessidades do
paciente e as condições do ambiente terapêutico. A
ênfase está em criar um espaço adequado para que o
paciente possa se expressar e explorar seu mundo
interno de forma segura e autêntica.

57
CAPÍTULO 6

Neste capítulo, apresentaremos exemplos de casos


para ilustrar como a terapia Sandplay pode ser aplicada
na prática clínica. Isso incluirá exemplos de casos com
crianças, adolescentes e adultos, bem como casos em
que a terapia Sandplay foi usada para tratar diferentes
condições clínicas. Também discutiremos algumas das
decisões e desafios que os terapeutas enfrentam durante
o processo terapêutico.

6.1. Casos para ilustrar como a terapia Sandplay


pode ser aplicada na prática clínica. Isso
incluirá exemplos de casos com crianças,
adolescentes e adultos, bem como casos em
que a terapia Sandplay foi usada para tratar
diferentes condições clínicas.

58
Claro, aqui estão alguns exemplos de casos que
ilustram como a terapia Sandplay pode ser aplicada na
prática clínica:

▪ Criança com trauma: Uma menina de 8 anos que


sofreu abuso sexual foi encaminhada para terapia
Sandplay. Durante a sessão, ela criou uma cena na
caixa de areia com figuras de princesas e um
príncipe lutando contra um monstro. Ela explicou
que o príncipe representava ela mesma e as
princesas eram suas amigas que a apoiaram. O
monstro representava o abusador. A terapeuta
trabalhou com a menina para explorar seus
sentimentos em relação ao abuso e ajudou-a a
encontrar recursos internos para lidar com a
situação.
▪ Adolescente com ansiedade: Um jovem de 16 anos
foi encaminhado para terapia Sandplay devido a
ansiedade e medo excessivos. Durante as
sessões, ele criou uma cena na caixa de areia com
figuras de animais e plantas. A terapeuta ajudou-o
a explorar o significado simbólico dessas figuras e
a conectá-las com suas preocupações e medos
internos. Com o tempo, ele foi capaz de identificar

59
e trabalhar com as causas subjacentes de sua
ansiedade e desenvolver habilidades para lidar
com ela de forma mais eficaz.
▪ Adulto com depressão: Uma mulher de 40 anos
que sofria de depressão foi encaminhada para
terapia Sandplay. Durante as sessões, ela criou
cenas na caixa de areia com figuras de pássaros e
flores. A terapeuta ajudou-a a explorar o significado
simbólico dessas figuras e a trabalhar com suas
emoções e pensamentos negativos. Com o tempo,
ela foi capaz de encontrar um senso de significado
e propósito em sua vida e desenvolver uma atitude
mais positiva em relação a si mesma e ao mundo.

Esses são apenas alguns exemplos de casos que


ilustram como a terapia Sandplay pode ser aplicada na
prática clínica. É importante notar que cada caso é único
e que a terapia Sandplay é adaptada às necessidades e
objetivos específicos de cada paciente.

6.2. Algumas das decisões e desafios que os


terapeutas enfrentam durante o processo
terapêutico.

Durante o processo terapêutico com a terapia

60
Sandplay, os terapeutas enfrentam vários desafios e
precisam tomar decisões importantes para ajudar seus
pacientes. Alguns desses desafios incluem:

SELEÇÃO DE MATERIAIS E MINIATURAS:

Os terapeutas precisam escolher cuidadosamente


as miniaturas e os materiais para criar um ambiente
terapêutico seguro e acolhedor. É importante garantir que
os pacientes tenham acesso a uma ampla variedade de
materiais que lhes permitam expressar livremente seus
sentimentos e emoções.

61
QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM
TERAPIA DE ABUSO INFANTIL?

A seleção de miniaturas usadas em sandplay em


terapia de abuso infantil pode variar de acordo com as
necessidades e interesses específicos da criança.

No entanto, algumas miniaturas comuns usadas


em casos de abuso infantil incluem figuras que
representam famílias, animais, objetos que representam
segurança (como abrigos, tendas, cercas), figuras que
representam o abusador ou a vítima (por exemplo,
policiais, super-heróis ou personagens feridos) e figuras
que representam sentimentos ou emoções (por exemplo,
tristeza, medo ou raiva).

É importante lembrar que a seleção de miniaturas


deve ser adaptada às necessidades e preferências
individuais da criança e que o terapeuta deve estar
preparado para oferecer um ambiente seguro e
confidencial para a exploração do material de sandplay.

62
QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM
TERAPIA DE ADOLESCENTES?

Assim como na terapia com crianças, as miniaturas


usadas em sandplay com adolescentes podem variar
dependendo das necessidades individuais do paciente.
No entanto, algumas miniaturas comuns que podem ser
úteis em sessões de terapia com adolescentes incluem:

▪ Figuras humanas: as figuras humanas em


miniatura podem ajudar os adolescentes a
expressar emoções e sentimentos relacionados à
sua identidade e interações sociais.
▪ Animais: as miniaturas de animais podem ajudar os
adolescentes a expressar emoções e sentimentos
relacionados à sua relação com o mundo natural e
sua percepção de si mesmos como animais
sociais.
▪ Objetos relacionados a hobbies ou interesses:
miniaturas relacionadas aos hobbies ou interesses
dos adolescentes podem ajudá-los a expressar
seus gostos e desgostos, bem como aspectos de
sua personalidade e identidade.
▪ Miniaturas de fantasia ou ficção científica:
miniaturas relacionadas a elementos de fantasia ou

63
ficção científica podem ajudar os adolescentes a
explorar a imaginação e a criatividade, bem como
questões relacionadas à identidade e auto
expressão.

É importante lembrar que a escolha das miniaturas


deve sempre ser guiada pela necessidade do paciente e
pelo objetivo terapêutico específico.

QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM


TERAPIA DE ADULTOS?

Na terapia Sandplay, os adultos podem escolher


qualquer miniatura disponível para construir sua cena ou
mundo de areia. No entanto, algumas miniaturas comuns
usadas em Sandplay com adultos incluem:

▪ Figuras humanas: Essas miniaturas incluem


homens, mulheres e crianças em várias poses e
emoções.
▪ Animais: Animais são frequentemente usados em
Sandplay para representar características
pessoais, como força, liberdade ou medo.
Elementos naturais: Árvores, plantas, rochas,
montanhas e corpos de água são frequentemente
usados para criar um senso de natureza e conexão

64
com o mundo ao redor.
▪ Objetos domésticos: Objetos domésticos, como
móveis, utensílios de cozinha e roupas, podem ser
usados para representar relacionamentos e papéis
familiares.
▪ Fantasia: Miniaturas de criaturas míticas, como
dragões, fadas e unicórnios, podem ser usadas
para representar o mundo interior do indivíduo e
suas fantasias pessoais.

No geral, a escolha de miniaturas depende das


necessidades e preferências individuais do paciente e do
terapeuta.

QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM


TERAPIA DE CASAIS?

Em terapia de casais, o uso de miniaturas em


sandplay pode ser útil para facilitar a comunicação e a
expressão dos sentimentos dos parceiros. Algumas
miniaturas que podem ser usadas incluem:

▪ Figuras de casais: miniaturas que representam


casais podem ser úteis para que os parceiros
possam escolher uma figura que se assemelhe a
eles mesmos e ao seu parceiro, ou escolher figuras

65
que representem casais que eles admiram ou
gostariam de ser.
▪ Figuras de família: miniaturas que representam
membros da família, como pais, filhos, avós e
irmãos, podem ser usadas para representar
relacionamentos familiares e dinâmicas.
▪ Figuras de animais: miniaturas de animais podem
ser usadas para representar características de
personalidade ou comportamento que os parceiros
desejam expressar. Por exemplo, um parceiro pode
escolher uma miniatura de um leão para
representar sua força ou coragem.
▪ Figuras de objetos domésticos: miniaturas de
objetos domésticos, como mesas, cadeiras, sofás e
camas, podem ser usadas para representar o
ambiente doméstico e a vida cotidiana dos
parceiros.
▪ Figuras de emoções: miniaturas de emoções, como
raiva, tristeza e felicidade, podem ser úteis para
que os parceiros possam expressar seus
sentimentos de uma forma mais simbólica.

É importante lembrar que as miniaturas usadas em


sandplay em terapia de casais podem variar de acordo

66
com as necessidades e preferências dos clientes e do
terapeuta.

QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM


TERAPIA DE FAMÍLIA?

Na terapia de família com a técnica de sandplay, as


miniaturas podem ser selecionadas de acordo com o tema
da sessão ou a demanda da família. Algumas miniaturas
comuns incluem figuras de membros da família, animais
de estimação, casas, veículos, árvores, plantas, móveis e
objetos de uso cotidiano. Também podem ser incluídas
miniaturas relacionadas a atividades que a família realiza
junta, como brinquedos de jogos de tabuleiro,
instrumentos musicais, entre outros. O terapeuta pode
orientar os membros da família a escolherem as
67
miniaturas que mais se conectam com eles e com a
dinâmica familiar em cada sessão.

QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM


TERAPIA DE DEPRESSÃO?

Não há uma lista específica de miniaturas usadas


exclusivamente em sandplay para a terapia de depressão.
No entanto, a seleção de miniaturas pode ser baseada
nas necessidades e interesses individuais do paciente,
assim como em seus temas recorrentes na terapia.
Alguns terapeutas podem escolher miniaturas que
simbolizam a tristeza, o isolamento e a dor, enquanto
outros podem optar por miniaturas que representam a
esperança, a renovação e a resiliência. Alguns exemplos
de miniaturas que podem ser usadas na terapia de
depressão incluem figuras humanas em posições de
tristeza, miniaturas de animais com expressões tristes,
miniaturas de flores murchas e miniaturas que simbolizam
o autocuidado e a autoestima. No entanto, é importante
lembrar que a escolha das miniaturas deve ser feita em
conjunto com o paciente e baseada em suas
necessidades individuais.

68
QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM
TERAPIA DE ANSIEDADE?

Não há uma lista específica de miniaturas usadas


em terapia de ansiedade com sandplay, uma vez que a
escolha das miniaturas pode variar de acordo com a
abordagem terapêutica, o objetivo da terapia e as
preferências do terapeuta e do paciente. No entanto,
algumas miniaturas comuns que podem ser utilizadas em
terapia de ansiedade incluem figuras que representam
força, segurança, coragem, tranquilidade, bem como
imagens que representem situações ou emoções que
ativam a ansiedade do paciente, para que o paciente
possa trabalhar com elas em um contexto seguro e
controlado. O terapeuta pode ajudar o paciente a explorar
a relação entre as miniaturas e as emoções, pensamentos
e comportamentos relacionados à ansiedade, bem como
desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade de
forma mais adaptativa.

69
QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM
TERAPIA DE LUTO?

Na terapia de luto com sandplay, podem ser


usadas miniaturas que representam a pessoa falecida,
como fotos ou objetos pessoais que tenham significado
para o paciente. Além disso, podem ser usadas

miniaturas que representam sentimentos de perda, como


figuras de anjos, lápides, caixões ou corações partidos.
Outras miniaturas que representam sentimentos de
esperança, como figuras de borboletas ou arco-íris,
também podem ser úteis na terapia de luto.

70
O terapeuta deve permitir que o paciente escolha
as miniaturas que melhor representam sua experiência e
emoções em relação à perda.

ALGUMAS MINIATURAS COMUNS USADAS EM


SANDPLAY EM TERAPIA DO LUTO INCLUEM:

▪ Figuras humanas em diferentes poses e


expressões emocionais para representar a pessoa
que faleceu e os sentimentos associados à perda.
▪ Animais para representar a natureza ou a relação
do indivíduo com o falecido.
▪ Objetos que pertenceram à pessoa falecida, como
uma peça de roupa, uma jóia ou um objeto pessoal,
para representar a presença ou a ausência do
falecido.
▪ Elementos naturais, como pedras, conchas ou
flores, para representar a natureza cíclica da vida e
da morte. Miniaturas que representam a morte ou a
vida após a morte, como anjos, borboletas ou
outras figuras simbólicas.

É importante lembrar que a seleção de miniaturas


pode variar dependendo das necessidades individuais do
cliente e do processo terapêutico em andamento.

71
QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM
TERAPIA DE SUICÍDIO?

Não há um conjunto específico de miniaturas


usadas exclusivamente em terapia de suicídio com a
técnica Sandplay. No entanto, pode ser útil incluir
miniaturas relacionadas a temas como desesperança,
isolamento, medo, dor emocional e morte, a fim de
explorar os sentimentos do paciente em relação ao
suicídio e ajudar na compreensão dos fatores que levam a
esses pensamentos.

Além disso, o terapeuta pode usar miniaturas que


representam recursos internos do paciente, como
resiliência, força e esperança, para ajudá-lo a lidar com a
dor emocional e buscar novos caminhos para a
recuperação. É importante lembrar que a terapia de
suicídio requer um nível avançado de habilidades e
competências clínicas, e que o uso da técnica Sandplay
deve ser integrado a outras abordagens terapêuticas
adequadas e à supervisão clínica adequada.

É importante notar que a terapia Sandplay não é


considerada uma intervenção específica para o

72
tratamento do suicídio, mas pode ser usada como parte
de um tratamento mais amplo para ajudar os pacientes a
explorar seus sentimentos e emoções relacionados ao
suicídio. Algumas miniaturas que podem ser usadas na
terapia Sandplay com pacientes que apresentam ideação
suicida incluem:

▪ Miniaturas que representam a vida, como figuras


humanas, árvores e animais, podem ajudar o
paciente a se conectar com a importância da vida e
das relações significativas.
▪ Miniaturas que representam a morte, como
esqueletos e túmulos, podem ajudar o paciente a
explorar seus sentimentos sobre a morte e a perda.
▪ Miniaturas que representam a esperança, como
figuras de anjos ou imagens do nascer do sol,
podem ajudar o paciente a encontrar esperança e
significado em suas experiências.
▪ Miniaturas que representam a conexão com outras
pessoas, como figuras humanas em posições de
abraço ou figuras em grupos, podem ajudar o
paciente a explorar seus relacionamentos e apoio
social.

É importante lembrar que o uso de miniaturas

73
específicas em sessões de terapia Sandplay deve ser
determinado caso a caso, de acordo com as
necessidades individuais do paciente e os objetivos do
tratamento. O terapeuta também deve avaliar a segurança
e estabilidade do paciente antes de usar técnicas de
terapia Sandplay em sessões de tratamento.

QUAIS MINIATURAS USADAS EM SANDPLAY EM


TERAPIA DE TDAH-TRANSTORNO DO DÉFICIT DE
ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE?

A terapia Sandplay pode ser útil para pessoas com


TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade), pois permite que o indivíduo se envolva
em um processo de auto expressão não verbal e auto
exploração. As miniaturas usadas podem variar
dependendo das necessidades e interesses específicos
do paciente, mas podem incluir figuras de pessoas,
animais, veículos, ferramentas e elementos naturais,
como árvores, montanhas e rios.

A escolha das miniaturas é geralmente baseada


nas associações do paciente com os símbolos e no
significado que eles atribuem a eles.

74
A UTILIZAÇÃO DA TERAPIA DO SANDPLAY NO
TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM TOC-
TRANSTORNO OBSESSIVO- COMPULSIVO:

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um


transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos
obsessivos e comportamentos compulsivos. Embora a
terapia do sandplay não seja uma abordagem terapêutica
específica para o TOC, ela pode ser usada como uma
técnica complementar em um tratamento multidisciplinar.

Na terapia do sandplay, as crianças podem criar


cenas em miniatura que representam seus pensamentos
e emoções. Para crianças com TOC, isso pode ser
especialmente útil, pois muitas vezes têm dificuldade em
expressar seus pensamentos e sentimentos de forma
verbal. Ao criar cenas em miniatura, as crianças podem
externalizar suas emoções e pensamentos de uma forma
não ameaçadora e segura.

Os terapeutas podem usar miniaturas específicas


que representem os medos e obsessões das crianças
com TOC, como miniaturas de germes, sujeira ou objetos
simétricos. Ao criar cenas com essas miniaturas, as

75
crianças podem processar seus medos e obsessões e
trabalhar em estratégias de enfrentamento saudáveis.

No entanto, é importante ressaltar que a terapia do


sandplay não deve ser usada como uma abordagem
única para o tratamento do TOC. Em vez disso, deve ser
utilizada em conjunto com outras terapias, como a terapia
cognitivo-comportamental (TCC) e a medicação, se
necessário. É importante que os terapeutas que desejam
usar a terapia do sandplay em crianças com TOC tenham
experiência e treinamento em ambas as abordagens
terapêuticas.

A terapia sandplay pode ser uma opção eficaz para


crianças com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC),
pois permite que elas se expressem por meio do jogo e da
criatividade, além de ajudá-las a lidar com a ansiedade e
a controlar os sintomas obsessivo- compulsivos.

▪ As miniaturas utilizadas na terapia sandplay com


crianças com TOC podem variar de acordo com
as necessidades individuais de cada paciente.
Algumas sugestões incluem:
▪ Miniaturas relacionadas a temas de controle,
como chaves, cadeados, cercas, portões e cofres.

76
Miniaturas relacionadas a limpeza e higiene,
como escovas, sabonetes, esponjas e toalhas.
▪ Miniaturas relacionadas a preocupações e
ansiedades específicas da criança, como animais
ou insetos que geram medo, por exemplo.

É importante lembrar que as miniaturas escolhidas


devem ser seguras para as crianças e não representar um
risco de asfixia ou outros perigos. Além disso, é
fundamental que o terapeuta esteja atento aos sinais e
necessidades da criança durante a terapia para adaptar a
técnica e as miniaturas utilizadas, se necessário.

TERAPIA SANDPLAY EM CRIANÇAS COM TOD -


TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR:

O sandplay tem sido utilizado como uma


abordagem terapêutica eficaz para crianças com
Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) e Transtorno de
Conduta (TC). A terapia sandplay oferece às crianças
uma oportunidade segura e estruturada para expressar
suas emoções e pensamentos conflitantes. As miniaturas
utilizadas no sandplay ajudam a criança a visualizar e dar
sentido às suas experiências internas, permitindo que eles
sejam processados de forma mais eficaz. Além disso, a

77
prática do sandplay pode ajudar as crianças a
desenvolver habilidades sociais e de resolução de
conflitos, bem como melhorar a autoestima e a
autoconfiança. É importante lembrar que a terapia
sandplay deve ser realizada por um profissional treinado e
experiente em sua aplicação clínica.

QUAIS MINIATURAS USAR EM CRIANÇAS COM TOD-


TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR?

O Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) pode ser


um desafio para a terapia sandplay, pois as crianças com
esse transtorno muitas vezes apresentam
comportamentos desafiadores e oposicionistas. É
importante ter cuidado ao selecionar as miniaturas, pois
elas podem ser usadas para agir de maneira desafiadora
ou para se engajar em comportamentos problemáticos.

Algumas sugestões de miniaturas que podem ser


úteis para crianças com TOD-Transtorno Opositor
Desafiador na terapia sandplay incluem:

▪ Miniaturas de animais: Os animais podem ser uma


boa escolha, pois as crianças podem se identificar
com as diferentes características dos animais e
criar histórias em torno deles.

78
▪ Miniaturas de heróis e vilões: Os heróis e vilões
podem ajudar as crianças a explorar questões de
poder e autoridade. Eles também podem ser
usados para ajudar a criança a expressar emoções
negativas e agressivas de maneira segura.
▪ Miniaturas de veículos: As crianças com TOD
muitas vezes se interessam por carros, caminhões
e outros veículos. Essas miniaturas podem ser
usadas para ajudá-las a expressar seu desejo por
movimento e exploração.
▪ Miniaturas de ferramentas: As miniaturas de
ferramentas podem ajudar as crianças a explorar
questões de controle e poder. Elas também podem
ser usadas para ajudar a criança a praticar a
resolução de problemas e a trabalhar em
habilidades práticas.
▪ Miniaturas de elementos da natureza: As
miniaturas de elementos naturais, como árvores,
flores e pedras, podem ajudar as crianças a se
conectarem com o mundo ao seu redor e a
expressarem emoções de maneira não verbal.
▪ Miniaturas de personagens de desenhos animados
ou filmes: As miniaturas de personagens de
desenhos animados ou filmes podem ajudar as

79
crianças a se identificarem com personagens que
elas conhecem e a expressarem suas emoções de
maneira segura.
▪ Miniaturas de brinquedos e jogos: As miniaturas de
brinquedos e jogos podem ser úteis para ajudar as
crianças a se envolverem em atividades divertidas
e a expressarem sua criatividade.

TERAPIA SANDPLAY EM CRIANÇAS COM TEA-


ESPECTRO AUTISTA:

A terapia sandplay pode ser uma abordagem


terapêutica útil para crianças com autismo, permitindo
uma forma de comunicação não verbal que pode ajudar a
superar as dificuldades de comunicação associadas ao
autismo. Algumas miniaturas que podem ser úteis na
terapia sandplay com crianças com autismo incluem
objetos sensoriais, como bolas de borracha e tecidos
macios, bem como miniaturas que representam animais,
pessoas e objetos do cotidiano que possam ser
significativos para a criança. É importante lembrar que
cada criança é única e pode responder de maneira
diferente às miniaturas e à terapia sandplay, e o terapeuta
deve adaptar a abordagem para atender às necessidades
individuais de cada criança. Além disso, é importante

80
trabalhar em conjunto com a equipe médica e com a
família da criança para garantir uma abordagem
abrangente e integrada para o tratamento do autismo.

Como aplicar?

A aplicação da terapia sandplay em crianças com


autismo segue os mesmos princípios básicos da terapia
sandplay convencional, mas com algumas adaptações
para atender às necessidades específicas desses
indivíduos. Aqui estão algumas orientações gerais:
Preparação do ambiente: Certifique-se de que o ambiente
seja tranquilo e com poucos estímulos visuais ou sonoros.
Pode ser necessário usar iluminação suave e abafadores
de som para minimizar a sobrecarga sensorial.

▪ Seleção de miniaturas: Escolha miniaturas que


sejam atraentes para a criança e que representem
elementos comuns em sua vida cotidiana, como
animais, brinquedos, alimentos, objetos
domésticos, etc. Também pode ser útil incluir
miniaturas que representem emoções ou situações
sociais.
▪ Preparação da caixa de areia: Certifique-se de que
a caixa de areia seja grande o suficiente para que a

81
criança se mova livremente. Considere usar areia
mais fina ou mais grossa, dependendo das
preferências sensoriais da criança.
▪ Instruções simples: Forneça instruções simples e
diretas para a criança, com o uso de imagens ou
gestos, se necessário. Por exemplo, "Escolha uma
miniatura e coloque-a na caixa de areia".
▪ Observação atenta: Observe a criança atentamente
durante a sessão para identificar possíveis gatilhos
sensoriais ou comportamentais. Esteja preparado
para interromper a sessão se a criança estiver se
sentindo desconfortável ou sobrecarregada.
▪ Reforço positivo: Reforce positivamente a
participação da criança na terapia sandplay, com
elogios verbais, expressões faciais ou pequenas
recompensas tangíveis, se apropriado.
▪ Ajustes individuais: Lembre-se de que cada criança
com autismo é única, com suas próprias
necessidades e preferências sensoriais. Ajuste a
terapia sandplay de acordo com as necessidades
individuais de cada criança.
▪ Estabelecimento de limites: Os terapeutas
precisam estabelecer limites claros para garantir
que o ambiente terapêutico seja seguro e

82
protegido. Eles precisam comunicar claramente os
limites para os pacientes e garantir que eles os
entendam.
▪ Gerenciamento da transferência e
contratransferência: O terapeuta precisa estar
ciente de sua própria transferência e
contratransferência para garantir que elas não
afetem negativamente o processo terapêutico. Eles
precisam manter um espaço seguro para que o
paciente possa explorar seus sentimentos e
emoções.
▪ Identificação de símbolos e temas: Durante as
sessões de terapia, os terapeutas precisam estar

83
atentos aos símbolos e temas que emergem na
caixa de areia. Eles precisam ajudar o paciente a
identificar e explorar esses símbolos e temas para
ajudá-los a entender seus sentimentos e emoções.
▪ Apoio ao processo de cura: O terapeuta precisa
fornecer suporte ao processo de cura do paciente,
ajudando-o a se sentir seguro e apoiado durante
todo o processo terapêutico. Eles precisam estar
disponíveis para ouvir e apoiar o paciente em sua
jornada de cura.

84
CAPÍTULO 7

Neste capítulo, discutiremos os diferentes tipos de


treinamento que estão disponíveis para os terapeutas que
desejam aprender a técnica da terapia Sandplay. Isso
inclui treinamentos formais e informais,
supervisionamento clínico e a importância da formação
contínua. Também discutiremos algumas das
organizações e associações profissionais que apoiam a
prática da terapia Sandplay.

85
7.1. Tipos de treinamento que estão disponíveis
para os terapeutas que desejam aprender a
técnica da terapia Sandplay

Existem vários tipos de treinamento disponíveis


para os terapeutas que desejam aprender a técnica da
terapia Sandplay. Alguns dos principais incluem:

• Treinamento formal: O treinamento formal envolve


a conclusão de um programa de formação em
terapia Sandplay reconhecido por uma organização
profissional. Esses programas geralmente incluem
cursos teóricos e práticos, supervisão clínica e a
realização de uma quantidade mínima de sessões
de terapia Sandplay. Ao concluir o treinamento
formal, os terapeutas podem se tornar certificados
em terapia Sandplay.
• Treinamento informal: O treinamento informal pode
incluir workshops, cursos e treinamentos online
oferecidos por profissionais experientes em terapia
Sandplay. Esses treinamentos podem ser úteis
para os terapeutas que desejam aprender sobre a
técnica da terapia Sandplay de forma mais flexível
ou para complementar o treinamento formal.

86
• Supervisão clínica: A supervisão clínica é um
componente importante da prática da terapia
Sandplay. Os terapeutas podem buscar supervisão
clínica com um supervisor experiente em terapia
Sandplay para aprimorar suas habilidades clínicas
e receber feedback sobre sua prática.
• Participação em grupos de estudo e comunidades
profissionais: Os terapeutas que desejam aprimorar
suas habilidades em terapia Sandplay também
podem participar de grupos de estudo e
comunidades profissionais dedicadas à terapia
Sandplay. Isso permite que os terapeutas discutam
casos, troquem experiências e aprendam com
outros profissionais da área.
• Leitura e pesquisa: A leitura de literatura
especializada em terapia Sandplay e a realização
de pesquisa sobre a técnica também podem ajudar
os terapeutas a aprimorar suas habilidades e
conhecimentos na área.

7.2. Algumas das organizações e associações


profissionais que apoiam a prática da terapia
Sandplay

87
Existem várias opções disponíveis para os
terapeutas que desejam aprender a técnica da terapia
Sandplay. Um tipo de treinamento formal é oferecido pela
Associação Internacional de Terapia Sandplay
(International Society of Sandplay Therapy - ISST), que
estabeleceu padrões de treinamento e certificação para
terapeutas Sandplay. Esses padrões incluem um
programa de treinamento de três anos, que consiste em
cursos teóricos e práticos, sessões de supervisão clínica
e prática clínica supervisionada.

Além do treinamento formal, também há


oportunidades de treinamento informal, como oficinas e
seminários, onde os terapeutas podem aprender novas
técnicas e aprimorar suas habilidades na terapia
Sandplay. Esses treinamentos podem ser oferecidos por
terapeutas experientes e instituições de ensino que
trabalham com a terapia Sandplay.

Outra opção importante para os terapeutas é o


supervisionamento clínico, que envolve a revisão de
casos e sessões de terapia com um supervisor clínico
experiente. Esse tipo de supervisão é essencial para
ajudar os terapeutas a aprimorar suas habilidades e
garantir que estejam aplicando a técnica de forma ética e

88
eficaz.

É importante lembrar que a formação contínua é


essencial para os terapeutas que desejam se manter
atualizados com as novas pesquisas e práticas em terapia
Sandplay. Os terapeutas devem estar abertos a aprender
continuamente e buscar oportunidades de treinamento e
supervisão para aprimorar suas habilidades e
conhecimentos.

Existem várias organizações e associações


profissionais que apoiam a prática da terapia Sandplay.
Algumas das principais incluem:

Association for Sandplay Therapy (AST): A AST é


uma organização sem fins lucrativos fundada em 1995
para promover a prática e a pesquisa em terapia
Sandplay. Eles oferecem treinamentos, conferências e
outras oportunidades de desenvolvimento profissional
para terapeutas de todo o mundo.

International Society for Sandplay Therapy (ISST):


A ISST é uma organização sem fins lucrativos fundada
em 2003 para promover a prática da terapia Sandplay em
todo o mundo. Eles oferecem treinamentos, certificações
e publicações para terapeutas que desejam aprimorar sua

89
prática em terapia Sandplay.

Sandplay Therapists of America (STA): A STA é


uma organização sem fins lucrativos fundada em 1985
para promover a prática da terapia Sandplay nos Estados
Unidos. Eles oferecem treinamentos, certificações e
oportunidades de desenvolvimento profissional para
terapeutas de todas as regiões dos Estados Unidos.

Australian Sandplay Therapy Association (ASTA): A


ASTA é uma organização sem fins lucrativos fundada em
2004 para promover a prática da terapia Sandplay na
Austrália. Eles oferecem treinamentos, certificações e
publicações para terapeutas em todo o país.

British and Irish Sandplay Society (BISS): A BISS é


uma organização sem fins lucrativos fundada em 1993
para promover a prática da terapia Sandplay no Reino
Unido e na Irlanda. Eles oferecem treinamentos,
conferências e oportunidades de desenvolvimento
profissional para terapeutas em todo o país.

Essas organizações e associações profissionais


fornecem uma rede de apoio e recursos para terapeutas
interessados em aprender mais sobre a técnica da terapia
Sandplay e aprimorar sua prática clínica.

90
7.3. Como aplicar a terapia sandplay no geral?

A terapia Sandplay é uma abordagem terapêutica


que utiliza uma caixa de areia e miniaturas para permitir
que os pacientes expressem emoções, explore questões
pessoais e processe traumas. Seguem algumas diretrizes
gerais para a aplicação da terapia Sandplay:

I. Crie um ambiente seguro e tranquilo: É importante


criar um espaço onde o paciente se sinta seguro e
confortável para se expressar. Isso pode incluir
música suave, luz indireta e uma atmosfera
tranquila.
II. Explique a terapia Sandplay: O terapeuta deve
explicar a terapia Sandplay e como ela funciona,
incluindo as regras básicas, como a
confidencialidade e a importância de permitir que o
paciente conduza o processo.
III. Permita que o paciente escolha as miniaturas: O
paciente deve ter liberdade para escolher as
miniaturas que deseja usar, sem qualquer
julgamento ou direcionamento do terapeuta.
IV. Incentive o paciente a construir o seu mundo

91
interno: A caixa de areia é um espaço onde o
paciente pode construir o seu mundo interno, e o
terapeuta deve incentivar o paciente a explorar as
suas emoções e sentimentos por meio da criação
de cenários.
V. Seja um observador atento: O terapeuta deve ser
um observador atento durante todo o processo,
permitindo que o paciente conduza a terapia, mas
também estando presente para ajudar caso o
paciente se sinta desconfortável ou precise de
orientação.

Exploração do conteúdo criado na caixa de areia

Depois que o cliente terminar de construir a cena


em sua caixa de areia, o terapeuta pode pedir que ele
descreva sua cena, compartilhe seus pensamentos e
sentimentos sobre a cena e explique como ele se sente
em relação ao que criou. O terapeuta pode fazer
perguntas para ajudar a explorar e entender melhor os
sentimentos e pensamentos do cliente em relação à cena.

Encoraje a verbalização dos processos: O


terapeuta deve encorajar o paciente a verbalizar os
processos e experiências durante a terapia Sandplay. Isso

92
ajuda o paciente a integrar as suas emoções e
pensamentos, além de fortalecer a relação terapêutica.

Encerramento da sessão: O terapeuta deve permitir


que o cliente termine a sessão quando estiver pronto.
Antes de finalizar a sessão, o terapeuta deve dar ao
cliente a oportunidade de refletir sobre sua experiência e
discutir quaisquer sentimentos que possam ter surgido
durante a sessão.

Termine a sessão com reflexão: Ao final da sessão,


o terapeuta deve reservar tempo para a reflexão do
processo com o paciente, discutindo as emoções e
percepções que surgiram durante a terapia Sandplay. Isso
ajuda a consolidar o aprendizado e a continuar o processo
terapêutico.

O terapeuta deve fazer anotações sobre a sessão,


incluindo as miniaturas usadas, a cena criada pelo cliente
e os sentimentos e pensamentos compartilhados durante
a sessão. Essas notas podem ser usadas para avaliar o
progresso do cliente ao longo do tempo e ajustar a
abordagem terapêutica conforme necessário.

É importante lembrar que a terapia sandplay é uma


abordagem terapêutica complexa e que é necessário

93
treinamento especializado para aplicá-la corretamente. Os
terapeutas sandplay geralmente passam por um extenso
treinamento e supervisão antes de se tornarem
profissionais certificados.

94
CAPÍTULO 8

Neste capítulo, concluiremos nossa exploração da


terapia Sandplay, recapitulando os principais pontos
discutidos em cada capítulo e resumindo as principais
contribuições e desafios da técnica. Também discutiremos
a importância contínua da pesquisa e da prática clínica
para o desenvolvimento da terapia Sandplay e seu papel
na psicologia e psicoterapia. Por fim, também
forneceremos algumas sugestões para futuras pesquisas
e desenvolvimentos na área da terapia Sandplay.

Neste livro, exploramos em detalhes a técnica da


terapia Sandplay, desde sua história até sua aplicação na
prática clínica. Vimos que a terapia Sandplay é uma
técnica única que utiliza a caixa de areia e miniaturas para
facilitar a comunicação entre o consciente e o
inconsciente do paciente, permitindo a expressão e o
processamento de emoções e conflitos internos.
95
Ao longo dos capítulos, examinamos as teorias
psicológicas que sustentam a terapia Sandplay, incluindo
a psicologia analítica de Carl Jung, a teoria do campo
unificado de David Bohm e a teoria dos sistemas
dinâmicos de Esther Thelen e Linda Smith. Também
exploramos os fundamentos da técnica, incluindo a
importância dos símbolos, da imaginação e do
inconsciente na terapia Sandplay.

Além disso, discutimos a prática da terapia


Sandplay em detalhes, desde a seleção dos materiais e
miniaturas até o papel do terapeuta e do paciente durante
a sessão. Também examinamos a aplicação da técnica
em diferentes contextos clínicos e terapêuticos, bem
como em contextos não clínicos, como na educação, na
arte e na criatividade.

Reconhecemos que a terapia Sandplay pode


apresentar desafios para os terapeutas, incluindo a
gestão da transferência e contratransferência e a
manutenção de limites claros. No entanto, também
enfatizamos a importância do treinamento e da formação
contínua para os terapeutas que desejam aprender a
técnica e aplicá-la com eficácia na prática clínica.

96
Por fim, reconhecemos a importância contínua da
pesquisa empírica para apoiar a eficácia da terapia
Sandplay e identificamos algumas das organizações e
associações profissionais que apoiam a prática da
técnica.

Em conclusão, a terapia Sandplay é uma técnica


poderosa e única que pode ser usada para tratar uma
ampla variedade de condições clínicas e para promover a
expressão e o processamento de emoções e conflitos
internos. Acreditamos que a pesquisa e a prática clínica
continuada serão fundamentais para o desenvolvimento
da terapia Sandplay e seu papel na psicologia e
psicoterapia. Esperamos que este livro tenha fornecido
uma visão abrangente e útil da técnica da terapia
Sandplay para aqueles interessados em aprender mais
sobre ela.

97
CAPÍTULO 9

Neste capítulo, discutiremos algumas das críticas e


controvérsias que cercam a terapia Sandplay. Isso incluirá
críticas relacionadas à falta de evidências empíricas
suficientes para apoiar a eficácia da técnica, bem como
preocupações éticas em relação à utilização da técnica
em casos de abuso sexual infantil. Também discutiremos
algumas das respostas e defesas dessas críticas por
parte dos defensores da terapia Sandplay.

A terapia Sandplay, como qualquer outra


abordagem terapêutica, não está imune a críticas e
controvérsias. Uma das principais críticas que a técnica
enfrenta é a falta de evidências empíricas suficientes para
apoiar sua eficácia. Embora haja pesquisas que sugerem
que a terapia Sandplay pode ser eficaz no tratamento de
uma variedade de condições clínicas, como trauma,
ansiedade e depressão, os estudos até o momento são
98
limitados em tamanho e escopo. Além disso, a natureza
altamente subjetiva da técnica pode tornar difícil para os
pesquisadores quantificar seus resultados.

Outra crítica que a terapia Sandplay enfrenta é


relacionada à utilização da técnica em casos de abuso
sexual infantil. Alguns profissionais levantaram
preocupações éticas sobre a utilização da técnica em
crianças que foram abusadas sexualmente,
argumentando que a terapia Sandplay pode ser usada
para induzir falsas memórias ou sugerir informações
incorretas para a criança. No entanto, defensores da
técnica argumentam que, quando usada de forma
apropriada e com supervisão clínica adequada, a terapia
Sandplay pode ser uma ferramenta útil no tratamento de
traumas relacionados ao abuso sexual infantil.

Apesar das críticas, defensores da terapia


Sandplay argumentam que a técnica oferece uma
abordagem única e valiosa para o tratamento de uma
variedade de condições clínicas. Eles afirmam que a
natureza não verbal e altamente simbólica da técnica
pode permitir que os pacientes acessem partes de sua
psique que podem ser difíceis de expressar verbalmente.
Além disso, a técnica pode ajudar os pacientes a se

99
sentirem mais empoderados e envolvidos em seu próprio
processo de cura.

Em resumo, embora a terapia Sandplay enfrente


críticas e controvérsias, muitos profissionais acreditam
que a técnica pode ser uma ferramenta útil e eficaz no
tratamento de uma variedade de condições clínicas. No
entanto, é importante que os terapeutas que usam a
técnica estejam cientes de suas limitações e desafios,
bem como das questões éticas envolvidas na utilização
da técnica em casos de abuso sexual infantil. A pesquisa
e a prática clínica contínuas são essenciais para a
evolução e aprimoramento da terapia Sandplay.

100
CAPÍTULO 10

Neste capítulo, discutiremos algumas das possíveis


direções futuras da terapia Sandplay. Isso incluirá o
potencial da técnica para ser usada em conjunto com
outras abordagens terapêuticas, bem como sua aplicação
em diferentes configurações clínicas, como terapia de
grupo e terapia online. Também discutiremos algumas
das áreas que precisam de mais pesquisa e
desenvolvimento, como a adaptação cultural da técnica e
a compreensão dos mecanismos de mudança da terapia
Sandplay.

Sim, a terapia Sandplay pode ser usada em


conjunto com outras abordagens terapêuticas, como a
terapia cognitivo-comportamental e a terapia
psicodinâmica. Além disso, a técnica pode ser adaptada
para ser usada em diferentes configurações clínicas,
como terapia de grupo e terapia online, embora seja
101
necessário considerar como a falta de um espaço físico
para a caixa de areia pode afetar a eficácia da técnica.

No que diz respeito às futuras pesquisas, a


adaptação cultural da técnica é uma área importante a ser
explorada, uma vez que a terapia Sandplay tem suas
raízes na psicologia analítica de Carl Jung, que se
originou na Europa. Com isso, é preciso considerar como
a técnica pode ser adaptada e aplicada em diferentes
culturas e contextos.

Além disso, a compreensão dos mecanismos de


mudança da terapia Sandplay é uma área que precisa de
mais estudos. Embora a técnica tenha se mostrado eficaz
em vários estudos, ainda há pouca compreensão de como
exatamente a técnica funciona para produzir mudanças
terapêuticas. Mais pesquisas poderiam ajudar a
esclarecer esses mecanismos de mudança e fornecer
insights sobre como a técnica pode ser melhorada e
refinada no futuro.

102
Epílogo

Neste epílogo, discutiremos a jornada do terapeuta


Sandplay e como a prática da terapia Sandplay pode
impactar a vida pessoal e profissional do terapeuta.
Também discutiremos a importância de cuidar de si
mesmo como terapeuta e como o autoconhecimento pode
ser um aspecto importante do trabalho terapêutico.

Como terapeuta Sandplay, a jornada pode ser


cheia de desafios, mas também de muitas recompensas.
A técnica pode ser profundamente transformadora tanto
para os pacientes como para os terapeutas, e muitas
vezes é uma jornada de descoberta, crescimento e
aprendizagem mútua.

Ao trabalhar com pacientes usando a técnica


Sandplay, o terapeuta também pode ser confrontado com
seus próprios aspectos internos, o que pode ser

103
desafiador, mas também enriquecedor. Através da prática
da terapia Sandplay, o terapeuta pode desenvolver uma
compreensão mais profunda de si mesmo, bem como de
seus pacientes, e isso pode ajudar no desenvolvimento de
uma relação terapêutica mais autêntica e significativa.

No entanto, é importante que os terapeutas


Sandplay cuidem de si mesmos, tanto pessoal como
profissionalmente. Isso pode incluir o estabelecimento de
limites claros com os pacientes, o engajamento em
práticas de autocuidado e o acesso a supervisão clínica
adequada.

Além disso, a jornada do terapeuta Sandplay


também pode ser um processo contínuo de aprendizagem
e crescimento. É importante para os terapeutas
continuarem se atualizando sobre os desenvolvimentos
na técnica Sandplay, bem como sobre outras abordagens
terapêuticas, a fim de oferecer o melhor cuidado possível
para seus pacientes.

Em resumo, a jornada do terapeuta Sandplay pode


ser desafiadora, mas também pode ser extremamente
gratificante e enriquecedora. Ao trabalhar com pacientes
usando a técnica Sandplay, os terapeutas também são

104
convidados a olhar para si mesmos e a continuar
aprendendo e crescendo, tanto pessoal como
profissionalmente.

105
Apêndice

Neste apêndice, forneceremos uma lista de


recursos úteis para terapeutas interessados em aprender
mais sobre a terapia Sandplay. Isso incluirá livros, artigos,
organizações e associações profissionais, bem como
informações sobre treinamentos e supervisão clínica em
terapia Sandplay.

RECURSOS ÚTEIS PARA TERAPIA SANDPLAY:

LIVROS:

• "Sandplay: A Sourcebook for Play Therapists" de


Susan McNally.
• "Sandplay Therapy: A Step-by-Step Manual for
Psychotherapists of Diverse Orientations" de Grace
Hong.

106
• "Healing Stories: Narrative in Psychiatry and
Psychotherapy" de Lewis Mehl-Madrona.

ARTIGOS:

• "The Effectiveness of Sandplay Therapy: A Meta-


Analysis" de Tamar Weiss e Avi Berman.
• "The Symbolic Use of Sandplay in the Treatment of
Children with Severe Emotional Disturbance: A
Case Study" de David A. Crenshaw e Anna R.
Alonzo.
• "The Use of Sandplay in the Treatment of a
Sexually Abused Child" de Christine Toft e Angela
Dwyer.

ORGANIZAÇÕES E ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS:

• International Society for Sandplay Therapy (ISST)


• Sandplay Therapists of America (STA)
• Sandplay Association of Canada (SAC)

TREINAMENTOS E SUPERVISÃO CLÍNICA:

• Sandplay Therapists of America (STA) oferece


treinamentos e workshops em terapia Sandplay,
bem como supervisão clínica para terapeutas em
treinamento.
107
• International Society for Sandplay Therapy (ISST)
oferece treinamentos e workshops em terapia
Sandplay, bem como certificação para terapeutas
que concluíram um programa de treinamento
aprovado.
• Sandplay Association of Canada (SAC) oferece
treinamentos em terapia Sandplay, bem como
supervisão clínica para terapeutas em treinamento.

108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Nesta seção, listamos todas as referências


bibliográficas citadas ao longo do livro, incluindo livros,
artigos, teses e outras publicações relevantes para a
terapia Sandplay.

Este livro oferece uma introdução abrangente à


terapia Sandplay, cobrindo seus fundamentos teóricos,
prática clínica, exemplos de casos, treinamento e
desenvolvimento futuro. Esperamos que este livro seja útil
para terapeutas que desejam aprender mais sobre a
terapia Sandplay, bem como estudantes e pesquisadores
interessados em psicologia, psicoterapia e
desenvolvimento humano.

Referências Bibliográficas:

Bradway, K., & McCoard, B. (1997). Sandplay: Silent


workshop of the psyche. Routledge. Carlson, V., & LaJoie,
D. (2013). Sandtray therapy: A practical manual.
Routledge.
Emmerson, B. (2017). Sandplay therapy in vulnerable
communities: A Jungian approach. Routledge. Estes, R. J.
(2005). Sandplay therapy with children and families.
Jessica Kingsley Publishers.

109
Kalff, D. M. (1980). Sandplay: A psychotherapeutic
approach to the psyche. Sigo Press. Kapitan, L. (2009).
Sandplay therapy: Treatment of psychopathologies. John
Wiley & Sons. Lowenfeld, M. (1987). Play in childhood.
Free Association Books.
Mitchell, S. A., & Black, M. J. (1995). Freud and beyond: A
history of modern psychoanalytic thought. Basic Books.
Sardello, R. (2017). Freeing the soul from fear: A Jungian
exploration of the expressive therapies. Routledge.
Turner, B. (2019). Using sandplay therapy to heal trauma
and grief: A practical guide. Jessica Kingsley Publishers.
Weinrib, E. (1983). Images of the self: The sandplay
therapy process. Sigo Press.

110
111
112

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