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Estratégias didácticas podem ser definidas como a arte de aplicar ou explorar os meios
e condições favoráveis e disponíveis, visando atingir objectivos específicos.
O trabalho docente não trata apenas de um conteúdo, mas de um processo que envolve
um conjunto de pessoas na construção de saberes. Assim, a escolha das estratégias, deve
levar em consideração o conhecimento do aluno, seu modo de ser, de agir, de estar,
além de sua dinâmica pessoal.
Todo conteúdo possui em sua lógica interna uma forma que lhe é própria e que precisa
ser captada e apropriada para sua efectiva compreensão. Para essa forma de assimilação,
que obedece à lógica interna do conteúdo, utilizam-se os processos mentais ou as
operações do pensamento.
As estratégias visam atingir objectivos, portanto, há que ter clareza sobre aonde se
pretende chegar naquele momento com o processo de ensino aprendizagem. Por isso, os
objectivos que o norteiam devem estar claros para os sujeitos envolvidos professores e
alunos – e estar presentes no contrato didático, registrado no Programa de
Aprendizagem correspondente ao módulo, fase, curso, etc…
O professor precisa ser um verdadeiro estrategista, – ainda mais diante de tanta coisa
que compete a atenção dos alunos na aula, como os smartphones – o que justifica a
adopção do termo estratégia, no sentido de estudar, seleccionar, organizar e propor as
melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do
conhecimento.
Entre os docentes, existe uma rotina de trabalho com uma predominância em exposição
do conteúdo em aulas expositivas ou palestras, uma estratégia funcional para a
passagem de informação.
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Além disso, a actual configuração curricular e a organização disciplinar (em grade),
predominantemente conceituais, têm a palestra como a principal forma de trabalho. E os
próprios alunos esperam do professor a contínua exposição dos assuntos que serão
aprendidos.
Sair do habitual envolve sair da zona de conforto, e enfrentar vários desafios para actuar
de forma diferente. Entre eles: lidar com dúvidas, inserções dos alunos, críticas,
resultados incertos, respostas incompletas e perguntas inesperadas (às vezes complexas,
às vezes incompreensíveis para o professor).
Novas estratégias também exigem uma modificação na dinâmica da aula, o que inclui a
organização espacial, com o rompimento da antiga disciplina estabelecida.
Assistir aulas nulas como se assiste a um programa de TV e dar aulas nulas como se faz
uma palestra não é mais suficiente. A seguir, apresentamos 10 estratégias destacando
a identificação da estratégia, sua conceituação, as operações de pensamento
predominantes, a descrição da dinâmica da actividade, e uma sugestão de
acompanhamento e avaliação.
O que é?
É a exposição do conteúdo com a participação ativa dos estudantes, cujo conhecimento
prévio deve ser considerado e pode ser tomado como ponto de partida.
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O professor leva os alunos questionarem, interpretarem e discutirem o objecto de
estudo, a partir do reconhecimento e confronto com a realidade. Deve favorecer análise
crítica, resultando na produção de novos conhecimentos. Propões a superação da
passividade e imobilidade intelectual dos alunos.
O que mobiliza?
Estratégias didácticas como essa mobilizam nos alunos a colecta e organização de
dados, interpretação, raciocínio crítico, comparação e capacidade de síntese.
Como funciona
O docente contextualiza o tema de modo a mobilizar as estruturas mentais do aluno para
operar com informações que este traz (conhecimento prévio), articulando-as ás que
serão apresentadas.
A exposição, que deve ser bem preparada, requer a participação dos alunos como ao
solicitar exemplos e buscar o estabelecimento de conexões entre a experiência vivencial
dos participantes, o objecto estudado e o todo da disciplina.
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* Vale ressaltar que estratégias como essa, em que o aluno é solicitado falar requer
paciência e muito planeamento. Assim como estamos acostumados a dar aulas
expositivas, os alunos não estão acostumados a ter que participar. Se ambientar a uma
nova forma de aula, mais participativa, pode levar algumas aulas.
O que é?
Essa estratégia é uma actividade em grupo em que são feitas análises e discussões sobre
temas/problemas do contexto dos alunos. Pode também ser útil para obtenção de
informação rápida sobre interesses, problemas, sugestões e perguntas.
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam nos alunos habilidades de interpretação, análise,
levantamento de hipóteses, organização de dados e explicação.
Como funciona
Os alunos são divididos em grupos de 6 membros, que durante 6 minutos podem
discutir um assunto/tema/problema na busca da proposição de uma solução provisória.
Pode ser feito uma síntese com a solução acordada pelo grupo e explicitada aos demais
durante mais 6 minutos.
O professor dá aos alunos suporte para a discussão com um texto de apoio sobre a
questão discutida e estabelece a forma que os resultados serão explicados.
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Como avaliar os resultados?
A avaliação dessa estratégia pode feita sempre em relação aos objetivos pretendidos,
destacando-se: o envolvimento dos membros do grupo; a participação conforme os
papeis estabelecidos; a pertinência das questões/síntese elaborada em relação ao que foi
proposto; e o processo de auto avaliação dos participante.
O que é?
Essa estratégia é uma possibilidade de estimular novas ideias de forma espontanea e
natural, deixando funcionar a imaginação. Tudo o que for levantado é considerado,
solicitando-se, se necessário uma explicação posterior do aluno para posterior
direcionamento ao assunto que quer ser discutido.
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam no aluno a imaginação e criatividade, a busca de
suposições, e habilidades de classificação.
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Como funciona
Ao serem perguntados sobre uma problemática, os alunos expressam palavras ou frases
curtas as ideias sugeridas pela questão proposta. É recomendado registrar e organizar a
relação de ideias espontâneas para que no próximo momento seja feita a seleção das
ideias que serão discutidas conforme critério a ser combinado (estabelecido pelo
professor, o que se pretende trabalhar?*)
O que é?
É a construção de um diagrama que indica a relação de conceitos em uma perspectiva
bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos
pertinentes a estrutura do conteúdo
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam no aluno habilidades de interpretação, classificação,
organização de informações, resumo e raciocínio lógico.
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Como funciona
É aconselhável chamar a atenção dos alunos para as várias formas de traçar o mapa
conceitual.
Outra forma de se utilizar essa estratégia, é construir o mapa colectivamente,
possibilitando que o aluno justifique a localização de certos conceitos e verbalize seu
entendimento. A construção colectiva é uma boa opção para ensinar os alunos como
fazer um mapa conceitual.
Uma dica para essa estratégia é o Cmap Tools, um programa gratuito que facilita muito
a construção e organização de mapas conceituais.
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O que é?
Essa estratégia é um estudo sob a orientação e direcção do professor, visando sanar
dificuldades específicas. É preciso ter claro o objectivo, o roteiro e como é preparada a
actividade.
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam nos alunos habilidades como identificação e
organização de dados, levantamento de hipóteses, explicação, argumentação e
generalização.
Como funciona
Pode ser uma actividade individual ou em grupo. O docente apresenta o roteiro de
estudo com a situação problema
resolução e de questões que vão ser resolvidas a partir do material estudado.
Pode-se fazer discussões sobre a situação problema abordada para que os alunos possam
expor seus conhecimentos e posicionamentos frente aos assuntos abordados.
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Uma avaliação diagnóstica, em que acompanha todo o processo é o mais indicado para
estratégias grupais e actividades longas.
O que é?
É a proposição de um problema, que exige pensamento reflexivo, crítico e criativo para
ser resolvido a partir de dados fornecidos. Demanda a aplicação de conhecimento
científico e de argumentos que fomentem sua explicação.
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam no aluno habilidades como: observação, levantamento
de hipóteses, colecta e organização de dados, interpretação, explicação e argumentação.
Como funciona
É apresentado ao aluno um problema sem solução óbvia, em que ele tem que buscar a
solução. O docente precisa orientar os estudante nas etapas de construção do explicação
do problema. Expor as hipóteses, resultados e explicações para que possa haver o debate
de ideias distintas (se houver) sempre conduzindo para o objectivo que se pretendeu.
Vale ressaltar que, aqui como em outras estratégias, é preciso priorizar – por uma
questão de tema, e de foco – hipóteses e explicações que vão de encontro a solução
esperada por você docente ao problema proposto.
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Estratégia didática 7: Estudo de caso
O que é?
É a análise minuciosa e objectiva de uma situação real que necessita ser investigada e é
desafiadora para os envolvidos. Pode ser de um ambiente cotidiano do aluno. Em um
roteiro de trabalho fornecido pelo docente deverá estar descrito os aspectos e categorias
que compõem o todo da situação e as categorias mais importantes que devem ser
analisadas.
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam nos alunos habilidades de: análise, interpretação,
pensamento crítico, levantamento de hipóteses, explicação, resumo.
Como funciona
O docente expõe o caso a ser estudado (distribui e lê o problema com os estudantes),
que pode ser um caso para cada grupo ou o mesmo caso para todos os grupos.
O grupo analisa o caso expondo seus pontos de vista e os aspectos do problema que vão
ser enfocados (decisão colectiva). O docente retoma os prontos principais, analisando
colectivamente as soluções propostas. O grupo discute as soluções, elegendo as
melhores conclusões.
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Como avaliar os resultados?
Estratégias como essa podem avaliadas por fichas com critérios a serem considerados
tais como: aplicação dos conhecimentos (a argumentação explicita os conhecimentos
produzidos a partir dos conteúdos); relação entre o argumento do aluno e o problema
proposto e riqueza na argumentação (profundidade, variedade de informações,
capacidade de síntese.
O que é?
É a simulação de um júri em que, a partir de um problema, são apresentados argumentos
de defesa e de acusação pode levar o grupo a analise e avaliação de um fato proposto
com objectividade e realismo, á critica construtiva de uma situação e a dinamização do
grupo para estudar profundamente um tema real.
O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam nos alunos habilidades como: interpretação,
comparação, análise, levantamento de hipótese, argumentação, explicação.
Como funciona
Partir de um problema concreto e objectivo, estudado e conhecido pelos participantes.
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A promotoria e a defesa devem ter alguns dias para a preparação dos trabalhos, sob
orientação do docente. Cada parte terá 15 min para apresentar seus argumentos.
O escrivão tem a função de fazer o relatório dos trabalhos. O plenário fica encarregado
de observar e avaliar o desempenho da promotoria e da defesa.
O que é?
É um tipo de reunião em que todos os membros do grupo têm a oportunidade de
participar da discussão de um tema ou problema determinado pelo docente.
Pode ser utilizado após um filme, um livro, a leitura de um artigo científico, problema
ou fato – histórico ou atual, notícia de jornal, uma excursão, etc. Todos os membros
apresentam pontos de vista sobre o assunto abordado.
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O que mobiliza?
Estratégias didácticas como essa mobilizam nos alunos habilidades como: observação,
levantamento de hipóteses, colecta e organização de dados, interpretação, explicação,
argumentação e capacidade de síntese.
Como funciona
O docente explica os objectivos do fórum, delimita o tempo total e o tempo parcial de
cada participante e define funções dos participantes. O coordenador: que organiza a
participação, dirige o grupo e selecciona as contribuições dadas para a síntese final
(recomenda-se que esse papel seja feito pelo docente dependendo do público em que
essa estratégia for utilizada);
O grupo de síntese: que faz as anotações que irão compor o trabalho final
O público participante: cada membro do grupo se identifica ao falar e dá sua
contribuição, fazendo considerações e levantando questionamentos.
Ao final um membro do grupo de síntese relata o resumo elaborado colectivamente.
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O que é?
É a utilização dos princípios do ensino associados aos da pesquisa. Trabalha com a
concepção de conhecimento e ciência em que a dúvida e a crítica, assim como a
construção colectiva do conhecimento, são elementos fundamentais.
O que mobiliza?
Observação, interpretação, classificação, resumo, analise, levantamento de hipóteses,
decisão, comparação, planeamento, colecta e organização de dados, generalizações
Como funciona
Desafiar o estudante como investigador – diante de uma situação a ser investigada, o
aluno cumpre etapas como em uma pesquisa científica. O docente norteia os alunos
durante o desenvolvimento da pesquisa que tem como etapas:
Metodologia: como os dados serão colectados (ou se serão fornecidos pelo docente),
definição de como analisar os dados, teste de hipóteses e análise dos dados;
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As pesquisas podem ser apresentadas para a discussão, e assim a avaliação além de
levar em conta o processo de produção, o produto final – do trabalho escrito, também a
argumentação oral de defesa das ideias defendidas pelos alunos.
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