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Relatório científico para disciplina GQI122

Determinação da massa molar por


crioscopia

Discentes:

André Braga Alvino

Daniela Aparecida Pamplona

Paulo Ricardo Ferreira da Silva

Taisa Suelen de Lourdes Rezende

Lavras, 11 de setembro de 2021


1
Sumário

Introdução ................................................................................................ 3
Objetivo ................................................................................................ 8
Materiais e Reagentes ................................................................................................ 8
Procedimentos ................................................................................................ 8
Resultados ................................................................................................ 10
Discussão ................................................................................................ 17
Conclusão ................................................................................................ 19
Bibliografia ................................................................................................ 20

2
Introdução
As propriedades coligativas, também conhecidas como efeitos coligativos, ocorrem
quando é possível verificar alterações no comportamento de um líquido qualquer devido à
(1)
presença de um soluto adicionado a esta substância. Essas propriedades coligativas
são aquelas que percebemos quando é adicionado um soluto não volátil a um solvente. A
intensidade com que essas propriedades se apresentam depende somente da quantidade
de partículas do soluto na solução, mas não depende da natureza do soluto(2). Um
exemplo da aplicação das propriedades coligativas no cotidiano é a adição de sal em um
recipiente com água e o aquecimento essa mistura. (1)

As denominadas propriedades coligativas referem-se a quatro propriedades físicas


características de soluções diluídas (abaixamento crioscópico, pressão osmótica,
elevação do ponto de ebulição e abaixamento da pressão de vapor), cujos
comportamentos são correlacionados e unidos pelo fato de dependerem do número de
partículas de soluto presente (independentemente de sua natureza química) em uma
dada quantidade de determinado solvente. Todas têm em comum o fato de o potencial
químico do solvente no estado líquido ser diminuído na presença de um soluto (solução
no estado líquido), de tal forma que o equilíbrio com a fase vapor (para solutos não-
voláteis) ou com a fase sólida seja estabelecido em temperaturas diferentes, a uma dada
pressão, ou a pressões diferentes a uma dada temperatura. (3)

Dessa forma é possível explicar o sistema para o abaixamento crioscópico de


acordo com Gilbert Castellan. Para Castellan devemos considerar a condição de equilíbrio
com o solvente sólido puro. Poderíamos considerar que o potencial químico do solvente
na solução seria, seria 𝜇 (𝑇, 𝑝, 𝑥) e, o potencial químico do sólido puro seria descrito como
𝜇sólido (𝑇, 𝑝), como o sólido é puro, 𝜇sólido (𝑇, 𝑝), não dependeria de nenhuma variável
de composição. Dessa forma essa condição de equilíbrio seria posta como (4):

𝜇(𝑇, 𝑝, 𝑥)= 𝜇sólido (𝑇, 𝑝)

Eq. (1)

Deve-se sabe que T é a temperatura de equilíbrio, isto é, o ponto de solidificação


da solução. Sendo assim T é alguma função de pressão e de X, a fração molar do
solvente na solução. Logo, se a pressão é constante, T então será uma função somente
de X. Utilizando a definição de potencial químico e isolando a variável ln 𝑥, obteremos (4):

3
𝜇º(𝑇, 𝑝) + 𝑅𝑇 ln 𝑥 = 𝜇𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜(𝑇, 𝑝) ln 𝑥 = − 𝜇 ∗(𝑇, 𝑝) − 𝜇𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑅𝑇

𝜇 (𝑇, 𝑝) − 𝜇 ó (𝑇, 𝑝)
ln 𝑥 = −
𝑅𝑇

Eq. (2)

Como 𝜇0 é o potencial químico do líquido puro, 𝜇º (𝑇, 𝑝) − 𝜇𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 (𝑇, 𝑝) = Δ𝐺𝑓𝑢𝑠 ,


onde Δ𝐺𝑓𝑢𝑠 é a Energia de Gibbs de fusão molar so solvente puro na temperatura T.
Logo, a equação (2) se torna (4):

𝛥𝐺
ln 𝑥 = −
𝑅𝑇

Eq. (3)

Para extrair a dependência da temperatura com a variável de composição (x),


faremos a derivada de 𝑇 em relação a 𝑥, mantendo-se a pressão constante. Derivando
implicitamente a equação acima (4):

1 1 ∂(ΔGfus /T) ∂T
= −
𝑥 𝑅 ∂T ∂x

Mediante a equação de Gibbs-Helmholtz acima, substituindo [ 𝜕(Δ𝐺𝑓𝑢𝑠/𝑇)/𝜕/𝑇 ] 𝑝 =


− Δ𝐻𝑓𝑢𝑠 𝑇 2 , chegamos a (4):

1 𝛥𝐻 ∂t
=
𝑥 𝑅𝑇 ∂x

Eq. (4)

Na equação (4), Δ𝐻𝑓𝑢𝑠 é o calor de fusão do solvente puro à temperatura T. O


(4)
procedimento agora é invertido e escrevemos a equação na forma diferencial e
integramos (4):

𝑑𝑥 𝛥𝐻
= 𝑑𝑇
𝑥 𝑅𝑇

Eq. (5)

O limite inferior X=1 corresponde ao solvente puro, cujo ponto de solidificação é o


T0. O limite superior X corresponde a uma solução que tem ponto de solidificação T. A
primeira integral pode ser calculada imediatamente; a segunda integração torna-se
4
(4)
possível quando conhecemos Δ𝐻𝑓𝑢𝑠 em função da temperatura . Por uma questão de
simplicidade, admitiremos que Δ𝐻𝑓𝑢𝑠 é constante no intervalo de temperatura do T0 a T.
Dessa forma a equação (5) fica:

𝛥𝐻 1 1
ln 𝑥 = − −
𝑅 𝑇 𝑇

Eq. (6)

Essa equação pode ser resolvida para o ponto de solidificação T ou, o que é mais
conveniente, para 1/T.

1 1 𝑅 ln 𝑥
= −
𝑇 𝑇 𝛥𝐻

Eq. (7)

Tal expressão irá relacionar o ponto de solidificação de uma solução ideal com o
produto de solidificação do solvente puro, T0 , o calor de fusão solvente e a fração molar
do solvente na solução, X.

Em soluções bem diluídas, uma simplificação pode ser aplicada na relação acima.
Para começar, é conveniente expressar o abaixamento crioscópico (−𝑑𝑇), em termos da
molalidade total dos solutos presentes (𝑚), onde 𝑚 = 𝑚2 + 𝑚3 + ⋯ + 𝑚𝑖 . sejam 𝑛 ou M o
número de moles e a massa mollar do solvente, respectivamente. Sendo assim então a
massa do solvente pode ser escrita como o produto do número de mols e a massa molar
(4)
(𝑛𝑀𝑀) . Assim, 𝑚2 = 𝑛2 / 𝑛M; 𝑚3 = 𝑛3 / 𝑛M; ...; ou 𝑛2= 𝑛M𝑚2; 𝑛3= 𝑛M𝑚3; ...A fração
molar do solvente será dada por (4),

𝑛 𝑛
𝑥= =
𝑛+𝑛 +𝑛 +⋯ 𝑛 + 𝑛𝑀(𝑚 + 𝑚 + ⋯ )

1
𝑥=
1 + 𝑀𝑚

Eq. (8)

Aplicando o logaritmo neperiano e diferenciando, obtemos ln 𝑥=- ln (1+ M𝑚) e:

𝑀 𝑑𝑚
𝑑 ln 𝑥 = −
1 + 𝑀𝑚

Eq. (9)
5
Assim a equação (4) pode ser reescrita como:

𝑅𝑇
𝑑𝑇 = 𝑑 ln 𝑥
𝛥𝐻

Substituindo d ln X pelo valor dado na equação (9), obtemos,

𝑀𝑅𝑇 𝑑𝑚
𝑑𝑇 = −
∆𝐻 (1 + 𝑀𝑚)

Eq. (10)

Se a solução é muito diluída em todos os solutos, 𝑚 se aproxima de zero e T tende


e T0 , e a equação (10) fica

𝜕𝑇 𝑀𝑅𝑇
− = =𝐾
𝜕𝑚 , ∆𝐻

Eq. (11)

Derivando em relação a 𝑑𝑚 e considerando que soluções muito diluídas a massa


tende a zero e a temperatura tende a 𝑇0, teremos:

𝜕𝑇 𝑀𝑀𝑅𝑇 ∗
− =
𝜕𝑚 , → ∆𝐻

Essa que é igual à constante crioscópica do solvente puro.

𝑀𝑀𝑅𝑇 ∗
𝐾 =
∆𝐻

Eq. (12)

Assim podemos definir o abaixamento crioscópico (Δ𝑇𝑓) como sendo a diferença


da temperatura do solvente puro (T º) menos a temperatura do solvente em solução (T),
ou seja: Δ𝑇𝑓 = 𝑇º − 𝑇. Como −𝑑𝑇 = Δ𝑇𝑓: (4)

𝜕∆𝑇
= 𝐾 ∴ ∆𝑇 = 𝐾 𝑚
𝜕𝑚 , →

Eq. (13)

𝑚 é a molalidade do soluto B no solvente A, então:

6
𝑚
𝑚=
𝑚 𝑀𝑀

Eq. (14)

Substituindo na equação (3) e isolando 𝑀𝑀𝐵, teremos por fim

𝐾𝑚
𝑀𝑀 =
∆𝑇 𝑚

Eq. (15)

Digamos então que essa relação final seja a mais importante pois a partir dela será
possível determinar experimentalmente as massas molares da acetona, hexano e etanol.
Isso devido ao abaixamento crioscópico destes solutos orgânicos em terc-butanol.

7
Objetivo
Determinar a massa molar de substâncias por meio do abaixamento da temperatura de
congelamento.

Materiais e Reagentes

Materiais:

 Béquer 600 ml
 Béquer 50 ml
 Tubos de ensaio
 Micropipeta
 Pipeta volumétrica
 Pipetador
 Termômetro

Reagentes:

 Terc-butanol
 Álcool etílico
 Acetona
 Hexano
 Água destilada
 Gelo

Procedimentos:
1. É necessário que o béquer de 50 ml esteja dentro do de 600 ml.
2. Pipetar 5 ml de terc-butanol e adicionar no tubo de ensaio.
3. Colocar o tubo de ensaio dentro do béquer de 50 ml sem que ele encoste nas
paredes do béquer.
4. Colocar o termômetro dentro da solução presente no tubo de ensaio.
5. Diminuir a temperatura adicionando água e gelo no béquer maior.
6. Anotar a temperatura quando o terc-butanol começar a passar de líquido para
sólido.
8
7. Aquecer o tubo de ensaio para que o sólido retorne ao estado líquido.
8. Adicionar 20 μL de acetona ao terc-butanol.
9. Introduzir novamente o tubo de ensaio no béquer menor, introduzir o termômetro e
diminuir a temperatura.
10. Anotar a temperatura quando a fase sólida começar a se formar.
11. Reaquecer a solução para desfazer a parte sólida e adicionar mais 40 μL a
solução.
12. Repetir os processos de resfriamento, anotar a temperatura, reaquecer e adicionar
acetona até que o volume total de soluto seja de 140 μL.
13. O mesmo processo que foi realizado com a acetona será realizado com o hexano e
com o etanol.

9
Resultados
O experimento informa a temperatura de congelamento do terc-butanol puro (24 ±
0,1°C) e das misturas do solvente com acetona, hexano e etanol. A Tabela 1 relaciona
esses valores de temperatura e volume, conforme os solutos foram acrescidos.

V(ml) 0,020 0,060 0,100 0,140


Temperatura de Congelamento da mistura (± 0,1 °C)
Acetona 19,8 18,3 16,8 16,1
Hexano 20,7 20,5 19,2 18,8
Etanol 21,7 19,7 18,3 16,1
Tabela 1: relação dos valores de temperatura e volume obtido do experimento

O abaixamento crioscópico (Δ𝑇𝑓) que é dado pela a diferença da temperatura de


congelamento do solvente (24 ± 0,1°C) (T*) e a mistura com os solutos T Serpa calculado
para cada solvente. Temos que:

Δ𝑇𝑓 = 𝑇∗ − T

A partir da fórmula, calcularemos o abaixamento crioscópico.

Para a acetona.

1)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (19,8 ± 0,1°C) = 4,2 ± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 4,2 ± 0,1 K

2)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (18,3± 0,1°C) = 5,7± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 5,7± 0,1 K

3)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (16,8± 0,1°C) = 7,2± e

10
𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 7,2± 0,1 K

4)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (16,1± 0,1°C) = 7,9± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 7,9± 0,1 K

Para o hexano:

1)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (20,7 ± 0,1°C) = 3,3± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 3,3± 0,1 K

2)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (20,5 ± 0,1°C) = 3,5± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 3,5± 0,1 K

3)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (19,2 ± 0,1°C) = 4,8± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 4,8± 0,1 K

4)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (18,8 ± 0,1°C) = 5,2± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 5,2± 0,1 K


11
Para o etanol:

1)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (21,7 ± 0,1°C) = 2,3± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 2,3± 0,1 K

2)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (19,7 ± 0,1°C) = 4,3± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 4,3± 0,1 K

3)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (18,3 ± 0,1°C) = 5,7± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 5,7± 0,1 K

4)

Δ𝑇𝑓: (24 ± 0,1°C) − (16,1 ± 0,1°C) = 7,9± e

𝑒= 0,1 + 0,1 = 0,1414 = 0,1

Δ𝑇𝑓 = 7,9± 0,1 K

Realizado os cálculos temos os seguintes valores de Δ𝑇𝑓 para os solventes, que


será apresentado na Tabela 2:

V(±0,06ml) 0,020 0,060 0,100 0,140


Temperatura de Abaixamento Crioscópico Δ𝑇𝑓 (± 0,1 °K)
Acetona 4,2 5,7 7,2 7,9
Hexano 3,3 3,5 4,8 5,2
Etanol 2,3 4,3 5,7 7,9
Tabela 2: Dados da Temperatura de Abaixamento Crioscópico
12
A partir dos dados obtidos na Tabela 2 serão plotados os gráficos de Volume vs
Abaixamento Crioscópico

Acetona
9
8
7
y = 31,5x + 3,73
Δ𝑇𝑓 (± 0,1 °K)

6
5 R² = 0,9764
4 Delta T
3
Delta T (linear)
2
1
0
0 0,05 0,1 0,15
V(±0,06ml)

Gráfico 1: Acetona

Hexano
6

5
y = 17,5x + 2,8
Δ𝑇𝑓 (± 0,1 °K)

4
R² = 0,9211
3
Delta T
2
Delta T (linear)
1

0
0 0,05 0,1 0,15
V(±0,06ml)

Gráfico 2: Hexano

13
Etanol
9
8
7
Δ𝑇𝑓 (± 0,1 °K) 6 y = 45,5x + 1,41
5 R² = 0,9935
4 Delta T
3
Delta T (linear)
2
1
0
0 0,05 0,1 0,15
V(±0,06ml)

Gráfico 3: Etanol

A partir dos gráficos de cada solvente, é possível calcular as massas molares de


cada solvente, a partir do coeficiente angular da reta, para isso usaremos a seguinte
fórmula:

MMB = Δ

Sendo a densidade dada por d= , pode-se considerar que as massas dos


solventes e solutos podem ser escritas relacionando com a densidade e volume (m=dv).

MMB = ∆

No experimento utilizou 5 𝑚𝐿 = 5 × 10−6 𝑚3 de solvente, que é o terc-butanol,


cunja densidade é 781 𝑘𝑔. 𝑚−3 de acordo com Handbook( 2003). Dessa forma a massa
de tercbutanol é:

𝑚𝐴 = 𝑑𝐴𝑉𝐴 = (781 𝑘𝑔/ 𝑚3 ) (5 × 10−6 𝑚3)

𝑑𝐴𝑉𝐴 = 3,905 × 10−3 𝑘g

Agora, isolando ∆𝑇 , que tem semelhança com a equação da reta dada por y=ax +
b, temos que:

𝐾 𝑑 𝑉
∆𝑇 =
𝑀𝑀 𝑑 𝑉

Relacionando ∆𝑇 com a equação da reta, ∆𝑇 é equivalente à variável dependente


𝑦 e 𝑉𝐵 equivale a variável independente 𝑥 e o coeficiente angular 𝑎 é equivalente ao
restante da expressão:

14
𝑎=

Para a determinação da massa molar dos solutos, usaremos as equações da reta


obtida nos Gráficos 1, 2 e 3, dos respectivos solventes, para encontar o coeficiente
angular (𝑎), a densidade do soluto (𝑑𝐵), de 𝑑𝐴𝑉𝐴, que é dependente das propriedades do
solvente, que foi calculado anteriormente e da constante crioscópica do terc-butanol, que
será calculado nesse momento. Para isso usaremos alguns dados de Handbook(2003),
𝑀𝑀𝑡𝑒𝑟𝑐−𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 0,07412 𝑘𝑔. 𝑚𝑜𝑙 −1 ;𝑅 = 8,314 𝐽. 𝐾−1. 𝑚𝑜𝑙−1 ; 𝑇𝑓∗ = 298,3 𝐾; Δ𝐻𝑓𝑢𝑠 =
6700 𝐽. 𝑚𝑜𝑙−1 .

, , ( , )
Kc = ∆
= .
= 8,184 K.Kg.mol-1

Agora, para calcular a massa molar, isolaremos MMB, da equação do coeficiente


angular, dessa forma, temos:

MMB = α

Tendo conhecimento da densidade do soluto e inclinação de sua respectiva


reta, a partir dos grágicos 1, 2 e 3, pode-se calcular a massa molar. Lembrando que os
dados de densidade, 𝐾𝑐, 𝑑𝐴𝑉𝐴, são obtidos a partir da literatura de Handbook(2003).

Para a acetona:

A partir do gráfico da acetona, podemos extrair a inclinação da reta 𝑎 = 31,5 𝑘. 𝑚𝑙−1. Cuja
densidade é 784 𝑘𝑔. 𝑚−3 = 7,84 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚𝑙−1 . Os valores de 𝐾𝑐 𝑒 𝑑𝐴𝑉𝐴, 8,184 𝐾. 𝑘𝑔.
𝑚𝑜𝑙−1 𝑒 3,905 × 10−3𝑘𝑔, respectivamente.
.
, , ×
MMacetona = α
.
= = 0,05216 = 52,16
, ( ,

Para o hexano:

Seguindo o mesmo raciocinio de analisar o gráfico temos que 𝑎 = 17,5 𝐾. 𝑚𝑙−1;


𝑑ℎ𝑒𝑥𝑎𝑛𝑜 = 655 𝑘𝑔. 𝑚−3 = 6,55 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚𝑙 ; 𝐾𝑐 = 8,184 𝐾. 𝑘𝑔/𝑚𝑜𝑙;

𝑑𝐴𝑉𝐴 = 3,905 × 10−3𝑘𝑔.


.
, , ×
MMhexano = α
.
= = 0,07844 = 78,44
, ( , )

15
Para o etanol:

Dados: 𝑎 = 45,5 𝐾. 𝑚𝑙−1; 𝑑𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 789 𝑘𝑔. 𝑚−3 = 7,89 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚𝑙; 𝐾𝑐 = 8,184 𝐾.
𝑘𝑔/𝑚𝑜𝑙;𝑑𝐴𝑉𝐴 = 3,905 × 10−3𝑘𝑔.
.
, , ×
MMetanol = α
.
= = 0,03634 = 36,34
, ( , )

Agora na Tabela 3, terá uma comparação das massas molares experimentais com
as massas da literatura.

Tabela 3: Comparação das massas molares experimentais e da literatura.

Solvente MMexp. MMliter. Erro absoluto


(g.mol1) (g.mol1) (%)
Acetona 52,16 58,08* 10,19
Hexano 78,44 86,18* 8,981
Etanol 36,34 46,07* 21,12
*Fonte: Handbook of Chemistry and Physics, Cleveland, 2003.

16
Discussão
O composto dado, possui o grupo funcional OH, ou seja, sendo uma hidroxila,
fazendo parte do grupo dos álcoois. O terc-butanol possui massa molar 74,12 gmol-1,
apresentando características de um líquido comum, sem coloração a temperatura
ambiente. Sua fórmula estrutural, é apresentada na Figura 1 .

Figura 1: Estrutura Química Terc-butanol

Segundo a literatura o álcool terc-butanol possui constante crioscópica a


temperatura ambiente 25°C, 8,3 K.kgmol-1, possuindo uma constante 4 vezes maior que o
da água. Pode- se notar que através desse valor da constante o álcool irá se solubilizar
facilmente, sem ter que abaixar muito sua temperatura.

Como um dos objetivos do experimento, é observar a variação da temperatura de


solidificação do terc-butanol. Sabemos que o valor está correlacionado e unido pelo o fato
de depender do número de partículas de solutos presentes (independente de sua
natureza química) em uma dada quantidade de determinado solvente.

Para a determinação da massa molar do terc-butanol em solução, utilizou-se a


equação de Raoult, que relaciona a constante crioscópica e massa do soluto com a
variação de temperatura e massa do soluto. Os valores encontrados para as massas
molares em diferentes soluções foram bem diferentes do previsto na literatura, tem erros
girando em torno de 10,19% para a acetona, 8,981% para o hexano e 21,12% para o
etanol. Os erros desse experimento podem ser listados da seguinte forma: erro na hora
da pipetagem, do termômetro, e da micropipeta. Outro fator de erro para todas as
determinações é a presença de impurezas no terc-butanol (tais como água), levando a
modificações de sua constante crioscópica ou mesmo erro na sua determinação inicial.
Vale ressaltar que os dados obtidos na literatura para determinar a densidade dos solutos
obtidos na literatura foi de 20 °C e o experimento foi realizado a 25,6°C , desta forma esse
fator pode ser levado em conta na hora de determinar a massa molar.

17
Por fim, o que pode ter como “erro” peso é que os cálculos para as amostras foram
considerando que ambas eram ideias, e como no experimento não é possível acontecer
usando esse tipo de solução, fazendo essa consideração pode ter sido outro fator de erro.

18
Conclusão
Após a realização dos resultados, concluiu-se que a determinação da massa
molecular pelo método de abaixamento crioscópico é valido, porém complexo, se não
houver meios de determinar a fonte das amostras. Dessa forma as massas molares da
acetona, hexano e etanol foram calculadas experimentalmente por meio do gráfico do
abaixamento crioscópico vs. volume de soluto, e foi possível analisar através dos gráficos
apresentados que as retas são aceitas pelos padrões. Entretanto, pode-se dizer que
alguns erros foram encontrados nas massas molares devido, ao comportamento ideal das
soluções. Esse é um caso comum em cálculos desse tipo.

Sendo assim, para experimento desse nível é preciso analisar e se certificar da


fonte das amostras utilizadas e o tratamento realizado nas mesmas antes de iniciar os
procedimentos para se dar início ao processo experimental. Logo, deve-se saber que os
resultados nem sempre serão exatos devido a interferentes no momento da realização
dos procedimentos experimentais.

Vale lembrar ainda que algumas das vantagens do terc-butanol (álcool terc-butílico
ou 2-metil-2- propanol) como solvente em medidas de crioscopia são: (i) facilidade de
purificação; (ii) facilidade de acesso; (iii) são relativamente barato; (iv) temperatura de
fusão de 298,3 K (25,1 ºC) ou seja, basta o calor da mão para fundí-lo e banho de água
fria para congelá-lo; (v) baixa massa molar (74,12 g/mol); (vi) constante crioscópica (8,3
K.kg/mol) quatro vezes maior que a da água; (vii) baixa toxicidade e; (viii) solubilidade
com uma grande variedade de compostos. Sendo assim esse solvente nesse tipo de
experimento e muito mais vantajosos devido as suas característica e preço de custo.

19
Bibliografia
NEVES, J. Propriedades Coligativas. Educa Mais Brasil, 2019. Disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/propriedades-coligativas (1)

FOGAÇA, J.R.V. Propriedades Coligativas. Mundo Educação. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/propriedades-coligativas.htm (2)

SANTOS, A. R. ; VIDOTTI, E. C.; SILVA, E. L.; MAIONCHI, F.; HIOKA, N. Determinação


da Massa Molar por Crioscópia: Terc-Butanol, um Solvente Extremamente Adequado.
Química Nova, Vol. 25, No. 5, 844-848, 2002. Disponível em:
https://pdfs.semanticscholar.org/56ac/7fe467cb529e7a8363f56d5e3f3787683914.pdf?_ga
=2. 8141554.1597525687.1631310599-471185203.1631310599 (3)

CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química, 1ª edição. Editora LTC, Rio de Janeiro,


2015. (4)

CRC Handbook of Chemistry and Physics, 84th edition. CRC Press, Inc., Cleveland,
Ohio, 2003 – 2004.

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