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Profa. Alline Garcia.

Disciplina: Filosofia
Tópico: Ética, direitos humanos e cultura.
1ª série: Ética e cultura.
2ª série: Ética e direitos humanos.

Considerações iniciais
Kant: filósofo prussiano.
Filosofia Moderna - Século XVIII.

Contexto histórico de Kant:


- Reforma protestante no século XVI;
- Revolução Científica no século XVII. Especialmente a revolução copernicana empreendida
por Galileu Galilei, considerado o pai da Fisica Moderna e um dos fundadores do
Renascimento Cientifico na Modernidade;
- Iluminismo (também conhecido como Século das Luzes) no século XVIII;
- Descartes e o racionalismo x Hume e o empirismo - Séculos XVI e XVII.
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Ética
A ética de Kant é uma ética deontológica. Significa que trata-se de uma ética do
dever. Para Kant, a ideia que sintetiza a eticidade é a frase ''Deves porque deves''. Não há
na filosofia kantiana uma preocupação com o prazer da ação, mas com o cumprimento do agir
moral. Uma ação moralmente correta é aquela com intenção de realizar o DEVER.O sujeito
só é livre na medida em que cumpre o dever, sem esperar por nenhum tipo de compensação.
O dever está acima das consequências, beneficios, do prazer e da felicidade. O dever é o
motivo absoluto da ação moral.
Nesse sentido, Kant elabora um conceito fundamental para a realização do dever
moral, a saber, o imperativo categórico. O imperativo categórico é um principio inviolável,
válido em qualquer situação e lugar. Ele independe da pessoalidade. É universalmente válido
e incontestável. Exemplo: matar, roubar, discriminar racialmente, etc. Somos orientados pelo
imperativo categórico para avaliar as ações que são inaceitáveis, que não são justificáveis em
nenhuma situação. A célebre frase para ilustrarmos o imperativo categórico é: “Age de tal
modo que a máxima de tua ação possa valer universalmente''.
Existem também os imperativos hipotéticos. Esses são considerados princípios
subjetivos da ação. Exemplo: Se quero ir bem no Enem, preciso estudar. Se quero aposentar,
preciso contribuir para a previdência social. Os imperativos hipotéticos não se baseiam no
dever, mas no desejo. Há dois critérios de validação do imperativo categórico: universalidade
e dignidade. Se é aplicável a todos/todas; se não submete nenhuma pessoa como meio de
alcançar o objetivo da ação.

Ética e Direitos Humanos

Dito de outro modo: toda pessoa tem um fim em si mesma, ninguém pode ser
''sacrificado'' em beneficio de outro individuo ou dos próprios interesses do sujeito que está
diante de um dilema moral. Ainda que se possa supor um ganho maior do bem coletivo em
detrimento de um individuo. A dignidade humana, ou a dignidade da pessoa humana, é um
PRINCIPIO BASILAR do ornamento jurídico. A defesa máxima da integridade do indíviduo.
Ou seja: Exemplo: Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1848 e Constituição
Federal de 1988. Podemos constatar no Art. 1º da nossa Constituição.
Para Kant: “o homem não pode tornar-se um verdadeiro homem senão pela educação.
Ele é aquilo que a educação dele faz” (1996,15). E mais: uma pessoa “torna-se moral apenas
quando eleva a sua razão até aos conceitos do dever e da lei” (Kant, 1996, 102).

Cultura

Kant distingue no desenvolvimento da cultura o homem natural e o homem racional.


Segundo Kant: "o ser humano é destinado através da sua razão a estar em sociedade com
outros seres humanos e a se cultivar, a se civilizar e a se moralizar nessa sociedade através das
artes e das ciências. (1996, p. 240 [324])". A formação moral visa à eticidade, isto é, o agir
segundo as máximas. Esse cumprimento do dever moral é chamado de caráter. Segundo Kant,
é necessário controlar as paixões para ter um bom caráter, a saber, respeitar as leis que
resguardam a liberdade de todos os individuos da sociedade e a própria liberdade. A virtude
moral, portanto, é a capacidade de cumprir o dever e, por consequência ser autônomo. O
caráter e a virtudes não são dados antes da existência, são aprendidas aprendidas no âmbito
familiar e no âmbito educacional.
Em síntese: o objetivo maior da filosofia moral kantiana é investir os sujeitos de autonomia
para realização da liberdade, isto é, a autodeterminação da ação pela racionalidade, mediante
a valorização da universalidade da dignidade humana.Kant convida à passagem da
menoridade para a autonomia a partir da reflexão filosófica, da educação que visa a efetivação
da liberdade.

Referências Bibliográficas:

KANT, E., Crítica da Razão Pura, (Col. ''Os Pensadores'') , Nova Cultural, São Paulo, 1979.
KANT, Immanuel. Sobre a pedagogia. (Tradução de Francisco Cock Fontanella: Über
Pädagogik). UNIMEP: Piracicaba, 1996.

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