Heurística, que na sua forma original no grego “heuristiké” tem o significado
de “a arte de descobrir”, é uma definição para representar a forma com que as pessoas tendem a simplificar o entendimento de questões complexas, sem levar em consideração todos os detalhes, a fim de resolvê-las de forma mais rápida, ainda que nem sempre da melhor maneira. Ao se deparar com uma questão, o indivíduo traz os elementos que já compõe o seu imaginário, para ajudá-lo a tirar conclusões. Esses elementos em geral são o conhecimento próprio, adquirido através de experiências e observação, ou aquele que é passado por outros indivíduos. Por ser uma técnica utilizada na maioria das vezes de forma inconsciente, poucos sabem que aquela pode não ser a verdade absoluta, já outros acreditam terem encontrado a melhor solução. Se por um lado a heurística pode ser positiva, criando atalhos para que não se perca tempo com obviedades, ela também pode levar a conclusões errôneas e a preconceitos que podem durar por longos períodos, passando de geração em geração.
A Heurística da Disponibilidade
A heurística da disponibilidade é quando o indivíduo acredita na maior
probabilidade de um fato acontecer devido as suas recordações de ocorrências similares em um passado recente. No contexto das finanças, os investidores acabam baseando as tomadas de decisão em suas memórias e casos que tem conhecimento, como notícias e comentários de amigos, amostras essas que nem sempre representam de forma adequada o fenômeno em questão. Se por um lado essa heurística pode ajudar a identificar oportunidades e a fugir de armadilhas, boas e más impressões sobre determinados investimentos do passado, sejam essas por experiência própria, de terceiros ou por notícias e boatos, tendem a levar o investidor a tomar decisões sem embasamento técnico, o que pode trazer resultados insatisfatórios. Um exemplo prático é o momento atual, em que as ações estão em baixa e que há um conceito de que essa é a hora de comprar, compra na baixa e venda na alta. Ao longo do tempo a história mostrou que o mercado realmente se recuperou, mas não podemos afirmar que isso aconteceu com todas as ações. Logo, se essa “compra na baixa” for feita de forma deliberada, sem uma análise do mercado futuro e de quais companhias tem maior capacidade de recuperação, pode levar a perdas significativas do capital investido. Exemplo: Ações da Taurus quando Bolsonaro foi eleito Em dezembro fechou em R$4,05 e em 11 de janeiro atingiu R$7,86, uma valorização de 94%. Em 15 de março a ação já estava em R$ 4,13 novamente.
A Heurística da Representatividade
Esse tipo de heurística é definido pelo hábito de utilizar
situações/experiências passadas para comparar a eventos presentes que possuem algum grau de semelhança. Dito isso, muitas das vezes as associações feitas podem ser estereotipadas ou até mesmo falsas, levando em conta a superficialidade do julgamento por deixar de considerar outros parâmetros. Na área de gestão financeira, esse tipo de especulação não deve ser usado como foco central. Por envolver riscos, os membros envolvidos no processo precisam concentrar suas ações em estratégias baseadas em diversos parâmetros. Análises estatísticas, probabilidade, técnicas específicas e fundamentalismos, são alguns exemplos de critérios que podem ajudar na obtenção de bons resultados. Um exemplo simples da representatividade no setor de negócios, pode ser representado da seguinte forma: “Meu primo investiu no setor de viticultura com base na produção de sucos, vinte anos atrás, e obteve ótimos resultados. Agora que tenho o capital necessário, vou investir também”. Isto é um erro básico decorrente de uma avaliação rasa. O adequado seria analisar como anda a viabilidade econômica do setor. Análises que ajudariam na tomada de decisão: questões climáticas e de solo; taxas e tributos; custo do transporte e insumos; interesse do público pelo produto. Todas as variáveis citadas anteriormente podem ter sofrido modificações ao longo dos anos. Sendo assim, é evidente a necessidade de estudos mais profundos para verificar se um investimento que deu certo anos atrás é viável economicamente nos dias atuais.
Outro exemplo é o momento atual, em que as ações estão em baixa e que há
um conceito de que essa é a hora de comprar, compra na baixa e venda na alta. Ao longo do tempo a história mostrou que o mercado realmente se recuperou, mas não podemos afirmar que isso aconteceu com todas as ações. Logo, se essa “compra na baixa” for feita de forma deliberada, sem uma análise do mercado futuro e de quais companhias tem maior capacidade de recuperação, pode levar a perdas significativas do capital investido.
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