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SECRETARIA MUNICIPAL DE

DIRETORIA DE APOIO À EDUCAÇÃO BÁSICA

DEPARTAMENTO DE ARTE, CULTURA E PROJETOS ESPECIAIS

EIXO - 3

COORDENADORIA DO LIVRO, LEITURA, BIBLIOTECAS ESCOLARES E PUBLICAÇÕES


PEDAGÓGICAS

PRÁTICAS LEITORAS

CARTAS DE LEITURA:
AMIGOS EM PALAVRAS

“A distância não separa dois corações que se


importam” (Autor desconhecido)

UBERABA
2017
APRESENTAÇÃO
A Secretaria Municipal de Educação, por meio da Diretoria de Apoio à Educação Básica
/ Departamento de Arte, Cultura e Projetos Especiais, propõe a implementação da ação Cartas de
Leitura: Amigos em Palavras , com a finalidade de dinamizar as práticas de leitura realizadas nas
turmas referentes à segunda etapa do Ensino Fundamental (de 6° ao 9° ano) /2° Segmento da EJA
das Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino de Uberaba.
A proposta consiste em fomentar, no âmbito escolar, ações leitoras diversificadas,
interativas, integradoras, colaborativas e prazerosas, a partir dos seguintes eixos estruturantes:
gosto e fruição, fundamentos do gênero epistolar, utilização de recursos tecnológicos (laboratório
de informática) e produção textual.

JUSTIFICATIVA
Considerando o fato de que as práticas de leitura desenvolvidas no contexto educacional
elucidam a relevância da utilização de variados contextos para o desenvolvimento do hábito de ler
e da escrita, a proposição Cartas de Leitura: Amigos em Palavras suscita, de maneira coesa,
dinâmica e interdisciplinar, a interlocução direta entre as ações leitoras, desenvolvidas na sala de
aula, na Biblioteca Escolar, assim como nos tantos espaços que compõem o universo da escola, e
as práticas de produção textual.
Para tanto, com base nos fundamentos que perpassam a especificidade do gênero
epistolar – texto escrito em forma de carta endereçada a um destinatário específico ou não, no
qual há a possibilidade de se expressarem opiniões, discussões, indicações, os alunos das turmas
de 6° ao 9° ano/2º Segmento da EJA, nesta proposta, serão orientados a produzirem cartas com a
indicação de livros lidos em práticas escolares ou mesmo em leituras domiciliares. A articulação de
um correio de leituras na Unidade Escolar irá propiciar a troca de conhecimentos entre os pares, a
construção de saberes fundamentada no princípio da colaboração, além da interação constante
entre os alunos de modo que se tornem amigos em palavras. Segundo Marcos Antônio de Moraes
(2007, p. 75), o gênero epistolar revela a finalidade da troca e da interação espontânea:
A experiência comum de quem escreve cartas não ignora que o carteador se
modifica em graus diferentes, moldando-se pela imagem que tenciona mostrar ao
outro, reflexo não muito distante das ações sociais que modelam o indivíduo em
mil facetas da personalidade. Esse caráter particular e intransferível da carta
determina um espaço narrativo subterrâneo, protegido pelo segredo, próximo de
uma “encenação” do eu, consciente ou apenas movido pela intuição.

Dessa forma, tendo em vista a formatação de um nexo integrador e interdisciplinar, os


recursos tecnológicos disponibilizados no laboratório de informática (elaboração de um correio
eletrônico, de murais virtuais, de blogs para a exposição das cartas elaboradas, dentre outros)
serão subsídios para a aplicabilidade desta proposta, no sentido de tornarem-se recursos
potencializadores de diálogos multiculturais e de ampliarem as práticas sociais dos alunos no que
diz respeito à leitura e à escrita. De acordo com Scholze (2004, p. 7), “[...] Ler significa agir no
mundo através da linguagem, construir e construir-se como ser humano e cidadão, na perspectiva
de autores como Bakhtin (1995), Marcuschi (1983, 2001) e Jolibert (1994).”
Tendo em vista essa perspectiva, a ação Cartas de Leitura: Amigos em Palavras
evidencia, por meio das estratégias da interatividade e da produção de cartas, o desenvolvimento
do gosto literário, considerando, também, as nuances da fruição que levam o aluno leitor a
extrapolar o que está posto no texto:
O brio do texto (sem o qual, em suma, não há texto) seria a sua vontade de fruição:
lá onde precisamente ele excede a procura, ultrapassa a tagarelice e através do
qual tenta transbordar, forçar o embargo dos adjetivos – que são essas portas da
linguagem por onde o ideológico e o imaginário penetram em grandes ondas.
(BARTHES, 1987, p. 20).

Esse panorama apresentado por Barthes constitui-se bússola para a amplitude do ato de ler
e, no contexto desta proposição, instiga o compartilhamento de leituras, a fim de aprimorarem-se a
tomada de consciência pelo ato de ler, o desenvolvimento do senso crítico, a solidariedade entre
os educandos e a comunicação pela escrita.

OBJETIVO GERAL
Dinamizar as ações leitoras nas turmas de 6° ao 9° ano/2° Segmento da EJA das Unidades
Escolares de Ensino Fundamental, por meio do compartilhamento de indicações de leitura em
forma de cartas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Promover o gosto pela leitura do texto literário;
· Subsidiar o processo de produção textual nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, a partir
da confecção de cartas com a indicação de livros lidos;
· Propiciar momentos interdisciplinares, com enfoque na utilização dos recursos tecnológicos
disponíveis no laboratório de informática da Unidade Escolar.

ETAPAS PROCEDIMENTAIS
1. Aliar o incentivo à leitura ao desenvolvimento de ações dinâmicas e interativas em
diferentes espaços do ambiente escolar (sala de aula, biblioteca escolar, pátio, dentre
outros);
2. Formatar uma estratégia de criação de um correio de leituras na Unidade Escolar, em que
os alunos possam trocar correspondências com a indicação ou não de um livro lido, de um
texto específico;
3. Elaborar planos de aula de Língua Portuguesa e Literatura a partir da abordagem das
especificidades do gênero epistolar (estrutura, funcionalidade, linguagem, tipos de carta);
4. Promover o desenvolvimento do senso crítico, instigando os alunos a expressarem suas
opiniões em cartas, com o propósito de indicarem ou não os textos /obras lidos (as), por
meio da exposição de argumentos consistentes e/ou da possibilidade de criação na escrita,
tendo em vista o uso de recursos literários;
5. Utilizar o laboratório de informática para a implementação de estratégias de veiculação das
cartas elaboradas, bem como para possibilitar a troca das correspondências entre os
alunos (murais virtuais, blogs, correio eletrônico);
6. Integrar as ações desenvolvidas no laboratório de informática e a partir da utilização dos
recursos tecnológicos disponíveis na Unidade Escolar às práticas desencadeadas na sala
de aula, na Biblioteca Escolar, assim como em outros espaços da escola, de maneira a
propiciar momentos interdisciplinares significativos.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

MÊS
ETAPAS MAR ABRIL MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV
Elaboração da ação
leitora CARTAS DE X
LEITURA
Apresentação do
Projeto às Unidades X
Escolares.
Adesão das X
Unidades Escolares.
Etapas X X X X X X X X
Procedimentais.
Avaliação das ações X
desencadeadas.

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES


A avaliação será realizada por meio da observação de cada etapa destinada à execução da
proposta. Sendo assim, os professores avaliarão o envolvimento dos alunos, bem como a equipe
da Coordenadoria do Livro, Leitura, Bibliotecas Escolares e Publicações Pedagógicas avaliará o
desenvolvimento das atividades desencadeadas. Por fim, todos os envolvidos farão uma avaliação
da ação como um todo.
ELABORAÇÃO
Equipe da Coordenadoria do Livro, Leitura, Bibliotecas Escolares e Publicações Pedagógicas /
Seção de Bibliotecas Escolares / Departamento de Arte, Cultura e Projetos Especiais
Ana Paula Silva Santos
Luciane Ioná Aita
Pedro Macedo de Oliveira
Tânia Cristina Fígaro Ulhoa

REFERÊNCIAS
MORAES, M.A. Orgulho de jamais aconselhar. A epistolografia de Mário de Andrade. São Paulo:
EDUSP, 2007.
BARTHES, R. O prazer do texto. São Paulo: Editora Perspectiva, 1987. 86 p.
GERALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2002.
KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz e BRITO, Karim S. (Orgs.). Gêneros textuais:
reflexões e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.
PENNAC, Daniel. Como um Romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. p. 118-9
SCHOLZE, L. Letramento e desenvolvimento nacional. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2004. 14 p.

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