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CENTRO DE HUMANIDADES
Breno Araújo1
1
Graduando em Filosofia-Licenciatura. UECE, 2022.
prol de outro), o sujeito se materializa, tendo como resultado a atividade projetada
pela consciência, assumindo direção e se concretizando através da práxis coletiva.
(objetivação do subjetivo, coletivização e materialização do projeto da
consciência)
2
2 VÁZQUEZ, Sánchez Adolfo, Filosofia da Práxis, Práxis, Razão e História, p 331.
encontra, ou se encontrava, no decorrer do processo prático, mas sim seu
resultado. (...) (VÁZQUEZ, Sánchez Adolfo, 2007, p 332)
Para não deixar sombra de dúvidas, Vázquez problematiza até que ponto está
presente a intenção do sujeito, da práxis subjetiva, em seu resultado final, tendo
em vista que em seu processo, sofre alterações que modificam seu resultado, e
responde na seguinte argumentação:
(...) se a práxis intencional é a realização de uma intenção sujeita, por sua vez,
a uma transformação ao longo do processo prático, o produto da atividade do
sujeito não passa da própria intenção já realizada. Nesse sentido, não podemos
separar a intenção e o produto em que se plasmou, o subjetivo e o objetivo. (...)
(VÁZQUEZ, Sánchez Adolfo, 2007, p 333)
A partir dessa relação, é possível identificar o que Vázquez denomina por práxis
intencional, isto é, a práxis reflexiva, como práxis em seu caráter teleológico,
como atividade materializada tendo como pressuposto a ideação. A noção de
intencionalidade individual, faz parte da concepção de totalidade das relações
sociais.
Assim, não se trata aqui de expressar o quão longe chega os resultados que
partem de intenções subjetivas, mas da formação da subjetividade e da
intencionalidade individual a partir de suas forças produtivas, de uma dada ordem
social que condiciona as concepções de uma época, e forma a individualidade com
base nesse processo.
(...) Sua práxis tem, portanto, uma dupla face: é intencional na medida em que
o indivíduo persegue com ela determinado fim; e não intencional na medida
em que sua atividade como ser consciente individual assume uma forma social
e integra-se em uma práxis coletiva - a produção como atividade social - que
leva a resultados globais - produção e conservação de determinadas relações
sociais - que escapam a consciência e a sua vontade. É assim que surgem
acontecimentos históricos decisivos (...) (VÁZQUEZ, Sánchez Adolfo, 2007,
p 342)
3
Ibidem, p 345.
consciência de sua própria essência racional. A razão da história aparece,
portanto, com a história de sua razão. (...)’’ 4
Tendo em vista que a história concebida em seu caráter racional, é uma relação
de totalidade, ou seja, é desenvolvida pela racionalidade de sua estrutura social,
de suas forças produtivas, a história, segundo Vázquez, se movimenta num
processo de ''continuidade'' e descontinuidade'', isto é, aspectos estruturais da
sociedade que permanecem, e os aspectos que são superados independente das
intenções da práxis individual ou coletiva.5
4
Ibidem.
5
Ibidem, 346.
condicionamento unidimensional - de causa e efeito -, mas sim em e por uma
totalidade. (VÁZQUEZ, Sánchez Adolfo, 2007, p 350)
6
Ibidem, p 339.
Em uma estrutura complexa (...) sua racionalidade não se manifesta em um
elemento ou em uma estrutura particular dentro dela, mas sim no todo, com
suas relações e dependências estruturais, isto é, na estrutura como um todo
orgânico, internamente relacionado. Portanto, a racionalidade da estrutura
complexa não se dá em um elemento ou estrutura abstraído ou separado do
todo (...) (VÁZQUEZ, Sánchez Adolfo, 2007, p 350)
Por isso, os homens são um produto da história, mas também produtor. Produz
a sua racionalidade a partir da produção de sua vida, que nada mais é do que fruto
de suas relações de produção, ou seja, de uma dinâmica racional historicamente
engendrada. O ser humano é parte constitutiva da racionalidade histórica, ambos
se relacionam e condicionam sua transformação e seu desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS