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Já ouviu falar em viés inconsciente? Ele influencia o seu comportamento o tempo todo
e você nem percebe
São Paulo – João nem incluiu Maria na lista de promovidos porque supôs que ela não
iria querer mais responsabilidades na volta da licença maternidade. O gestor se
lembrou de sua mulher, que buscou uma rotina de trabalho mais tranquila depois do
nascimento do primeiro filho deles. Mas, com um esquema montado em casa, uma
promoção era tudo por que Maria ansiava.
E quem não faz isso? O viés inconsciente permeia as atitudes de João, Raimundo e de
todo mundo, dizem especialistas. O tempo todo estamos implicitamente julgando e
fazendo suposições sobre pessoas e situações ao nosso redor.
“O viés inconsciente é do ser humano. O que nos cabe é perceber o que estamos
fazendo”, diz Cristina Fernandes, diretora de RH e de comunicação da White Martins. A
empresa – que desde 2010 tem um trabalho estruturado de promoção da diversidade
– também treina gestores para que fiquem conscientes do peso que as associações
imediatas têm na sua tomada de decisão. “Nos nossos treinamentos não apontamos o
dedo para ninguém”, afirma Cristina. A ideia é que os executivos saiam desse “piloto
automático” e se abram para novos caminhos.
Tem dado certo. A empresa aumentou em 10% o número de funcionárias mulheres nos
níveis profissional e executivo. Atualmente, seu quadro funcional é composto por 30%
de afrodescendentes e 22% de mulheres. Metade dos estagiários de engenharia são
mulheres.
Ainda há um longo caminho para a igualdade racial e de gênero, mas a paisagem nas
fábricas e no ambiente corporativo já começa a ser mais diversa e não só masculina e
caucasiana.
“Elas trouxeram um perfil mais crítico, analítico e assertivo para nossos projetos, além de
incentivar a melhoria do desempenho dos homens, que verificaram um elevado
parâmetro de qualidade no trabalho delas”, diz.
E como o que vale para um gestor é garantir o bom desempenho por meio da sua
equipe, Moreira comemora. “Como consequência, acredito que me tornei uma
liderança mais qualificada, capaz de trazer bons resultados para a companhia.
Quais? “Ter dados e fatos concretos porque é preciso poder medir para avaliar se está
melhorando, criar uma estrutura para tomada de decisão, ou seja, definir critérios claros
e usá-los de forma consistente”, diz a diretora de RH.
Além disso, é necessário estar atento a sinais sutis. “Como nome de salas, decoração
das mesas, piadas e brincadeiras, atividades extratrabalho”, explica. Ela também cita a
importância de ser um agente de mudança no ambiente e promover a consciência de
todos. “Mantendo a si e a seus colegas responsáveis e chamando a atenção para
situações que precisam ser ajustadas”, diz.
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/voce-pode-ate-nao-saber-mas-e-
preconceituoso-no-trabalho/