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20 de julho de 2017
Busque compreensão
Quando o assunto é preconceito e contratação, é necessário que os
gestores “pensem abertamente sobre formas de simpli car e padronizar
o processo”, diz Bohnet. Para começar será preciso entender quais são
as discriminações no processo seletivo e como elas acontecem. Gino
recomenda aos gestores que deem treinamentos sobre o assunto para
os funcionários. “Um treinamento de conscientização é o primeiro passo
para descobrir os vieses inconscientes, porque permite que os
funcionários percebam que todos os possuem e identi quem os que lhes
são próprios.” A intenção é criar um “diálogo corporativo” sobre vieses e
provocar ideias a respeito das “providências que a instituição, como um
todo, pode tomar para minimizá-los”.
Padronize as entrevistas
Pesquisas mostram que entrevistas sem um roteiro — sem perguntas
objetivas em que a experiência e expertise do candidato devem surgir na
conversa naturalmente — “não costumam ser con áveis”, esclarece Gino.
Por outro lado, entrevistas estruturadas, em que cada candidato
responde às mesmas perguntas, “padronizam o processo seletivo” e
“amenizam os vieses” já que permitem que o empregador “foque nos
fatores que impactam diretamente o desempenho do candidato”. Bohnet
sugere que uma tabela de desempenho seja usada para avaliar as
respostas seguindo uma escala com notas predeterminadas. Ela
acrescenta que “um entrevistador ideal não sabe qual foi o desempenho
de cada candidato em cada etapa”. O objetivo é que a “entrevista seja
uma terceira forma de coletar informações e que seja independente das
outras etapas”.
Ela a rma que “o viés inconsciente é tão enraizado em nós que se não o
identi camos e falamos sobre ele, nada mudará”.
Dawn também pede aos seus funcionários que façam um treinamento de
conscientização dos vieses. O objetivo dela é que todos da equipe
— inclusive gestores — aprofundem o conhecimento sobre o que são
esses preconceitos e por que são traiçoeiros. “Eu falo sobre os meus
pontos fracos”, ela comenta. “Se sou honesta com a minha equipe, com
sorte, eles também irão se autoavaliar e identi car os próprios
preconceitos.”
Há pouco tempo, Dawn abriu uma vaga de “alto nível e alta visibilidade”
no departamento jurídico da VMware. A primeira coisa que fez foi pedir
que o cargo fosse descrito da maneira “menos sexista possível”. Ela focou
nas quali cações que procurava e não nas características pessoais dos
candidatos.
Dawn não faz entrevistas com roteiro; ela prefere que sejam como um
“bate-papo”, mas não abre mão de que seus colegas de trabalho deem
um feedback estruturado com considerações sobre os pontos fracos e
fortes dos candidatos.
“Às vezes ouço feedbacks como: ‘ela não tem os mesmos valores da
empresa’” — uma característica importante, mas não sólida o su ciente
para medir a aptidão do candidato.
“Então peço que me digam exatamente o que aquilo quer dizer. Por que
você acha que ela não tem os mesmos valores da empresa?’’. Se a
resposta for “não sei ao certo”, eu ignoro, mas se for algo como “ela é oito
ou oitenta” ou “ela tira suas próprias conclusões”, então considero.
Para essa vaga especí ca, Dawn e sua equipe acabaram contratando uma
mulher de um grupo sem muita representatividade.
“No nal do dia, ter uma equipe dinâmica, engajada e com perspectivas
diversas torna nossos debates pro ssionais melhores e mais criativos”,
ela explica.
Estudo de Caso número 2: Use softwares para simpli car e
padronizar o processo de avaliação dos candidatos
Jill admite que algum viés pode ter prejudicado o processo de entrevista
devido à expertise exigida para a vaga. “Não pensei sobre isso antes, mas,
tenho certeza de que, inconscientemente, eu esperava ver mais homens
nas entrevistas do que mulheres”, ela comenta.
Por isso, Jill usa softwares para fazer análises no começo do processo
seletivo. Ela diz que “os programas tornam o processo muito mais
independente”.
Por isso, ela prefere entrevistas com roteiro. Ela pediu que cada um dos
três nalistas para a vaga de analista de operações respondessem às
mesmas 10 questões. “Às vezes eu fazia uma pergunta a mais para
esclarecer algo e ir mais fundo, mas, eram sempre as mesmas questões”,
ela comenta. “Depois eu dava uma nota de 1 a 5 para cada resposta.”
Por último, Jill chegou a dois nalistas – uma jovem e um homem. Ela
pediu que os dois zessem um teste que simulava tarefas do cargo – um
processo padrão na sua equipe. “Demos aos candidatos um desa o que
poderiam enfrentar no trabalho e 36 horas para que preparassem uma
apresentação sobre como lidariam com o problema.”
Christy, a jovem, teve que apresentar sua solução para um grupo que
incluía o diretor de TI e o presidente da empresa. Assim que ela
terminou, Jill sabia que Christy era a candidata perfeita. “Não houve
competição. Ela arrasou”, comentou a vice-presidente. “Christy foi
assertiva e direta — e não teve problemas em manter sua opinião”.
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Rebecca Knight é jornalista freelancer em Boston e palestrante na
Wesleyan University. Teve trabalhos publicados pela The New York Times,
USA Today e The Financial Times.
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Tradução: Patrícia Lopes Ribeiro
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