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2005
APROVADO: 21.02.2006
ARTIGO DE REVISÃO
Lilian Scheinkman
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mbora não haja consenso ab- paciente ainda pode ter sido diagnosti- rentes ao TBP13 e déficits neuropsi-
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Nos pacientes jovens, o lítio conti- que utilize vários medicamentos, de-
nua a ser considerado o medicamento vido ao seu potencial para interações
de primeira linha no tratamento do epi- medicamentosas.24
sódio maníaco.18 Embora ele seja tam- Os antipsicóticos atípicos repre-
“ A abordagem
psicoterápica ou de
bém bastante utilizado em idosos,1 a to-
lerância aos efeitos colaterais desse me-
dicamento é menor e a eficácia possi-
sentam outra expansão no arsenal te-
rapêutico para o transtorno bipolar e
podem ser promissores no idoso. A
psicoeducação, velmente também menor do que em olanzapina, a risperidona, a quetia-
pacientes jovens.19 Este ainda pode ser pina, a ziprasidona e o aripiprazole
embora tenha considerado uma boa opção terapêutica estão aprovados pelo FDA (Food and
recebido pouca em idosos, sobretudo para o tratamento Drug Administration) americano
e prevenção de episódios maníacos, des- para o tratamento do transtorno bi-
atenção até aqui, de que atenção especial seja dada às polar, mas não há estudos controla-
parece resultar em peculiaridades em relação aos níveis dos acerca do seu uso em pacientes
plasmáticos e à incidência de efeitos geriátricos. Relatos preliminares su-
melhor colaterais, levando-se em conta o gerem que a clozapina, a risperidona,
funcionamento declínio na função renal e a maior pas- a olanzapina e a quetiapina possam
sagem do medicamento para o cérebro ser úteis no TBP no idoso.25
social, compreensão devido à maior permeabilidade da bar- Assim, no paciente idoso com
da doença e reira hematoencefálica nessa idade.20 sintomatologia depressiva ou manía-
A introdução dos medicamentos ca, o manejo clínico se inicia com uma
colaboração com o anticonvulsivantes no arsenal terapêu- completa e cuidadosa avaliação mé-
manejo tico do transtorno bipolar ampliou sig- dica e psiquiátrica. Possíveis diagnós-
nificativamente as opções para trata- ticos como delirium, doença de
farmacológico, mento farmacológico do idoso, embora Alzheimer, uma endocrinopatia ou,
merecendo, portanto, muito do nosso conhecimento advenha ainda, uma neoplasia que possam es-
de estudos realizados em populações de tar se apresentando inicialmente
mais estudos.
” diferentes idades ou em estudos com
idosos que apresentam transtornos
convulsivos, demência ou transtornos
como humor depressivo ou eufórico
devem ser examinados. O estabele-
cimento de uma aliança terapêutica,
psicóticos. sempre importante, é essencial com
Encontramos alguns estudos rea- esses pacientes, que via de regra ne-
rio do que seria esperado, não tem se lizados com o uso da lamotrigina es- cessitam de acompanhamento conti-
traduzido em especial atenção ao ma- pecificamente em idosos,21,22 demons- nuado. A abordagem psicoterápica ou
nejo clínico desses pacientes. Na au- trando boa tolerância nesse grupo de de psicoeducação, embora tenha re-
sência de recomendações de consen- pacientes, com poucos efeitos colaterais cebido pouca atenção até aqui, pare-
so específicas para o tratamento do e boa eficácia terapêutica como trata- ce resultar em melhor funcionamen-
TBP no idoso, os clínicos devem re- mento de manutenção. Como a lamo- to social, compreensão da doença e
correr a informações obtidas em es- trigina apresenta menor efeito negati- colaboração com o manejo farmaco-
tudos realizados com populações de vo no funcionamento cognitivo, em lógico, merecendo, portanto, mais es-
diversas faixas etárias, em relatos de comparação com os demais medicamen- tudos.
caso isolados e em recomendações tos anticonvulsivantes, isso a torna par- À medida que a população enve-
para o tratamento de pacientes jo- ticularmente atraente para utilização no lhece, o número de idosos com doen-
vens. Essa abordagem traz consigo li- paciente idoso. ças mentais graves tende a aumentar
mitações e riscos, haja vista que, O ácido valpróico e a carbamazepi- dramaticamente. Torna-se obrigató-
como resultado das mudanças no na também são amplamente utilizados, rio um maior conhecimento sobre as
funcionamento do cérebro e dos ór- embora não haja dados baseados em evi- formas de apresentação das doenças
gãos do paciente idoso, a farmacoci- dência científica. O ácido valpróico apre- mentais nessa faixa etária e sobre as
nética e a farmacodinâmica de vários senta freqüentemente boa tolerância e especificidades do tratamento dessa
medicamentos se encontram altera- sua eficácia e segurança, em compara- população. O maior conhecimento
das. Além disso, os idosos freqüen- ção com o lítio, nessa população, foram das diferenças de prevalência,
temente apresentam várias doenças recentemente revistas a partir de um es- etiologia e caracterização clínica do
clínicas e fazem uso de inúmeros me- tudo piloto,23 demonstrando significati- TBP de início em idade jovem ou
dicamentos que aumentam os riscos va melhora clínica com ambos os medi- avançada pode ter importantes im-
de surgimento de efeitos colaterais e camentos. A carbamazepina pode ser plicações para o diagnóstico e trata-
interações medicamentosas.17 uma opção menos priorizada no idoso mento dessa população.
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Lilian Scheinkman
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