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RECEBIDO: 15.12.

2005
APROVADO: 21.02.2006
ARTIGO DE REVISÃO

TRANSTORNO BIPOLAR NO IDOSO:


ESTADO ATUAL DO CONHECIMENTO

Lilian Scheinkman

RESUMO: A forma de apresentação e características clínicas do


transtorno bipolar no idoso são pouco conhecidas, a despeito de sua
associação, nesta faixa etária, com significativa morbidade e
mortalidade. Da mesma forma, não encontramos, na literatura,
consenso acerca de como tratar o transtorno bipolar no idoso. No
presente artigo, apresentamos uma breve atualização sobre o estado
atual do nosso conhecimento em relação à bipolaridade no paciente
geriátrico e seu manejo clínico.
BIPOLAR DISORDER IN THE ELDERLY

ABSTRACT: Despite the association of bipolar disorder in the elderly


with significant morbidity and moratility, the clinical presentation of this
illness in the geriatric patient has not been well studied so far. There is
no consensus as to how to treat bipolar disorder in this age group either.
In this article, a brief review of the state of our knowledge on this subject
is presented.

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno bipolar; Psiquiatria geriátrica; Idosos;


Farmacoterapia.

KEYWORDS: Bipolar disorder; Elderly; Geriatric psychiatry;


Pharmacotherapy.

Lilian Scheinkman – Doutora em Psiquiatria, IPUB-UFRJ. Professora


convidada, University of Miami, Department of Psychiatry and
Behavioral Sciences, USA. Pesquisadora visitante, bolsista da
FAPERJ, UFRJ.

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mbora não haja consenso ab- paciente ainda pode ter sido diagnosti- rentes ao TBP13 e déficits neuropsi-

E soluto, transtorno bipolar “de


início tardio”, geralmente, re-
fere-se àquele inicialmente diagnos-
cado com TBP em idade jovem e ter con-
tinuado a apresentar a doença na idade
avançada.
cológicos consistentes com os acha-
dos em estudos realizados com pes-
soas jovens com TBP foram descri-
ticado aos 50 anos ou acima dessa ida- A comorbidade médica em pacien- tos em pacientes idosos com TBP exa-
de. 1 Este tem sido associado a tes idosos com TBP é extremamente co- minados enquanto eutímicos. A ca-
comorbidade neurológica, ausência de mum.6 Em termos de diagnósticos es- pacidade funcional em idosos com
história familiar e maior freqüência pecíficos, a incidência de diabetes tipo II TBP se mostra, entretanto, superior
de apresentação psicótica.2 Especula- parece particularmente alta e indepen- ao de pacientes idosos esquizofrêni-
se ainda que o transtorno bipolar I, dente do uso de medicamentos.7 Tam- cos.14
com primeira admissão psiquiátrica bém a comorbidade psiquiátrica é bas- A despeito da variabilidade nos
após os 50 anos, possa fazer parte de tante freqüente. Embora alterações de achados, déficits no funcionamento
um subgrupo etiológico distinto. 3 comportamento sejam relatadas na li- executivo, memória episódica, con-
Vários autores têm observado dife- teratura em pacientes idosos com TBP, centração e, em menor grau, capaci-
renças entre a forma de apresentação não encontramos estudos sistemáticos a dade visuo-espacial têm sido relata-
do transtorno bipolar (TBP) no pa- esse respeito. Os pacientes idosos pare- dos de forma consistente no TBP.15
ciente jovem e no idoso. Entretanto, cem apresentar menos abuso de substân- De que maneira o TBP afeta o fun-
essas diferenças na psicopatologia de cias em relação aos pacientes jovens com cionamento cognitivo e se o TBP
quadros maníacos, depressivos, e mis- TBP,8 mas, quando comparados com ido- pode ser considerado fator de risco
tos, de acordo com a faixa etária, se sos sem TBP, a prevalência de transtor- para demência não está definido até
existentes, são pouco conhecidas.4 nos por uso de álcool mostra-se supe- o momento. É sabido, entretanto, que
Os estudos publicados acerca do rior.9 Por esse motivo, o rastreamento os transtornos de humor, quando não
TBP no idoso apresentam várias fa- para uso de álcool deve ser considerado tratados, estão associados a compro-
lhas metodológicas, como pequenas parte da rotina em pacientes com TBP metimentos significativos, diminui-
amostras, escassez de estudos longi- de todas as idades. Goldstein et al9 en- ção na qualidade de vida, declínio
tudinais, falta de instrumentos padro- contraram ainda alta prevalência de funcional, risco de suicídio e maio-
nizados e ênfase excessiva em pacien- distimia, transtorno de ansiedade gene- res demandas para o cuidador e o sis-
tes internados. As diversas mudan- ralizada e transtorno de pânico, em com- tema de saúde.
ças na nomenclatura e classificação e paração com idosos sem TBP. Há algu- Estudos de neuroimagem indi-
o fato de que muitos estudos não di- ma evidência de que pacientes com TBP cam também que pacientes idosos
ferenciam entre bipolar I, bipolar II e apresentem maior risco para desenvol- com TBP podem apresentar maiores
ciclotimia e não especificam a gravi- ver demência,10,11 mas isso não é confir- sinais de atrofia e de lesões cerebrais
dade do quadro contribuem ainda mado em todos os estudos. Em vários vasculares em comparação com con-
mais para as dificuldades na compa- relatos de caso, pacientes que apresen- troles normais pareados para idade.
ração e interpretação dos resultados. taram síndrome demencial no primeiro A maior atrofia cerebral e a presença
Em uma revisão de estudos publica- exame foram posteriormente reavalia- de lesões cerebrovasculares nesses
dos, Depp & Jeste5 encontraram for- dos, constatando-se que apresentavam, estudos poderiam ser devidas à
te evidência (definida como quatro ou em realidade, manifestações cognitivas fisiopatologia do TBP ou a fatores
mais estudos demonstrando resulta- do TBP.5 secundários, como estilo de vida, abu-
dos consistentes e estatisticamente Como o grupo de idosos com TBP so de substâncias e uso de medica-
significativos) indicando que o TBP representa um grupo marcado pela mentos, entre outros.5
se torna menos freqüente com a ida- heterogeneidade, as causas de prejuízo Em pacientes com transtorno bi-
de, é responsável por 8 a 10% das cognitivo nessa população serão prova- polar, independentemente da idade,
admissões psiquiátricas e está real- velmente também heterogêneas. As- estudos de neuroimagem têm de-
mente associado com fatores neuro- pectos como a idade de início do TBP, o monstrado, de forma consistente, um
lógicos nos casos de início tardio. So- número de recaídas de quadros afetivos aumento no número de hiper-inten-
bretudo, o início tardio de mania pa- e a incidência de comorbidades médicas sidades de substância branca, indican-
rece estar associado a maior prejuízo e psiquiátricas talvez contribuam, em do possíveis alterações nas conexões
neurológico. diferentes medidas, para a evolução do entre corpo estriado e tálamo e entre
A heterogeneidade do TBP, tan- quadro. Déficits cognitivos são descri- tálamo e córtex pré-frontal.16 A rela-
to na forma de apresentação como no tos em pacientes jovens com TBP e po- ção entre achados de neuroimagem
curso, é ainda maior na idade avan- dem ser cumulativos, apresentando as- funcional, curso clínico e caracterís-
çada. O paciente pode ter desenvol- sociação com o número de episódios ticas-traço e características-estado da
vido mania ou depressão de inicio afetivos (sobretudo depressivos) no de- doença não foi sistematicamente exa-
tardio, por vezes associada com alte- correr do tempo.12 Alterações cognitivas minada.
rações vasculares; outro paciente pode específicas como prejuízo no funciona- O reconhecimento da associação
ter apresentado quadro de mania após mento executivo poderiam estar relacio- de TBP no idoso com significativa
vários episódios depressivos; outro nadas a processos fisiopatológicos ine- morbidade e mortalidade, ao contrá-

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Nos pacientes jovens, o lítio conti- que utilize vários medicamentos, de-
nua a ser considerado o medicamento vido ao seu potencial para interações
de primeira linha no tratamento do epi- medicamentosas.24
sódio maníaco.18 Embora ele seja tam- Os antipsicóticos atípicos repre-

“ A abordagem
psicoterápica ou de
bém bastante utilizado em idosos,1 a to-
lerância aos efeitos colaterais desse me-
dicamento é menor e a eficácia possi-
sentam outra expansão no arsenal te-
rapêutico para o transtorno bipolar e
podem ser promissores no idoso. A
psicoeducação, velmente também menor do que em olanzapina, a risperidona, a quetia-
pacientes jovens.19 Este ainda pode ser pina, a ziprasidona e o aripiprazole
embora tenha considerado uma boa opção terapêutica estão aprovados pelo FDA (Food and
recebido pouca em idosos, sobretudo para o tratamento Drug Administration) americano
e prevenção de episódios maníacos, des- para o tratamento do transtorno bi-
atenção até aqui, de que atenção especial seja dada às polar, mas não há estudos controla-
parece resultar em peculiaridades em relação aos níveis dos acerca do seu uso em pacientes
plasmáticos e à incidência de efeitos geriátricos. Relatos preliminares su-
melhor colaterais, levando-se em conta o gerem que a clozapina, a risperidona,
funcionamento declínio na função renal e a maior pas- a olanzapina e a quetiapina possam
sagem do medicamento para o cérebro ser úteis no TBP no idoso.25
social, compreensão devido à maior permeabilidade da bar- Assim, no paciente idoso com
da doença e reira hematoencefálica nessa idade.20 sintomatologia depressiva ou manía-
A introdução dos medicamentos ca, o manejo clínico se inicia com uma
colaboração com o anticonvulsivantes no arsenal terapêu- completa e cuidadosa avaliação mé-
manejo tico do transtorno bipolar ampliou sig- dica e psiquiátrica. Possíveis diagnós-
nificativamente as opções para trata- ticos como delirium, doença de
farmacológico, mento farmacológico do idoso, embora Alzheimer, uma endocrinopatia ou,
merecendo, portanto, muito do nosso conhecimento advenha ainda, uma neoplasia que possam es-
de estudos realizados em populações de tar se apresentando inicialmente
mais estudos.
” diferentes idades ou em estudos com
idosos que apresentam transtornos
convulsivos, demência ou transtornos
como humor depressivo ou eufórico
devem ser examinados. O estabele-
cimento de uma aliança terapêutica,
psicóticos. sempre importante, é essencial com
Encontramos alguns estudos rea- esses pacientes, que via de regra ne-
rio do que seria esperado, não tem se lizados com o uso da lamotrigina es- cessitam de acompanhamento conti-
traduzido em especial atenção ao ma- pecificamente em idosos,21,22 demons- nuado. A abordagem psicoterápica ou
nejo clínico desses pacientes. Na au- trando boa tolerância nesse grupo de de psicoeducação, embora tenha re-
sência de recomendações de consen- pacientes, com poucos efeitos colaterais cebido pouca atenção até aqui, pare-
so específicas para o tratamento do e boa eficácia terapêutica como trata- ce resultar em melhor funcionamen-
TBP no idoso, os clínicos devem re- mento de manutenção. Como a lamo- to social, compreensão da doença e
correr a informações obtidas em es- trigina apresenta menor efeito negati- colaboração com o manejo farmaco-
tudos realizados com populações de vo no funcionamento cognitivo, em lógico, merecendo, portanto, mais es-
diversas faixas etárias, em relatos de comparação com os demais medicamen- tudos.
caso isolados e em recomendações tos anticonvulsivantes, isso a torna par- À medida que a população enve-
para o tratamento de pacientes jo- ticularmente atraente para utilização no lhece, o número de idosos com doen-
vens. Essa abordagem traz consigo li- paciente idoso. ças mentais graves tende a aumentar
mitações e riscos, haja vista que, O ácido valpróico e a carbamazepi- dramaticamente. Torna-se obrigató-
como resultado das mudanças no na também são amplamente utilizados, rio um maior conhecimento sobre as
funcionamento do cérebro e dos ór- embora não haja dados baseados em evi- formas de apresentação das doenças
gãos do paciente idoso, a farmacoci- dência científica. O ácido valpróico apre- mentais nessa faixa etária e sobre as
nética e a farmacodinâmica de vários senta freqüentemente boa tolerância e especificidades do tratamento dessa
medicamentos se encontram altera- sua eficácia e segurança, em compara- população. O maior conhecimento
das. Além disso, os idosos freqüen- ção com o lítio, nessa população, foram das diferenças de prevalência,
temente apresentam várias doenças recentemente revistas a partir de um es- etiologia e caracterização clínica do
clínicas e fazem uso de inúmeros me- tudo piloto,23 demonstrando significati- TBP de início em idade jovem ou
dicamentos que aumentam os riscos va melhora clínica com ambos os medi- avançada pode ter importantes im-
de surgimento de efeitos colaterais e camentos. A carbamazepina pode ser plicações para o diagnóstico e trata-
interações medicamentosas.17 uma opção menos priorizada no idoso mento dessa população.

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Endereço para correspondência:

Lilian Scheinkman
Av. Nossa Senhora de Copacabana,
1.018, sl. 907, Copacabana.
CEP : 22060-000, Rio de Janeiro, R.J,
Brasil.
Tel./Fax: (21) 2247-1954
E-mail: lscheinkman@uol.com.br

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