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INTRODUÇÃO

O esporte cada dia mais nos apresenta evoluções nas suas várias áreas de
envolvimento.
Vou abordar aqui um assunto muito discutido e importante na competição,
principalmente nas competições de alto nível: o lado psicológico.
Não quero entrar em atrito com os profissionais da área da psicologia, mas tenho
certeza absoluta que posso emitir opinião sobre o que vivenciei nos vestiários e
com certeza, tenho prática não em psicologia mas em convivência com atletas e
demais integrantes de equipes sob as mais diversas formas de tensão e sobrecarga
emocional.
INFLUÊNCIAS NO DESEMPENHO
As pessoas envolvidas em competições de alto nível estão constantemente sendo
colocadas sob desgaste emocional por que buscam resultados e conquistas a todo o
momento. Tem se a famosa frase: “matar um leão a cada jogo”.
E é verdade esta expressão. Há um envolvimento comercial muito grande e para
que se consiga sucesso financeiro e pessoal é necessário ter se resultados.
Resultados advêm de muito trabalho e treinamento. Isto requer muita concentração
e disciplina. Também muito querer e abrir mão de coisas que não combinam com
esporte de alto nível: festas, bebidas, excessos, etc...
Então como fica a cabeça de pessoas que sabem estar privando-se de muita coisa
na busca de um resultado? E se este resultado não chegar? E a cobrança da
torcida, dirigentes, patrocinadores, familiares?
Isto tudo precisa ser treinado também.
A participação em competições desencadeia uma série de inseguranças, medos,
ansiedades, estresses, agressões humanas e somatizações. Então é natural que o
atleta vivo muito próximo do desequilíbrio emocional.
COMO SE PREPARAR PARA DERROTAS E VITÓRIAS
Uma das piores situações que o atleta se defronta é com o medo do fracasso. Isto
gera tensão, ansiedade e muitas reações do organismo. Tem se que ter em mente
que o fracasso não pode ser evitado sempre. Em algumas situações ele surgira e aí
deve ser encarado como uma lição a ser aprendida e como forma de
desenvolvimento e crescimento.
A preparação para assimilar resultados deve começar desde cedo na vida do atleta.
Ser atleta já é um desafio enorme consigo mesmo, uma batalha diária de
sentimentos e ações que podem ser acumuladas para um determinado momento
emergir.
Na formação destes atletas é importante a figura de pessoas que tenham
experiência em disputas e mais ainda que tenham passado por situações das mais
variadas.
Mas não se vê esta preocupação na iniciação desportiva. Normalmente profissionais
em todas as areas afins do esporte aproximam-se de atletas profissionais, muitos
já consagrados, para remediar atos e atitudes que deveriam ser embasadas lá
atras.
Por isso, entendo que na formação dos atletas, eles sejam orientados por
profissionais em todas as areas, eliminando-se a figura de ex-atletas sem
formação, de empresários de plantão, enfim de pessoas que não estão
devidamente preparadas para auxiliar e muitas vezes nortear futuros de atletas.
No aspecto emocional e psicológico, é na base que vejo anecessidade de um
acompanhamento de psicologos e terapeutas. Na fase de desenvolvimento do ser
humano como futuro atleta que se faz necessário um acompanhamento e até uma
modificação de comportamento.
Perder ou ganhar faz parte do jogo, faz parte da vida. Mas quando se aprende isso?
Na iniciação, nos primeiros passos da carreira. Depois é só administrar e aí que
surge a famosa “experiência”. Como diz Evandro Motta ‘ experiência não é o que te
acontece,mas sim o que tu fazes com o que te acontece”.
QUERENDO AJUDAR, MAS...
É muito comum a interferencia negativa que pais mantém sobre seus filhos.
Querem que eles sejam os melhores, que se destaquem sempre. Estes pais, em
competições da categorias de base geralmente atrapalham até os profissionais que
estão trablhando com seus filhos pois se transformam em treinadores, psicologos,
enfim, assumem funções e se intrometem em areas que não são suas. Estes atletas
em potencial, além de serem cobrados nos seus treinamentos e locais de
competições, ainda recebem em casa uma pressão muito maior: a pressão da
família. Porque tu não fez isso ou aquilo?por que tu não faz assim?
Nesta hora, o atleta precisa de uma força interior muito grande e de um preparo
emocional também para poder separar o que é produtivo ou não.
 E tenham a certeza: estas cobranças feitas em casa ou de pessoas próximas é
altamente prejudicial ao rendimento por que toda vez que ele errar vai lembrar da
figura do pai ou familiar lhe censurando. Por isso muitas atitudes intempestivas
tomadas por atletas tem a ver com aquillo que está internalizado em suas mentes.
São reações tomadas unicamente por alguém muito próximo em outras epocas
disse: faz assim, age assim. E em situações de estresse emocional, afloram.
ATLETAS AUTOCONFIANTES
Cox (1994) define a AUTOCONFIANÇA como: “um sentimento ou confiança que o
indivíduo tem nas suas próprias habilidades.”
Segundo Thomas (1983), “o atleta tem que ser preparado para a carga psíquica da
competição com tal perfeição de modo a ser capaz de mobilizar todas as reservas
de força no momento decisivo.”
A autoconfiança do atleta começa também a ser desenvolvida na fase de iniciação
desportiva. E lá que os atletas em potencial começaram a diferenciarem-se e reagir
de formas diferentes a situações identicas que se apresentarem. Tem muito a ver
como são trabalhados, como são vistos nos seus treinamentos e como são cobrados
por resultados.
Por este motivo fala-se que atletas adquirem autoconfiança nos treianemntos, pois
lá eles repetem situações, trabalham ações que lhe darão segurança para tomarem
decisões acertadas nas horas mais dificeis 
CONCLUSÃO
Repito o que escrevi no início: não quero entrar na area que não me pertence, mas
quero deixar minha experiência registrada
Acredito muito que psicólogos possam dar um apoio e auxilio muito grande aos
atletas em suas carreiras. Mas reforço que este tipo de trabalho precisa ser iniciado
nas categorias de base, na epoca de desenvolvimento de potencialidades e não
depois quando o atleta já estiver formado em sua plenitude. Seria bom que dentro
das equipes multidisciplinares de formação desportiva houvesse um profissional da
psicologia para interagir com fisioterapeutas, preparadores fisicos, treinadores,
fisiologistas. Com certeza haveria uma melhoria nos atletas, corpos e mentes
trabalhariam equilibrados para uma busca de performance e aí sem dúvida
teríamos mais que atletas: teríamos pessoas melhores e mais felizes.

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