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Até o momento, já foram identificados mais de 300 defeitos estruturais da Hb, sendo
a anemia falciforme a mais conhecida. Já no caso dos defeitos na taxa de produção das
cadeias de Hb, as mais conhecidas são as talassemias (alfa ou beta talassemias, variando
de acordo com a cadeia que foi acometida).
Durante a vida embrionária, fetal e adulta, são produzidas diferentes hemoglobinas, cada
uma consistindo em um tetrâmero de cadeias polipeptídicas de globina: um par de cadeias
tipo alfa constituídas por 141 aminoácidos e um par de cadeias tipo Beta com 146
aminoácidos. A principal hemoglobina do adulto, HbA, tem a estrutura X2B2. A HbF
(22) predomina durante a maior parte da gestação, e a HbA2 (22) é uma
hemoglobina do adulto de menor importância. As hemoglobinas embrionárias não são
consideradas aqui.
Os eritrócitos que surgem pela primeira vez por volta de 6 semanas após a concepção
contêm as hemoglobinas embrionárias Hb Portland, Hb Gower I (22) e Hb Gower II
(22). Com 10 a 11 semanas, a hemo- globina fetal (HbF; 2 2) torna-se
predominante. A mudança para uma síntese quase exclusiva da hemoglobina do adulto
(HbA; 22) ocorre em torno de 38 semanas (Fig. 8.1). Por isso, os fetos e recém-
nascidos necessitam de -globina, mas não de -globina, para que a gestação seja
normal. Um pequeno avanço na compreensão da transição da HbF para a HbA foi a
demonstração de que a transcrição do fator Bcl11a desempenha um papel essencial em
sua regulação. São produzidas pe- quenas quantidades de HbF durante a vida pós-natal.
Alguns clones de eritrócitos, denominados células F, são a progênie de um pequeno re
As hemoglobinopatias estruturais ocorrem quando as mutações alteram a sequência dos
aminoácidos de uma cadeia da globina, modificando as propriedades fisiológicas das
hemoglobinas variantes e causando as anormalidades clinicas típicas. As hemoglobinas
variantes de maior relevância clínica sofrem polimerização anormal, como na anemia
falciforme, ou exibem alteração de sua solubilidade ou afinidade de ligação pelo oxigênio.
As síndromes talassêmicas surgem de mutações que comprometem a produção ou
tradução do mRNA da globina, resultando em biossíntese deficiente das cadeias da
globina. As anormalidades clínicas são atribuíveis ao suprimento inadequado de
hemoglobina e aos desequilíbrios na produção das cadeias das globinas, ocasionando a
destruição prematura dos eritroblastos e eritrócitos. As variantes da hemoglobina
talassêmica combinam ca- racterísticas da talassemia (p. ex., biossíntese anormal da
globina) e das hemoglobinopatias estruturais (p. ex., uma sequência anormal de
aminoácidos). A persistência hereditária da hemoglobina fetal (PHHF) caracteriza-se pela
síntese dos níveis elevados de hemoglo- bina fetal na idade adulta. As hemoglobinopatias
adquiridas incluem modificações da molécula de hemoglobina por toxinas (p. ex., mete-
moglobinemia adquirida) e anormalidades clonais da síntese de hemoglobina (p. ex., altos
níveis de produção de HbF na pré-leucemia e ocorrência de talassemia nos distúrbios
mieloproliferativos)
Tipos de hemoglobinas • Hemoglobina embrionária – Gower I (2 zeta e 2 epslon ) –
Portland (2 zeta e 2 gama) – Gower II ( 2 alfa e 2 epslon) • Hemoglobina fetal – Hb Fetal (2
alfa e 2 gama) – HbA1 (2 alfa e 2 beta) – HbA2 (2 alfa e 2 delta).
Tipos de hemoglobinas • Hemoglobina no adulto – HbA1 (2 alfa e 2 beta) – 95 a 98% –
HbA2 (2 alfa e 2 delta) – 2 a 4% – HbFetal (2 alfa e 2 gama) – 0 a 2%
A hemoglobina Fetal, ou Hb F, tem importância essencial na fisiologia da distribuição de
oxigênio durante a fase fetal que abrange o período entre o terceiro mês de gestação até o
dia do nascimento
A principal razão fisiológica para essa mudança de tipos de hemoglobinas se deve a duas
causas, a primeira, devido ao fato do expressivo crescimento da massa corporal que
necessita de constância na suplementação de oxigênio, e a segunda, por causa da
restrição de oxigênio ofertado pela circulação materno-fetal. Para superar o baixo teor de
oxigênio que chega para o feto, o processo evolutivo dos mamíferos, notadamente o da
espécie humana, desenvolveu a Hb F que tem como principal característica fisiológica a
alta afinidade pelo oxigênio, que faz com que a liberação de oxigênio dos eritrócitos para
os tecidos fetais seja lenta. A estrutura molecular da Hb F é composta por duas globinas
alfa e duas gama (α2γ2) e sua concentração atinge entre 90 e 95% até o nascimento.
Entretanto, a partir do sexto mês do desenvolvimento do feto ocorre também, mas de
forma muito discreta, as sínteses das hemoglobinas normais A (α2β2) e A2 (α2δ2), de tal
forma que ao nascer as suas concentrações não ultrapassam 10% e 2%, respectivamente
Produzimos 200 bulhoes de hemácias por dia, substituindo ,84% do total.
Alteração molecular primaria sendo no códon 6 do gene da globina Beta, uma adenina (A)
é substituída por uma timina (T) – (GAG – GTG). Isso resulta numa mutação com
substituição do resíduo glutamil na posição B6 por um resíduo valil (B6GLU-VAL).
Ocorre na superfície da molécula, sem provocar alterações significativas na sai
conformação global.
Polimerização que depende de oxigenação, pH, concentração de Hb S, temperatura,
pressão, força iônica. Somente a forma desoxigenada da HB S sofre polimerização.
A polimerização é o eventro principal na patogenia da anemia falciforme
A HbF inibe a polimerização, fenômeno responsável pela redução de sintomas e início da
doença após essa troca.
A falcização repetida de hemácias ss pode lebar a um dano na membrana com exposição
de proteínas na superfície. Provoca alteração ma célula endotelial da parede vascular –
molécula de adesao vascular (VCAM), e selectina, IL8, IL6, Endotelinas.
A maioria dos pacientes com síndromes falcêmicas apresenta anemia hemolítica, com
hematócrito de 15 a 30% e reticulocitose significa- tiva. Antigamente, acreditava-se que a
anemia exercia efeitos prote- tores contra a vasoclusão ao reduzir a viscosidade
sanguínea. Entre- tanto, a história natural e os estudos clínicos de terapia farmacológica
sugerem que o aumento do hematócrito e a inibição da reticulocitose por retroalimentação
podem ser benéficos mesmo à custa de aumen- to na viscosidade do sangue. O papel dos
reticulócitos aderentes na vasoclusão pode explicar estes efeitos paradoxais.
A granulocitose é comum. A contagem dos leucócitos pode flu- tuar de modo substancial e
imprevisível durante e entre episódios álgicos, infecções e outras doenças intercorrentes.
tidas que exigem internação (> 3 por ano) são correlacionadas com redução da sobrevida
na idade adulta, sugerindo que esses episó- dios estão associados a acúmulo de lesão
crônica dos órgãos-alvo. Os fatores desencadeantes consistem em infecção, febre,
exercício excessivo, ansiedade, mudanças abruptas da temperatura, hipoxia ou corantes
hipertônicos.
Talassemia
As talassemia constituem grupo heterogeneio
Talassemia é o nome dado para um grupo de doenças genéticas caracterizadas pela baixa
produção de uma das partes (cadeias) que formam a hemoglobina. Isso provoca a
redução na produção de hemoglobinas e torna as hemácias menores e mais pálidas.
Assim como ocorre com a doença falciforme, a pessoa com beta talassemia herdou dois
genes para a doença. Quando a pessoa recebe apenas um gene, ela possui o traço
talassêmico, não tem manifestações clínicas, mas pode transmitir o gene com a alteração
aos seus filhos.
O nome talassemia deriva da combinação das palavras gregas thalassé (mar) e haemas
(sangue). Desta forma, a palavra representa a origem geográfica da doença, devido ao
seu surgimento nos países banhados pelo mar, mais precisamente no Mediterrâneo, como
Itália e Grécia