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DA ALEGAÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO

Por vezes, o magistrado pode ter algum


relacionamento pessoal com as partes do processo ou
com seus advogados, o que o coloca em uma situação de
dúvida quanto à isenção para o julgamento da causa.
Exatamente para resolver tal situação e evitar
qualquer mácula no processo é que surgem as figuras do
impedimento e da suspeição.
O impedimento (CPC/2015, art. 144) caracteriza
situações objetivas em que é absolutamente incompatível
o julgamento da causa pelo magistrado em razão do seu
envolvimento concreto com um dos participantes do
processo ou com a causa em debate. São exemplos: a) os
casos em que é parte na causa o próprio juiz, seu cônjuge,
ou parente até o terceiro grau; b) as situações em que o
desembargador atuou na causa quando era juiz; c) as
demandas em que é parte um cliente do escritório de
advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente até o
terceiro grau.
Já a suspeição (CPC, art. 145) ocorre em situações de
cunho subjetivo em que as máximas de experiência
demonstram não ser conveniente que o juiz julgue
determinada causa. São exemplos: a) a situação em que o
juiz é amigo ou inimigo das partes; b) o juiz é credor ou
devedor de uma das partes, cônjuge ou parente até o
terceiro grau.
No sistema do CPC/2015 essa alegação passa a ser
abordado em petição específica para isso, sem maiores
formalidades.
O réu deverá alegar a parcialidade no prazo de 15 dias
a contar do conhecimento do fato (CPC/2015, art. 146), o
que deve ensejar a suspensão do processo (CPC/2015, art.
313, III).
Se desde o início do processo (a partir do despacho
que determinou a citação) já se sabe do impedimento ou da
suspeição do juiz, a petição pode ser apresentada desde
logo.
Se o juiz reconhecer que é parcial para o julgamento,
determinará a remessa para o substituto legal; se
entender não ser impedido ou suspeito, a petição será
autuada em apartado e, após se manifestar, o juiz
determinará a remessa ao Tribunal para julgamento
(CPC/2015, art. 146, § 1º).
Se o Tribunal acolher a alegação, condenará o juiz nas
custas e remeterá os autos ao substituto legal – podendo o
juiz recorrer dessa decisão (CPC/2015, art. 146, § 5º).
Esclarece ainda o Código que é possível apontar o
impedimento ou a suspeição não só do juiz, mas também
do membro do Ministério Público e dos demais sujeitos do
processo (CPC/2015, art. 148).
Por fim, vale consignar que também o autor pode
apresentar petição de impedimento ou suspeição.

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