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Autor:
Adriana Menezes
21 de Dezembro de 2021
Sumário
1. Introdução ................................................................................................................................. 2
Legislação ....................................................................................................................................... 18
Gabarito .......................................................................................................................................... 44
INSS (Técnico do Seguro Social) Direito Previdenciário - 2022 (Pré-Edital) Profª. Adriana Menezes
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ACIDENTE DO TRABALHO
1. Introdução
A ideia de acidente corresponde ao evento repentino, de cunho traumático, que ocasione dano à
integridade física, à saúde, provocando a morte do trabalhador ou a retirada de sua capacidade
laborativa, total ou parcialmente.
2. O acidente do trabalho
O art. 19 da Lei nº 8.213/91, após a publicação da Lei Complementar nº 150/2015, passou a dispor
que:
Diante do conceito de acidente do trabalho trazido pelo legislador, o elemento objetivo para a
caracterização do acidente do trabalho é a existência de lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho.
A lesão corporal seria aquela que vai atingir a integridade física do indivíduo, causando-lhe um
dano físico-anatômico, enquanto a perturbação funcional vai apresentar dano fisiológico ou
psíquico, relacionado com órgãos ou funções específicas do organismo humano, sem aparentar
lesão física.
Trata o artigo acima descrito de acidente típico, em que aquilo que se tem a demonstrar é um
determinado fato e que esse fato mantém nexo de causalidade com o dano à saúde (incapacidade
laborativa total ou parcial ou morte).
Daí, podia-se concluir que somente empregados, trabalhadores avulsos e segurados especiais
poderiam ter seus benefícios caracterizados como acidentários.
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Com a nova redação do art. 19 da Lei nº 8.213/91, o empregado doméstico foi incluído no conceito
de acidente do trabalho.
O seguro contra acidente do trabalho que fora estendido aos empregados domésticos, com a
alteração do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, foi regulamentado pela Lei
Complementar nº 150/2015, trazendo alteração no texto dos artigos 19, 21-A e 22 da Lei nº
8.213/91.
Sofrem acidente do trabalho e, por consequência, poderão ter direito a benefícios previdenciários
acidentários:
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Ø empregado,
Ø empregado doméstico,
Ø trabalhador avulso,
Ø segurado especial.
A Lei nº 8.213/91 em seu art. 20 estendeu o conceito de acidente do trabalho, considerando como
tal as doenças ocupacionais.
Na verdade, vê-se que não se trata de fatos repentinos, violentos, abruptos que causam a morte
ou a incapacidade parcial ou total para o trabalho do indivíduo. Mas, situações que, progredindo
no tempo, mantêm nexo de causalidade com a redução, a perda temporária ou permanente da
capacidade laborativa do segurado.
O vínculo fático que liga o efeito (incapacidade ou redução da capacidade para o trabalho ou
morte) à causa (doença ocupacional) não decorre de um evento súbito.
Essas doenças são deflagradas em virtude da atividade laborativa desempenhada pelo indivíduo
e são classificadas como doença profissional e doença do trabalho.
São aquelas doenças decorrentes de situações comuns aos integrantes de determinada categoria
de trabalhadores, relacionadas como tal no Decreto nº 3.048/99, Anexo II, ou, caso comprovado
o nexo causal entre a doença e a lesão, aquelas que sejam reconhecidas pela Previdência,
independente de constar na relação (art. 20, § 2º, Lei nº 8.213/91).
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É chamada de mesopatia.
É o caso, por exemplo, de um empregado que fica exposto a som alto, acima dos limites legais de
tolerância, causando-lhe perturbação funcional auditiva. Se não fosse a condição de trabalho, não
haveria a perda funcional.
Há que se chamar atenção, no entanto, que não se consideram doenças do trabalho (art. 20, § 1º
da Lei nº 8.213/91):
• a doença degenerativa. É aquela que tem como causa uma deficiência do próprio
indivíduo que, com o passar do tempo, se torna uma doença. Não tem nexo com o trabalho,
e, sim, com a própria constituição da pessoa.
• a doença inerente ao grupo etário. É normal que pessoas de determinadas idades sofram
de certas doenças, que não são fruto do trabalho, mas da própria faixa etária. Como
exemplo, pode-se citar a osteoporose.
• a doença que não produza incapacidade laborativa. Para ser considerada como acidente
do trabalho tem que se produzir incapacidade laborativa.
Desse modo, não é absoluta a regra de que a doença endêmica não pode ser considerada doença
do trabalho.
Veja o que dispõe o art. 20, § 1º, “d” da Lei 8.213/91, in verbis:
Art. 20.
(...)
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a) a doença degenerativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
O INSS, em caso excepcional, ao constatar que a doença que resultou das condições especiais em
que o trabalho foi realizado e com ele se relaciona diretamente não está incluída na lista da
Previdência Social, deverá considerá-la como acidente do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos
I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Além dos acidentes do trabalho típicos e atípicos, a Lei nº 8.213/91 elenca situações que são
equiparadas ao acidente do trabalho. É o que se chama de acidente do trabalho por equiparação,
trazidos pelo art. 21 da Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação.
Nesse caso há a concausa. As concausas podem ser anteriores (por exemplo, a hemofilia),
simultâneas (infarto após um assalto na empresa) ou posteriores (infecção hospitalar após a
internação do acidentado do trabalho) ao acidente.
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b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com
o trabalho;
IV - Acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
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c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado.
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d) Equipara-se ainda ao acidente do trabalho, para efeitos da Lei nº 8.213/91, o acidente sofrido
pelo trabalhador ainda que fora do local e horário de trabalho, em consequência de ato de pessoa
privada do uso da razão.
e) Também se equipara ao acidente do trabalho, para efeitos da Lei nº 8.213/91, o acidente sofrido
pelo trabalhador mesmo que fora do local e horário de trabalho em consequência de ato de
imprudência, negligência, desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes
de força maior.
Comentários:
Alternativa “a”: errada. Equipara-se ao acidente do trabalho, para efeitos da Lei nº 8.213/91, o
acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação. É o que dispõe o art. 21, inciso I, da Lei nº
8.213/91.
É necessário que o acidente tenha contribuído de forma direta para a redução ou perda da capacidade
laborativa ou para a morte do segurado, mesmo que não tenha sido a causa única.
Alternativa “b”: errada. Conforme interpretação do art. 21, inciso II, alínea “b”, da Lei nº 8.213/91,
será considerado acidente do trabalho, mesmo que o agressor não esteja prestando serviço para o
empregador.
Alternativa “c”: correta. É caso de acidente por equiparação, conforme dispõe o art. 21, inciso IV,
alínea “c”, da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “d”: errada. Para que o acidente seja equiparado a acidente do trabalho é necessário que
o acidente sofrido pelo trabalhador, em consequência de ato de pessoa privada do uso da razão,
ocorra no local e no horário do trabalho. É o que se pode entender pelo disposto no art. 21, inciso II,
alínea “d”, da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “e”: errada. No caso apresentado, para que seja considerado acidente do trabalho, é
necessário que o acidente ocorra dentro do local e do horário do trabalho. É o que se pode entender
pelo disposto no art. 21, inciso II, alíneas “c” e “e”, da Lei nº 8.213/91.
Alternativa correta: “c”.
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Nos casos de doença profissional e do trabalho, não se tem um dia apenas para
caracterizar o início do acidente, por razões óbvias. Não ocorre um acidente de fato. São doenças
ocupacionais que vão causar ao trabalhador lesão corporal ou perturbação funcional a ponto de
torná-lo incapacitado para o trabalho ou ter a sua capacidade laborativa reduzida.
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Daí, para caracterizar o dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, o art. 23
da Lei nº 8.213/91 dispõe que
Um empregado teve desencadeada uma doença em razão do modo como era prestado o trabalho.
Essa doença levou o segurado a ficar temporariamente incapacitado para o trabalho.
Considerando ser uma doença do trabalho, a empresa deverá emitir a CAT.
Mas, qual será o prazo que deve ser observado, já que não houve um acidente de fato?
Deverá o empregador emitir a CAT até o primeiro dia seguinte da data:
- do início da incapacidade laborativa ou
- da segregação compulsória, se fosse o caso ou
- que foi realizado o diagnóstico, valendo o que tiver ocorrido primeiro.
A CAT será feita pela empresa ou pelo empregador doméstico em meio eletrônico, constituindo
uma obrigação acessória e seu descumprimento está sujeito à cobrança de multa pecuniária.
Ø o próprio acidentado,
Ø seus dependentes,
Ø a entidade sindical competente,
Ø o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública.
Essas pessoas, entretanto, não estarão sujeitas ao cumprimento dos prazos dispostos na lei para
entrega da CAT, valendo estes somente para a empresa.
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E, caso isso venha acontecer, poderão a empresa ou o empregador doméstico requerer a não
aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo,
da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência
Social (CRPS).
Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por meio
da identificação do nexo causal entre o trabalho e o agravo.
...
§ 5º Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a incapacidade para o trabalho e o nexo causal entre o
trabalho e o agravo, na forma prevista no § 3º, serão devidas as prestações acidentárias a que o
beneficiário tiver direito.
§ 7o A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso
concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 8o O requerimento de que trata o § 7o poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data para a
entrega, na forma do inciso IV do art. 225, da GFIP que registre a movimentação do trabalhador, sob
pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa.
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apresentado no prazo de quinze dias, contado da data em que a empresa tomar ciência da decisão a que
se refere o § 5º.
§ 10. Juntamente com o requerimento de que tratam os §§ 8o e 9o, a empresa formulará as alegações
que entender necessárias e apresentará as provas que possuir demonstrando a inexistência de nexo entre
o trabalho e o agravo.
§ 11. A documentação probatória poderá trazer, entre outros meios de prova, evidências técnicas
circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo ser produzidas no âmbito de
programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável técnico legalmente
habilitado.
§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a contestação da empresa para que este, querendo, possa
impugná-la, obedecendo, quanto à produção de provas, ao disposto no § 10, sempre que a instrução do
pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de inexistência do nexo entre o trabalho e o
agravo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
§ 13. Da decisão do requerimento de que trata o § 7o cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte da
empresa ou, conforme o caso, do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social, nos termos
dos arts. 305 a 310. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
6. Estabilidade do acidentado
o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Art. 346. O segurado que houver sofrido o acidente a que se refere o art. 336 terá garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio
por incapacidade temporária decorrente de acidente, independentemente da percepção de auxílio-
acidente. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Assim, o empregado que estiver recebendo auxílio por incapacidade temporária em decorrência
de acidente de trabalho, doença ocupacional (profissional ou do trabalho) ou acidente do trabalho
por equiparação, terá seu contrato suspenso e, quando se recuperar, poderá retornar ao emprego
e nele ser mantido pelo prazo mínimo de 12 meses. Caso seja demitido sem justa causa, deverá
ser reintegrado ao trabalho ou indenizado pelo período correspondente à estabilidade.
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. Súmula TST 378 – Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. Art. 118 da Lei nº 8. 213/1991.
Constitucionalidade. Pressupostos. I – É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/91 que assegura o direito à
estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. II –
São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do
auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a dispensa, doença profissional que guarde relação de
causalidade com a execução do contrato de emprego. III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo
determinado goza da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei
nº 8. 213/1991.
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Constitui contravenção penal, punível com multa, a empresa deixar de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
A Perícia Médica Federal terá acesso aos ambientes de trabalho e a outros locais onde se
encontrem os documentos referentes ao controle médico de saúde ocupacional e aqueles que
digam respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais para verificar a eficácia das
medidas adotadas pela empresa para a prevenção e o controle das doenças ocupacionais.
Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados
para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os
responsáveis. Deverão ressarcir à Previdência Social as prestações acidentárias pagas pelo INSS
em razão de culpa do empregador.
A Previdência Social ajuizará, também, ação regressiva contra os responsáveis nos casos de
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei Maria da Penha. Essas ações
serão processadas e julgadas perante o juízo federal nos termos do art. 109 da Constituição
Federal.
Lei nº 8.2.13/91
Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nos casos de:
I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção
individual e coletiva;
II - violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006
Decreto nº 3.048/99
Art. 341. O INSS ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nas hipóteses de: (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
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segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção individual e coletiva. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 2º O pagamento de prestações pela previdência social em decorrência das hipóteses previstas nos
incisos I e II do caput não exclui a responsabilidade civil da empresa, na hipótese de que trata o inciso I
do caput, ou do responsável pela violência doméstica e familiar, na hipótese de que trata o inciso II
do caput. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
– Sobrevindo acidente do trabalho, nos casos em que seja identificada negligência quanto
às normas padrão de segurança e higiene do trabalho relacionadas à proteção individual e
coletiva, a previdência social proporá ação regressiva contra os responsáveis.
Comentário:
É o que se verifica pelo disposto no art. 120, inciso I, da Lei nº 8.213/91.
O item está correto.
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b) o segurado que receber auxílio por incapacidade temporária acidentário terá mantido o seu
contrato de trabalho, pelo prazo mínimo de doze meses, após a cessação do referido benefício;
e) as ações judiciais propostas em face do INSS que discutem acerca dos benefícios acidentários
(em razão de acidente do trabalho) serão processadas e julgadas pela Justiça Estadual.
f) o pagamento pela Previdência das prestações por acidente do trabalho não exclui a
responsabilidade civil da empresa ou de outrem.
– Empregado
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LEGISLAÇÃO
Lei nº 8.213/91
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.
11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:
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a) a doença degenerativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos
I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho,
ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção
utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio
de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
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Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada
a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado
doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional
de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a
inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
§ 5º A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. (Incluído pela
Lei nº 11.430, de 2006)
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data
do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação
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compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer
primeiro.
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nos casos de: (Redação
dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
II – violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006. (incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 121. O pagamento das prestações pela Previdência Social, em decorrência dos casos previstos
nos incisos I e II do caput do art. 120 desta Lei, não exclui a responsabilidade civil da empresa, no
caso do inciso I, ou do responsável pela violência doméstica e familiar, no caso do inciso II. (Redação
dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Decreto nº 3.048/99
Art. 336. Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à previdência social
o acidente de que tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei nº 8.213, de 1991, ocorrido com o segurado
empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da
ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena da multa aplicada
e cobrada na forma do art. 286.(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
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Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por
meio da identificação do nexo causal entre o trabalho e o agravo.
I - o acidente e a lesão;
II - a doença e o trabalho; e
§ 2º Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob
a responsabilidade da reabilitação profissional.
§ 3o Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico
epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade,
elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID em conformidade com o disposto na Lista
C do Anexo II deste Regulamento. (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
§ 4o Para os fins deste artigo, considera-se agravo a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio,
disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica,
inclusive morte, independentemente do tempo de latência. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de
2007).
§ 5o Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a incapacidade para o trabalho e o nexo causal entre
o trabalho e o agravo, na forma prevista no § 3o, serão devidas as prestações acidentárias a que o
beneficiário tiver direito.
§ 7o A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso
concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o
agravo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
§ 8o O requerimento de que trata o § 7o poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data
para a entrega, na forma do inciso IV do art. 225, da GFIP que registre a movimentação do
trabalhador, sob pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa. (Incluído pelo
Decreto nº 6.042, de 2007).
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apresentado no prazo de quinze dias, contado da data em que a empresa tomar ciência da decisão
a que se refere o § 5o.
§ 11. A documentação probatória poderá trazer, entre outros meios de prova, evidências técnicas
circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo ser produzidas no âmbito de
programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável técnico legalmente
habilitado. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a contestação da empresa para que este, querendo,
possa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de provas, ao disposto no § 10, sempre que a
instrução do pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de inexistência do nexo entre o
trabalho e o agravo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
§ 13. Da decisão do requerimento de que trata o § 7o cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte
da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social, nos
termos dos arts. 305 a 310. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
Art. 338. A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção
à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados.(Redação dada
pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 2º A Perícia Médica Federal terá acesso aos ambientes de trabalho e a outros locais onde se
encontrem os documentos referentes ao controle médico de saúde ocupacional e aqueles que digam
respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais para verificar a eficácia das medidas
adotadas pela empresa para a prevenção e o controle das doenças ocupacionais.
§ 4o Sempre que a Perícia Médica Federal constatar o descumprimento do disposto neste artigo,
esta comunicará formalmente aos demais órgãos interessados, inclusive para fins de aplicação e
cobrança da multa devida.
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Art. 340. Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de classe,
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos públicos e outros
meios, serão promovidas regularmente instrução e formação com vistas a incrementar costumes e
atitudes prevencionistas em matéria de acidentes, especialmente daquele referido no art. 336.
Art. 341. O INSS ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nas hipóteses de:
I - negligência quanto às normas-padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção
individual e coletiva; e
II - violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do disposto na Lei no 11.340, de 7 de
agosto de 2006.
§ 1o Os órgãos de fiscalização das relações de trabalho encaminharão à Procuradoria-Geral Federal
os relatórios de análise de acidentes do trabalho com indícios de negligência quanto às normas-
padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção individual e coletiva.
§ 2o O pagamento de prestações pela previdência social em decorrência das hipóteses previstas
nos incisos I e II do caput não exclui a responsabilidade civil da empresa, na hipótese de que trata o
inciso I do caput , ou do responsável pela violência doméstica e familiar, na hipótese de que trata o
inciso II do caput
Art. 342. O pagamento pela previdência social das prestações decorrentes do acidente a que se
refere o art. 336 não exclui a responsabilidade civil da empresa, do empregador doméstico ou de
terceiros.
Art. 343. Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas
de segurança e saúde do trabalho.
Art. 345. As ações referentes às prestações decorrentes do acidente de que trata o art. 336
prescrevem em cinco anos, observado o disposto no art. 347, contados da data:
I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária verificada em perícia
médica a cargo da Perícia Médica Federal; ou
II - em que for reconhecido pela Perícia Médica Federal a incapacidade permanente ou o
agravamento das sequelas do acidente.
2
Atualmente, Ministério do Trabalho e Previdência.
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QUESTÕES COMENTADAS
Acidente do trabalho
1. (FCC – Juiz do Trabalho – 2017) O Regime Geral de Previdência Social disciplina situações e
institui benefícios devidos e pagos aos segurados trabalhadores urbanos, dentre eles os
relativos aos acidentes de trabalho. Nesse contexto, conforme regras insculpidas na Lei n°
8.213/1991,
a) o acidente sofrido pelo empregado segurado fora do local e horário de trabalho, quando estava
prestando espontaneamente um serviço à empresa para lhe proporcionar proveito, não se
equipara a acidente de trabalho.
b) o dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, será considerado como sendo
a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o
que ocorrer primeiro.
c) o rol de entidades mórbidas que a lei considera como acidente de trabalho é taxativo, incluindo
a doença profissional e a doença do trabalho, razão pela qual a Previdência Social não deve
considerar acidente do trabalho a doença não incluída nessa relação ainda que tenha resultado
das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente.
d) a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior, será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho.
e) o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado equipara-se ao acidente do trabalho, o que não ocorre
quando ocasionar apenas redução da sua capacidade para o trabalho, porque esta hipótese não
será considerada como concausa.
Comentários:
Alternativa “a”: incorreta. O acidente sofrido pelo empregado segurado fora do local e horário de
trabalho, quando estava prestando espontaneamente um serviço à empresa para lhe proporcionar
proveito, equipara-se a acidente de trabalho. É o que dispõe o art. 21, inciso IV, “b”, da Lei nº
8.213/91.
Alternativa “b”: correta. É o que dispõe o art. 23 da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “c”: incorreta. O rol de entidades mórbidas que a lei considera como acidente de
trabalho não é taxativo, incluindo a doença profissional e a doença do trabalho.
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Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída como doença profissional ou
doença do trabalho resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Alternativa “d”: incorreta. Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior. É o que dispõe o §2º do art. 21 da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “e”: incorreta. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação, equipara-
se ao acidente do trabalho. É considerada concausa.
Comentários:
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Alternativa “a”: incorreta. Na verdade, o que dispõe o art. 104 da Lei nº 8.213/91 é que “as ações
referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o
disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em
perícia médica a cargo da Previdência Social; ou
II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento
das sequelas do acidente.”
Alternativa “b”: correta. A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação
do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da
empresa, do empregador doméstico ou do segurado à Subsecretaria da Perícia Médica Federal3,
vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência. É o que se verifica pelo disposto nos §§ 1º e
2º do art. 21-A da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “c”: incorreta. A empresa ou o empregador doméstico devem fazer a comunicação do
acidente do trabalho (CAT), observando-se os seguintes prazos:
- até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e
- imediatamente, à autoridade competente, no caso de morte.
Verifica-se pelo disposto no caput do art. 22 da Lei nº 8.213/91 que os prazos para a emissão da
CAT são os mesmos para a empresa e para o empregador doméstico. Em caso de morte, a
comunicação do acidente do trabalho deve ser feita imediatamente à autoridade competente.
Alternativa “d”: incorreta. Havendo omissão da empresa ou do empregador doméstico, a
comunicação do acidente do trabalho poderá ser feita pelo próprio acidentado, seus dependentes,
a entidade sindical, o médico que o atendeu ou qualquer autoridade pública. É o que dispõe o
§2º do art. 22, da Lei nº 8.213/91. Essa possibilidade não prorroga o prazo que tem o empregador
doméstico de emitir a CAT.
Alternativa “e”: incorreta. O empregador que efetuar o recolhimento do Seguro de Acidente de
Trabalho (SAT) previsto na Lei no 8.212/1991 não ficará isento de responsabilidade em ação
regressiva movida pelo INSS, nos casos de negligência quanto às normas de segurança e higiene
do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva.
3
Embora conste na Lei n. 8.213/91 que o recurso seja enviado ao CRPS, a Medida Provisória n. 1113, de 2022, incluiu
o art. 126-A à lei: Compete à Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência, por meio da
Subsecretaria de Perícia Médica Federal, o julgamento dos recursos das decisões constantes de parecer conclusivo
quanto à incapacidade laboral e à caracterização da invalidez do dependente, na forma do regulamento.
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Comentários:
A questão vai ser analisada de acordo com a legislação vigente, considerando as alterações trazidas
pela Lei Complementar nº 150/2015. À época do concurso o empregado doméstico não tinha
direito aos benefícios de natureza acidentária e, atualmente, tem. Desse modo, o gabarito aqui
trazido não será aquele dado como oficial pela banca examinadora. Será colocada como gabarito
a alternativa que está de acordo com a legislação atual.
Alternativa correta: “a”. O motorista da empresa é segurado do RGPS na condição de empregado.
A cuidadora de criança é enquadrada como empregada doméstica.
O acidente sofrido por ambos pode ser caracterizado como acidente do trabalho. Tanto o
empregado como a empregada doméstica têm direito ao benefício acidentário.
Os segurados que têm direito aos benefícios acidentários são:
– empregado,
– empregado doméstico,
– trabalhador avulso, e
– segurado especial.
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Assim, pode-se dizer que Amanda e Roberto sofreram acidente de trabalho por equiparação,
fundamentando-se no disposto no art. 21 da Lei nº 8.213/91.
Alternativa correta: “c”.
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11. (MPT - 2020 - MPT - Procurador do Trabalho) – O rompimento da barragem de uma grande
mineradora provocou a morte de mais de 200 trabalhadores, próprios e terceirizados, além de
outras pessoas que viviam e trabalhavam na região atingida. Considerando esta situação
hipotética, analise as assertivas abaixo à luz da Constituição de 1988 e da Lei nº 8.213/91:
I – O falecimento do empregado “X”, de pousada que não era de propriedade da mineradora,
que estava prestando serviço em seu local de trabalho no momento do rompimento da barragem,
não pode ser equiparado ao acidente de trabalho, em razão da ocorrência de caso fortuito e de
força maior.
II - A empresa proprietária da barragem deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência
Social até o quinto dia útil seguinte ao da ocorrência.
III - O falecimento do empregado doméstico “Y”, que estava prestando serviço em seu local de
trabalho no momento do rompimento da barragem, não pode ser equiparado a acidente de
trabalho, em razão da ocorrência de caso fortuito e de força maior, e da especificidade do trabalho
doméstico.
IV – Para fins de concessão do benefício previdenciário decorrente do acidente de trabalho, os
dependentes dos trabalhadores falecidos deverão provar que o rompimento da barragem
decorreu de culpa da mineradora.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e III estão incorretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) Todas as assertivas estão incorretas.
Comentários:
Assertiva “I”: incorreta. O falecimento do empregado “X” deve ser considerado acidente do
trabalho. Equipara-se a acidente do trabalho o acidente ocorrido no horário e no local de trabalho
em consequência de desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes
de força maior (art. 21, II, ‘e’, Lei n. 8.213/91).
Assertiva “II”: incorreta. Como se trata de morte, a empresa proprietária da barragem deverá
comunicar o acidente do trabalho à autoridade competente imediatamente (art. 22, caput, Lei n.
8.213/91).
Assertiva “III”: incorreta. O falecimento do empregado “Y” deve ser considerado acidente do
trabalho. Equipara-se a acidente do trabalho o acidente ocorrido no horário e no local de trabalho
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motivada por disputa relacionada com o trabalho é equiparado a acidente do trabalho (art. 21, II,
‘b’, Lei n. 8.213/91.
Alternativa “d”: incorreta. A doença degenerativa não poderá ser considerada doença do trabalho
e, por consequência, acidente do trabalho. É o que se pode verificar pelo disposto no §1º do art.
20 da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “e”: incorreta. Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior, conforme dispõe o §2º do art. 21 da Lei nº 8.213/91.
Comentários:
Alternativa “a”: incorreta. A doença profissional é aquela que é produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pela Previdência Social (art. 20, I, Lei n. 8.213/91).
Alternativa “b”: incorreta. Esse conceito é de doença do trabalho e não de doença profissional
(art. 20, II, Lei 8.213/91).
Alternativa “c”: correta. Sim. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade é equiparada a acidente do trabalho, conforme se verifica pelo disposto
no art. 21, inciso III, da Lei nº 8.213/91.
Alternativa “d”: incorreta. A doença endêmica adquirida pelo segurado habitante de região em
que ela se desenvolva não é considerada doença do trabalho e, portanto, não é considerada
acidente do trabalho (art. 20, §1º, ‘d’, Lei n. 8.213/91).
Alternativa “e”: incorreta. O acidente no percurso do local de trabalho até a residência do
empregado é ser equiparado a acidente do trabalho por força do disposto na alínea “d” do inciso
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IV do artigo 21 da Lei nº 8.213/91. Porém, não importa o tipo de transporte ou veículo utilizado
pelo empregado.
==19fa94==
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LISTA DE QUESTÕES
Acidente do trabalho
1. (FCC – Juiz do Trabalho – 2017) O Regime Geral de Previdência Social disciplina situações e
institui benefícios devidos e pagos aos segurados trabalhadores urbanos, dentre eles os
relativos aos acidentes de trabalho. Nesse contexto, conforme regras insculpidas na Lei n°
8.213/1991,
a) o acidente sofrido pelo empregado segurado fora do local e horário de trabalho, quando estava
prestando espontaneamente um serviço à empresa para lhe proporcionar proveito, não se
equipara a acidente de trabalho.
b) o dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, será considerado como sendo
a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o
que ocorrer primeiro.
c) o rol de entidades mórbidas que a lei considera como acidente de trabalho é taxativo, incluindo
a doença profissional e a doença do trabalho, razão pela qual a Previdência Social não deve
considerar acidente do trabalho a doença não incluída nessa relação ainda que tenha resultado
das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente.
d) a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior, será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho.
e) o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado equipara-se ao acidente do trabalho, o que não ocorre
quando ocasionar apenas redução da sua capacidade para o trabalho, porque esta hipótese não
será considerada como concausa.
2. (FCC – Juiz do Trabalho Substituto – 2017) A respeito de nexo técnico epidemiológico,
comunicação de acidente de trabalho, responsabilidade pelo meio ambiente do trabalho e
ações regressivas, considerando as regras estabelecidas na legislação vigente, é correto
afirmar:
a) O INSS terá o prazo decadencial de dez anos, contados da data do acidente, quando dele
resultar a morte ou a incapacidade temporária para propor ação regressiva em face do empregador
negligente que causou acidente de trabalho, nos termos do artigo 103 da Lei n° 8.213/1991.
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b) A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação de nexo técnico epidemiológico ao caso
concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o
agravo.
c) A empresa, no primeiro dia útil seguinte ao de sua ocorrência, e o empregador doméstico, em
até cinco dias da ocorrência, tem o dever de comunicar à Previdência Social de todo e qualquer
acidente de trabalho por meio de emissão da CAT, independentemente do resultado que o
infortúnio ocasione.
d) Havendo omissão da empresa ou do empregador doméstico, a comunicação do acidente
poderá ser feita pelo próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical, o médico que o
atendeu ou qualquer autoridade pública, caso em que o prazo previsto ao empregador será
prorrogado por mais um dia útil.
e) O empregador que efetuar o recolhimento do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) previsto
na Lei n° 8.212/1991 ficará isento de responsabilidade em ação regressiva movida pelo INSS, ainda
que tenha agido com negligência quanto às normas de segurança e higiene do trabalho.
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c) somente a cuidadora de criança tem direito ao benefício, pois está a serviço de uma família.
d) somente o motorista tem direito ao benefício, pois é empregado da empresa Della.
e) a cuidadora de criança tem direito apenas ao benefício da assistência social.
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11. (MPT - 2020 - MPT - Procurador do Trabalho) – O rompimento da barragem de uma grande
mineradora provocou a morte de mais de 200 trabalhadores, próprios e terceirizados, além de
outras pessoas que viviam e trabalhavam na região atingida. Considerando esta situação
hipotética, analise as assertivas abaixo à luz da Constituição de 1988 e da Lei nº 8.213/91:
I – O falecimento do empregado “X”, de pousada que não era de propriedade da mineradora,
que estava prestando serviço em seu local de trabalho no momento do rompimento da barragem,
não pode ser equiparado ao acidente de trabalho, em razão da ocorrência de caso fortuito e de
força maior.
II - A empresa proprietária da barragem deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência
Social até o quinto dia útil seguinte ao da ocorrência.
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III - O falecimento do empregado doméstico “Y”, que estava prestando serviço em seu local de
trabalho no momento do rompimento da barragem, não pode ser equiparado a acidente de
trabalho, em razão da ocorrência de caso fortuito e de força maior, e da especificidade do trabalho
doméstico.
IV – Para fins de concessão do benefício previdenciário decorrente do acidente de trabalho, os
dependentes dos trabalhadores falecidos deverão provar que o rompimento da barragem
decorreu de culpa da mineradora.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e III estão incorretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) Todas as assertivas estão incorretas.
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Adriana Menezes
Aula 05
a) Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação previdenciária que tenha por causa acidente
de trabalho, estando abrangida nesse contexto tanto a lide que tem por objeto a concessão de
benefício em razão de acidente de trabalho como também as relações daí decorrentes.
b) A caracterização do acidente do trabalho impõe que o evento tenha ocorrido no exercício de
atividade laborativa, de modo que, acidentes de trajeto e os sofridos em trabalhos externos não
se enquadram na categoria.
c) Não se considera acidente do trabalho o ocorrido no local e no horário de trabalho por agressão
ou terrorismo praticado por outrem ou companheiro de trabalho, bem como ofensa física
intencional motivada por disputa relacionada com o trabalho.
d) A legislação brasileira não exige que uma moléstia, para ser considerada como ocupacional,
decorra sempre do trabalho. Pode ser considerada como moléstia ocupacional a doença
degenerativa causada por agentes endógenos.
e) É considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de
acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
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GABARITO
1. B
2. B
3. A
4. A
5. B
6. Certo
7. C
8. Errado
9. Certo
10. Certo
11. D
12. B
13. A
14. C
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