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We are designed to walk ... That we are taught to walk is impossible. And pretty
much the same is true of language. Nobody is taught language. In fact you can’t
prevent the child from learning it.
Hoje, o que se aceita de forma geral, com base no que as ciências da neurolinguística,
da psicologia e da linguística oferecem, é uma série de hipóteses que procuram
explicar esta habilidade exclusiva do ser humano. Essas hipóteses são resultado de
estudos científicos que ajudam a explicar, não só o desempenho cognitivo do ser
humano, mas também as diferenças entre crianças e adultos.
A idade crítica
Não há dúvida de que existe uma idade crítica (como propõe Lennenberg), a partir da
qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Este período
parece situar-se entre os 12 e os 14 anos, podendo entretanto variar muito conforme a
pessoa e, principalmente, conforme as características do ambiente linguístico em que o
aprendizado ocorre. As limitações que começam a se manifestar a partir da puberdade,
como mostra o gráfico ao lado, são mais evidentes na pronúncia.
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fatores biológicos
fatores cognitivos
fatores de ordem afetiva
o ambiente e o input linguístico
Fatores biológicos
Os órgãos diretamente envolvidos na habilidade linguística do ser humano são o
cérebro, o aparelho auditivo e o aparelho articulatório (cordas vocais, cavidades bucal
e nasal, língua, lábios, dentes). Destes, sem dúvida, o cérebro é o mais importante.
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The £500 Mosquito device has been installed at some 3,500 locations across
the country since it first went on sale in January 2006. It emits an irritating,
high-pitched sound that can only be heard by children and young people up
into their early twenties, forcing them to move on.
(Their sound causes discomfort to young ears - but their frequency is above the
normal hearing range of people over 25.)
Meanwhile in the US students are using a new ring tone to receive messages
in class — and many teachers can't even hear the ring.
Some students are downloading a ring tone off the Internet that is too high-
pitched to be heard by most adults. With it, high schoolers can receive text
message alerts on their cell phones without the teacher knowing.
As people age, many develop what's known as aging ear — a loss of the ability
to hear higher-frequency sounds.
Fatores cognitivos
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A hipótese da Harpaz
A hipótese de Harpaz é a mais esclarecedora. A aquisição da fala e a descoberta do
mundo são processos paralelos para a criança. A interação linguística da qual a
criança participa proporciona a maioria dos dados nesse processo de desenvolvimento
cognitivo. Como consequência, as estruturas neurais no cérebro que correspondem
aos conceitos que vão sendo aprendidos acabam naturalmente e intimamente
associadas às estruturas neurais que correspondem às formas da língua.
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Quando um adulto aprende uma língua estrangeira, seus conceitos (já formados) já
possuem estruturas neurais fixas associadas às formas da língua materna. As
estruturas neurais correspondentes às novas formas da língua estrangeira não
possuem relação com as estruturas dos conceitos já formados, sendo esta uma
associação mais difícil de ser estabelecida. É por isto que, no aprendizado de adultos,
as dificuldades causadas pela interferência da língua materna são maiores.
Humans are born with an ability to comprehend and generate all kinds of phonemes,
but during childhood (starting from birth, and maybe before) this ability is shaped by
experience such that only the phonemes of the native language are easily
comprehended and generated. In adults, these abilities are much less plastic, so
adult learners of a new language find it specially difficult to comprehend and
generate the phonemes of the new language that are not used in their native
language.
At the time of learning to speak, the child learns to understand the world, and
linguistic interaction forms most of the data in this learning. As a result, the learned
neural structures that correspond to concepts tend to be associated with the neural
structures that correspond to the words (by Hebbian mechanisms).
When an older person learns a language, the concepts already have neural
structures, which are quite fixed. The neural structures corresponding to the words
in the new language, which are determined by the perceptual input, have no
relations to the former structures, and hence the association is relatively difficult to
learn.
In learning a new language, the learner is not only required to perform new
sequences of mental and motoric operations, but is also required not to perform the
old ones. The old sequences are very thoroughly learned through practice, so it is
very difficult to avoid performing them. Thus older second language learners find it
very difficult not to slip back into their old language, both in terms of motoric actions
(pronunciation) and mental actions (syntax structures, phrases etc.). For a young
child, this is much less of a problem, because his/her language performance is much
less practiced.
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Ora, todos esses bloqueios são resultado da vida pregressa do indivíduo, podendo
ocorrer portanto unicamente em adolescentes e principalmente adultos. Fica, pois,
novamente evidenciado que as crianças, ainda livres de tais bloqueios, devem ter uma
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O ambiente e o Input linguístico
Krashen, em sua comprehensible input hypothesis, sustenta que assimilação de
línguas ocorre em situações reais, quando a pessoa está exposta a uma linguagem
levemente acima de sua capacidade de entendimento, porém ainda inteligível. Ora, é
natural que quando adultos se dirigem à crianças, usam um linguajar próprio,
simplificado tanto no plano estrutural como no vocabulário, para se aproximar ao nível
de compreensão da criança. Já nos ambientes em que adultos vivem, eles não
recebem o mesmo tipo de tratamento. Uma vez que são adultos, seu universo de
pensamento e linguagem é mais amplo; ou seja, o caminho já desbravado é maior e a
linguagem, por eles almejada e a eles dirigida, tende a ser mais complexa e os
conceitos mais abstratos, facilmente se situando além de seu nível de entendimento.
Desta forma, podemos concluir que um ambiente de língua e cultura estrangeira para
crianças é, por natureza, mais simples, menos abstrato, mais próximo ao nível de
compreensão da criança e mais propício à assimilação da língua do que os ambientes
dos adultos.
Cultural transmission
While we may inherit physical features such as brown eyes and dark hair from our
parents, we do not inherit their language. We acquire a language in a culture with
other speakers and not from parental genes. An infant born to Korean parents in
Korea, but adopted and brought up from birth by English speakers in the United
States, will have physical characteristics inherited from his or her natural parents,
but will inevitably speak English (and act like an American). A kitten, given
comparable early experiences, will produce meow regardless.
This process whereby a language is passed on from one generation to the next is
described as cultural transmission. It is clear that humans are born with some kind of
predisposition to acquire language in a general sense. However, we are not born
with the ability to produce utterances in a specific language such as English. We
acquire our first language as children in a culture. (p.14, my parenthesis)
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Minha interpretação:
Nossas características físicas, como a cor dos olhos e do cabelo, são herdadas de
nossos pais. Entretanto não herdamos necessariamente a língua deles.
Assimilamos a língua daqueles falantes com os quais convivemos, no ambiente
cultural deles, e não dos gens paternos. Uma criança nascida de pais coreanos na
Coréia, por exemplo, mas adotada e criada desde o nascimento por falantes de
inglês nos Estados Unidos, terá características físicas herdadas de seus pais
biológicos mas, inevitavelmente, falará inglês e se comportará como americana. Um
gato, submetido a um processo semelhante ou não, produzirá o mesmo miado
independentemente do ambiente em que for criado.
Conclusões
A aquisição da fala e a descoberta do mundo são processos paralelos para a
criança. A língua estrangeira presente na infância e na adolescência, durante o
desenvolvimento cognitivo do indivíduo, tende a ficar enraizada de forma
semelhante à língua materna.
Linguagem é o principal elemento de relacionamento humano. Todos
desenvolvem proficiência em línguas estrangeiras mais através
de acquisition (desenvolvimento de habilidades através de assimilação
natural, intuitiva, inconsciente, em ambientes de interação humana) do que
de learning (estudo formal - memorizar informações e transformá-las em
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Bibliografia
Bialystok, Ellen. Effects of Bilingualism and Biliteracy on Children's Emerging
Concepts of Print. Developmental Psychology, Vol. 33, No. 3.
Brown, H. Douglas. Principles of Language Learning and Teaching. Prentice Hall
Regents, 1994.
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Veja também
Leia aqui uma série de perguntas e respostas sobre aprendizado de crianças
O papel da escola
O papel do governo
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