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A compreensão das relações entre passado e presente é a base para a produção do conhecimento

histórico e para o ofício do historiador; cabe também a esse profissional saber articular os conceitos
temporais de sucessão, duração

História e suas
e simultaneidade histórica. Por
UNIDADE isso, é importante que os alunos

1
saibam o que é um documento
e uma fonte histórica a fim de

interpretações compreenderem a História como


uma narrativa.

Habilidades
da BNCC
Desafios da História
(EF06HI01) Identificar
diferentes formas O que é História? Por que a estudamos?
de compreensão da
É possível que você, como tantas pessoas, já tenha se feito essa pergunta. A
noção de tempo e
de periodização dos resposta a ela está em seu entorno!
processos históricos Tudo o que está ao nosso redor tem uma história. Os objetos, os monumentos,
(continuidades e as cidades, seus colegas, sua família, você! O mundo é dinâmico e todos os dias, a
rupturas).
cada instante, acontece algo. Com base nisso, podemos afirmar que a História está
(EF06HI02) Identificar
a gênese da produção em constante transformação e que nós somos sujeitos históricos. Isso significa que
do saber e analisar participamos dessa construção, deixando nossas marcas no tempo e no espaço.
o significado das História é, portanto, a ciência que estuda as transformações realizadas pelos
fontes que originaram
determinadas formas seres humanos ao longo do tempo e no espaço. Um dos objetivos de seu estudo é
de registros em compreender o funcionamento das sociedades.
sociedades e épocas E como obtemos tantas informações das populações que viveram no passado?
distintas.
A resposta a essa pergunta está na origem da própria palavra. Para os gregos,
o termo “história” significava “pesquisar” e “investigar” os fatos passados, os su-
Sociedades
cessos e fracassos dos homens que nos antecederam, a fim de não deixar morrer
União de pessoas
que compartilham a memória de um povo. E assim é até hoje.
instituições, E, para conhecermos a memória de um povo, precisamos ter acesso a fontes
normas, modos
de agir, formas
documentais, que podem ser variadas. São exemplos de fontes históricas pesqui-
de se organizar, sadas pelos historiadores os documentos oficiais, os livros, as fotografias, as car-
ou seja, pessoas tas privadas, os relatos escritos, os testemunhos escritos, objetos, vestígios ar-
que interagem de
forma semelhante. queológicos, registros visuais, tradições culturais (festas, celebrações, comidas),
relatos orais transmitidos de geração a outra, entre outros. É por meio dessas fon-
Saiba mais tes que o passado pode ser estudado e compreendido. Por isso, é importante que
Na Antiguidade, esses documentos sejam sempre conservados.
as pessoas
recebiam o nome
de acordo com a
localidade em que Biografia
Repina Valeriya/Shutterstock

nasciam. Uma Herótodo


delas é Heródoto
Heródoto de Halicarnasso (484 a.C.-420 a.C.) foi um estudio-
de Halicarnasso.
so grego reconhecido pela escrita de relatos sobre os povos da
Ele nasceu na
Antiguidade que visitou no Egito, na Fenícia, na Trácia, no norte da
cidade grega de
África e, claro, na Grécia. Para tratar dos acontecimentos dessas
Halicarnasso,
localizada na Cária, sociedades, ele usava métodos investigativos; por isso, ele é con-
446 siderado o primeiro historiador.
nas proximidades
do Mar Egeu.

História

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As fontes históricas podem ser divididas em materiais e imateriais. As fontes
materiais são concretas, como vestígios arqueológicos, objetos variados (sapatos,
porcelanas, brinquedos, etc.), monumentos, fotografias, documentos (RG, CPF, cer-
tidões), obras literárias, entre outras. Já as fontes imateriais se referem aos sabe-
res, conhecimentos transmitidos de um tempo passado, por exemplo as lendas, as
danças, as histórias e testemunhos orais.
Essas fontes são divididas em primárias e secundárias.
• Fontes primárias: pertencem a uma época, a um período histórico, como uma
moeda, uma espada, um diário privado, um anel de noivado.
• Fontes secundárias: são aquelas elaboradas com base nas fontes primárias,
em tempos posteriores, como a descrição de uma moeda que encontramos
Autenticidade
em um livro.
Qualidade
Podemos comparar as fontes a peças de um quebra-cabeças, que é montado
atribuída a algo
pelo historiador. Mas ele não faz a pesquisa de forma aleatória, isto é, sem uma re- que é comprovado
gra. Antes de iniciá-la, geralmente, ele tem algumas perguntas para as quais busca como verdadeiro,
resposta. E para obtê-las, ele segue alguns critérios. Isso porque toda pesquisa his- sem imitação,
original.
tórica requer atenção, pois para um mesmo fato pode haver várias interpretações.
Assim, o primeiro passo dado pelo historiador é verificar a autenticidade da Cultura
fonte, isto é, se ela é confiável, se não é uma fonte falsa. Em seguida, inicia sua Chamamos de
investigação, procurando dados para serem estudados. Por exemplo: vamos su- cultura a forma
por que o historiador queira saber como era o modo de vida de uma população como as pessoas
que viveu na Grécia antiga. Por meio das fontes encontradas, ele procurará saber: veem e vivenciam
o mundo. A cultura
como vivia essa população, o que comiam as pessoas que a compunham, como de um povo
moravam, quais eram suas crenças, como construíam suas casas, como era a or- compreende a
ganização política e econômica, entre outras informações. prática religiosa,
a língua falada
Com base nos dados selecionados, o historiador elabora suas hipóteses e busca
pela comunidade,
as respostas e informações que respondam às perguntas que o impulsionaram à a música, a
pesquisa, por exemplo: “Quem elaborou esse documento? Por que foi elaborado? arquitetura, entre
Para que finalidade? Comparando com nosso contexto atual, o uso inicial foi mu- outras expressões.
dado?” E assim por diante.
Solicite aos alunos uma breve pesquisa sobre a história de algum elemen-
As ciências auxiliares da História to que lhes seja próximo, como a escola, o bairro, a família ou mesmo a
rua onde moram ou aquela em que está situada a escola. O objetivo é
A História não é uma ciência exata que os alunos percebam a estrutura de pesquisa utilizada pelo historiador.

e completa por si só. Para desenvolver


seu trabalho de pesquisa, o historiador
Pascal Pochard-Casabianca/AFP

busca auxílio em ciências como a Ar-


queologia, a Antropologia, a Paleonto-
logia e a Paleografia.
Vamos conhecer a seguir um pouco
sobre essas ciências.
A Arqueologia é uma ciência e, por
meio dela, são estudadas diversas
culturas, desde o surgimento da es-
pécie humana até o momento presente.
Antes do trabalho de campo (em que
há sondagens, escavações e registros di- Nos sítios arqueológicos são realizadas escavações em busca de vestígios 447
da presença humana. Consiste no trabalho de campo dos arqueólogos. Eles
versos), é feita a identificação dos sítios.
dividem o sítio em quadras para organizar o trabalho de pesquisa.

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Fósseis
Após o estudo em campo, inicia-se o trabalho em laboratório. É realizada uma
análise documental dos vestígios encontrados, em que são verificados os dados
São restos de
seres orgânicos, complementares, como datação, e, por último, a publicação dos resultados dos es-
vegetais ou tudos e pesquisas.
animais, que foram Por meio dos estudos arqueológicos, portanto, são analisadas as transforma-
preservados ao
ções ocorridas no meio ambiente, tendo como base os vestígios deixados pelos se-
longo dos anos por
congelamento, ou res humanos. A cultura material é um elemento importante para compreendermos
enterrados no solo. o funcionamento das sociedades e das ações humanas.
A Paleontologia é a ciência pela qual se estudam e se interpretam as formas de
Vestígios
vida remotas (muito antigas), investigando-se os fósseis. O objetivo principal des-
Sinais que
sa ciência é reconstruir a composição física que esses organismos extintos tinham
restaram de
algo que foi quando vivos, não apenas em relação aos esqueletos, mas também em relação às
destruído ou que partes orgânicas desaparecidas durante o processo de fossilização.
desapareceu.
Cientistas conseguiram extrair com sucesso DNA dos macrofósseis encontra-
dos na Sibéria com mais de 47 mil anos, e de besouros de até 188 anos, preser-
vados no Museu de História Natural em Copenhague. Por manter os espécimes,
Conectando
o método tem grande potencial para pesquisas feitas com DNA antigo. O uso
saberes
de espécies históricas, mantidas em museus, tem importantes aplicações em es-
Você já deve ter
ouvido falar que
tudos genéticos de populações, uma vez que podem revelar antigas estruturas
o petróleo é uma genéticas. Macrofósseis de insetos oferecem a oportunidade de estudar climas e
fonte combustível ecossistemas de milhares de anos atrás.
não renovável. Sabe
THOMSEN, Philip Francis. et al. Non-Destructive Sampling of Ancient Insect DNA. In: PLoS ONE. 2009.
por que ele não se Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pone.0005048>. Acesso em: 2 jan. 2018.
renova? Porque
o petróleo é um As pessoas são estudadas por meio de uma ciência denominada Antropologia.
combustível de
Por se tratar de um amplo campo de pesquisa, o conhecimento antropológico geral-
origem fóssil, obtido
pelo acúmulo de mente é organizado em áreas, as quais indicam os aspectos que são contemplados
matéria orgânica em nos estudos, sejam eles biológicos, sejam sociais ou culturais. Um exemplo é a cha-
camadas profundas mada Antropologia Física ou Antropologia Biológica, pela qual se estudam aspectos
do solo. Esse é um
genéticos e biológicos dos seres humanos.
tema abordado
na disciplina de
Geografia, e você

Sumaia Vilela/Agência Brasil


o estudará com
mais detalhes ainda Maxi_EF2_6_1_HIS_CA_F005
neste ano.

448 Imagem da festa de São João, em Salvador. Na sociedade brasileira, é uma tradição participar das
festas juninas. Faz parte da cultura do Brasil, sobretudo, na região Nordeste. As manifestações
culturais de um povo são objeto de estudo da Antropologia.

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A Paleografia é uma ciência que pode ser definida como estudo dos escritos Pergaminhos
antigos. O paleógrafo é, portanto, o profissional que tem a função de decodificar
Materiais
sistemas de escritas. Em outras palavras, esse profissional atua na identificação, preparados com
compreensão e tradução de representações gráficas para uma forma de escrita pele de ovelha
possível de ser lida pelas pessoas (como o historiador), a fim de que consigam ter para que se possa
escrever neles.
acesso às informações contidas em documentos como pergaminhos, códices,
papiros, entre outros. Códices

Tempo e História Textos escritos


a mão em
Você sabia que o tempo não é medido da mesma forma por todas as socieda- pergaminho ou
des? Isto é, cada grupo cultural, cada grupo social se relaciona com o tempo de gravados em
madeira.
forma distinta, de acordo com sua necessidade.
Em outras palavras, o tempo é uma construção cultural. Por exemplo, uma pes- Papirus
soa que vive na cidade percebe e conta o tempo de maneira diferente de outra que Folhas
vive numa tribo indígena que nunca teve contato com o mundo urbano. confeccionadas
Há, assim, uma variedade de significados na construção do conceito de tempo. com as hastes da
erva papiro usadas
Uma dessas construções refere-se à contagem do tempo, medido em segundos, na Antiguidade
minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos e milênios, e organizado em para se escrever.
calendários, chamado de tempo cronológico.
O tempo cronológico é importante em nosso dia a dia. É por meio dele que orga-
nizamos todas as nossas atividades. Em nossa cultura, fazemos isso com o auxílio
do relógio. Algumas culturas fazem isso pela observação da posição do Sol.
Como a História trabalha com o tempo?

O historiador estuda o passado com base no presente e, ao interpretar os Mundo digital


fatos históricos, é influenciado pelo contexto em que vive. A História não é, O Brasil e o mundo
portanto, uma ciência exata. Nela não existe verdade absoluta, de modo que abrigam milhares
ela depende sempre da interpretação do historiador. de museus
com diferentes
temáticas. Sabia
Vimos que o historiador trabalha com interpretações de fatos passados. Logo, que eles estão a um
para esse profissional, o tempo é um elemento muito importante, visto que sua clique de você? Não
perca tempo e viaje
tarefa é situar os fatos e organizá-los no tempo. Para tanto, costuma-se dividir os pela Pré-História
estudos históricos em tempo cronológico e tempo histórico. brasileira por meio
Com o intuito de situar os fatos históricos e organizar sua narrativa, o historia- de um tour virtual.
dor usa o tempo cronológico. Essa contagem do tempo o ajuda a entender quando
um fato ocorreu. O tempo histórico pertence aos acontecimentos e às mudanças
nas sociedades, refere-se à vida humana tanto individual como coletiva. É o tempo
vivido, fruto das ações, relações e da forma de pensar dos homens, que vão se
transformando ao longo do tempo.
Para abordar o tempo, mais especificamente as noções de duração, sucessão e
simultaneidade, podem-se usar como referência populações que se instalaram em
determinados locais em diferentes momentos históricos, explicar como isso acon-
teceu, como viviam e de onde vieram. Também é relevante confrontar informações
sobre as atividades econômicas que realizavam em diferentes períodos com dados 449
de outras sociedades, bem como caracterizar períodos específicos, em que as ex-
periências individuais também possam ser inseridas nessa história coletiva.
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Como a medição de Para se visualizarem os acontecimentos de forma cronológica, pode-se fazer
tempo é um assunto
muito teórico e denso, uma representação gráfica, na qual é apresentada uma divisão de medidas de tem-
aproveitar a ilustração po, como no exemplo a seguir.
para perguntar aos
alunos se eles sabem
por que o mês pode Formas de medir o tempo
variar de duração, com
28, 29, 30 ou 31 dias.
Aguçar a curiosidade
deles e, assim, levantar
o conhecimento prévio
que têm sobre o 100%
assunto para prosseguir
com a explicação sobre 1 milênio tem
calendários e contagem 1 século tem
do tempo. 1000 anos 100 anos (10
(10 séculos) décadas)
75%
1 década tem
1 ano tem 12 meses 10 anos

50%
1 mês tem 28, 29,
30 ou 31 dias
20%
1 semana tem 7 dias

5%
1 dia tem 24 horas

Jogo rápido

Até agora, conhecemos um pouco sobre a História, o processo de como estudá-


-la, por que estudá-la e as ciências que auxiliam em sua pesquisa. Veja o que você
aprendeu até agora, respondendo às questões.
1 O que são fontes históricas?

São documentos autênticos de determinada época, que podem ser oficiais (CPF, RG, certidão de

nascimento) ou não oficiais (livros, fotografias, cartas privadas, relatos orais ou escritos), que carregam

em si informação para os historiadores interpretarem e escreverem a História.

2 Faça a associação correta, indicando TC para tempo cronológico e TH para tempo


histórico.
TC Acordar, tomar banho, ir à escola, almoçar, estudar, jantar, dormir.

TH Era Vargas.

TH Pré-História.
450 TC Ajuda a entender quando determinado fato histórico aconteceu.

TH Tem como referencial as modificações que as sociedades promovem em sua organização.

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3 A linha do tempo é um gráfico que situa, de forma resumida, acontecimentos e
ações humanas ocorridos ao longo de determinado tempo. Geralmente é repre-
sentada em linha reta. Inicia-se com um marco, um fato importante, e desenvol-
ve-se como um processo, pois as datas são nela organizadas de forma cronoló-
gica, de acordo com as sucessões dos acontecimentos.
Agora é a sua vez de criar uma linha do tempo. Escreva a sua biografia, ou seja,
um resumo da história de sua vida, que se inicia com o seu nascimento e termina
no dia de hoje. Pode ser um relato sobre os aniversários. Defina dez fatos para
apresentar e mãos à obra.

Professor, desenvolver essa atividade em sala de aula. O tema da linha do tempo é a biografia do
aluno e, para isso, ele deve elencar 10 fatos importantes de sua vida. O objetivo é levar os alunos
a compreender a organização e sucessão dos fatos. Informá-los de que, quanto maior a diferença
de tempo entre um acontecimento e outro, maior será o espaço deixado na linha, ou seja, um
ano não pode ter o mesmo espaço de um século ou um mês. Para facilitar o trabalho, sugerir a
eles a utilização de uma régua.

4 Pesquise em livros, jornais e revistas o que estava acontecendo em outros países


no dia de seu nascimento. Liste em seu caderno, pelo menos, três acontecimen-
tos. Apresente o resultado de sua pesquisa em uma linha paralela. Compare os
eventos e perceba como eles acontecem ao mesmo tempo na História.

Aprendendo a contar os séculos


Os séculos são representados por números romanos. Por exemplo, o 21 é re- Conectando
presentado por XXI. saberes
Um século é o período de cem anos. Assim, o século I inicia no ano 1 e vai até Os séculos são
escritos em
o ano 100, o século II vai do ano 101 até o ano 200, e assim por diante. Mas como
números romanos.
saber a qual século pertence determinado ano? Por exemplo, a que século pertence Você conheceu esse
o ano de 1889? Para descobrir, siga a regra a seguir. conteúdo nos anos
iniciais na disciplina
1. O ano termina com dois zeros. de Matemática
Quando isso acontece, o século corresponde ao(s) primeiro(s) algarismo(s) que e o estudará
novamente no
estiver(em) à esquerda desse número. Exemplo: ano 400 a.C. – está inserido no caderno 1 do 6°_
século IV a.C., pois, cortando os dois zeros, encontramos o número 4. ano.

2. O ano não termina em 00.


Quando o ano não termina com zeros, eliminam-se os dois dígitos da direita e
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somam-se os dígitos da esquerda com 1. Para ficar mais fácil de entender, vamos
tomar como exemplo o ano 1889 d.C.
História

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• Eliminamos os dígitos da esquerda (8 e 9). Teremos: 18
• Somamos esses dígitos com 1: 18 + 1 = 19.
• Em seguida, transformamos esse numeral em romano: 19 = XIX.
• Logo, o ano de 1889 pertence ao século XIX.

E o ano 734 d.C., a que século pertence?


• Eliminamos os dígitos da direita: 3 e 4.
• Somamos o dígito 7 com 1: 7 + 1 = 8.
• Transformamos 8 em numeral romano: VIII.
Logo, o ano 734 d.C. está inserido no século VIII d.C.
Conectando
saberes A organização do tempo nas diferentes culturas
Uma das formas Você sabe o que é um calendário e a importância desse instrumento?
de organizar os O calendário é um sistema usado para marcar a passagem do tempo, que pode
calendários é por
meio de critérios ser dividido em dias, semanas, meses e anos. Para entender sua importância, pense,
astronômicos. por exemplo, na utilidade que ele tem em sua vida: os dias em que você tem ou não tem
A Astronomia aula, o período de férias, o dia de seu aniversário, o de seus colegas, e assim por diante.
realiza estudos de
observação do céu, São várias as sociedades humanas que se organizam com base em um calendá-
o ciclo das estações rio, concebendo o tempo de forma específica. Os calendários também podem ser
e da natureza, isto
diferentes, com utilidades variadas. Um exemplo de seu uso é auxiliar no planeja-
é, do cosmos, no
qual o homem está mento do cotidiano das sociedades, marcando o momento do plantio e da colheita
inserido e do qual é dos alimentos, os períodos de chuvas e secas.
participante. Você
terá a oportunidade Calendário anual
de se aprofundar
nesse assunto O calendário tuyuka é baseado na observação astronômica, da passagem
na disciplina de das diversas constelações, como descritas e nomeadas pelos tuyuka. A este ciclo
Ciências, no 6°_ ano. anual está associado o regime de chuvas e estiagens e a variação do nível das
águas dos rios. As alternâncias neste regime são denominadas de acordo com a
posição das constelações. Os Tuyuka assinalam
a existência de treze enchentes e oito estiagens.
A designação da maior parte delas combina o
nome e a palavra “verão” (k¡ma) ou “inverno”
A

(pue). A duração de cada uma delas é variável,


/IS
as
Aim

sendo que uma ou outra pode mesmo deixar de


ocorrer em determinado ano, conforme o verão
seja mais forte ou as chuvas mais prolongadas.
Atualmente os Tuyuka usam tanto o seu
calendário astronômico quanto o ocidental e
católico para organizar suas atividades anuais,
buscando correspondências. No final de junho,
por exemplo, foi adotado o “verão de São João”,
chamado em tuyuka sã ñu k¡ma.
452 Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/povo/
tuyuka/2372>.
Acesso em: 26 mar. 2018.

História

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O nosso calendário é cristão. Isso porque ele tem como marco o ano do nascimen-
to de Cristo, que é considerado o ano 1 (conforme podemos ver na linha do tempo
abaixo). Ele é o mais usado atualmente e também é chamado de calendário gregoria-
no, porque foi instituído pelo papa Gregório XIII, em 1582. Ressaltamos que esse ca-
lendário não foi criado pelo papa Gregório; trata-se de uma modificação do calendário
juliano estabelecido pelo governante romano Júlio César (100 a.C.-44 a.C.), em 46 a.C.
Veja como ficou a estrutura do calendário gregoriano, representado pela linha
do tempo, após a modificação feita pelo papa Gregório.

Solomnikov/Shutterstock
Corel

Anos
2000 a.C. Ano I 2000 d.C.
I III V VII IX XI XIII XV XVII XIX XXI
Séculos
II IV VI VIII X XII XIV XVI XVIII XX

O tempo cronológico da História, para a maioria das sociedades, divide-se em


Saiba mais
duas partes fundamentais: os acontecimentos históricos antes e depois do nasci-
mento de Cristo, que se convencionou um grande marco para a humanidade. O calendário
gregoriano
A expressão antes de Cristo – representada pela sigla a.C. – é utilizada para foi criado por
marcar o início cronológico dos acontecimentos. Antes do ano 1, ou seja, antes do Gregório XIII para
nascimento de Jesus Cristo, os anos são contados de forma decrescente e levam a corrigir algumas
imperfeições do
indicação a.C. (antes de Cristo). Depois do ano 1, a contagem é feita de forma cres-
calendário juliano.
cente e o ano é acompanhado da sigla d.C. – depois de Cristo. Atualmente, ele é
Acima, utilizamos como marcador temporal da linha do tempo o nascimento composto de 365
de Cristo. Como seria uma linha do tempo baseada em acontecimentos do Brasil? dias, distribuído
em 12 meses, que
Qual seria o marco? E onde sua história pessoal entraria nessa linha do tempo?
alternam entre
Professor, praticar com os alunos a criação de uma linha do tempo.
31 e 30 dias e 28
dias no caso do
mês de fevereiro.
É verdade?
Para ajustar nosso
Quem não gosta das festas de fim de ano? A virada do ano geralmente é acompanhada de muita calendário com
alegria. A beleza dos fogos de artifício encanta a todos. Por isso, no mundo inteiro, o ano termina no os movimentos
dia 31 de dezembro e começa no dia 1°_ de janeiro, até mesmo no calendário chinês. da Terra, a cada
Verdade ou mito? quatro anos, é
acrescido um
Mito. O calendário chinês é lunissolar, ou seja, baseia-se no Sol e na Lua para organizar a contagem dos
dia ao mês de
anos. Inicia sempre na Lua Nova, entre os dias 21 de janeiro e 21 de fevereiro, dependendo de quando
fevereiro, que fica
com 29 dias, e
ocorre a Lua Nova do primeiro mês lunar. Os chineses comemoram a virada do ano por 15 dias durante o o ano com 366
dias, chamado de
Festival da Primavera. Por uma questão de administração e economia, desde 1912 os chineses bissexto.

oficializaram o calendário gregoriano no país.

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Há uma forte relação entre os calendários e as religiões. Os egípcios, por exem-
Saiba mais
plo, usavam um calendário baseado na Lua. Depois, passaram a fazer uso de um
O historiador, calendário que correspondia quase exatamente às estações. Dividiram o ano em
geralmente,
encontra as
12 meses de 30 dias cada, com cinco dias extras no final.
fontes históricas
guardadas

Sompol/Shutterstock
em arquivos,
bibliotecas,
museus ou
coleções
particulares.
Conheça a página
do Arquivo
Nacional.

Conheça também
a página da
Biblioteca Nacional

Antigo calendário egípcio gravado na parede de pedra do Templo de Karnak, Luxor, Egito.

O calendário judaico tem início com um evento importante para os judeus, o


Êxodo, que marca a saída dos hebreus do Egito antigo.
O calendário muçulmano, por sua vez, marca seu início com base na Hégira, a
fuga do profeta Maomé da cidade de Meca para Medina.

G.
Erich Lessing/Album/Fotoarena/Museu de Israel, Jerusalem, Israel.

Da
gli
O
rti/D
e Ago
stini/Getty Images

Calendário
judaico. Calendário asteca.

Os astecas mediam o tempo por meio de um sistema de calendário triplo interli-


gado com os movimentos dos corpos celestes. Esse calendário fornecia uma lista de
454 importantes festas religiosas e datas sagradas. Além disso, tanto os dias individuais
como os períodos de dias estavam associados aos deuses, o que demonstra a vi-
são asteca de que o tempo e a vida diária eram inseparáveis das crenças religiosas.
História

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Atividades

1 Estudamos até agora vários conteúdos relacionados à disciplina de História. De acordo com seus co-
nhecimentos, preencha o quadro abaixo com o que se pede.

Minha definição de História Os objetos de estudo da História Como trabalha o historiador

Resposta pessoal. Uso de fontes históricas (imagens, obje-


Identificar o conhecimento empírico dos tos e documentos) para trabalhar novos O historiador utiliza fontes históricas pri-
alunos como ponto de partida para a com- conceitos, priorizando a familiarização márias e secundárias.
preensão do conceito de História. dos alunos com o tema.

2 Selecione cinco acontecimentos da sua história que considere importantes e explique a razão dessa
escolha.
Resposta pessoal.

Professor, esta atividade pretende avaliar se os alunos compreenderam a importância das fontes históricas. Portanto, avaliar se as

respostas dadas contêm este viés.

3 Usando como marco inicial o ano de 1500, ano em que os colonizadores portugueses chegaram ao
Brasil, faça uma linha do tempo destacando o ano de fundação de sua cidade, de seu estado, o ano de
nascimento de alguns de seus familiares e o seu.

Resposta pessoal.
Professor, esta atividade pretende avaliar se os alunos compreenderam a organização dos fatos em uma linha do tempo.

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História

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4 A história pode ser relatada de diferentes formas. Se você fosse escrever a história de sua cidade, que
recursos você usaria para a sua pesquisa? Cite pelo menos cinco fontes que se podem consultar para
registrar a história de sua cidade.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem documentos como certidão de nascimento e de óbito, fotografias, peças de

roupas, objetos de uso pessoal e coletivo, jornais, brinquedos, livros, músicas, histórias contadas pelos moradores mais antigos,

nome de logradouros públicos (ruas, praças, parques).

5 Alguns objetos pertencentes a uma família que viveu antes da chegada dos portugueses ao Brasil, ou
seja, antes de 1500, e que fazem parte da sua história, foram encontrados em determinado local. Quais
poderiam ser esses objetos? Resposta: A.
a) Pratos e canecas confeccionados em cerâmica, machadinhas.
b) Tênis e cartas.
c) Cadernos de receitas veganas.
d) Automóveis e telefone celular.
6 Qual das alternativas a seguir apresenta apenas exemplos de fontes escritas? Resposta: D.

a) Brinquedos, documentos e móveis.


b) Pinturas, utensílios domésticos e certidões de nascimento.
c) Revistas, livros e vestimentas.
d) Diários, jornais e leis.

Tarefa
1 Identifique e relacione as imagens com o tipo de fonte histórica correspondente.
(1) Fontes materiais (2) Fontes imateriais

1 2 1
sheff/Shutterstock

olegganko/Shutterstock

Dmitry Pichugin/Shutterstock

2 1
Quick Shot/Shutterstock
Wikipedia/Wikimedia Commons

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2 A seguir está reproduzido um documento histórico. Analise-o e, depois, faça o que se pede.

Biblioteca Digital Luso Brasileira/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

Rio de Janeiro (RJ): Typ. Imp. e


Const. de J. Villenneuve, 1855.

a) Identifique e escreva o local e a data de produção (escrita) da fonte.


Rio de Janeiro, 8 de março de 1855.

b) A que acontecimento o documento se refere?


O documento refere-se à fuga de uma pessoa escravizada.

c) Escreva outras informações que podem ser encontradas no documento.


Informações de profissões, estado de saúde, descrição física, entre outras. Professor, instigar os alunos a perceber todas as

informações presentes no documento.

d) Qual é a data da fuga em questão?


A data da fuga foi 12 de junho de 1854.

e) É um documento manuscrito ou impresso?


É um documento impresso.

f) Pelo conteúdo do documento, podemos saber o local de nascimento de Marcellino? Se sim, escreva onde
ele nasceu.
Espera-se que o aluno responda afirmativamente, pois no documento consta que ele é pernambucano. Logo, nasceu em

Pernambuco.

g) Que informações esse documento apresenta sobre o período histórico em que foi escrito?
Este documento apresenta informações sobre o contexto histórico social do Brasil no século XIX, período em que era uma sociedade

escravista. Além disso, revela como os escravizados africanos eram tratados, apresenta uma forma de resistência à escravidão (a fuga),

conta como se vestiam e que tipo de atividade poderiam exercer. 457

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3 Agora você vai aprender brincando.
a) Para realizar esta atividade, descarte a cartela de bingo ao final deste caderno.
Bingo dos artefatos
Material
• Folha quadriculada contendo as coordenadas;
• 16 cartões com figuras de artefatos.
Procedimentos
• Descarte a folha com as coordenadas e os 16 cartões que se encontram ao final deste caderno.
• O professor sorteará um cartão. Caso você tenha o cartão mencionado, coloque-o no lugar correspondente
a ele. Por exemplo: caso ele mencione a figura 1(B) e você tenha esse cartão, você deve posicioná-lo na folha
quadriculada.

• Vence o aluno que primeiro preencher o cartão.


b) Terminada a rodada, classifique os objetos por atributos: material (rocha, madeira, cerâmica, osso), tamanho,
cor, decoração ou função.
c) Se você estivesse investigando a sociedade do passado, à qual esses objetos pertenceram, que perguntas po-
deriam ser feitas sobre esses objetos?

Você aprendeu

Chegamos ao final da unidade e trabalhamos vários conteúdos que o auxiliarão a compreender a im-
portância de estudar História. É hora de relembrá-los! Para isso, leia os esquemas a seguir e verifique
se você precisa rever algum deles para completar as lacunas.

HISTÓRIA
Estudo de fatos realizados pelo ser humano que nos auxilia
a compreender o funcionamento das sociedades humanas ao
longo do tempo e do espaço.

Objeto de estudo O historiador busca em suas Estudar história


Fontes documentais diversifi- pesquisas É uma atividade complexa,
cadas e testemunhos do pas- • Interpretar e compreender os pois analisa fatos, nomes, lu-
sado deixados pelas popula- acontecimentos, os proces- gares e datas.
ções. Podem ser: sos e as mudanças históricas
• materiais – livros, jornais, car- no tempo e no espaço.
tas, etc. • Analisar suas mudanças e
• imateriais – lendas e contos permanências para encon-
orais, etc.
trar a Relação do passado

458 com o presente .

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