Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sumário
DISPNEIA ......................................................................................................................................................................... 3
TOSSE CRÔNICA .............................................................................................................................................................. 9
PNEUMONIAS ............................................................................................................................................................... 13
SÍNDROMES BACTERIANAS ........................................................................................................................................... 19
SÍNDROMES FEBRIS ...................................................................................................................................................... 24
SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA .......................................................................................................... 29
SÍNDROMES DIARREICAS .............................................................................................................................................. 36
INTOXICAÇÕES .............................................................................................................................................................. 45
SÍNDROMES ICTÉRICAS ................................................................................................................................................. 49
SÍNDROME METABÓLICA (HAS / DM) ........................................................................................................................... 61
SÍNDROMES ENDÓCRINAS ............................................................................................................................................ 71
PREVENÇÃO DE DOENÇAS ............................................................................................................................................ 80
GERIATRIA..................................................................................................................................................................... 81
TERAPIA INTENSIVA ...................................................................................................................................................... 85
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 3
DISPNEIA
DOENÇA VASCULAR DO PULMÃO
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
TVP > TEP
a. Clínica – súbito!
Dor torácica pleurítica
Hemoptise
Sibilância
Taquipneia – principal sinal
Dispneia – principal sintoma
TVP (íleofemoral) – sinal de Homans (dor à dorsiflexão)
TEP maciço:
Hipotensão – choque obstrutivo
Cor pulmonale (IVD por alteração pulmonar) – turgência jugular
Aumenta BNP e troponina
b. Exames complementares
▪ ECG
Taquicardia sinusal – mais comum
S1Q3T3 (S em D1 + Q em D3 + T invertida em D3) – mais específico
Inversão da onda T V1-V4
▪ RX TÓRAX
Sinal de Westermark: oligoemia localizada
Sinal da corcova de Hampton: hipotransparência triangular periférica
(infarto pulmonar)
Sinal de Fleischner/Palla: distensão da artéria pulmonar
▪ ECOCARDIOGRAMA
Disfunção de VD – pior prognóstico
*Sinal de McConnel: hipocinesia do VD, poupando ápice
▪ MARCADORES
BNP, troponina – pior prognóstico
D-dímero – alto VPN
c. Diagnóstico
1) Avaliar a probabilidade
ESCORE DE WELLS
TVP 3 E – episódio prévio
Sem outro diagnóstico mais provável 3 M – malignidade
B – batata inchada
FC > 100 1.5
O – outro diagnóstico
Imobilização ou cirurgia recente 1.5 L – lung bleeding
Episódio prévio de TVP/TEP 1.5 I – imobilização
A – alta FC
Hemoptise 1
Malignidade 1
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 4
EMBOLIA GORDUROSA
Fraturas de ossos longos e pelve > micropartículas de gordura na circulação provenientes da MO amarela >
obstrução + vasculite (após 12-72h)
a. Clínica
Alteração neurológica
Hipoxemia
Rash petequial
*TC: vidro fosco
b. Tratamento
Suporte
Metilprednisolona (?)
c. Prevenção
Tratamento ortopédico precoce
OBSTRUTIVO – RESTRITIVO –
asma, DPOC pneumopatias intersticiais difusas
VEF1 Muito reduzido Reduzido
CVF Reduzido Reduzido
VEF1/CVF (Tiffenau) < 70% Normal ou aumentada
*Misto: CVF prevista - VEF1 prevista > 12%
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 5
SE VEF1 60-80%:
Repetir
SE OBSTRUTIVO:
Prova broncodilatadora – diferencia asma x DPOC
VEF1 > 200ml + > 12% = ASMA!
DPOC
Obstrução crônica e geralmente irreversível
a. Fator de risco
Tabagismo – bronquite + enfisema centroacinar (lobos superiores) H. influenzae não tipável, S.
pneumoniae e M. catarrhalis
Deficiência de alfa1-antitripsina – enfisema panacinar (lobos inferiores),
p-ANCA positivo
Fogão a lenha
b. Clínica
Obstrução ao fluxo de ar Hiperinsuflação – ar entra, mas não sai todo
MVF diminuído
Dispneia
Hipoventilação
Cianose de extremidades
Retenção crônica de CO2
Cor pulmonale Hipoxemia crônica > vasoconstrição de artéria pulmonar > IVD
*No DPOC, o drive respiratório responde à hipoxemia (o normal é responder à retenção de CO2) –
a hiperóxia reduz ventilação, piorando a retenção de CO2 (encefalopatia hipercápnica)
c. Classificação
d. Tratamento
▪ EXACERBAÇÃO AGUDA – piora aguda dos sintomas respiratórios com necessidade de mudança no tto
A – ATB ATB 5-7 dias se escarro purulento ou aumentado / piora da dispneia / VNI / IOT
B – BRONCODILATADOR DE B2 agonista (Fenoterol 10-20gts) + anticolinérgico (Ipratrópio 20-40gts)
CURTA DURAÇÃO 3x 20/20min
C – CORTICOIDE SISTÊMICO Prednisona VO, Metilprednisolona IV por 5-7 dias
Alvo: 88-92%
D – DAR O2 VNI: acidose respiratória / hipoxemia persistente / fadiga
IOT: redução do nível de consciência / falha VNI
▪ DE MANUTENÇÃO
0-1 exacerbação/ano ≥ 2 exacerbações/ano ou 1 internação
A: pouco sintoma C: pouco sintoma CAT < 10 / mmRC 0-1
B: muito sintoma D: muito sintoma CAT ≥ 10 / mmRC ≥ 2
Cessar tabagismo
Vacina (pneumococo e influenza)
Todos
Avaliar O2 domiciliar
Broncodilatador de curta duração SOS – B2 agonista (Salbutamol, Fenoterol)
+
B+C+D Broncodilatador de longa duração – B2 agonista (Formoterol) e/ou anticolinérgico
(Tiotrópio)
Reabilitação
+
D
Corticoide inalatório – se > 300 eosinófilos/asma
ASMA
Inflamação crônica (alergia, poluição, idiossincrática..) às custas de eosinófilos (IgE), com episódios de hiper-
reatividade brônquica (broncoespasmo)
Aperto no peito
b. Tratamento
▪ CRISE ASMÁTICA – FR: maior resposta ao broncodilatador
Clínica e Peak-Flow (pico de fluxo expiratório)
LEVE / MODERADA PFE > 50%
PFE ≤ 50%
Alcalose respiratória
GRAVE
Frases incompletas
FC > 120
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 7
O2 Alvo: 93-95%
B2 agonista de curta duração – 3 doses de 20/20min
Fenoterol, Salbutamol Sem melhora ou grave: + Ipratrópio
Iniciar na 1ª hora
Corticoide sistêmico (VO / IV)
*Não tem diferença entre IV e VO!
Refratário: considerar Sulfato de Magnésio IV
Na hora da alta:
Manter corticoide VO por 5-7 dias (criança: 3-5 dias)
Iniciar ou otimizar tratamento crônico – aumentar step
▪ DE MANUTENÇÃO
A – atividades limitadas
B – broncodilatador de alívio > 2x/sem
C – calada da noite (sintoma noturno)
D – dia (sintoma diurno) > 2x/sem
0 Controlada
1-2 Parcialmente controlada
3-4 Não controlada
*Últimas 4 semanas
a. Clínica
Tosse produtiva crônica, dispneia, IVAS / PNM de repetição, baqueteamento digital
Pólipos nasais
Insuficiência pancreática exócrina
Diarreia crônica com esteatorreia
Colestase
Íleo meconial (1º dia de vida)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 8
b. Diagnóstico
Teste do suor com cloro ≥ 60 – 2 ocasiões
Mutação do gene CFTR
Teste do pezinho (teste do tripsionogênio imunorreativo – IRT) > Repetir após 2 semanas >
Teste do suor (2x) / Mutação CFTR
c. Tratamento
Inalação com salina hipertônica
ATB – Pseudomonas, S. aureus
Oxigenioterapia (= DPOC)
Reposição de enzimas pancreáticas e vitaminas lipossolúveis (KEDA)
SARCOIDOSE
Tosse – adenopatia hilar
Uveíte anterior
Eritema nodoso
Nefrocalcinose / Nefrolitíase
(hipercalcemia) – produção de vit D ativa
Paralisia facial periférica
Diagnóstico
História ocupacional + RX + espirometria com padrão restritivo
TOSSE CRÔNICA
Classificação
Aguda Infecção – IVAS
*Resolução < 3 semanas Irritação (alergia)
espontânea! Congestão
Tosse de VAS (alergia) – gotejamento pós-nasal
Crônica > 8 semanas Asma
DRGE
TUBERCULOSE
a. Características
Etiologia: Mycobacterium tuberculosis – bacilo de Koch (BAAR)
Alta infectividade + baixa patogenicidade Estritamente aeróbio!
Transmissão: aerossóis – gotículas, tosse, fala, espirro
Doença urbana (aglomeração!)
EVOLUÇÃO DA PRIMOINFECÇÃO – infância
< 3 semanas: proliferação/disseminação de bacilo por todo o corpo
3-8 semanas: imunidade celular específica (LT e IFN-gama) > granuloma caseoso (nódulo de Ghon no RX)
b. Clínica
PULMONAR – 80-85%
▪ TB PRIMÁRIA – paucibacilífera
Criança – após o 1º contato
“Pneumonia arrastada” que não melhora com ATB
RX: infiltrado persistente (>2 semanas) + linfonodomegalia hilar ipsilateral
TB MILIAR
< 2 anos não vacinadas / imunodeprimidos
Disseminação hematogênica descontrolada – “sepse”
RX: infiltrado micronodular difuso bilateral
▪ TB PÓS-PRIMÁRIA – bacilífera
Adolescente/adulto – reativação ou reinfecção
Tosse prolongada, febre vespertina, sudorese noturna, perda de peso
RX: infiltrado + cavitação
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 10
▪ TB MENÍNGEA
Não vacinados / imunodeprimidos
Meningite arrastada, subaguda + alteração de par craniano (II, III, IV, VI, VII) + HIC
Líquor: aumento de proteínas + diminuição de glicose + lifomonocitário (no início: pnm)
TC: hidrocefalia
Diagnóstico: cultura / baciloscopia – tem baixa sensibilidade
*Forma mais sequelante!
▪ TB GENITURINÁRIA
EAS: piúria + cultura negativa
US: corrosões calicinais + hidronefrose
Diagnóstico: cultura de urina (3 amostras) + urografia excretora
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 11
▪ TB ESQUELÉTICA
Mal de Pott: dor lombar + dor à palpação + sudorese noturna
d. Tratamento
Rifampicina (R) / Isoniazida (I) / Pirazinamida (P) / Etambutol (E) Deixa de ser bacilífero após 15 dias
*< 10 anos: sem Etambutol (RIP) – risco de neurite óptica de tratamento!
Efeitos adversos
P>I>R Hepatotóxicas
Urina/suor laranjas
R – rimfanpicina NIA
Penias
I Neuropatia – consumo de vit B6 (piridoxina)
Hiperuricemia
P
Rabdomiólise
E – etambutolho Neurite óptica
*Suspender se: TGO/TGP > 3x + sintomas, TGO/TGP > 5x ou icterícia
e. Acompanhamento
Baciloscopia mensal
*TRM-TB não serve, já que identifica bacilo vivo e morto
CRITÉRIOS DE FALÊNCIA
BAAR positivo ao fim do tratamento
BAAR 2+/3+ até o 4º mês
BAAR que volta a ser positivo e se mantém por 2m
Conduta: cultura + tratamento por sensibilidade
f. Controle
Busca ativa de sintomáticos respiratórios (tosse ≥ 3 semanas ou qualquer tosse + índios, HIV, presos,
imigrantes, situação de rua)
Notificação
Tratamento diretamente observado (TDO) – observar 24 doses em 2m e 48 doses nos próximos meses (= 3-4
dias/semana)
Vacina BCG – previne formas graves (miliar, meníngea)
Avaliação de contactantes
Tratamento
Isoniazida 270 doses em 9-12m
Rifampicina 120 doses em 4-6m – se > 50 anos, < 10 anos, hepatopata
*Isoniazida + Rifapentina 12 doses em 3m (1x/semana) – novidade!
QUIMIOPROFILAXIA PRIMÁRIA
RN CONTACTANTE DE BACILÍFERO
Não vacinar BCG > Isoniazida / Rifampicina por 3m > PT
- PT ≥ 5mm: + 3m de Isoniazida / + 1m de Rifampicina > não vacina
- PT < 5mm: vacinar BCG
b. Clínica
AGUDA – CRÔNICA –
< 30 anos > 30 anos
Sintomas respiratórios arrastados
“Mononucleose-like”: febre + Lesão cutâneo-mucosa
linfonodomegalia + hepatoesplenomegalia RX: infiltrado pulmonar bilateral em “asa
de morcego”
c. Diagnóstico
Escarro / raspado / aspirado linfonodal: “roda de leme”
d. Tratamento
Leve: Itraconazol 6-18m
Grave: Anfotericina B
HISTOPLASMOSE – TB da caverna
a. Etiologia
Histoplasma capsulatum – cavernas (fezes de morcego), galinheiros (fezes de aves)
*Não é contagiosa!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 13
b. Clínica
AGUDA CRÔNICA – pneumopatas
Sintomas respiratórios arrastados
Síndrome gripal RX: infiltrado pulmonar, micronódulos difusos
= TB!
c. Diagnóstico
Cultura / sorologia / biópsia de medula
d. Tratamento
Leve: Itraconazol 12m
Grave: Anfotericina B
OUTROS
Brônquios dilatados com paredes espessadas de forma irreversível –
consequência de inflamação crônica
Acúmulo de secreção > tosse mucopurulenta + infecções de repetição (H.
Bronquiectasia
influenzae, Pseudomonas) + roncos/estertores
RX: sinal do trilho de trem
TC: sinal do anel de sinete, árvore em brotamento, cistos
Infecção pulmonar oportunista mais comum em imunodeprimidos
FR: imunodepressão
Broncopulmonar alérgica (ABPA): asma/fibrose cística + novo infiltrado +
Aspergilose
bronquiectasia central + eosinofilia – tto: Itraconazol + Prednisona
Aspergiloma: cavidade (TB, sarcoidose, bronquiectasia)
Invasiva: “PNM” + TC com sinal do halo / do ar crescente – tto: Voriconazol
Crônico + progressão através dos tecidos + parece CA
Actinomicose – Forma trajeto fistuloso
bactéria gram positiva Infecção refratária a ATB
(Actynomices) Biópsia: grânulos de enxofre
Tto: Penicilina a longo prazo
PNEUMONIAS
PNEUMONIA DA COMUNIDADE
a. Fisiopatologia
Microaspiração de agentes que colonizam a orofaringe – mais comum
Inalação de aerossol – Legionella (ar condicionado)
Hematogênica – S. aureus (endocardite de valva direita)
Extensão direta – foco torácico, pleural
b. Etiologia
1) S. pneumoniae
2) Mycoplasma
3) Chlamydia pneumoniae
4) Vírus
5) Haemophilus influenzae
6) Legionella
TÍPICO ATÍPICO
Parede celular de fosfolipídeo
Parede celular de peptideoglicano
Não cora pelo Gram
Cora pelo Gram
Responde à Macrolídeo
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 14
c. Clínica
Mais comum
STREPTOCOCCUS Diplococo gram
Diagnóstico: antígeno urinário
PNEUMONIAE positivo
RX: derrame pleural, pneumonia redonda/pseudotumoral
Síndrome gripal
Miringite bolhosa + anemia hemolítica autoimune + Stevens-
MYCOPLASMA - Johnson (eritema multiforme, “lesões em alvo”) + fenômeno
de Raynaud + Guillain-Barré
Aumenta IgM
Quadro leve
Febre + tosse/dispneia + sintomas de VAS (faringite, laringite,
CHLAMYDIA Intracelular gram sinusite)
PNEUMONIAE negativo
C. trachomatis: linfogranuloma, tracoma (ceratoconjuntivite crônica)
C. psitacci: PNM + pássaros
Febre alta súbita + odinofagia + tosse seca + fadiga + mialgia
Síndrome respiratória aguda grave: síndrome gripal +
dispneia / satO2 < 95% / taquipneia / hipotensão / piora na
doença de base
VÍRUS INFLUENZA A - RX: vidro fosco
Diagnóstico: swab nasofaríngeo + PCR
Tratamento: oseltamivir até 48h – se SRAG ou risco alto
*Risco alto: < 5 anos, > 60 anos, imunodeprimido / comorbidade (exceto HAS),
indígena, IMC > 40, grávida / puérpera
HAEMOPHILUS Cocobacilo gram Quadro típico
INFLUENZAE negativo Bacteriano mais comum da DPOC
Quadro típico grave
Sinal de Faget + diarreia / dor abdominal + hiponatremia +
Bacilo gram
LEGIONELLA aumento de TGO/TGP
negativo
Relação com ar condicionado
Diagnóstico: antígeno urinário
MORAXELLA Diplococo gram
DPOC + uso de corticoide por longo prazo
CATARRHALIS negativo
Quadro grave
Bastonete gram
KLEBSIELLA Etilista e diabético
negativo
RX: pneumonia do lobo pesado
Quadro grave
RN, lactente, pós influenza, usuário de drogas IV, fibrose
Coco gram
STAPHYLOCOCCUS cística, bronquiectasia
positivo em
AUREUS RX: pneumatocele, derrame pleural, PNM necrosante (<
cachos
2cm), abscesso (≥ 2cm)
Complicação: piopneumotórax
Bacilo gram Quadro grave
PSEUDOMONAS
negativo Fibrose cística, bronquiectasia, neutropenia, corticoide
Como?
Escarro: exame direto e cultura
Hemocultura
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 15
d. Clínica
TÍPICA ATÍPICA
– mais comum: Pneumococo – mais comum: Mycoplasma
Febre alta
Febre baixa
Tosse com expectoração, dispneia, dor torácica
Tosse seca
pleurítica
Exame respiratório pobre
Crepitações, aumento do FTV, broncofonia
RX: intersticial – dissociação clínicorradiológica!
RX: broncopneumonia x lobar
e. Diagnóstico
Clínica + Imagem (detectar complicações!)
RX
USG – maior sensibilidade e especificidade que RX
TC – maior sensibilidade que USG
*Exame físico tem baixa sensibilidade e especificidade!
Pneumatocele – S. aureus
f. Prognóstico
Procalcitonina – indica etiologia bacteriana, mortalidade
PCR
g. Tratamento
1) ONDE?
CURB-65
Confusão mental -
Ureia ≥ 43 / 50
Respiração FR ≥ 30
Baixa PA PAS < 90 / PAD ≤ 60
65 Idade ≥ 65
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 16
0-1: Ambulatório
1 (se CRB65)-2: Considerar internação
≥ 3: Internação
4-5: Avaliar UTI
2) UTI?
IDSA/ATS
Necessidade de VM
Maiores
Choque séptico
C/U/R/B
Temperatura < 36
P/F ≤ 250
Menores
Multilobar
Leucócitos < 4.000
Plaquetas < 100.000
1 maior
ou
3 menores
= UTI
3) MEDICAMENTO
B-lactâmico Amoxicilina +/- Clavulanato 7 dias
Hígido Macrolídeo Azitromicina 3-5 dias /
Doxiciclina Claritromicina 7 dias
Comorbidades / ATB
Cefalosporina de 3ª /
prévio / B-lactâmico + Macrolídeo 5-7 dias
Ampi+Sulbactam + Macrolídeo
Grave / Internado Quinolona respiratória
Levofloxacino
em enfermaria
B-lactâmico + Macrolídeo Cefalosporina de 3ª /
Internado em UTI B-lactâmico + Quinolona Ampi+Sulbactam + Macrolídeo OU
respiratória Levofloxacino
Alergia à B- Levofloxacino
lactâmico e Quinolona respiratória 5-7 dias *EA: rotura de tendão, neuropatia, aneurisma de
Macrolídeo aorta, psicopatias
+ Corticoide se:
Quadro mais grave
h. Controle
PNM recorrente acometendo sempre o
Clínico em 48-72h
mesmo lobo: obstrução brônquica >
Radiológico após 4-6 semanas se: fumantes > 50 anos, internados, broncoscopia
sintomas persistentes
*As alterações no RX demoram desaparecer!
COMPLICAÇÕES
DERRAME PLEURAL
1) TORACOCENTESE
RX perfil com altura > 5cm Critérios de Light (pelo menos 1 = exsudato)
RX decúbito lateral com altura > 1cm PTN pleura / sérica > 0.5
LDH pleura / sérica > 0.6
LDH pleura > 2/3 da sérica ou > 200
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 17
2) ANÁLISE DO LÍQUIDO
PARAPNEUMÔNICO – EMPIEMA –
não purulento (exsudato) purulento
Simples
pH e glicose normais
Complicado
Líquido purulento
Bacteriologia positiva
Glicose < 40-60
pH < 7.2
LDH > 1000
Conduta
Simples Manter ATB
Complicado / Empiema Manter ATB + Drenagem
*Criança: pleuroscopia + drenagem
Não melhorou:
Reavaliar ATB e dreno
Fase fibrinopurulenta: tPA ou Dnase intrapleural + novo dreno / pleuroscopia + lise de aderências
Fase organizada: videotoracoscopia + decorticação / drenagem torácica aberta
PNEUMONIA HOSPITALAR
a. Fisiopatologia
Microaspiração
b. Classificação
NOSOCOMIAL / ADQUIRIDA NO HOSPITAL ASSOCIADA A VM
≥ 48h de internação ≥ 48h de IOT
PRECOCE TARDIA
< 5 dias > 5 dias
Germes da PAC Germes nosocomiais
d. Fatores de risco
VM – principal!
e. Diagnóstico
Infiltrado pulmonar novo ou progressivo + ≥ 2 sinais de infecção:
Febre
Leucocitose / Leucopenia
Secreção purulenta
Piora da oxigenação
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 18
f. Tratamento
Duração: 7 dias
Responde em 48-72h
Sempre avaliar cultura para descalonamento
TERAPIA TRIPLA:
2 contra Pseudomonas (gram negativos)
+ 1 contra Staphylo MRSA (gram positivo)
Cobre Pseudomonas
Cefalosporina antipseudomonas Cefepime, Ceftazidima
B-lactâmico/Inibidor da B-lactamase Piperacilina/Tazobactam
Carbapenêmico antipseudomonas Imipenem, Meropenem
+ Pseudomonas MDR
Aminoglicosídeo Amicacina, Gentamicina, Tobramicina
Quinolona Ciprofloxacino, Levofloxacino
+ Staphylococcus MRSA
Vancomicina
Linezolida
*Daptomicina NÃO pega pulmão!
B-lactâmico:
Cefepime
Sem risco de MDR/MRSA + baixo risco de morte Piperacilina/Tazobactam
Imipenem, Meropenem
Aztreonam
Com risco de MDR – +
prevalência >10% ou desconhecida, bacilos gram negativos no escarro, Aminoglicosídeo
fibrose cística, bronquiectasias Quinolona (Cipro/Levofloxacino)
+
Com risco de MSRA –
Vancomicina
prevalência >10% ou desconhecida
Linezolida
Com risco de morte –
choque séptico, VM para PNMh, ATB IV < 3m, PVM ≥ 5 dias, SDRA, Um de cada grupo acima
diálise
ESBL Carbapenêmico
AmpC Ceftazidima-Avibactam
KPC
Polimixina B
MBL
BRONCOASPIRAÇÃO
a. Localização – à direita
Parte posterior do lobo superior
Parte superior do lobo inferior
BRONCOASPIRAÇÃO
Horas: pneumonite > suporte
Dias: pneumonia > tratamento (Clindamicina ou Amoxicilina/Clavulanato)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 19
b. Etiologia
Polimicrobiana – anaeróbios + aeróbios
c. Fatores de risco
Dentes em mau estado + macroaspiração (etilista, rebaixamento do nível de consciência, distúrbios da deglutição)
d. Clínica
Evolução lenta
Escarro purulento e fétido
RX: cavitação com nível hidroaéreo – abscesso
SÍNDROMES BACTERIANAS
ENDOCARDITE INFECCIOSA
a. Fisiopatologia
Lesão endotelial > formação de trombo/vegetação (plaquetas + fibrina) > endocardite trombótica não bacteriana
(ETNB) > bacteremia (Staphylo e Strepto – gram positivos) > endocardite bacteriana
b. Fatores de risco
Usuário de droga EV: S. aureus MRSA –
Uso de drogas EV
tricúspide, sem sopro, PNM multilobar
Prótese valvar – maior risco! necrosante, sem lesão valvar prévia
Cardiopatia estrutural (prolapso mitral)
*Ostium secundum NÃO é FR!
c. Etiologia
Subaguda – insidiosa
Streptococcus viridans – mais comum, manipulação dentária
Enterococcus faecalis
Streptococcus gallolyticus (bovis) – fazer colonoscopia (associação
VALVA NATIVA
com CA colorretal)
Aguda – toxemiante
Staphylococcus aureus – usuário de droga IV, lesão de pele
< 2m da troca
Staphylococcus epidermidis (coagulase negativo)
Staphylococcus aureus (coagulase positivo)
Gram negativo
VALVA PROTÉTICA
2m – 1 ano
Mistura
d. Clínica
Febre (95%)
Sopro (85%) – mitral
e. Diagnóstico
Critérios de Duke
2 maiores
Definitivo 1 maior + 3 menores
5 menores
1 maior + 1 menor
Provável
3 menores
> 1 ano
= Nativa
*Rifampicina: atua nos biofilmes (S. aureus aderente à valva)
*Repetir hemocultura após 4-6 semanas
g. Profilaxia
Gengiva, dentes (periapical)
QUANDO?
Perfuração da mucosa oral / respiratória
Prótese valvar
EI prévia
PARA QUEM?
Cardiopatia cianótica não operada
Correção incompleta de cardiopatia congênita
Amoxicilina 2g VO 1h antes do procedimento
COM QUÊ?
Outros: Cefalexina, Clindamicina, Azitromicina
c. Classificação
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
Assintomático + urocultura com ≥ 100.000 ou ≥ 100 (cateterizado)
Tratar se: gestante, procedimento urológico invasivo, pós-transplante, neutropênicos
Tratamento:
Fosfomicina (dose única)
SMX-TMP (3 dias)
Nitrofurantoína (5-7 dias)
B-lactâmico (5-7 dias)
*Cistite intersticial é NÃO infecciosa!
Tratamento
NÃO COMPLICADA COMPLICADA
Trato urinário anormal (cateter, cálculo, abscesso..)
Trato urinário normal Gestantes / homens / crianças
Imunodeprimidos
Ambulatorial: Hospitalar:
Quinolona / Ceftriaxona Pipetazo / Cefepime / Imipenem –
7-14 dias cobrir Pseudomonas
14-21 dias
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 22
Complicações
E. coli
Pielonefrite enfisematosa FR: DM / obstrução
Gás no rim – gram negativos
Sem resposta > 48-72h
Abscesso retroperitoneal Piúria maciça + massa em flanco + queda do estado geral
US/TC + drenagem
Cálculo coraliforme
Pielonefrite xantogranulomatosa Massa palpável + VHS aumentado + anemia
Gram negativo
INFECÇÕES CUTÂNEAS
ERISIPELA CELULITE
Superficial Profunda – subcutânea
Vermelha / aspecto “casca da laranja” Rósea
(linfedema) / bolhas Mal definida
Bem definida Dor
Dor intensa FR: trauma
FR: alteração na drenagem linfática/venosa,
intertrigo, DM Streptococcus pyogenes /
*Pode gerar linfedema/elefantíase se for de repetição Staphylococcus aureus
Streptococcus pyogenes
Crostas melicéricas
IMPETIGO Não bolhoso (S. aureus / S. pyogenes) x Bolhoso (S. aureus)
Tratamento: higienização com antisséptico + ATB tópico (mupirocina)
Infecção por S. aureus (ex: conjuntivite, faringoamigdalite, otite) > após 1-2 dias,
SD DA PELE
toxina cai no sangue > bolhas estéreis + sinal de Nikolsky
ESCALDADA / RITTER
Tratamento: suporte + Oxacilina
Crosta dura, grossa, seca, aderente – deixa cicatriz
ECTIMA S. aureus / S. pyogenes
Tratamento: higienização com antisséptico + ATB tópico (mupirocina)
SD DO CHOQUE Estafilocócico: absorvente interno / Estreptocócico: varicela
TÓXICO Tratamento: Clindamicina
Rastejam: Morganela morgani
MORDIDA DE
Não rastejam: Pasteurela multocida
ANIMAIS
Tratamento: Amox-Clavulanato / Pipetazo – são produtoras de B-lactamase
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 23
Impetigo
OSTEOMIELITE
Infecção > necrose isquêmica
a. Classificação
Crianças (mais comum!): metáfise de ossos longos
Adultos: vértebra lombar
HEMATOGÊNICA (20%) Aguda/subaguda
Febre, dor, leucocitose, aumento de VHS/PCR
*Anemia falciforme: Salmonella!
Adulto
SECUNDÁRIA POR INFECÇÃO CONTÍGUA (80%) Crônico – ex: pé diabético, fratura exposta, celulite
*Lesão penetrante no pé: Pseudomonas!
b. Etiologia
Staphylococcus aureus
Salmonela – principal na anemia falciforme!
Pseudomonas – principal na lesão penetrante no pé!
c. Diagnóstico
RX: alterações tardias (> 10 dias) – pouco sensível
RM: maior acurácia – muito sensível e específico
Cintilografia: se prótese – pouco específico, muito sensível
PCR/VHS – alto VPN, exclui doença
Hemocultura
OUTROS
Polimicrobiana – E. coli / Klebsiella
Causa mais comum: infecção das vias biliares
ABSCESSO HEPÁTICO Diagnóstico: US / TC – múltiplos, à direita
PIOGÊNICO Tratamento: Ceftriaxona + Metronidazol (cobre ameba) / Pipetazo +
drenagem
*Diagnóstico diferencial com abscesso amebiano!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 24
MRSA
Vancomicina Qualquer lugar
Linezolida Pulmão
Daptomicina Bacteremia
*MRSA comunitário: SMX-TMP, Clindamicina, Doxiciclina
SÍNDROMES FEBRIS
ARBOVIROSES
Viroses transmitidas por artrópodes
Vetor: Aedes aegypt – fêmea
Pode transmitir ao mesmo tempo Dengue, Chikungunya e Zika
Período de incubação: 3-15 dias
DENGUE
a. Sobre
Agente: Flavivírus – sorotipo 1/2/3/4/5
Imunidade sorotipo-específica (homóloga) permanente + imunidade sorotipo-diferente (heteróloga)
temporária
Infecção sequencial: maior risco de formas graves (acometimento de vasos sanguíneos + plaquetas)
Período de transmissão (viremia): 1 dia antes da febre até 6º dia de doença
Plaquetas
Sangramento de mucosas
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 25
Sangramento grave
Hemorragia digestiva / SNC
c. Diagnóstico
< 5d: antígeno NS1 / isolamento viral – se negativo, NÃO exclui
> 5d: sorologia (ELISA IgM)
QUANDO SOLICITAR?
Epidemia: grupo C e D
Sem epidemia: todos
Positiva
Criança ≥ 10
Adulto ≥ 20
d. Tratamento
1) SINTOMÁTICOS
Paracetamol ou dipirona – NÃO pode AAS/AINE!
2) SUPORTE
A B C D
Prova do laço positiva /
espontâneo
“Não é B, C, D” Risco social Sinal de alarme Grave
Gestante / Lactente /
Comorbidade
Ambulatorial Hemograma Hospitalar Hospitalar (CTI)
60ml/kg/d VO
(1/3 de SRO + 2/3 de líquidos) = Grupo A 20ml/kg IV 2h (até 3x) 20ml/kg IV 20min (até 3x)
Até 48h afebril
Melhorou: grupo C
Em 48h ou sinais de alarme: Ht normal: grupo A Melhorou: 25ml/kg IV 6h
Não melhorou: Nora /
Reavaliação Ht aumentado: grupo C Não melhorou: grupo D
Albumina
CHIKUNGUNYA
a. Sobre
Togaviridae / Alphavirus
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 26
Transmissão
Ciclo urbano – extinto Ciclo silvestre
Vetor: Haemagogus
Vetor: Aedes aegypt
Hospedeiro: macaco (epizootia)
Hospedeiro: homem
*Homem é hospedeiro acidental!
b. Diagnóstico
< 5d: isolamento viral
> 5d: sorologia (ELISA IgM)
c. Tratamento
Suporte
LEPTOSPIROSE
Leptospira interrogans (espiroqueta)
Reservatório: rim de ratos/camundongos
Transmissão: contato prolongado com água contaminada – penetra em pele íntegra
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 27
b. Diagnóstico
Inespecífico
Aumento de CPK
Plaquetopenia
Específico
Microaglutinação – padrão-ouro
c. Tratamento
LEVE GRAVE
Penicilina cristalina – de escolha
Doxiciclina
Ceftriaxona
MALÁRIA
Plasmodium vivax (mais comum) / falciparum (mais grave) / malariae (mais raro)
Terçã: vivax, falciparum / Quartã: malariae
Vetor: Anopheles
a. Ciclo
2 etapas: hepática e eritrocitária
Principal alvo: hemácias
Forma hipnozoíta (latente): P. vivax
b. Clínica
Proteção natural:
Febre em crises
traço falcêmico e talassemias – a deformidade da
Anemia hemolítica – icterícia com aumento de BI Hm impede o desenvolvimento do plasmodium
Região Norte
c. Diagnóstico
Gota espessa – de escolha
Teste rápido – regiões não endêmicas
d. Tratamento
P. vivax Cloroquina + Primaquina
P. falciparum Artemeter + Lumefantrina
Graves – qualquer espécie Artesunato + Clindamicina
*Primaquina: CI na gestação
LEISHMANIOSE VISCERAL
Leishmania chagasi
Vetor: Luztomyia (flebotomíneo)
Reservatório: cães
b. Diagnóstico
Parasitológico (amastigotas): aspirado de MO (S: 70%) / esplênico (S: 95%)
Sorologia: IFI / antígeno rk39 – fica positivo para sempre
Reação de Montenegro: negativa (baixa resposta celular)
c. Tratamento
Glucantine (antimonial pentavalente) – aumenta intervalo QT
Anfotericina B lipossomal – gestante, grave (icterícia), insuficiências, imunodeprimido, < 1 ano, > 50 anos,
intolerantes
*Acompanhar por 1 ano! – risco de recidiva
OUTRAS
Localizada: eritema migratório (“em alvo”) Diagnóstico
DOENÇA DE LYME –
Disseminada: acometimento neurológico Cultura / Sorologia
Borrelia burgdoferi
(meningoencefalite, paralisia facial) + cardíaco
(bactéria)
(BAV) Tratamento
*Carrapato
Persistente: artrite Doxiciclina
Diagnóstico
FEBRE MACULOSA – Febre alta
Sorologia / Cultura
Rickettsia rickettsii Cefaleia, mialgia
(bactéria) Rash maculopapular palmoplantar (2º a 5º
Tratamento
*Carrapato dia), evolução centrípeta > rash petequial
Doxiciclina
Diagnóstico
HANTAVIROSE – Síndrome cardiopulmonar – depressão Sorologia
Vírus miocárdica + ins respiratória
*Roedores silvestres *Transmissão pode ocorrer por aerossol! Tratamento
Suporte
Eritema migratório
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 29
c. Fisiopatologia
Envelope do HIV é reconhecido pelos receptores do LT > RNA do vírus dentro da célula > transcriptase reversa
converte RNA em DNA dupla fita > integrase integra o DNA do vírus ao DNA da célula (< 72h!) > proteínas virais são
produzidas através do maquinário celular > protease “monta” o vírus > vírus, ao sair da célula, leva um pedaço da
membrana > LT morre
*Ativação imune persistente > inflamação crônica > envelhecimento precoce > maior risco CV e de neoplasia
d. Fases da infecção
Aumenta CV + Diminui CD4
Infecção aguda –
Diagnóstico: CV após 10 dias (< 10d: fase de eclipse – não detecta)
altamente infectante
Síndrome mononucleose-like: febre, rash, linfonodomegalia, faringite
Diagnostico: sorologia após 30 dias – janela imunológica
Soroconversão
Diminui CV + Aumenta CD4 – mas nunca mais volta ao normal
Ponto de equilíbrio entre CV e CD4 – quanto mais alto, pior
Set point
*Controladores de elite: set point baixo, melhor prognóstico
CV aumentando lentamente + CD4 diminuindo lentamente
Assintomático (2-12 anos)
Latência clínica
Linfonodomegalia generalizada persistente (≥ 3m) – exceto inguinal
*Tem latência clínica, mas não virológica, pois o vírus continua replicando!!!
CD4 < 200-350
Sintomático Doenças relacionadas ao HIV – precoce x AIDS (avançada)
Após 10 anos
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 30
e. Clínica – AIDS
HIV positivo + CD4 < 200 e/ou doença definidora
DOENÇAS DEFINIDORAS DE AIDS
Pneumocistose
PULMÃO
TB extrapulmonar
Toxoplasmose
NEURO Criptococose
LEMP – vírus JC
Candidíase esofágica
GASTROINTESTINAL
Criptosporidiose intestinal crônica
MEDULA ÓSSEA Histoplasmose disseminada
RETINA CMV – “ketchup com queijo” (CD4 < 50)
CORAÇÃO Associado ao HIV
RIM Associado ao HIV – GEFS colapsante
Linfoma não-Hodgkin
NEOPLASIA Sarcoma de Kaposi – herpes vírus 8
Colo uterino invasivo
*NÃO são: candidíase oral, leucoplasia pilosa, herpes-zóster
f. Diagnóstico
> 18 meses
1 IE positivo: CV > positivo > repetir IE
1 TR positivos: repetir TR
IE/TR negativo, mas suspeito: repetir em 30 dias – soroconversão?
Testes discordantes: Western-Blot ou Imunoblot – mais específico
< 18 meses
CARGA VIRAL
1) Ao nascimento
2) 2 semanas
3) 2 semanas após fim do AZT
4) 8 semanas após fim do AZT
Se > 5.000: repetir imediatamente
ANTI-HIV
12 meses
Se positivo: repetir com 18 meses
g. Tratamento
TARV
Indicação:
Todos – objetiva zerar a transmissão sexual SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE:
melhora imunológica com piora clínica – aumento
*Prioritários: sintomáticos, CD4 < 350, gestante, TB ativa, hepatite
do CD4 gera resposta imune exacerbada
B/C, risco CV elevado (> 20%)
Drogas:
Tenofovir (TDF)
Lamivudina (3TC)
Inibidores da transcriptase reversa
Efavirenz (EFV)
Entricitabina (FTC)
Dolutegravir (DTG)
Inibidores da integrase
Raltegravir (RAL)
Inibidores da protease Atazanavir/Ritonavir (ATV/r)
Esquemas:
1ª LINHA Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Dolutegravir (DTG)
TUBERCULOSE Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Efavirenz (EFV)
GESTANTE Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Efavirenz (EFV) ou Dolutegravir (DTG)
Efeitos adversos:
Tenofovir (TDF) Nefrotoxicidade
Tenefrovir Osteoporose
Psicose
Efavirenz (EFV) Rash
Efavironha
Resistência ao tratamento – fazer genotipagem!
Defeito do tubo neural (?) – usar após 1º trimestre
Dolutegravir (DTG)
Cefaleia
Acompanhamento:
CD4 e CV 6/6m – se 2 CD4 > 350 consecutivos: não pedir mais
FALHA VIROLÓGICA
CV detectável após 6m
Rebote após supressão
Conduta:
Genotipagem + trocar esquema
(considerar inibidores de fusão – enfurvitida / antagonistas do CCR5 – maraviroque)
h. Profilaxia
▪ PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO – PrEP
Relação anal ou vaginal, sem preservativo, nos últimos 6m / DST recorrente / PEP recorrente:
HSH
Transexuais
Profissionais do sexo
Casais sorodiscordantes
PNEUMOAIDS
PNEUMOCISTOSE – CD4 < 200
Pneumocystis jirovecii
Pneumonia “arrastada” – febre, tosse seca, dispneia progressiva, ausculta normal
RX: normal / infiltrado bilateral peri-hilar que poupa ápice
Diagnóstico: clínico-radiológico – associação com candidíase, hipoxemia, aumento de LDH
Tratamento: SMX-TMP (+ corticoide se paO2 ≤ 70 em AA)
*NÃO faz derrame nem linfonodomegalia!
Contactante
Profilaxia primária (TB latente) – CD4 < 350
Isoniazida 270 doses por 9-12m PT ≥ 5mm ou IGRA positivo
RX: cicatriz de TB nunca tratada
Profilaxia primária –
CD4 < 50
Macrolídeo 1x/semana
NEOPLASIAS
SARCOMA DE KAPOSI – CD4 < 200
Herpes 8
Lesões cutâneas violáceas
Tratamento: local (ex: crioterapia) / QT
NEUROAIDS
1) MENINGITE
NEUROCRIPTOCOCOSE – CD4 < 100
Cryptococcus neoformans
Transmissão inalatória
Meningite subaguda – febre, cefaleia, confusão mental
Diagnóstico: punção lombar (aumento da pressão, aumento de células
mononucleares e proteínas, diminuição da glicose) + tinta nanquim / cultura
/ antígeno criptocócico
Tratamento: Anfotericina B por 2 semanas > Fluconazol por 8 semanas +/-
punção de alívio (se PIC > 25cmH2O)
*Raramente tem sinais meníngeos
2) LESÃO FOCAL
NEUROTOXOPLASMOSE – CD4 < 100
Toxoplasma gondii
Sinal focal, febre, cefaleia, convulsão
Diagnóstico: clínico-radiológico – TC: múltiplas lesões hipodensas com realce em
anel, principalmente em gânglios da base + edema perilesional
Tratamento: Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico por 6 semanas
*Tem que melhorar em 14 dias!
3) LESÃO DIFUSA
LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA (LEMP) – CD4 < 200
Vírus JC
“Múltiplos AVCs”: déficits focais que vão se somando – doença progressiva
RM (T2): hiperintensidade (desmielinização)
Tratamento: TARV
DIGESTÓRIO
EBV
LEUCOPLASIA PILOSA Lesão branca não exsudativa e não removível, principalmente na
borda lateral da língua
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 35
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
≥ 2 PNM em 1 ano
≥ 2 sinusites graves em 1 ano
≥ 2 infecções sistêmicas (septicemia)
≥ 2 meses de ATB
≥ 4 OMA em 1 ano
Dificuldade para ganhar peso
Infecções de pele recorrentes
Candidíase persistente
Necessidade de ATB IV
HF
Mais comum
HUMORAL Manifestação após 6m – anticorpos maternos
Infecções por bactérias encapsuladas – PNM de repetição
Manifestação precoce!
CELULAR Infecções oportunistas – candidíase persistente
Quadros graves
Manifestação precoce
FAGOCITOSE Infecções de pele (abscessos), atraso na queda do coto umbilical
*Resposta normal às infecções virais!
Qualquer idade
COMPLEMENTO
CH50 diminuído – C1-C4: doença autoimune / C5-C9: infecção meningocócica
Mais comum
Assintomático ou não
DEFICIÊNCIA DE IGA
Infecções de mucosas
Pouca IgA, com IgM e IgG normais
AGAMAGLOBULINEMIA Infecções bacterianas de repetição após 6m
LIGADA AO X NÃO tem tecido linfoide!
Infecções pulmonares graves + infecções oportunistas + retardo do
IMUNODEFICIÊNCIA crescimento
COMBINADA GRAVE Efeitos adversos à BCG!!
Linfopenia grave + anergia cutânea
IMUNODEFICIÊNCIA
IVAS/PNM + diarreia
COMUM VARIÁVEL
Dermatite atópica + plaquetopenia + infecções polissacarídicas
SD DE WISKOTT-ALDRICH (pneumococo)
Pouco IgM
Albinismo + infecções bacterianas (S. aureus) + neuropatia + disfunção
SD DE CHEDIÁK-HIGASHI plaquetária
Tratamento: vitamina C / transplante de MO
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 36
Defeito na fagocitose
DOENÇA
Abscessos de repetição + atraso na queda do coto umbilical
GRANULOMATOSA
Infecções bacterianas (S. aureus) e fúngicas
CRÔNICA
Tratamento: transplante de MO / quimioprofilaxia
*Hipogamaglobulinemia transitória da infância: ocorre quando a substituição dos anticorpos maternos pelos
anticorpos próprios da criança dura um tempo maior que o esperado
SÍNDROMES DIARREICAS
Duração
Aguda Crônica
< 3 semanas > 3 semanas
Topografia
Alta – int. delgado Baixa – cólon
Pouco volume – absorve
Muito volume – não absorve
Alta frequência (≥ 10/dia)
Pouca frequência
Tenesmo, urgência fecal – cólon
Sem tenesmo – cólon preservado
comprometido
Mecanismo
Inflamatória/invasiva – disenteria Presença de sangue, muco e/ou pus
Osmótica Melhora com jejum, gap fecal alto (> 125)
Secretória Não melhora com jejum, gap fecal baixo (< 50)
*Gap fecal = 290 x 2 (Na + K)
DIARREIA AGUDA
a. Causas
▪ INFECÇÕES
Vírus – mais comum
Norovírus (adultos)
Rotavírus (crianças) – mais comum na população geral
Bactérias
E. coli enterotoxigênica Diarreia do viajante (turista!)
E. coli entero-hemorrágica O157:H7 Síndrome hemolítico-urêmica (toxina Shiga), sem febre
Shigella Alterações do SNC (convulsão), síndrome hemolítico-urêmica
Campylobacter jejuni Síndrome de Guillain-Barré, pseudoapendicite (adenite
mesentérica)
Salmonela Infecções à distância (osteomielite, abscesso, meningite, artrite)
S. aureus Duração curta, período de incubação curto (horas)
Clostridium difficile Colite pseudomembranosa
Yersinia Pseudoapendicite (adenite mesentérica)
b. Conduta
Investigar se sinais de alarme:
Desidratação
Fezes francamente sanguinolentas
Febre ≥ 38.5
Sem melhora > 48h
Idosos ≥ 70 anos
Imunocomprometidos
Uso recente de ATB
Exames:
Hemograma
Lactoferrina = diarreia inflamatória
Bioquímica
Exame das fezes – lactoferrina, toxina, cultura, EPF
c. Tratamento
Hidratação
Loperamida – NÃO fazer na disenteria!
ATB por 3-5 dias (quinolona - ciprofloxacina) – se sinais de alarme
*Se suspeita de E. coli entero-hemorrágica (disenteria + afebril): NÃO prescrever ATB!!!
DIARREIA CRÔNICA
DOENÇA CELÍACA
a. Fisiopatologia
Predisposição genética (HLA-DQ2, HLA-DQ8) + contato com glúten (trigo, centeio, cevada) + fator ambiental (gatilho)
> reação imunomediada ao glúten > destruição da mucosa intestinal
*Todos os celíacos tem o HLA-DQ2/DQ8, mas pessoas normais também podem ter! – alto VPN
d. Tratamento
Excluir glúten da dieta
*Controle: sorologia 6m / 12m / anual – sorologias negativam
PARASITAS INTESTINAIS
▪ PROTOZOÁRIOS
Características:
Unicelulares – não são visíveis a olho nu!
Não causam eosinofilia
Maioria assintomática – tratar sempre!
Transmissão fecal-oral
Ciclo evolutivo:
Ingestão (cisto) > intestino (trofozoíta) > fezes (cisto)
Diagnóstico:
EPF – trofozoíta ou cisto
Antígenos/anticorpos fecais
Sorologia – se forma extraintestinal
Tratamento:
“..nidazol” – metro/sec/ti
Nitazoxanida – cobre tudo, inclusive vírus
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 39
▪ HELMINTOS
Características:
Visíveis a olho nu
Causam eosinfolia
Maioria assintomática – tratar sempre!
Transmissão fecal-oral / pele / carne
Ciclo evolutivo:
Ingestão (ovo) > larva > intestino (verme) > fezes (ovo)
Tratamento:
“..bendazol” (me/tia/al)
Nitazoxanida
SANTA
Strongyloides stercoralis
Ascaris lumbricoides
Necator americanus
Toxocara canis
Ancylostoma duodenale
b. Clínica
Síndrome de Loeffler
Obstruções – intestinal, colédoco, apêndice..
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 40
c. Diagnóstico
EPF – ovo
d. Tratamento
“..bendazol”
Levamisol
Pirantel
Ivermectina
SUBOCLUSÃO INTESTINAL
1) Suporte: SNG aberta + hidratação
2) Piperazina + óleo mineral
3) Após eliminação: “..bendazol”
Cachorro elimina ovos nas fezes > ingestão do ovo (criança come areia) > ovo eclode no intestino e libera larva >
larva perfura intestino e cai na corrente sanguínea > síndrome de Loeffler > larva não consegue retornar para o
intestino (não conhece o caminho) > larva disseminada por todo o organismo
b. Clínica – criança!
Síndrome de Loeffler
Hepatomegalia
Febre
Eosinofilia intensa
c. Diagnóstico
Sorologia (ELISA)
d. Tratamento
Albendazol + corticoide (se grave)
b. Clínica
Síndrome de Loeffler
Lesão cutânea
Anemia ferropriva
c. Diagnóstico
EPF – ovo
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 41
d. Tratamento
“..bendazol”
Pirantel
Imunossupressão:
Larva rabditoide se transforma em larva filarioide no próprio intestino > autoinfestação + translocação de bactérias
intestinais > sepse por bactérias gram negativas entéricos
b. Clínica
Síndrome de Loeffler
Lesão cutânea
Larva currens – dermatite serpenginosa
Forma disseminada e sepse – autoinfestação!
*Antes de qualquer imunossupressão, afastar estrongiloidíase!
c. Diagnóstico
EPF (Baermann-Moraes) – larvas FR para forma disseminada:
HTLV-1 (paraparesia espástica tropical)
d. Tratamento
Ivermectina
Albendazol / Tiabendazol
b. Clínica
Prurido anal noturno
Corrimento vaginal na infância
c. Diagnóstico
Fita gomada (Graham)
d. Tratamento
“..bendazol” / Pirvínio / Pirantel
b. Diagnóstico
EPF – ovo
c. Tratamento
“..bendazol”
Ivermectina
TENÍASE
a. Ciclo evolutivo
Hospedeiro intermediário: Taenia solium (porco) / Taenia saginata (boi)
Hospedeiro definitivo: homem
Ingestão de carne mal cozida com larva > cisticerco no intestino > cisticerco se transforma em verme adulto >
oviposição > ovos + proglótides saem nas fezes > porco/boi ingere o ovo > ovo eclode e libera cisticerco dentro do
boi/porco, se disseminando (músculo!)
b. Clínica
Quadro intestinal inespecífico
c. Diagnóstico
EPF com ovos ou proglótides
d. Tratamento
Praziquantel / Niclosamida
TRIQUINOSE – Trichinella
Transmissão: ingestão de carne de porco malcozida
Clínica: edema periorbitário + miosite + eosinofilia + aumento de CPK, LDH
Tratamento: Mebendazol / Albendazol
Transmural Só mucosa
Boca ao ânus – qualquer parte do TGI Limitada ao reto e cólon
Não contínua, salteado Poupa ânus
Características Fístulas, úlceras Progressão contínua e ascendente
Mais comum: íleo terminal (50%) Mais comum: reto (50%)
Diarreia + dor abdominal + emagrecimento Diarreia baixa com sangue e muco
FR: tabagismo *Pode acometer o íleo terminal por ileíte de refluxo
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 43
*Principal FR: HF
b. Tratamento
1) FARMACOLÓGICO
Derivados 5-ASA – anti-inflamatório tópico
Sulfassalazina: age no cólon
Pentasa: age em todo o intestino Atividade de doença:
Artrite + Eritema nodoso
Imunomoduladores
Azatioprina
Mercaptopurina
Metotrexato
Corticoide
Apenas na crise!!
2) CIRURGIA
RCU DC
Indicações: Indicações:
Casos refratários C(hr)omplicações – obstrução/perfuração
Displasia/CA intestinal, abscesso, sangramento maciço
Complicações – megacólon, sangramento maciço
c. Complicações
▪ MEGACOLÓN TÓXICO – principalmente RCU
Inflamação acomete camada muscular > perda do tônus > afinamento da parede intestinal + dilatação
Clínica: distensão, dor, febre, leucocitose, anemia, taquicardia, hipotensão, rebaixamento do nível de
consciência
RX: cólon > 6cm
Tratamento: ATB (gram -, anaeróbios) + corticoide IV
b. Clínica
Dor abdominal
Alternância entre diarreia e constipação
Muco nas fezes (50%)
c. Diagnóstico
Exclusão + critérios de ROMA IV
*Solicitar: hemograma, PCR, antitransglutaminase, EPF
Critérios de ROMA IV
Dor abdominal ≥ 1x/semana há pelo menos 3 meses + pelos menos 2:
Relação com evacuação
Alteração na frequência
Alteração na forma das fezes
d. Tratamento
Sintomático
INTOXICAÇÕES
Abordagem geral
SUPORTE CLÍNICO Prioridades: via aérea e circulação
Oral
Lavagem gástrica – até 1h, substância NÃO corrosiva
Carvão ativado 1g/kg – até 4h
DESCONTAMINAÇÃO –
Vômito (?)
diminuir absorção
Cutânea
Água
ANTÍDOTO Se existir..
Descontaminação
Carvão ativado < 4h
Antídoto
N-acetilcisteína < 8h ou de
acordo com nomograma
(nível sérico)
Náuseas/vômitos, dor
Inibe Na/K-ATPase no miócito abdominal, alteração
cardíaco > aumenta força de visual (borramento, Suporte clínico
contração cromatopsia / Correção eletrolítica
*Dose terapêutica muito próxima da xantopsia) (potássio) + cuidado com
dose tóxica
Hipercalemia arritmia (fenitoína –
Alteração elétrica antiarrítmico)
Fatores de risco:
cardíaca:
DIGITAL (DIGOXINA) I – insuficiência renal
- Mais comum e mais precoce: Descontaminação
D – doença cardíaca
extrassístole ventricular Carvão ativado < 4h
A – alterações eletrolíticas
- Mais específicos: TV
(hipocalemia, hipomagnesemia,
bidirecional, taquicardia atrial Antídoto
hipercalcemia)
com BAV Anti-Fab – se arritmia grave
D – drogas (amiodarona, BCC,
- Mais raros: FA ou hipercalemia
ciclosporina, diurético)
I – idade avançada *Efeito digitálico: infra de ST em “pá
de pedreiro” – não indica intoxicação
Inibidor de acetilcolinesterase
Síndrome colinérgica
CARBAMATOS Pesticidas – chumbinho (rato!) Miose
Neostigmina / Rivastigmina Broncoconstrição +
*Reversíveis Incontinência urinária Antídoto
Inibidor de acetilcolinesterase Bradicardia Atropina (muscarínico) +
Salivação excessiva Pralidoxima (nicotínico)
ORGANOFOSFORADOS Pesticidas Miofasciculações
Gás sarin Fraqueza muscular
*Irreversíveis
Suporte clínico
IOT – se depressão
respiratória
Depressão respiratória
Miose
Descontaminação
OPIOIDE Náuseas, vômitos
IV/intratecal: não tem como
Prurido
VO: carvão ativado < 4h
Constipação
Antídoto
Naloxone
Sedação – depressão do SNC Antídoto
BENZODIAZEPÍNICO
*NÃO altera pupila! Flumazenil
Bradiarritmia Antídoto
BETABLOQUEADOR
Redução da contratilidade cardíaca Glucagon
Síndrome
Inibe a recaptação de anticolinérgica (boca
serotonina, noradrenalina e seca, retenção
Antídoto
dopamina – ou seja, aumentam urinária, midríase,
ANTIDEPRESSIVOS Bicarbonato de sódio – se
diminuição da
TRICÍCLICOS convulsão, hipotensão,
Amitriptilina motilidade intestinal,
alteração no ECG
Nortriptilina sem suor)
Imipramina Alteração neurológica
(convulsão, sedação)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 47
Hipotensão
Alteração cardíaca
(QRS largo, aVR
positivo)
ANTIEPILÉPTICOS Ataxia, nistagmo, sonolência -
ANIMAIS PEÇONHENTOS
OFIDISMO – cobra
PEÇONHENTA
Fosseta loreal (buraco entre o nariz e o olho) – exceto coral
Presa avantajada – exceto coral
Cauda
Lisa: Jararaca
Chocalho: Cascavel
Escamas: Surucucu
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 48
ARANEÍSMO – aranha
Ativa canais de sódio (contrário do anestésico local) dos neurônios e músculos
Sensitivas: dor
Autônomas: simpático / parassimpático
Motoras: contratura muscular
ESCORPIONISMO – escorpião
Mais comum e mais grave que o araneísmo
Sudeste
Óbitos em crianças Leve (apenas local):
Local: dor local intensa e imediata analgesia
TITYUS SERRULATUS – Sistêmica (crianças): arritmia, Moderado-grave
escorpião-amarelo hipo/hipertensão, IC (EAP), agitação, (sistêmico): soro
sonolência, tremor, sudorese antiescorpiônico /
Membros superiores antiaracnídeo
*Principal dd: aranha-armadeira
*Ativação dos canais de Na
SÍNDROMES ICTÉRICAS
a. Fisiologia
Hemoglobina > Heme + Globina
- Globina: haptoglobina carreia a globina
- Heme: metabolizado em ferro + protoporfirina IX
Ferro é reaproveitado
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 50
Protoporfirina é metabolizado em biliverdina > bilirrubina indireta (insolúvel) > a albumina carreia a BI para o
fígado > no hepatócito, ocorre:
1. Captação: BI + albumina vai pra dentro do hepatócito
2. Conjugação: BI se liga ao ácido glicurônico (glucuronil-transferase) = formação da BD
3. Excreção: eliminação da BD através da bile > no cólon: metabolização > fezes acastanhadas
*A BI não consegue ser excretada pelos rins, pois está ligada a albumina, que não é filtrada!
*Quando há acúmulo de BD, por ser solúvel, ela retorna pro sangue e é filtrada pelos rins > colúria! E, por não
alcançar o cólon, as fezes tornam-se esbranquiçadas > acolia fecal!
Aumento de BI Aumento de BD
Hemólise Colestase (obstrução biliar)
Distúrbio do metabolismo Hepatite
*Na lesão hepatocelular (hepatite), a função mais comprometida inicialmente é a excreção, pois é a que mais gasta
energia!
b. Etiologia
Anemia
Hemólise Aumento de LDH
Aumento de BI
Diminuição de haptoglobina (livre)
Distúrbio do metabolismo -
Aumento de TGO e TGP
Hepatite *TGP > TGO + > 1000: viral
Aumento de BD *TGO > TGP: alcóolica
– acolia fecal, colúria, prurido Aumento de FA e GGT
Colestase Prurido – mais específico de obstrução biliar
(acúmulo de sais biliares na pele)
DISTÚRBIO DO METABOLISMO
AUMENTO DE BI
▪ SÍNDROME DE GILBERT – do bem
Glucuronil-transferase “lenta” > acúmulo de BI
Fatores desencadeantes: jejum, exercícios físicos, estresse, álcool
BI baixa (<4)
Comum: > 8% em adultos
Tratamento: fenobarbital, dieta hipercalórica – sem necessidade..
AUMENTO DE BD
▪ SÍNDROME DE DUBIN-JOHNSON / SÍNDROME DE ROTOR
Defeito na excreção – benignas!
HEPATITES
HEPATITES VIRAIS AGUDAS
a. Classificação
Aguda < 6 meses
Crônica > 6 meses
Fulminante Encefalopatia < 8 semanas
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 51
A lesão hepatocelular ocorre pela resposta imunológica e não pela agressão direta do vírus:
Aguda: resposta imune normal > sistema imune agride hepatócito > cura
Crônica: pouca resposta imune > sistema imune não agride hepatócito > cronifica
Fulminante: resposta imune exagerada > sistema imune agride demais o hepatócito > forma fulminante
b. Fisiopatologia
Período de incubação (contato com o vírus) > Fase prodrômica (formação de imunocomplexos com sintomas
inespecíficos – “virose”) > Fase ictérica (resposta imune direcionada ao fígado, onde o vírus se instalou) > Fase de
convalescência (sistema imune “limpa” vírus dos hepatócitos)
c. Clínica
Características gerais
Hepatite alcóolica, isquêmica, congestiva,
Leucopenia “com linfocitose”
medicamentosa: necrose centrolobular!
Histologia: necrose periportal ou em ponte (resposta
imune exagerada!)
Período de incubação (8-12 semanas) surge HBsAg > Anti-HBc IgM > fase prodrômica > fase ictérica > fase de
convalescência (Anti-HBs) ou cronificação
1) Olhar HBsAg
Negativo: não tem hepatite B ou janela imunológica
Positivo: tem hepatite B – aguda ou crônica?
3) Olhar anti-HBs
Negativo: hepatite B crônica
Positivo: hepatite B curada
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 52
Mutante pré-core
HBsAg positivo + aumento de TGO e TGP + HBeAg negativo
Falha na síntese do HBeAg – está em replicação viral, mas com HBeAg negativo!
Confirmação: DNA-HBV em altos títulos
Mais risco de forma fulminante, cirrose e câncer
c. História natural
Hepatite B aguda:
95% > cura
1% > forma fulminante A hepatite B pode evoluir para CA
5% > forma crônica > 20-50% > cirrose > 10% > CA hepatocelular hepatocelular sem passar pela cirrose!
d. Transmissão
Sexual – mais importante
Vertical – perinatal!
Percutânea
Transmissão vertical:
Mãe HBeAg positivo tem 90% de chance de transmissão
RN: vacina + imunoglobulina nas primeiras 12h
Não tem indicação de cesárea!
Aleitamento materno é permitido
Mãe: Tenofovir a partir de 28-32 semanas – indicação: HBeAg positivo
e. Profilaxia
Anti-HBs > 10: proteção!
Pré-exposição – Vacina
RN: 4 doses (0, 2, 4 e 6m) – 1HB + 3pentavalente
Adultos não vacinados: 3 doses (0, 1 e 6m)
Imunodeprimido, DRC, transplantado: 4 doses duplas (0, 1, 2 e 6m) > dosar anti-HBs
Anti-HBS negativo após 3 doses:
< 2m: revacinar
> 2m: + 1 dose
Pós-exposição – Imunoglobulina
Perinatal (até 12h): vacina + imunoglobulina
Percutâneo (até 7 dias), vítima sexual (até 14 dias) não vacinado: dosar anti-HbS > negativo >
imunoglobulina
Imunodeprimido: imunoglobulina (mesmo vacinado!!!)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 53
f. Tratamento
Apenas se forma fulminante (aumento de TAP/RNI)
Comum no Mediterrâneo/Amazônia
Profilaxia: vacinar contra hepatite B
*Associação: anti-LKM3
HEPATITE A
a. Características
Transmissão: fecal-oral
Relação com baixo nível socioeconômico, má higiene
Endêmica
Maioria assintomática
b. Marcador sorológico
Período de incubação (4 semanas) é o período de maior viremia (sangue e fezes) > anti-HAV IgM > fase prodrômica >
fase ictérica > fase de convalescência > anti-HAV IgG
*Como o vírus não sofre mutação, uma vez adquirido o IgG a pessoa está imune para o resto da vida!
c. Profilaxia
Pré-exposição e pós-exposição
< 1a ou imunodeprimido: imunoglobulina (até 14 dias)
> 1a: vacina com 15m (MS) / vacina com 12 e 18m (SBP)
d. Tratamento
Suporte + Isolamento por 7-15 dias após icterícia
HEPATITE E
a. Características
Transmissão: fecal-oral
Relação com baixo nível socioeconômico, má higiene
Não é comum no Brasil
Grávidas: maior risco de forma fulminante (20%)
HEPATITE C
a. Características
Transmissão: parenteral (usuário de droga injetável) – 50% não descobre forma de transmissão
Maior risco de cronificação (80-90%)
Geralmente é assintomática, pois não gera muita resposta imune – por isso cronifica, já que o sistema imune
não consegue “limpar” o hepatócito!
Tipo 1 é o mais comum
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 54
b. Marcador sorológico
HCV-RNA – surge nas primeiras semanas e atinge o pico antes do pico da TGO/TGP, podendo coincidir com
os sintomas
Anti-HCV
*Sempre pedir genotipagem!
c. Tratamento
Antivirais – sempre!!!
HEPATOPATIAS AUTOIMUNES
HEPATITE AUTOIMUNE
Agressão autoimune aos hepatócitos – lesão hepatocelular
Diagnóstico: aumento de TGO e TGP + hipergamaglobulinemia policlonal (IgG) + excluir vírus, álcool e
medicamentos
Tratamento: corticoide + imunossupressor (azatioprina)
Tipo 1 Tipo 2
Mulher jovem Meninas, homens
FAN, antimúsculo liso Anti-LKM1, anticitosol hepático 1
HEPATITE ALCÓOLICA
Ocorre após libação no bebedor crônico – enzimas hepáticas hiperfuncionantes convertem grande
quantidade de etanol em acetaldeído > agressão hepática Risco:
Clínica: febre + icterícia + dor abdominal Homens: > 40-80g/dia
Diagnóstico: TGO > TGP (<400) + leucocitose neutrofílica (reação leucemoide) Mulheres: > 20-40g/dia
+ aumento de VCM e GGT
Biópsia: necrose centrolobular, corpúsculo de Mallory (hialino) – não é patognomônico!
Tratamento: abstinência + pentoxifilina (se Maddrey ≥ 32: + corticoide por 4 semanas)
HEPATITE MEDICAMENTOSA
Diagnóstico: exposição + aumento de TGO/TGP > 1000, GGT, FA + icterícia
Biópsia: necrose centrolobular
HEPATITE ISQUÊMICA
Necrose tecidual hepática por redução do aporte sanguíneo ao órgão
Ocorre após episódio de instabilidade hemodinâmica
Diagnóstico: paciente grave + aumento de TGO/TGP + aumento de LDH
Biópsia: necrose centrolobular
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 55
HEPATITE CONGESTIVA
Necrose tecidual hepática por aumento da pressão venosa hepática secundário a congestão venosa
sistêmica (origem cardíaca)
Suspeitar em caso de hepatopatia em um paciente cardiopata sem evidencia de outra causa que não a
própria doença cardíaca!
Diagnóstico: turgência jugular + edema de MMII + hepatomegalia + refluxo hepatojugular + ascite + icterícia
Biópsia: fígado em noz moscada, necrose centrolobular
COLESTASE
Anatomia
COLELITÍASE
a. Conceito
Cálculos na vesícula biliar
b. Clínica
Assintomático (80%)
“Cólica” biliar (20%): dor em HD após libação alimentar que dura <6h – cálculo se movimenta, impacta no
infundíbulo e sai
*Não causa icterícia!
c. Diagnóstico
USG (padrão-ouro): imagem hiperecogênica com sombra acústica
posterior dentro da vesícula, móvel
*Pólipo não tem sombra acústica posterior e é fixo!
d. Tratamento
Colecistectomia videolaparoscópica (CVL)
Indicações:
Sintomático
Complicação prévia (colecistite, pancreatite)
Assintomático se:
Vesícula em porcelana – risco de CA
Associação com pólipo – risco de CA
Cálculo > 2.5-3cm – risco de CA
Anemia hemolítica – risco de outros cálculos, mais graves
COLECISTITE AGUDA
a. Conceito
Inflamação/infecção da vesícula causada por uma obstrução duradoura
b. Clínica
Dor em HD progressiva que dura > 6h
Febre
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 57
Sinal de Murphy – interrupção súbita da inspiração profunda durante a compressão do ponto cístico
*Não causa icterícia!
c. Diagnóstico
USG: cálculo impactado no infundíbulo da vesícula, parede espessada
Critérios de Toquio:
(> 3mm), líquido perivesicular, sinal de Murphy ultrassonográfico
Imagem + Laboratório + Clínica
Cintilografia biliar (padrão-ouro): ausência de contraste na vesícula
Colecistite
d. Tratamento
Medidas gerais + ATB (cobrir gram negativo) + colecistectomia videolaparoscópica precoce (< 72h)
Casos graves (sem condição cirúrgica): colecistostomia percutânea
e. Complicações
Cirurgia de urgência +
EMPIEMA Conteúdo purulento (febre, leucocitose)
manter ATB por mais tempo
1) Livre
Peritonite generalizada (choque séptico, abdome em Cirurgia de urgência + ATB
tábua)
2) Bloqueada Drenagem + avaliar
PERFURAÇÃO
Abscesso (febre, leucocitose, massa abdominal) colecistostomia percutânea
3) Fístula
Enterotomia proximal +
Íleo biliar (obstrução intestinal + cálculo ectópico +
colecistectomia
pneumobilia = tríade de Rigler)
Infecção por anaeróbios (Clostridium perfringens)
COLECISTITE Cirurgia de emergência +
Homens diabéticos
ENFISEMATOSA associar Metronidazol
Imagem (TC): gás na parede da vesícula
COLEDOCOLITÍASE
a. Conceito
Cálculo no colédoco
Primária Secundária
Cálculo é formado no colédoco Cálculo é formado na vesícula
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 58
b. Clínica
Assintomático (50%)
Icterícia intermitente/flutuante
Vesícula não palpável – porque o acúmulo de bile é flutuante!
c. Diagnóstico
USG: colédoco dilatado (> 5mm), cálculo no colédoco – suspeita
ColangioRM: falha de enchimento – confirma , não precisa de contraste
CPRE: falha de enchimento – confirma (padrão-ouro), também é terapêutico (papilotomia)
USG endoscópico
ColangioRM CPRE
d. Tratamento
CPRE (esfincterotomia, dilatação papilar com balão, terapia intraductal) + colecistectomia
Derivação biliodigestiva se: primário, > 6 cálculos, colédoco > 2cm, intra-hepático
Coledocotomia: colocar dreno de Kehr (em T) – impede aumento de pressão e permite infusão de contraste
(colangiografia)
Complicações do tratamento:
Coledocolitíase residual (< 2 anos): icterícia flutuante
Estenose cicatricial (primeiros meses): icterícia progressiva
COLANGITE AGUDA
a. Conceito
Infecção da via biliar secundária à obstrução (cálculo, tumor..)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 59
b. Clínica
▪ NÃO GRAVE – Tríade de Charcot
Febre com calafrios – mais comum
Icterícia colestática
Dor abdominal
SÍNDROME DE MIRIZZI
a. Conceito
Cálculo impactado no ducto cístico que comprime o ducto hepático
comum
*Maior incidência de CA de vesícula!
b. Clínica
Colecistite aguda + icterícia
c. Tratamento
Colecistectomia (aberta?) – maior risco de lesão iatrogênica da via biliar
d. Classificação
Csendes
I Apenas obstrução
II, III, IV Obstrução + fístula com hepático comum (<1/3, 1/3 a 2/3, completa)
c. Clínica
Colecistite aguda, mas sintomas são mascarados pelo estado crítico do paciente!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 60
d. Tratamento
ATB + colecistectomia / colecistostomia percutânea
NEOPLASIAS MALIGNAS
TUMORES PERIAMPULARES
Tipos
CA de cabeça de pâncreas – mais comum
CA de ampola de Vater
Colangiocarcinoma distal
CA de duodeno
a. Clínica
Icterícia progressiva
Vesícula de Courvoisier – palpável e indolor
Emagrecimento
b. Diagnóstico
USG de abdome – primeiro exame
TC de abdome – padrão-ouro
d. Complicações
Colangite aguda
Particularidades
CA 19.9
Síndrome de Trousseau: paraneoplásica – tromboflebite migratória
CA DE CABEÇA DE PÂNCREAS
Mais comum: adenocarcinoma
Ressecável (T1-T3, N1): cirurgia / Irressecável: biópsia
Icterícia flutuante + melena + vesícula de Courvoisier
CA DE AMPOLA DE VATER
Melhor prognóstico
a. Clínica
Icterícia colestática progressiva
Emagrecimento
Vesícula murcha – dd com tumor periampular!
b. Diagnóstico
USG de abdome: vesícula murcha + dilatação de vias biliares intra-hepáticas – suspeita
ColangioRM – confirma
TC de abdome – confirma
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 61
c. Classificação
Bismuth
I Apenas hepático comum
II Junção do hepático direito e esquerdo
IIIa) Hepático direito
III
IIIb) Hepático esquerdo
IV Ambos os hepáticos
Colestase Disabsorção
Icterícia
Esteatorreia
Prurido
Deficiência de KEDA – fraqueza
Hiperpigmentação
óssea, tendência ao sangramento
Xantelasma
HIPERTENSÃO ARTERIAL
a. Conceito
Média em ≥ 2 consultas: ≥ 140 x 90 (BR) / ≥ 130 x 80 (EUA)
1 vez: ≥ 180 x 110
Lesão de órgão-alvo
MAPA ≥ 130 x 80 (24h) / ≥ 135 x 85 (vigília) / ≥ 120 x 70 (sono)
Média em MRPA por 5 dias ≥ 130 x 80
b. Classificação
BR EUA
Ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Normal < 120 < 80
Pré-HAS < 140 < 90
Elevada < 130 < 80
HAS 1 ≥ 140 ≥ 90
HAS 1 ≥ 130 ≥ 80
HAS 2 ≥ 160 ≥ 100
HAS 2 ≥ 140 ≥ 90
HAS 3 ≥ 180 ≥ 110
HAS sistólica isolada ≥ 140 < 90
EUA
c. Clínica Não tem “Ótima”
Assintomático! “Normal” = “Elevada”
HAS se PA ≥ 130 x 80
Depois de anos: LOA Não tem HAS 3
▪ NEFROESCLEROSE HIPERTENSIVA
Benigna – crônica Maligna – aguda
Arterioloesclerose hialina (deposição de material
Arterioloesclerose hiperplásica (“bulbo de
hialino) + hipertrofia da camada média + GEFS
cebola”) + necrose fibrinoide
(hiperfluxo)
▪ RETINOPATIA
Classificação KWB – fundo de olho
I Estreitamento arteriolar
Crônico
II Cruzamento arteriovenoso patológico
III Hemorragia / Exsudato
Agudo
IV Papiledema
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 63
d. Conduta
1) Exames de rotina – identificar LOA / HAS 2ª / CI à medicamento
EAS
Potássio
Creatinina – TGF
Glicemia de jejum / HbA1c
CT / HDL / triglicérides
Ácido úrico
ECG
e. Metas
< 140 x 90
Alto risco/EUA: < 130 x 80
Idoso frágil: < 160 x 90
*Alto risco: LOA, DM, DRC, DCV
*Idoso frágil: sarcopenia, comorbidades
f. Tratamento
Mudança no estilo de vida (MEV) – perda de peso, dieta DASH,
Todos
atividade (30min/dia), sódio < 2g/dia (NaCl < 5g/dia)
HAS 1 sem FR / Pré-HAS alto risco / Idoso
MEV por 3 meses ou 1 droga
frágil
HAS 1 com FR / HAS 2 / HAS 3 2 drogas – NÃO PODE IECA + BRA
Medicamentos de 1ª linha
Medicamento Indicação Efeito adverso Contraindicações
IRA Cr > 3
Jovens, brancos
Hipercalemia K > 5.5
IECA / BRA – Doença renal
Tosse (IECA!) – troca pra BRA Estenose bilateral
pril / sartan IC / IAM
DM Angioedema da AR
*Losartana: uricosúrico! Gravidez
4 hipo: hipovolemia,
hiponatremia, hipocalemia,
DIU TIAZÍDICO – Negros, idosos
hipomagnesemia Gota
clortalidona, HCTZ Osteoporose
3 hiper: hiperglicemia,
hiperlipidemia, hiperuricemia
BCC – Cefaleia
Negros, idosos ICFEr (não diidro)
dipinas (vaso) / Rubor facial
DAP Coronariopatia –
diltiazem, verapamil Edema
FA taquicardia reflexa
(coração) Bradicardia / IC
Medicamentos de 2ª linha
Medicamento Indicação Efeito adverso
IC
Enxaqueca Broncoespasmo
DAC Bradicardia
BB
Taquiarritmias Insônia / pesadelo
Tremor essencial Disglicemia
Hipertireoidismo
LES farmacoinduzido
METILDOPA / HIDRALAZINA Gestante
(hidralazina)
PRASOZIN Hiperplasia prostática benigna Hipotensão postural
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 64
HAS RESISTENTE – PA não controlada com 3 drogas (incluindo diurético) em doses otimizadas
1) Descartar pseudo-resistência: baixa adesão, “jaleco branco”, medida errada
2) Investigar HAS secundária: < 30 anos, > 50 anos, grave, LOA
3) Adicionar 4ª droga: Espironolactona – porque a principal causa de HAS 2ª é o hiperaldosteronismo
HIPERALDOSTERONISMO – renina > AT1 > ECA > AT2 > aldosterona (córtex da adrenal)
HAS refratária sem edema + hipocalemia (apenas 40%!) + alcalose metabólica
*Paraganglioma: tumor de células cromafins em paragânglios – NÃO produzem adrenalina, apenas noradrenalina!
CRISE HIPERTENSIVA
Aumento súbito e expressivo da PA, geralmente ≥ 180 x 120
*Perda do mecanismo de autorregulação do fluxo sanguíneo
EMERGÊNCIA URGÊNCIA
Lesão aguda de órgão-alvo: encefalopatia, IAM, Sem lesão aguda de órgão-alvo: crise
EAP, dissecção de aorta, IRA adrenérgica, epistaxe, pré-operatório
Reduzir 20-25% da PAM na 1ª hora PA 160 x 100 em 24-48h
EXCEÇÕES:
Dissecção de aorta / AVE hemorrágico: normalizar (e GI + NEURO = INTOXICAÇÃO
não reduzir) a PA INTOXICAÇÃO POR NITROPRUSSIATO
Nitroprussiato > hemácia > cianeto > fígado > tiocianato >
AVE isquêmico: PA < 220 x 120 ou < 185 x 110
rim > excreção
(trombolítico) Metabólitos: cianeto e/ou tiocianato
Cocaína: diazepam + captopril Acidose metabólica
Feocromocitoma: alfa-bloqueador Risco maior: uso > 48h, dose elevada, disfunção
hepática/renal
EAP: furosemida + captopril + isordil +/- morfina
Tratamento: reduzir/suspender Nitroprussiato +
Pseudocrise (sem sintomas, exames normais): vitamina B12 (hidroxicobalamina)
ansiolítico, analgesia
DISLIPIDEMIA
Intestino – via exógena
Absorção de lipídios da dieta > quilomícron no sangue > LPL retira TG do quilomícron nos tecidos
Alvo Tratamento
< 150 Dieta + atividade física
TRIGLICÉRIDES < 175 (sem jejum)
Fibrato (se TG > 500)
*Crianças < 100
HDL > 40 Ácido nicotínico (sem recomendação)
Depende do risco
LDL Estatinas / Ezetimiba / Inibidores da PCSK9
*Crianças CT < 150
Abordagem do LDL
ALTA INTENSIDADE – MODERADA INTENSIDADE –
reduzir ≥ 50% do LDL (EUA) reduzir 30-49% do LDL (EUA)
Fórmula de Friedewald
LDL = CT – HDL – VLDL (TG/5)
*Não é confiável se TG > 400!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 66
DIABETES
a. Fisiopatologia
Distúrbio do metabolismo relacionado ao hipoinsulinismo
Deficiência absoluta ou relativa de insulina > corpo em constante estado de “jejum” > catabolismo
CATABOLISMO (“jejum”) – diminui glicose > diminui insulina > aumenta Insulina: anabólico
contrainsulínicos (glucagon, adrenalina, cortisol, GH) > catabolismo Contrainsulínicos (glucagon, cortisol, ADH,
1) Glicogenólise > hiperglicemia adrenalina): catabólico
2) Lipólise > ácidos graxos e corpos cetônicos > gliconeogênese >
*Incretina (GLP-1): aumenta insulina, diminui
hiperglicemia glucagon sempre que for necessário
3) Proteólise > aminoácidos > gliconeogênese > hiperglicemia
b. Classificação
TIPO 1 – TIPO 2 –
Hipoinsulinismo absoluto Resistência à insulina
< 30 anos, magro
> 45 anos, obeso
Genético, auto-imune
Genético, ambiental
Poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia
Assintomático
Peptídeo C indetectável
HOMA-IR
Anti-ICA, anti-GAD, anti-IA2 – nem todos
Estado hiperosmolar hiperglicêmico
Cetoacidose
LADA: “DM1” tardio – evolução lenta
MODY: “DM2” precoce
c. Diagnóstico
DM – 2 testes
Glicemia de jejum ≥ 126
Glicemia 2h pós TOTG ≥ 200
HbA1c ≥ 6.5%
Glicemia ≥ 200 + sintomas
Se 1 normal e 1 alterado: repetir alterado
PRÉ-DM – 1 teste
Glicemia de jejum 100-125
Glicemia 2h pós TOTG 140-199
HbA1c 5.7 - 6.4%
d. Rastreamento
≥ 45 anos ou IMC ≥ 25 + 1FR: 3/3 anos
HIV: antes e depois da TARV
e. Metas
HbA1c < 7%
Idosos, longa data, complicações graves, hipoglicemia grave: HbA1c < 8%
Pré-prandial 80-130
Pós-prandial (2h depois) < 180
*O controle do DM reduz complicações micro, mas não macro!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 67
f. Tratamento
DM1
▪ INSULINOTERAPIA
Esquema de múltiplas aplicações
DT: 0.5-1 U/kg/dia
BASAL
2x/dia
NPH Dura: 12h
Pico com 8h
1x/dia
Glargina, Determir,
Dura: 24h
Degludeca
Sem pico
BOLUS
Regular 30min antes
Lispro/Asparte/Glulisina Na hora
Ajuste de dose
Antes do café da manhã NPH da noite
Antes do almoço Regular da manhã
Antes do jantar NPH da manhã
Antes de dormir Regular da noite
HIPERGLICEMIA MATINAL
Fenômeno do alvorecer – Efeito somogyi –
manhã desprotegida hipoglicemia da madrugada
Pico de NPH no meio da madrugada >
hipoglicemia > aumenta contrarregulares >
5-6h > pico de GH > hiperglicemia matinal
hiperglicemia matinal
3h: normoglicemia
3h: hipoglicemia
Conduta: dar NPH mais tarde
Conduta: diminuir NPH da noite ou lanchar
antes de dormir
*NÃO aumenta NPH!
DM2
Mecanismo de ação Medicamentos Efeitos Contraindicações
Perda de peso
Metformina Insuficiências
Diminuição da B12
(fígado) (TFG < 30)
Acidose lática
Diminui resistência a
Aumenta peso
insulina
Pioglitazona Retenção de sódio
IC grave
(músculo) Piora IC
Aumenta risco de fraturas
Sulfoniureia (basal) –
Gravidez
Aumenta secreção de Glibenclamida, Gliclazida*, Aumenta peso
Insuficiências
insulina Glimepirida Risco de hipoglicemia
*Eliminação renal!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 68
Glinidas (prandial) -
Inibidores da DPP4 –
“Neutra” para peso -
Incretinomiméticos – Gliptinas
aumenta insulina de
forma glicose-
Perda de peso
dependente Análogos do GLP1 –
Pode usar se TFG < 30 -
Liraglutida
Benefício cardiorrenal
Gravidez
Acarbose (inibe alfa- Flatulência Insuficiências
glicosidase) Diarreia *Não é mais
utilizada
Perda de peso
Age na glicose
Reduz PA
Inibidores da SGLT2 – Benefício cardiorrenal
TFG < 30
Glifozin Candidíase, ITU, poliúria
Aumenta risco de amputações
CAD euglicêmica
COMO ESCOLHER?
1) Metformina
2) Metformina + outro
Qual outro?
IC ou DRC: inibidor da SGLT2
Aterosclerose: análogo do GLP1
Obeso ou hipoglicemia: evitar sulfoniureia
Baixo custo: sulfoniureia
g. Complicações agudas
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Fisiopatologia
Ausência de insulina com hipercatabolismo
Hiperglicemia + cetonemia (ácido B-hidroxibutirato, ácido acetoacético, acetona) + acidose metabólica com AG
elevado
Clínica
Poliúria, desidratação, confusão mental
Hálito cetônico
Hiperventilação – respiração de Kussmaul
Dor abdominal
Leucocitose com desvio à esquerda
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 69
IRA pré-renal
Aumento da amilase
Aumento de TG
Diagnóstico
Glicose > 250
Cetonemia/cetonúria (3+/4+)
pH < 7.3
Bicarbonato < 15
Tratamento – VIP
SF 0.9% 1-1,5 litro na 1ª hora
1) INICIAR HIDRATAÇÃO
*Criança: 15-20ml/kg
2) SUSPENDER DIETA E
-
AGUARDAR EXAMES
Na > 135: trocar para NaCl 0.45%
Na < 135: manter SF 0.9%
3) ANALISAR SÓDIO
*Para cada 100 de glicose acima de 100, somar 1.6 no Na
K > 5.2: iniciar insulina
4) ANALISAR POTÁSSIO K 3.3 - 5.2: iniciar insulina + repor 20-30mEq/l de soro
K < 3.3: repor 40mEq/l de soro
Regular IV: 0.1 U/kg (bolus) + 0.1 U/kg/h na BIC
Critérios de compensação
pH > 7.3
Bicarbonato > 15
AG ≤ 12
*Cetonúria piora com o tratamento, por isso não é utilizado como parâmetro!
Após compensação:
Liberar dieta VO
Aplicar Insulina Regular SC 2h antes de parar a IV
Complicações
Edema cerebral – crianças!
Hipocalemia grave
Mucormicose – Anfotericina B + debridamento
Trombose
Hipoglicemia – tríade de Whipple: hipoglicemia + sintomas adrenérgicos/neuroglicopênicos + melhora com
glicose
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 70
Hiperglicemia em um idoso diabético sem acesso à água > desidratação (glicosúria leva água) + pico de estresse com
hormônios contrarregulares > hiperosmolaridade > como ainda tem um pouco de insulina, não produz corpos
cetônicos e, consequentemente, não faz cetoacidose
Diagnóstico
Glicose > 600
Osmolaridade > 320
pH > 7.3
Bicarbonato < 18
*Muito mais grave!
Tratamento
Osm = 2Na + Glicose/18 + Ur/6
= CAD (VIP) Normal: 295
*Atentar para desidratação e hipernatremia
h. Complicações crônicas
Macrovascular Microvascular
Retina
IAM
Nefro
AVC
Neuro
*Principal causa de óbito
*Maior relação com hiperglicemia
Rastreamento – anual!
DM1: 5 anos após diagnóstico
DM2: ao diagnóstico
▪ RETINOPATIA DIABÉTICA
Risco maior em gestantes!!
Rastreamento: fundoscopia
▪ NEFROPATIA DIABÉTICA
Rastreamento: albuminúria (relação albumina/creatinina na urina) + TFG (creatinina sérica)
Hipoaldosteronismo hiporreninênico
▪ NEUROPATIA DIABÉTICA Degeneração do aparelho justaglomerular
ATR tipo IV: Hipercalemia desproporcional à TFG +
Rastreamento: exame neurológico (monofilamento)
acidose metabólica hiperclorêmica
Pé diabético: polineuropatia + deformidades + trauma *Na DRC, a hipercalemia só ocorre com TFG < 5-10
Tratamento: pregabalina, duloxetina, amitriptilina
SÍNDROMES ENDÓCRINAS
TIREOIDE
ANATOMIA
Irrigação:
Tireóidea superior (ramo da carótida externa)
Tireóidea inferior (ramo do tronco tireocervical)
FISIOLOGIA Hipotálamo (TRH) > Hipófise (TSH) > Tireoide (T4, T3)
Tireoide secreta 20x mais T4 (meia vida longa) que T3 > nos tecidos, T4 é convertido em T3 (desiodase I e II) > T3 é o
hormônio com atividade biológica
Funções:
B1 (coração): aumenta FC > aumenta PAS
Forma receptores B-adrenérgicos
B2 (vasos): vasodilatação > diminui PAD
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 72
Wolff-Chaikoff Jod-Basedow
Dá iodo e faz hipertireoidismo –
Dá iodo e faz hipotireoidismo
situações de carência de iodo
*Angiografia, TC com contraste.. – muito iodo
TIREOTOXICOSE
Hipertireoidismo Tireotoxicose
Síndrome do excesso de hormônio tireoidiano
Hiperfunção da glândula
Por hipertireoidismo ou não (ex: hormônio exógeno)
a. Clínica
Insônia
Tremor
Aumento dos receptores B-adrenérgicos Taquicardia, FA
Sudorese
HAS divergente
Polifagia
Aumento do metabolismo basal Emagrecimento
Hipercalcemia – acelera turn over ósseo
Intolerância ao calor
Produção de calor
Aumento da temperatura corporal
b. Causas
Com hipertireoidismo Sem hipertireoidismo
Doença de Graves
Tireoidite
Bócio multinodular tóxico
Tireotoxicose factícia – uso inadvertido do
Adenoma tóxico (doença de Plummer)
hormônio
Tumor hipofisário produtor de TSH
Como diferenciar?
RAIU – cintilografia quantitativa da tireoide
Normal 5-30%
Com hipertireoidismo 35-95%
Sem hipertireoidismo < 5%
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 73
c. Diagnóstico
Clínica – TSH baixo, T4 e T3 altos
Na dúvida: anti-TRAB / RAIU
*Em 5% dos casos só há aumento de T3
d. Tratamento
Medicamentoso
Betabloqueador (Propranolol) – sintomático!!
Metimazol – inibe TPO
Propiltiuracil (1º trimestre de gestação, puerpério, crise tireotóxica) – inibe TPO e desiodase I
*Acompanhamento: T4 – o TSH demora cerca de 3m para normalizar
Efeitos colaterais
Iodo radioativo MMZ: agranulocitose (febre + odinofagia)
PTU: hepatoxicidade
Recidiva ou reação tóxica as drogas
CI: gestante/lactante, grandes bócios, oftalmopatia moderada/grave
Efeito ocorre em até 6m
Reação adversa: piora da oftalmopatia
a. Clínica
Tireotoxicose +
Sintomas compressivos – sinal de Pemberton
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 74
b. Diagnóstico
TSH baixo, T4 e T3 altos – hiper 1º
Cintilografia
c. Tratamento
Iodo radioativo
Cirurgia (tireoidectomia subtotal)
a. Clínica
Tireotoxicose
b. Diagnóstico
TSH baixo, T4 e T3 altos – hiper 1º
Cintilografia
c. Tratamento
Iodo radioativo
Cirurgia (tireoidectomia parcial – lobectomia + istmectomia)
CRISE TIREOTÓXICA
Fatores precipitantes: infecções, cirurgia, trauma
Aumento de catecolaminas + aumento súbito de T4 livre
Confusão, delirium, psicose, coma + febre alta + IC de alto débito + HAS divergente + FA aguda + icterícia
Tratamento: PTU altas doses + iodo após 1h + BB IV + corticoide IV
TIREOIDITES
a. Fisiopatologia
Subagudo Crônico
Inflamação rápida > liberação dos hormônios contidos
nos folículos > tireotoxicose > eutireoidismo > Inflamação lenta e progressiva > hipotireoidismo
hipotireoidismo
b. Causas
S. aureus, S. pyogenes
Dor + febre + flogose + supuração
Infecciosa
Leucocitose com desvio
– aguda
Não altera função tireoidiana!
ATB + drenagem
Dolorosa – dor quevein
Granulomatosa subaguda de
1-3 semanas pós infecção viral
DeQuervain
VHS + tireoglobulina aumentados
– subaguda
Autolimitada
Esclerosante de Riedel
Fibrose progressiva da tireoide e tecidos adjacentes
– crônica
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 75
No hipotireoidismo:
Levotiroxina (T4)
HIPOTIREOIDISMO
a. Clínica
Bradicardia
Diminuição dos receptores B-adrenérgicos
HAS convergente – aumento da RVP
Dislipidemia
Ganho de peso
Diminuição do metabolismo basal
Anemia
Depressão
Intolerância ao frio
Diminuição da produção de calor
Diminuição da temperatura corporal
Hiperprolactinemia
Outros Amenorreia
Mixedema – duro, sem cacifo
b. Diagnóstico
TSH e T4 livre
c. Tratamento
Levotiroxina (T4)
1.6 mcg/kg/dia
1x/dia, pela manhã, em jejum
Idoso, coronariopatia: iniciar com 25-50 mcg/dia, aumentar em 4-8 semanas
Gestante: aumentar 30% da dose
*Acompanhamento: TSH
COMA MIXEDEMATOSO
Fatores precipitantes: infecções
Rebaixamento do nível de consciência + hipoventilação (hipercapnia) + hipotermia + bradicardia +
hipoglicemia + hiponatremia
Tratamento: Levotiroxina altas doses IV + corticoide IV
SUPRARRENAL
FISIOLOGIA
Hipotálamo > CRH > Hipófise > ACTH > Suprarrenal (córtex – cortisol!!)
Catecolaminas –
MEDULA Aumenta tônus vascular
controlado pelo SNA
Efeito catabólico – hiperglicemia
Cortisol – Ação permissiva às catecolaminas
controlado pelo ACTH Neutrofilia, leucopenia, eosinopenia
*Em altas doses tem efeito mineralocorticoide
CÓRTEX Androgênio
Pilificação feminina
(SDHEA, androstenediona)
Aldosterona –
Reabsorve Na, trocando por K ou H+
controlado pelo SRAA
Hipofunção Hiperfunção
Síndrome de Cushing
Hiperplasia adrenal congênita
Insuficiência adrenal
Hiperaldosteronismo primário
Feocromocitoma
INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL
1) Dosagem de cortisol
2) Teste de estimulação com ACTH (cortrosina)
3) Dosagem de ACTH
Glicocorticoide (Hidrocortisona) +
Tratamento Glicocorticoide (Hidrocortisona)
Mineralocorticoide (Fludrocortisona)
CRISE ADDISONIANA
Desidratação, choque refratário + falso abdome agudo + hipoglicemia e hipertermia inexplicadas
Tratamento: Reposição volêmica + Glicocorticoide (Hidrocortisona) em altas doses – tem efeito
mineralocorticoide
DESMAME DE CORTICOIDE –
até 2-3 semanas (independente da dose): suspender abruptamente
Dose em uso (Prednisona) Redução a cada 2 semanas
≥ 40mg 10mg
20-40mg 5mg
10-20mg 2.5mg
5-10mg 1mg
b. Diagnóstico
17-OH-progesterona alta
c. Tratamento
Reposição de volume – SF 0.9%
Hidrocortisona
Fludocortisona
*Em casos de estresse, aumentar dose da Hidrocortisona e manter Fludrocortisona
SÍNDROME DE CUSHING
Excesso de glicocorticoide
a. Causas
ACTH dependentes ACTH independentes
Doença de Cushing – adenoma de hipófise
produtor de ACTH Adenoma/hiperplasia da suprarrenal
Secreção ectópica de ACTH – oat cell de pulmão, CA suprarrenal
carcinoide, CA medular de tireoide
*Iatrogênica – mais comum
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 78
b. Clínica
Obesidade central
Gibosidade / face de “lua cheia”
Hiperglicemia
Hirsutismo
Estria violácea
Osteopenia
Hiperpigmentação – se ACTH alto
c. Diagnóstico
1) DOSAGEM DE CORTISOL
1mg Dexa às 23h – positivo se não houver redução do cortisol às 8h
Cortisol livre urinário (24h)
Cortisol salivar às 00h
2) DOSAGEM DE ACTH
ACTH alto/normal: doença de Cushing ou ACTH ectópico
RM de sela túrcica (hipófise)
Teste de supressão com Dexa (16mg em 2 dias) – diminui cortisol na doença de Cushing
Teste do CRH – aumenta cortisol e ACTH na doença de Cushing
ACTH baixo: doença da suprarrenal Síndrome de Nelson: ocorre após adrenalectomia bilateral –
perda do feedback negativo > crescimento da hipófise que
TC de abdome (carcinoma, adenoma, hiperplasia) >
passa a secretar mais ACTH e comprimir estruturas
adrenalectomia adjacentes (quiasma óptico)
INCIDENTALOMA ADRENAL
Principal causa: adenoma não funcionante (benigna), metástase (maligna)
PARATIREOIDE
Causas de hipercalcemia
Hiperparatireoidismo 1º PTH alto + lesão óssea
CA (metástase, PTH-rP) PTH baixo + lesão óssea
Hipervitaminose D PTH baixo + osso saudável
Principais causas
Ambulatorial: hiperparatireoidismo 1º
Hospital: CA
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 79
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO
PARATORMÔNIO (PTH) – gera hipercalcemia
Aumenta reabsorção óssea
Aumenta reabsorção renal de cálcio
Aumenta excreção de fósforo e bicarbonato
Aumenta ativação da vitamina D e, consequentemente, absorção de cálcio
a. Causas
Adenoma único – mais comum
Hiperplasia (todas aumentadas!)
CA
b. Diagnóstico Hipervitaminose D:
Hipercalcemia + PTH baixo/normal +
Hipercalcemia + PTH alto + fosfato baixo
fosfato alto
Cintilografia com sestaMIBI
Sobre hipocalcemia:
d. Tratamento – Paratireoidectomia
tanto a hipo quanto a hipermagnesemia
Indicações: podem gerar HIPOcalcemia
Sintomático
Assintomático se:
Rim: ClCr < 60, nefrolitíase, calciúria > 400mg/24h Complicação mais comum:
Idade: < 50 anos hipocalcemia – sinal de Trousseau e
Cálcio: > 1 do limite Chvostek, tetania
Osso: fratura vertebral ou osteoporose
CRISE HIPERCALCÊMICA
Tratamento: Reposição volêmica + Furosemida + Bifosfonato / Denosumabe / Calcitonina + Corticoide
PARA GRAVAR
NEOPLASIAS ENDÓCRINAS MÚLTIPLAS
NEM1: Hiperparatireoidismo primário + tumor endócrino do pâncreas + tumor hipofisário – 3Ps
NEM2A: Feocromocitoma + CA medular de tireoide + hiperparatireoidismo primário
NEM2B: Feocromocitoma + CA medular de tireoide + neuromas
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
▪ PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Estilo de vida saudável: alimentação balanceada, vida ativa, cessar tabagismo e reduzir álcool
Vacinação
Hepatite B: 3 doses (0, 1 e 6m)
20-59 anos – dT: 3 doses + reforço 10/10 anos
A /B / C / D Febre amarela: 1 dose – reforço se dose < 5 anos
Tríplice viral: 2 doses (< 29a) / 1 dose (30-59a)
*Privada: + Hepatite A
Hepatite B: 3 doses (0, 1 e 6m)
dT: 3 doses + reforço 10/10 anos
≥ 60 anos Febre amarela: – risco x benefício
Influenza: anual
Pneumo23: 1 dose + reforço 5/5 anos se institucionalizados
*Privada: + Pneumo13 conjugada 2 meses antes da Pneumo23, Herpes-zóster 1 dose
▪ PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
Rastreamento de doenças – até 75 anos
HIV
> 20 anos Hepatite B – se alto risco
Hepatite C
*SBC: + Dislipidemia
> 25 anos CA colo de útero (citologia)
> 40 anos Dislipidemia
DM (GJ, HbA1c, TOTG)
> 45 anos *Antes se: IMC ≥ 25 + 1FR
CA colorretal (colonoscopia, RSG, colonoTC, sangue oculto)
CA de pulmão (TC de baixa dosagem) – se tabagista ou cessou < 15 anos +
carga 20 maços/ano
> 50 anos CA de mama (MMG)
CA de próstata (TR + PSA) – controverso
*HF ou negro: > 45
Osteoporose (densitometria)
65 anos
Aneurisma de aorta abdominal (USG) – homem tabagista prévio ou atual
▪ PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Medidas de reabilitação: fisioterapia, oficinas, grupos de apoio
▪ PREVENÇÃO QUATERNÁRIA
Prevenção de iatrogenia: avaliar polifarmácia e intervenções
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 81
CRITÉRIOS DE BEERS –
Evitar em idosos:
Antidepressivos (tricíclicos) e BZD
Antivertiginosos
Polivitamínicos e ginkobiloba
Digital, diurético
Anticoagulantes
AINEs
Barbitúricos
*ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (inibidores da recaptação de serotonina, noradrenalina e dopamina): efeitos anticolinérgicos – boca seca,
constipação intestinal, taquicardia, hipotensão postural, rubor, aumento do peso
GERIATRIA
1) AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA (AGA)
Mini-mental (28/30) – depende da escolaridade e NÃO dá diagnóstico!
Cognição Teste da fluência verbal
Teste do relógio
Humor Escala de depressão geriátrica/Yesavage (0-5)
Atividades básicas de vida diária (AVD/Katz): autocuidado – banho, continência,
Capacidade comer, vestir
funcional Atividades instrumentais de vida diária (AIVD/Lawton): interação – telefonar, fazer
compras, cozinhar
Equilíbrio e marcha – teste de Tinetti, time up and go > 20s
Outros Continência
Visão, audição
≥ 3:
Fadiga – autorreferida
Fatless – perda > 5% de peso no último ano
Força reduzida – diminuição da preensão manual
Física – atividade limitada
Função motora – marcha lentificada
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 82
SÍNDROME DA IMOBILIDADE
Demência média/grave com contraturas + 2:
Úlcera de decúbito
Disfagia
Dupla incontinência
Afasia
SÍNDROME DEMENCIAL
Perda de funções cognitivas (memória, linguagem, destreza, comportamento..)
- Progressiva e gradual
- Interfere nas atividades usuais / profissionais
a. Investigação
1) Caracterizar perda cognitiva – rastreio
Mini-mental
Desenho do relógio DEPRESSÃO – 5 critérios
Fluência verbal Humor deprimido ou anedonia +
Alteração do apetite
Alteração do sono
2) Afastar falseadores – 3D’s
Agitação / Retardo psicomotor
Droga: benzodiazepínico
Fadiga
Delirium: sepse, IAM
Culpa / Inutilidade
Depressão: tristeza, pessimismo
Dificuldade de concentração
Pensamento de morte
3) Afastar causas reversíveis
Função renal – uremia
Função hepática – encefalopatia DELIRIUM – CAM-ICU
TSH – hipotireoidismo Alteração aguda do estado mental ou de
B12 – deficiência curso flutuante + déficit de atenção +
Cálcio – neoplasia pensamento desorganizado ou alteração
VDRL – neurossífilis do nível de consciência
HIV – complexo demencial
Neuroimagem – RM / TC
DOENÇA DE ALZHEIMER
Causa mais comum (> 50%)
a. Fisiopatologia
Extracelular: deposição de amiloide > formação de placas Atrofia do hipocampo +
senis/neuríticas diminuição de acetilcolina
Intracelular: fosforilação da proteina tau > emaranhados
neurofibrilares
b. Fatores de risco
Idade > 60 anos
HF
Mutação da apoE (E4)
Síndrome de Down – precoce
Sedentarismo
Baixa atividade intelectual
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 83
d. Diagnóstico – de exclusão!
TC/RM: atrofia cortical, hidrocefalia compensatória (ex-vacuum)
SPECT/PET: diminuição da perfusão/metabolismo temporal-parietal
e. Tratamento
Anticolinesterásicos de ação central: Donepezila / Rivastigmina / Galantamina – fase inicial
Antagonista do receptor do glutamato (NMDA): Memantina – fase moderada a avançada
*Se agitação/agressividade: antipsicóticos atípicos – Risperidona, Quetiapina, Olanzapina
DEMÊNCIA VASCULAR
2º causa mais comum
a. Fatores de risco
Doença aterosclerótica + fatores de risco (HAS, DM, dislipidemia, tabagismo..)
b. Classificação
Cortical Subcortical
Vasos calibrosos (carótida, ACM) Vasos perfurantes
“Multi-infartos” Infarto lacunar, periventricular
Evolução súbita, em degraus Evolução arrastada
c. Tratamento
Tratar aterosclerose – HAS, DM..
Anticolinesterásicos de ação central: Donepezila / Rivastigmina / Galantamina – não tem boa resposta
Frontotemporal HPN
SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL
SÍNDROME PARKINSONIANA: bradicinesia + rigidez
Fisiopatologia
Degeneração da substância negra mesencefálica > redução da dopamina na via nigroestriatal
Mesencéfalo – substância negra (dopamina) > inibe > Núcleos da base – corpo estriado (acetilcolina) > inibe >
Córtex pré-motor
DOENÇA DE PARKINSON
Causa mais comum
a. Fisiopatologia
Mutação na alfa-sinucleína (SNCA) > aglomerados tóxicos (deposição de corpos de Lewy) > degeneração da
substância negra (reduz dopamina)
*Diminuição da dopamina > não ocorre inibição do corpo estriado > inibição contínua do córtex pré- motor >
bradicinesia e rigidez
b. Fatores de risco
Idade > 50 anos
Ambientais – pesticida (?)
Gene GBA
d. Diagnóstico
1) Afastar Parkinsonismo 2º
A ausência de resposta a Levodopa
Drogas: metoclopramida, flunarizina, haloperidol
afasta o diagnóstico!
Dano direto: trauma, AVC, hidrocefalia
Degenerativas: demência por corpos de Lewy
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 85
e. Tratamento
Trata bradicinesia
Levodopa Precursor da dopamina
Efeito adverso: discinesia, “on-off”
Associação com Levodopa
Benzerazida Inibidor da descarboxilase periférica Reduz conversão periférica – diminui
efeitos adversos
Jovens (< 60 anos) – postergar inicio do
Pramipexol Agonista dopaminérgico Levodopa, pois a discinesia é
dose/tempo dependente
Fase inicial
Selegilina Inibidor da MAO-B
Neuroproteção (?)
Fase inicial
Amantadina Anti-viral
Diminui efeitos adversos
*Estimulação cerebral profunda (ECP)
PROTOCOLO P-SPIKES
P Preparação O médico se prepara para dar a notícia
1) S Set up Ambiente adequado
2) P Patient Pergunta o que sabe sobre a doença
3) I Information Pergunta o quanto ele quer saber
4) K Knowledge Dá a notícia
5) E Emotional Espera a resposta da pessoa
6) S Share Fala sobre os próximos planos
TERAPIA INTENSIVA
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA (CHOQUE)
a. Conceito
Estado de hipoperfusão tecidual
PA = DC x RVP
DC – VS x FC RVP
Volume Arteríolas – vasoconstrição /
Bomba (coração) vasodilatação
b. Tipos de choque
HIPODINÂMICOS – HIPERDINÂMICOS –
DC baixo, RVP alta DC alto, RVP baixa
Hipovolêmico – hemorragia, desidratação
Distributivo (séptico, anafilático,
Cardiogênico – IAM, valvopatia, miocardite
neurogênico)
Obstrutivo – tamponamento, TEP, pneumotórax
*Choque misto
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 86
c. Monitorização hemodinâmica
▪ PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC) – normal: 8-12 (IOT: 12-14)
Avalia a volemia (pré-carga) – através da pressão no AD (recebe todo o RV)
d. Tratamento
Cristaloide (SF 0.9% ou Ringer Lactato)
HIPOVOLÊMICO
+ Transfusão, se classe III/IV
Inotrópico: Dobutamina (B-adrenérgico) / Dopamina (se dose 3-10 microg/kg/min)
Milrinona (inibidor de fosfodiesterase) / Levosimendana (sensibilizador de canais de
CARDIOGÊNICO / cálcio) – se uso de BB
OBSTRUTIVO Suporte circulatório / Balão intra-aórtico
*A Dobutamina também age nos receptores alfa2-adrenérgicos, gerando vasodilatação e consequentemente,
hipotensão! Por isso, na vigência de hipotensão, deve-se associar Dobutamina + Noradrenalina
Vasopressor: Noradrenalina (alfa-adrenérgico) / Dopamina (se dose > 10
microg/kg/min)
DISTRIBUTIVO
Vasopressina (receptor V1 vascular) – se refratário
Adrenalina IM > IV – 1ª escolha na anafilaxia
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 87
SEPSE
Infecção + predisposição > tempestade de citocinas (TNF-alfa, IL-1, IL-6) >
inflamação + vasodilatação + trombose + disfunção celular > disfunção de órgão
a. Conceito
Sepse: disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta imune desregulada a uma
infecção
Choque séptico: necessidade de vasopressor para elevar a PAM ≥ 65 e lactato < 2 após reanimação volêmica
adequada
Escore SOFA ≥ 2
S Sangue Plaquetas
S SNC Glasgow
O Oxigenação PaO2/FiO2
F Fígado Bilirrubina
A Arterial pressure PAM
A Anúria Diurese ou Cr
qSOFA ≥ 2
FR > 22
PAS < 100
Glasgow < 15
Não é para diagnóstico/rastreio, é para PROGNÓSTICO!
b. Clínica
1) Fase quente – DC alto
2) Fase fria – DC baixo Procalcitonina: marcador específico de
infecção bacteriana
c. Conduta
▪ PACOTE DA 1ª HORA
Obter culturas (sangue + locais suspeitos)
Infecção
Iniciar ATB – amplo espectro, guiar por cultura
Dosar lactato – se > 2, repetir em 2-4h
Cristaloide (30ml/kg em 3h)
Perfusão
Vasopressor (Noradrenalina) – durante ou após volume, se
refratário: Vasopressina / Adrenalina
▪ CUIDADOS ADICIONAIS
Controle glicêmico rigoroso – meta: < 180 (se 2 medidas > 180: insulina na BIC)
Avaliar necessidade de hemodiálise – IRA pré > IRA renal (NTA isquêmica)
Dieta – iniciar dieta entre 6-48h, se houver sinais de melhora
NA CRIANÇA:
da perfusão
Choque quente: Noradrenalina
Desescalonamento de ATB Choque frio: Adrenalina
*DC baixo, RVP alta – contrário do adulto
d. Metas
PAM ≥ 65mmHg Hipotensão:
PVC 8-12mmHg RN: PAS < 60
Diurese ≥ 0,5ml/kg/h 1a: PAS < 70
SVcO2 > 70 1-10a: PAS < 70 + (2 x idade)
Queda do lactato > 10%
Avaliar pupilas
Médio/Midríase fixas Mesencéfalo
Midríase fixa unilateral Hérnia de uncus
Puntiformes fotorreativas Ponte
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
a. Diagnóstico
Critérios de Berlim
S Sete dias – início dos sintomas após exposição
D Descartar outras causas – cardíacas, hipervolêmicas
R RX: opacidade bilateral que não é derrame, atelectasia ou nódulo
A Alteração da relação PaO2/FiO2
Leve ≤ 300
Moderada ≤ 200
Grave ≤ 100
b. Tratamento – tratar doença de base
▪ VENTILAÇÃO PROTETORA
Baixo volume corrente: ≤ 6ml/kg de peso ideal (hipercapnia permissiva) – devido à baixa complacência
Pressão de platô (dentro do alvéolo): ≤ 30cmH2O
Ajustar PEEP: manter SatO2 > 90% com menor FiO2 possível – aumenta PEEP, diminuindo FiO2
Driving pressure (PEEP – Pressão de platô): ≤ 15cmH2O
FiO2: 100% - reduzir para o menor valor possível (hiperóxia faz lesão!)
PEEP: 3-5 cmH2O
Modos
Volume: 6-8ml/kg – determina ciclagem
VCV – Volume
Fluxo: 40-60L/min
Tempo inspiratório: 1s – determina ciclagem
PCV – Pressão
Pressão: 20cmH2O
Redução do fluxo de ar (>25%) – determina ciclagem
PSV – Espontâneo
*Desmame
Pressão de pico: pressão máxima dentro do alvéolo – quando o ar entra
Pressão de platô: pressão do ar acomodado dentro do alvéolo
PEEP: pressão mínima dentro do alvéolo – quando o ar sai
AUTO-PEEP:
acúmulo de ar dentro do alvéolo, altamente deletério – no gráfico: fluxo expiratório não toca o zero
Quando não há tempo expiratório suficiente para esvaziar o ar inspirado, ocorre aprisionamento de ar e aumento da
auto-PEEP, o que pode gerar instabilidade hemodinâmica
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 91
Tratamento: diminuir tempo inspiratório / diminuir FR / aumentar fluxo inspiratório / aumentar PEEP
RESOLVENDO SITUAÇÕES
HIPOXEMIA HIPERCAPNIA
Aumentar FiO2
Aumentar PEEP Aumentar VC
Aumentar tempo inspiratório – reduzir fluxo / Aumentar FR
aumentar pausa inspiratória
SOBRE VNI
DPOC descompensado com hipercapnia
Indicações EAP cardiogênico
Insuficiência respiratória hipoxêmica aguda – ex: TEP
Rebaixamento do nível de consciência
PCR
Contraindicações Trauma de face
Cirurgia facial/neurológica
Obstrução de VAS