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@ casalmedresumos
- Doença Venosa Profunda: TVP e TEP
1. Conceitos Iniciais
CONCEITOS INICIAIS:
FATORES DE RISCO:
HEREDITÁRIOS ADQUIRIDOS
TROMBOFILIAS PÓS-OPERATÓRIO
Qualquer uma pode Há lesão endotelial durante o ato cirúrgico, bem como restrição ao leito levando a estase sanguínea. O pós-operatório é algo marcante
causar (SAF, por e muito relacionado com aumento do risco de TVP e TEP.
exemplo), mas as
EVENTOS OBSTÉTRICOS
principais associadas são
o FATOR
V DE
Entenda isso como toda a gestação e período do puerpério. Uma das modificações do organismo da gestante é uma sensibilidade
LEIDEN e muito maior à cascata de coagulação, uma facilidade muito maior para iniciar o processo coaogulatório...
MUTANTE DO
GENE DA NEOPLASIAS MALIGNAS
PROTROMBINA. Inúmeros cânceres tem o potencial de liberar para a circulação fatores pró-trombóticos, fatores pró-coagulantes. A pessoa com
câncer tem muito mais risco de evoluir com TVP e depois para TEP!
IMOBILIZAÇÃO
Restrição ao leito, seja por eventos cirúrgicos, seja por complicações clínicas, como uma pneumonia grave, uma sepse de origem
pulmonar, em terapia intensiva...
COPIA NÃO É ROUBO / Resimed - Residência Médica / (12)992338463/ https://t.me/resimed
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2. TVP
CLÍNICA:
A MAIORIA DOS CASOS É ASSINTOMÁTICA! Quando gera sintomas, há EDEMA, DOR À PALPAÇÃO,
EMPASTAMENTO, PHLEGMASIA (ALBA/CERULEA) DOLENS, HOMANS.
É comum nos depararmos na prática médica com um paciente com TEP (ou seja, que ele fez uma TVP primeiro) e, quando olhamos
para a perna desse paciente, não há clínica nenhuma! É comum acontecer isso...
Quando há sinais e sintomas, o membro fica edemaciado por causa da incapacidade de retorno venoso... Ocorre dor à palpação do
membro que sofreu a trombose, empastamento de panturrilhas...
ATENÇÃO! QUANTO MAIS ALTA A TVP, MAIOR O RISCO DE TEP! As TVP’s mais altas, mais proximais são as que têm mais risco de
embolizar (pela proximidade com o pulmão)! Então, por exemplo, a TVP em íleofemoral tem muito mais risco de embolizar do que uma TVP em poplítea!
DIAGNÓSTICO:
PADRÃO-OURO: VENOGRAFIA
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3. TEP
DEFINIÇÃO:
É um evento SÚBITO!
É óbvio algo óbvio, mas vale a pena relembrar... Como já dito, o TEP deriva de uma TVP, com ou sem clínica, mas de fato com nada no pulmão! Para acontecer o TEP,
esse trombo se solta completa ou parcialmente, caminha todo o leito venoso profundo e vai parar no coração direito... Até aí, ainda não temos nada no pulmão... O
problema é quando esse êmbolo sai do coração direito e vai para o leito arterial pulmonar! É algo que acontece subitamente! TEP é e sempre será um evento súbito,
inesperado, agudo! A trombose era nas pernas e “do nada” emboliza para o pulmão! As manifestações vão seguir essa lógica... Dispneia súbita, dor torácica súbita,
taquipneia súbita, sibilância súbita... Então, na prova, para qualquer manifestação respiratória súbita, TEP será, no mínimo, uma forte hipótese diagnóstica. Vamos
ver as possíveis manifestações!
- SIBILÂNCIA. Não é só asma que sibila... Não é só DPOC que sibila... Churg-Strauss pode sibilar... TEP pode
sibilar! Mas é um sibilo SÚBITO! Curiosidade: ocorre quando as plaquetas do êmbolo que impactou degranulam
e liberam serotonina, que são indutoras de broncoespasmo.
- DOR NAS PERNAS (TVP). Lembre-se que um TEP varia de um TVP. A dor pode estar presente, mas
existem casos de TVP assintomática, sendo o TEP a primeira manifestação.
- TAQUIPNEIA = principal SINAL. Existem algumas razões para o surgimento da taquipneia nesse paciente... A primeira delas é a própria ansiedade, a dor...
Mas não é só isso! A própria serotonina liberada pelas plaquetas do êmbolo atua em receptores específicos para ela no pulmão, o que acaba aumentando a frequência
de movimentos respiratórios. Aparece todo ano em prova essa história de principal sinal clínico. E outra... Não é somente o principal sinal clínico... É também o
principal ACHADO clínico (dentre sinais e sintomas).
- DISPNEIA = principal SINTOMA. Há obstrução de um vaso que irriga o pulmão... Essa área, apesar de ventilada, não é perfundida. Sem oxigênio, o paciente
evolui para um certo grau de hipoxemia e há dispneia. Isso também aparece todo ano em prova. É o principal sintoma clínico.
- COR PULMONALE AGUDO (falência de VD por alteração pulmonar, com turgência jugular, hepatomegalia)
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Já sabemos que o caminho normal do sangue é sair do coração direito, passar para o pulmão, depois para o
coração esquerdo e depois para o resto do corpo... É uma sequência! Agora... Se há um êmbolo grande que
está ocluindo boa parte da vasculatura pulmonar, não vai mais ter esse fluxo natural do sangue! O sangue
não chega de forma adequada no coração esquerdo e consequentemente o débito é baixo para o resto do
corpo! O doente começa a ficar hipotenso, começa a ficar mal perfundido nas suas periferias... Evolui com
CHOQUE! E esse choque não é hipovolêmico! Ele não perdeu volemia, não sangrou... É OBSTRUTIVO! Há uma
obstrução ao fluxo normal de sangue... Então, repare: em um TEP grave, o paciente tem clínica de falência
de ventrículo direito e hipotensão severa, choque! Isso é um TEP maciço! E como há insuficiência de VD,
ocorre aumento de BNP! Um TEP sem maiores repercussões não eleva BNP! Além disso, em um TEP maciço,
esse êmbolo gera um aumento tão grande em VD, com uma pressão tão grande (por acúmulo de sangue),
que surgem áreas de microinfarto na parede! Então, TEP com BNP e troponina altos indicam falência de VD!
Indicam mau prognóstico!
EXAMES COMPLEMENTARES:
Podemos pedir muitos exames complementares que podem nos ajudar a tentar se aproximar do diagnóstico formalizado de TEP. São didaticamente separados em
dois grupos. Os exames inespecíficos são muito úteis, mas apenas reforçam a hipótese de TEP, não o confirmando (pois não ‘enxergam’ a trombose, a embolia),
diferente dos exames específicos.
- ECG:
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- RX DE TÓRAX:
FLEISHNER/PALLA (dilatação do ramo descendente da artéria pulmonar). Não confirmam o diagnóstico, mas reforçam a hipótese!
- ECO:
- MARCADORES:
Lembre-se: sempre que se forma um coágulo, forma-se ao redor dele uma rede de fibrina para estabilizá-lo. Nosso organismo, porém, tem a capacidade de se “livrar”
desse coágulo, destruindo essa rede de fibrina. O d-dímero é justamente um desses produtos de degradação da fibrina! E qual a relação dele com o TEP? Está ELEVADO!
Então, qualquer situação que forme coágulo/trombo, a expectativa é de encontrar um D-Dímero elevado! Não é um exame infalível, mas a expectativa é essa. Em
qualquer condição geradora de trombo, vai se encontrar elevado! Mesmo assim, não dá diagnóstico!
ESPECÍFICOS:
Podem confirmar a hipótese. São exames de imagem que de uma forma ou de outra conseguem enxergar a embolia e confirmar o diagnóstico de TEP.
- DOPPLER DE MMII. Lembre-se que TVP e TEP estão englobadas numa mesma doença (doença venosa crônica). Então, se o paciente tem clínica de TEP e
um doppler de MMII positiva, o TEP está confirmado.
- CINTILOGRAFIA. Quando não houver correspondência (com ventilação, mas sem perfusão), podemos confirmar o TEP se houver clínica.
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ALGORITMO DIAGNÓSTICO:
- ALTA PROBABILIDADE (Wells > 4): PEDIR DIRETO EXAME DE IMAGEM (angiotomografia de tórax/cintilografia/doppler/arteriografia)
ESCORE DE WELLS:
MACETE...
E: episódio prévio
I: imobilização
OUTROS ESCORES:
ESCORE PERC
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O INÍCIO DA TERAPIA JÁ COMEÇA NA SUSPEITA CLÍNICA!
TRATAMENTO:
(1) HEPARINA + WARFARIN 5MG/DIA (COMEÇAR SIMULTANEAMENTE). Suspender heparina quando 2 INR entre 2-3
(2) HEPARINA 5 DIAS E DEPOIS DABIGATRAN 150MG 2X/DIA. Faz só heparina por 5 dias e depois começa o dabigatran
(3) RIVAROXABAN 15MG 2X/DIA. Faz ele sozinho, sem precisar de heparina
É um dispositivo que fica implantado na veia cava inferior. Quando aberto, lembra um
pouco um ‘guarda-chuva’. Então, qual a ideia? Você implanta e abre (ele fica
permanentemente aberto, não dá para tirar) e, caso o paciente volte a ter TVP e o
trombo voltar a se soltar de MMII, virando êmbolo, ele não chega até o pulmão! Ele será
interrompido, filtrado, por esse filtro de veia cava inferior, impedindo que esse trombo
aumente de tamanho! É um objetivo semelhante ao da anticogulação, mas de forma
diferente. É por isso que o filtro de veia cava inferior vai entrar justamente quando
houver falha na anticoagulação! Se houver, por exemplo, contraindicação ou falha da
Imagem: sobrice.org.br anticoagulação (recorrência da embolia a despeito de o paciente já estar anticoagulado),
a conduta é filtro de veia cava inferior!
EMBOLECTOMIA CIRÚRGICA?
- SE CONTRAINDICAÇÃO/FALHA NA TROMBÓLISE
Uma segunda abordagem possível, e bem mais invasiva, é a embolectomia. O cirurgião vai até à vasculatura pulmonar e “arranca” o êmbolo de dentro. Quando o
arranca mecanicamente, ele reperfunde a vasculatura. É uma ideia semelhante ao da trombólise, mas executada de forma diferente. E é por isso que a embolectomia
entra quando temos algum problema na trombólise! Se o paciente está grave e precisa da trombólise, mas tem contraindicação, é aqui que entra a embolectomia.
As mesmas contraindicações da trombólise para o IAM também servem para o TEP. Ou, então, se fez a trombólise e mesmo assim não houve reperfusão, houve
refratariedade, tem que fazer a embolectomia! Quando não der para fazer trombólise ou a trombólise não deu certo, a conduta é embolectomia!