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ANGIO – FUNES – AULA 3 – P1

TROMBOEMBOLISMO VENOSO

(TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL, TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E EMBOLIA PULMONAR)

 TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL

Nem sempre é uma coisa totalmente benigna. Vamos ver na maioria das vezes um trajeto
venoso de uma veia superficial avermelhado, endurecido, quente e doloroso, que é o aspecto
clássico. Podemos falar tanto trombose venosa superficial quanto tromboflebite superficial.

Trata-se uma condição inflamatória, onde a veia superficial sofre um processo inflamatório e o
tecido ao redor dela, o tecido perivenoso, que é o tecido celular subcutâneo e a pele também
acabam sofrendo com o processo inflamatório e acabada surgindo esse aspecto hiperemiado,
edemaciado e quente.

Na maioria das vezes ela se resolve sozinha, é auto resolutiva, dura em média de 3 semanas a
3 meses para regredir totalmente o quadro. Geralmente a evolução é benigna. Porem, em
alguns casos, o trombo que se localiza no sistema venoso superficial pode ir progredindo em
direção ao sistema venoso profundo e o paciente pode evoluir pra TVP e TEP.

- Tromboflebite supurativa = é quando uma tromboflebite comum acaba infeccionando e


acaba dando uma infecção secundaria que pode se tornar grave fazendo com que o paciente
desenvolva quadros infeciosos graves podendo ter septicemia e óbito.

(TTO deve ser só com antibiótico se for uma tromboflebite supurativa)

DIAGNÓSTICO

Na maioria das vezes é clínico.

- ECO COLOR DOPPLER = Nos casos onde existe suspeita de TVP associada a tromboflebite
superficial

- CULTURAS DE MATERIAIS = casos de tromboflebite supurativa

TRATAMENTO

Na maioria dos casos o tratamento é AINES, analgesia, calor local e repouso.

Pedir pro paciente intercalar o repouso com deambulação. Evitar o repouso absoluto porque o
paciente já está com lesão endotelial, com estase sanguínea e aí se deixar ele estabilizado é
um risco maior ainda para TVP.

Anticoagulantes em alguns casos, antibióticos só em caso de tromboflebite supurativa.

QUANDO USAR ANTICOAGULANTE?

Naqueles quadros onde o paciente apresenta a tromboflebite superficial e tem a TVP


associada. Ou se aquele trombo da veia superficial está muito próxima do sistema venoso
profundo.

OU SEJA:

- Se tiver TVP = anticoagulante.


- Tromboflebite superficial de veia não varicosa e essa veia for na perna = o TTO é compressão
elástica e AINES (não passa anticoagulante em tromboflebite superficial do joelho para baixo).

- Tromboflebite superficial de veia não varicosa na coxa = se for no terço inferior, o TTO é
compressão elástica e AINES, deve acompanhar o paciente com ECO doppler venoso, devo
repetir depois de 48h, e se após isso o tromboflebite passar do terço inferior para o superior,
fazer anticoagulação.

 TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

É a formação de coágulos no interior de veias do sistema venoso profundo, podendo ocorrer


em qualquer lugar do corpo. Local mais comum são os MI e circulação pulmonar (quando
ocorre na circulação pulmonar o nome passa a ser tromboembolia pulmonar).

Lembrar das trombofilias = situações onde o paciente tem predisposição a formar coagulo. As
principais trombofilias hereditárias são: diminuição da proteína S, proteína C, antitrombina
(são anticoagulantes naturais que quando diminuídos, tem um estado de
hipercoagulabilidade).

EXAME FÍSICO

Paciente em decúbito dorsal, com edema assimétrico, doloroso à palpação, com temperatura
normal ou elevada, “empastamento” da panturrilha, aparecimento súbito de varizes que não
existiam antes da TVP.

Manobras a serem realizadas:

Sinal de Homans: paciente refere dor na panturrilha quando o médico realiza dorsoflexão
forçada do pé

Sinal de Olow: dor na panturrilha à compressão da panturrilha contra a face posterior da tíbia

Sinal de Bancroft: dor na panturrilha à compressão contra estrutura óssea. (igual ao de olow)

COMPLICAÇÕES LOCAIS

 PHLEGMASIA ALBA DOLENS = Trombose venosa proximal extensa menos grave. Presença de
vasoespasmo no sistema arterial sem trombose. É uma inflamação branca e dolorida (branca
devido os vasoespasmos dos capilares arteriais e que dói).

Se não reverte esse quadro rapidamente, começa a ocorrer a trombose desse território capilar
arterial e acaba evoluindo do quadro de alba dolens para cerúlea dolens.

 PHLEGMASIA CERÚLEA DOLENS = quadro mais grave com comprometimento importante do


retorno venoso e trombose no sistema arterial.

É uma inflamação azulada e dolorida, difícil reverter, onde o paciente tem risco de perder o
membro. É UM QUADRO MUITO MAIS GRAVE

I II
TRATAMENTO

- ANTICOAGULANTE (na grande maioria dos casos)

Heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular, antagonistas de vitamina K,


NOACS (Inibidores Direto do Fator Xa e Trombina)

- TROMBOLÍTICO + ANTICOAGULANTE

Estreptoquinase, uroquinase, R-TPA

- TROMBECTOMIA ASPIRATIVA + TROMBOLÍTICO + ANTICOAGULANTE

- TROMBECTOMIA

Devemos usar o trombolítico ou fazer uma cirurgia de trombectomia para retirar o coágulo
somente quando o paciente tem o quadro de phlegmasia cerúlea dolens.

CONSIDERAÇÕES

- Quais são as duas complicações locais da TVP? = Phlegmaisia Alba Dolens e Cerulea Dolens.

- Qual é a mais grave? = Cerulea Dolens.

- Qual é a phlegmasia que tem indicação de trombectomia venosa? = Cerulea Dolens.

- Qual é a phlegmasia que pode tratar somente com heparina? = Alba Dolens.

- Quais são as duas complicações sistêmicas? = TEP e Insuficiência Venosa Crônica.

- Quando que um paciente com TVP vai evoluir pra insuficiência venosa crônica? = Quando não
houver a recanalização da veia trombosada ou quando houver uma recanalização insuficiente
da veia trombosada.

- Tenho uma veia com trombo, quais são essas 3 coisas que podem ocorrer com esse trombo?
= 1º Esse trombo pode nunca desaparecer e essa veia ficar ocluída o resto da vida e com o
tempo ela vai desaparecendo, vai sofrendo fibrose, ela vai ser reabsorvida e o paciente perde
essa veia. 2º pode ocorrer uma recanalização parcial e o paciente fica com uma sequela. 3º
esse trombo pode sumir, ser totalmente absorvido pelo sistema plasminogênio.

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