Você está na página 1de 8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3
1 EPISTEMOLOGIA CRÍTICA 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS 8
REFERÊNCIA 9
3

INTRODUÇÃO

Este trabalho enfoca o tema epistemologia crítica e foi elaborado segundo a


técnica de resumo do texto com o mesmo nome, que integra o livro de Hilton
Ferreira Japiassu. Introdução ao pensamento epistemológico, 3. ed. Rio de Janeiro:
Francisco Alves Editora, 1979.
O autor conceitua epistemologia, destacando que não há consenso acerca do
conceito. Destaca que existe uma relação direta entre ciência e poder, e que a
mitigação da relação ciência e saber ocorreu em razão de a ciência se prestar ao
capital.
4

1 EPISTEMOLOGIA CRÍTICA

ETIMOLOGIA: DISCURSO (LOGOS); SOBRE A CIÊNCIA (EPISTEME);


CONCEITOS: não há significação rigorosa e unívoca acerca do papel, nem como se
constitui uma teoria científica, funciona como uma teoria geral do conhecimento.

 É o estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua


formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento, de seus
produtos intelectuais;
 É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das
diversas ciências. Semelhante estudo tem por objetivo determinar a
origem lógica (não psicológica) das ciências, seu valor e seu alcance
objetivos.

Há três principais correntes epistemológicas contemporâneas que buscam


explicar a atividade científica, quanto à relação entre teoria e experiência; razão e
fatos, valor e significação dos métodos.

A EPISTEMOLOGIA LÓGICA, que estuda a linguagem científica e a pesquisa das


regras lógicas do empirismo;
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA, que estuda a atividade científica partindo de
uma psicologia da inteligência, que finda em um estruturalismo genético;
A EPISTEMOLOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA, que estuda a produção das teorias e
análises da história das ciências.
A EPISTEMOLOGIA CRÍTICA, mais recentemente que questiona a ciência como
um todo. Segundo essa nova epistemologia, as ciências não podem mais ser a
verdade da sociedade, o que leva a um questionamento sobre a significação
real da ciência. Sempre é ressaltado que o pesquisador deve se responsabilizar
pelas conseqüências das descobertas feitas. Assim, a epistemologia crítica
interroga a responsabilidade social dos cientistas.
Há poucas décadas, ninguém contestava a ciência (nem os niilistas). Mas
isso mudou, pois há uma crescente dúvida acerca das conseqüências do
desenvolvimento científico, por causa das pesquisas destruidoras, a manipulação
5

dos indivíduos, os métodos repressivos, esgotamento dos recursos naturais, dentre


outros.

A CIÊNCIA PARA A OPINIÃO PÚBLICA:


É um poder onipotente (mágico, admirado, temido, interveniente nos domínios
da vida);
PARA A SOCIEDADE ATUAL:
Há uma NOVA SANTÍSSIMA TRINDADE: ciência – técnica – indústria.
MITO DA CIÊNCIA:
Constante promessa de progresso indefinido da ciência, em busca da
felicidade humana.

Atualmente, o cientista sofre com a limitação de créditos pela ação do


Estado, fazendo com que o pesquisador fique dependente da burocracia e dos
financiamentos. Então, pode-se dizer que o conhecimento científico cria dois pólos: o
do saber e o do poder.
O saber, a base do desenvolvimento científico que fica dependente do
poder, que é o desenvolvimento econômico. Assim, a ciência contemporânea é
submissa ao Estado e à indústria.
MAS O QUE É CIÊNCIA E QUAL SUA VERDADEIRA SIGNIFICAÇÃO?
De uma forma idealista, é a busca imparcial do conhecimento. De uma forma
realista, a ciência se confunde com a tecnologia, pois é um saber operacionalizável.
O que se pode dizer é que a ciência não é neutra nem autônoma. O cientista tem
preconceitos e por isso não pode ser considerado imparcial.
Dessa forma, pode-se perceber um aumento do cientificismo, que vê a
ciência como poder. Atualmente, o cientificismo é uma “religião” com dogmas
incontestáveis, que se baseiam na razão, posto que nessa “doutrina”, só é aceitável
como real aquilo que é comprovado quantitativamente.
Contudo, há cientistas que entendem que o conhecimento científico se
apresenta como uma “faca de dois gumes”: a) uns buscam criar uma ciência
responsável, que assume conseqüências dentro da sociedade. Esses cientistas não
são passivos, são críticos e assumem responsabilidade pelo que produzem; b)
Outros, preferem aceitar a alienação, mantendo a nítida distinção entre a
responsabilidade da criação e do saber.
6

A EPISTEMOLOGIA CRÍTICA: pretende mostrar que o conhecimento científico é


um poder a serviço do capital e independe das motivações subjetivas dos
cientistas. E assim, o poder econômico comanda a pesquisa. E nessa
perspectiva, a epistemologia crítica ressalta a VERDADEIRA SIGNIFICAÇÃO DA
CIÊNCIA não reside no saber puro e simples, mas no poder que ele encerra.
A EPISTEMOLOGIA CRÍTICA PRETENDE EVIDENCIAR QUE, NA PRÁTICA, A
CIÊNCIA NÃO É TRANSPARENTE NEM OBJETIVA COMO PARECE SER.
Nesse contexto, Jüngen Habermas, cria TRÊS MODELOS DE RELAÇÃO
ENTRE CIÊNCIA E TÉCNICA, PRÁTICA SOCIAL E POLÍTICA (Jüngen Habermas):
O MODELO DECISIONISTA (de Max Weber), em que os especialistas se
submetem à política para caracterizar a forma capitalista de atividade econômica,
formando trocas entre o Direito Privado e forma burocrática de dominação. E assim,
a racionalidade científica é uma escolha entre estratégias entre como utilizar
adequadamente as tecnologias e de organizar os sistemas em razão de finalidades
preestabelecidas em dadas situações.
O MODELO TECNOCRÁTICO, que é o oposto do primeiro, já que o político torna-
se apenas um órgão executor de uma inteligência científica;
MODELO PRAGMÁTICO, opção de Habermas, em que deve relação dialógica
entre o especialista e o político, estabelecendo vínculo com a democracia.
Entretanto, isso é algo quase impossível de ocorrer, porque a tecnocracia reina.
Habermas assume que a “racionalidade” está ligada à institucionalização
do progresso técnico-científico, posto que essa passa a ser uma opção entre
estratégias.
Percebe-se que o que a epistemologia crítica mostra é que houve uma
mudança radical de poder do conhecimento para conhecimento do poder. Essa nova
epistemologia reconhece a construção de objetos que compõe relações pouco
formalizadas, reconhece as operações feitas sobre os objetos e relações, e por fim,
reconhece a extensão de conhecimentos (progresso).
A epistemologia crítica apresenta seis conseqüências da ciência
contemporânea:
“A” ciência não existe, e sim “as” ciências;
O valor da objetividade científica se deve aos objetos construídos;
A objetividade científica é passível de erros;
7

Deve-se falar de “verdade” apenas no sentido de ausência de contradição;


Nas ciências experimentais, a “prova” deve mostrar respostas relacionadas
corretamente com uma hipótese;
A objetividade é um respeito à adequação da razão à “realidade”.

OBJETIVO DA EPISTEMOLOGIA CRÍTICA:

que a ciência leva ao progresso;


que a ciência é pura e neutra (o que levaria a uma irresponsabilidade social dos
cientistas). A ciência presta contas a si mesma. Entretanto, ela pode prestar
serviços.
Enfim, a epistemologia crítica não nega a especificidade da ciência, ela
apenas contesta a ingenuidade do cientificismo.
8

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificou-se que o caráter de ciência vem tomando dimensões que se


libertam do conhecer puro e simples para uma dimensão pela qual a ciência se põe
a serviço do poder. Assim, o saber só tem espaço (e financiamento) na medida em
que se destina a beneficiar o poder econômico, levando a ciência a ser confundida
com a tecnologia.
Nessa perspectiva, a epistemologia crítica questiona a significação real da
ciência e estabelece que existem dois tipos de comportamento dos cientistas: os que
são críticos e os que são passivos em relação ao conhecimento que produzem e
qual a utilidade social desse conhecimento.
9

REFERÊNCIA

EPISTEMOLOGIA CRÍTICA. In: JAPIASSU, Hilton Ferreira. Introdução ao


pensamento epistemológico, 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora, 1979, p.
135-158.

Você também pode gostar