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Agravo de Instrumento Contra Decisão Interlocutória em Ação de Impugnação Ao Valor Da Causa
Agravo de Instrumento Contra Decisão Interlocutória em Ação de Impugnação Ao Valor Da Causa
RECONVENÇÃO
com pedido de AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULO c/c
CONSIGNAÇÃO DE PAGAMENTO DE PARCELAS INCONTROVERSAS EM CONTA JUDICIAL
com fulcro no art. 274 do CPC, (súmula 363 do STF), 844, inc. II,
também do CPC, em harmonia com o art. 5°, incs. II, XXXV e XXXVI da
CF/88, em desfavor do BANCO XXXXXXXXX S.A,
S.A, instituição financeira de
direito privado, CNPJ sob o nº XXXXXXX/000XXXX, estabelecido na
Avenida XXXXXXXX00000 XX., n° XXX, XXº andar, Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, CEP XXXXXXXXXX,
XXXXXXXXXX, conforme o teor dos fatos e
fundamentos a seguir:
DOS FATOS
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Além disso, já nesta Comarca de Teresina, o ilustre MM. Juiz
de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Teresina, Estado do Piauí,
Drº. ANTENOR BARBOSA DE ALMEIDA FILHO, processo n. 141842008, já
exarou decisão em antecipação de tutela inaudita altera pars no dia
29.08.08 determinando a autorização para ser depositado em conta
judicial mensalmente até ulterior deliberação o valor da prestação
indicada na inicial como incontroverso e ainda, que o autor-
reconvindo, instituição financeira se abster-se de encaminhar o nome
do réu-reconvinte /consumidor para negativação em órgão de proteção ao
crédito, relativamente ao débito ora discutido, e, caso tenha
negativado que, imediatamente, procedesse a exclusão do nome do réu-
reconvinte /consumidor, senão vejamos:
PODER JUDICIÁRIO
Processo N° XXXXXXXXXXXXXX
Ordinária Revisional
Autora: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
DECISÃO
É o relato. Decido.
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discriminada na peça inicial.
“Art. 50. Nas ações judiciais que tenham por objeto obrigação
decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação imobiliários, o
autor deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações
contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o valor
incontroverso, sob pena de inépcia. (grifo nosso)
Intime-se e cumpra/se.
__________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Juiz de Direito
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSO
CIVIL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA. DECRETO-LEI Nº 911/69. RECONVENÇÃO.
CABIMENTO, MESMO ANTES DO ADVENTO DA LEI Nº
10.931/2004. ECONOMIA E CELERIDADE PROCESSUAIS.
EFETIVIDADE DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AGRAVO
IMPROVIDO.
1. Tendo em vista as modificações que a ação de busca
e apreensão sofreu desde a edição do Decreto-Lei n.º
911/69, com a evolução do sistema do Código de
Processo Civil, o cabimento da reconvenção na busca e
apreensão corrobora a consecução da efetividade da
prestação jurisdicional, garantindo a celeridade e a
economia processuais, diante da resolução, em um
mesmo processo e sentença, de todas as questões
relativas ao contrato de alienação fiduciária.
2. A Lei nº 10.931/2004 somente trouxe ao ordenamento
jurídico um direito do réu na ação de busca e
apreensão que a jurisprudência expressamente já
reconhecia, não sendo aplicáveis as limitações do
art. 3º, § 2º, do Decreto-Lei nº 911/69 nem mesmo a
processos anteriores ao advento da novel legislação.
3. Agravo regimental improvido.
DO DIREITO
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Pois bem. É consabido que o Diploma Consumerista, como norma
de ordem pública de proteção, permite o reconhecimento de cláusulas
abusivas, nulas de pleno direito, notadamente em face da natureza de
adesão do contrato em referência.
Neste contexto, no que se refere à capitalização de juros,
ressaltesse a determinação de que seja anual, a despeito de ser
pacífico o entendimento de que qualquer metodologia ou sistema que
viabilizá-la por lapso inferior, expressa ou implicitamente, torna-se
insubsistente e, portanto, deve ser afastado (Súmulas 93 e 121 do STJ
e STF, respectivamente, ambas em consonância com os artigos 591 e
2.035, parágrafo único, do Código Civil de 2002).
Nesta direção, certo é que a aplicação da Tabela Price nos
contratos, por capitalizar juros sobre juros, representa fator de
desequilíbrio entre os contratantes.
A sua incidência quando não pactuada ainda implica em
flagrante violação ao direito básico do consumidor à informação prévia
(acerca da própria existência de capitalização) e adequada (de sua
real periodicidade), garantida pelo art. 52, II do CDC:
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA
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Muito embora o Superior Tribunal de Justiça admita a cobrança
de comissão após o vencimento do prazo para o pagamento da dívida, não
pode ela ser cumulada com juros remuneratórios ou moratórios, correção
monetária (Súmula 30 do STJ) ou multa contratual.
Tendo sido o mencionado encargo fixado exclusivamente a
critério da Instituição Financeira, não pairam dúvidas quanto à
violação cometida ao artigo 115 do Código Civil, conforme entendimento
reiteradamente manifestado por esta Corte: “A comissão de permanência
prevista em contratos bancários qualifica-se como disposição que
sujeita o ato ao arbítrio de uma das partes, o que faz emergir seu
caráter potestativo, tornando-a ilícita nos termos do art. 115 do
Código Civil Brasileiro (Recurso de Apelação Cível – Execução Nº
1000.075442-9 – Chapadão do Sul (DJ 21.08.2001))”.
Possui a comissão de permanência a mesma natureza jurídica da
correção monetária e tanto é assim que sistematicamente os Tribunais
Pátrios têm proibido tal cumulação.
Além de se configurar como potestativa, tal cláusula também é
abusiva, já que onera excessivamente o consumidor.
Verifica-se, portanto, que a comissão tem um caráter
eminentemente remuneratório, o que não pode ser aceito, pois existem
nesses mesmos contratos outros valores que servem para atualizar a
dívida, como os juros, a multa e a correção monetária.
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“DTZ1790606 - PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE REVISÃO DE
CONTRATO. TUTELA ANTECIPADA. DEPÓSITO. PARCELAS
INCONTROVERSAS. VIABILIDADE. ATOS EXPROPRIATÓRIOS.
POSSIBILIDADE. PEDIDO NÃO FORMULADO EM PRIMEIRO
GRAU. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 1.Pendente entre as
partes discussão sobre o débito, revela-se viável
o depósito judicial da parte incontroversa da
dívida, no curso de ação revisional de contrato,
na qual se discute abusividade de cláusulas
contratuais. 2.Não prospera o pedido de abstenção
de o Banco-Agravado promover qualquer ato de
expropriação do veículo financiado, pois, diante
do débito expressamente reconhecido, não há como
cercear a prática de atos legítimos pelo credor.
3.Inviável a apreciação de requerimento, para que
o Agravado abstenha-se de inscrever o nome da
Agravante nos cadastros de proteção ao crédito,
haja vista tal pleito não ter sido analisado junto
ao juízo a quo. Apreciá-lo, neste momento,
implicaria supressão de instância. 4.Agravo
parcialmente provido, a fim de, tão-somente,
autorizar a Agravante a depositar, em juízo, as
parcelas incontroversas. (TJDF - AGI
20060020126399 - 1ª T.Cív. - Rel. Desemb. Flavio
Rostirola - DJ 30.01.2007, p. 98)
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Direito Comercial - Rel. Desemb. Trindade dos
Santos - J. 15.02.2007)”
DO PEDIDO
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acordados expressamente e que é vedado pelas súmulas 121 do STF e 93 do
STJ;
STJ;
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OAB
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