Você está na página 1de 36

Termodinâmica

Apostila de Mistura de Gases Ideais

Professor: Flávio Tambellini – Ano 2020

1
Legenda – Mistura de Gases Ideais - 2018
𝑐𝑝 = calor específico à pressão constante na base mássica
𝑐̅𝑝 = calor específico à pressão constante na base molar
𝑐𝑣 = calor específico a volume constante na base mássica
𝑐̅𝑣 = calor específico a volume constante na base molar
𝑓𝑖 = fração mássica do i-ésimo componente (gás)
ℎ = entalpia específica da mistura na base mássica – [kJ/kg]
ℎ̅ = entalpia específica da mistura na base molar – [kJ/kmol]
ℎ𝑖 = entalpia específica do i-ésimo componente da mistura na base mássica – [kJ/kg]
ℎ̅𝑖 = entalpia específica do i-ésimo componente da mistura na base molar – [kJ/kmol]
𝐻 = entalpia da mistura – [kJ]
𝐻𝑖 = entalpia do i-ésimo componente da mistura – [kJ]
𝑚 = massa total da mistura – [kg]
𝑚𝑖 = massa do i-ésimo componente da mistura – [kg]
𝑀 = massa molecular aparente da mistura (mol total da mistura) – [kg/kmol]
𝑀𝑖 = mol do i-ésimo componente da mistura – [kg/kmol]
𝑛 = número de mols total da mistura – [kmol]
𝑛𝑖 = número de mols do i-ésimo componente da mistura – [kmol]
𝑝𝑖 = pressão parcial do componente i da mistura – [atm; Pa; bar; kPa]
𝑝 = pressão da mistura – [atm; Pa; bar; kPa]
𝑅̅ = constante universal dos gases - 𝑅̅ = 8,314 kJ/(kmolK)
𝑠 = entropia específica da mistura na base mássica – [kJ/kg∙K]
𝑠̅ = entropia específica da mistura na base molar – [kJ/kmol∙K]
𝑠𝑖 = entropia específica do i-ésimo componente da mistura na base mássica – [kJ/kg∙K]
𝑠̅𝑖 = entropia específica do i-ésimo componente da mistura na base molar – [kJ/kmol∙K]
𝑠𝑖𝑜 = função de entropia do i-ésimo componente da mistura na base mássica – [kJ/kg∙K]
𝑠̅𝑖𝑜 = função de entropia do i-ésimo componente da mistura na base molar – [kJ/kmol∙K]
𝑆 = entropia da mistura – [kJ/K]
𝑆𝑖 = entropia do i-ésimo componente da mistura – [kJ/K]
𝑇 = temperatura
𝑢 = energia interna específica da mistura na base mássica – [kJ/kg]
𝑢̅ = energia interna específica da mistura na base molar – [kJ/kmol]
𝑢𝑖 = energia interna específica do i-ésimo componente da mistura na base mássica – [kJ/kg]
𝑢̅𝑖 = energia interna específica do i-ésimo componente da mistura na base molar – [kJ/kmol]
𝑈 = energia interna da mistura – [kJ]
𝑈𝑖 = energia interna do i-ésimo componente da mistura – [kJ]

2
𝑦𝑖 = fração molar i-ésimo componente da mistura
∀ = volume da mistura - [m3]
∀̇ = vazão volumétrica da mistura – [m3/s]
∀𝑖 = volume parcial do i-ésimo componente da mistura – [m3]

3
1 – Mistura de Gases Ideais
Introdução
Neste capítulo será abordado o assunto sobre mistura de gases ideais, diferentemente
do que já foi estudado na primeira lei e na segunda lei da Termodinâmica, em que havia somente
um componente, agora há mais de um componente em uma dada mistura. Claro que a primeira
lei e a segunda lei da Termodinâmica continuam valendo para esta nova situação, mas é preciso
levar em conta que esta mistura tem mais de um componente. Por exemplo: o botijão de gás é
uma mistura de propano e butano; o próprio ar é uma mistura de nitrogênio, oxigênio, os dois
principais, além de outros em menor proporção; os cilindros de mergulhadores e alpinista que
deve ter uma porcentagem de 42% em volume de oxigênio.
Uma mistura de gases pode ocorrer sob dois pontos de vista: pode ser feita uma análise
molar (volumétrica) ou uma análise mássica (gravimétrica), sendo que os dois pontos de vista
estão correlacionados pelo mol da mistura.
Vamos ao entendimento de uma situação: suponha que um compartimento contenha
0,08 kmols de nitrogênio (𝑁2 ) e 0,02 kmols de oxigênio (𝑂2 ). Veja a figura a seguir.

Figura 1.1 – Compartimento contendo 𝑁2 e 𝑂2 .


Esta mistura contém uma quantidade de 𝑁2 em temos de massa e uma quantidade de
𝑂2 em termos de massa. Esta mistura contém dois componentes: o nitrogênio (𝑁2 ) e o oxigênio
(𝑂2 ).

Relação entre os componentes e a mistura e a relação entre número de


mols, massa e peso molecular
Agora, vamos estabelecer uma relação entre a massa da mistura (𝑚) e o número de
mols da mistura (𝑛) é dada por:
𝑚
𝑛=
𝑀
Onde 𝑀 é o mol da mistura.
Agora, vamos estabelecer a relação entre a massa do componente da mistura (𝑚𝑖 ) e o
número de mols do componente da mistura (𝑛𝑖 ) é dada por:
𝑚𝑖
𝑛𝑖 =
𝑀𝑖
Onde 𝑀𝑖 é o mol do componente da mistura.
Agora, vamos relacionar o número de mols da mistura com o número de mols de seus
componentes.

4
𝐼

𝑛 = 𝑛1 + 𝑛2 + 𝑛3 + ⋯ 𝑛𝐼 → 𝑛 = ∑ 𝑛𝑖
𝑖=1

Onde 𝐼 significa o número máximo de componentes na mistura.


Observação: daqui em diante, o somatório será feito da seguinte forma:

𝑛 = 𝑛1 + 𝑛2 + 𝑛3 + ⋯ 𝑛𝐼 → 𝑛 = ∑ 𝑛𝑖

Não será mais indicado o limite inferior e superior do somatório, diga-se, de passagem,
que ficará subentendido.

Com o número de mols, temos a fração molar (𝑦𝑖 ), que é dada por:
𝑛𝑖
𝑦𝑖 =
𝑛
Desta última equação, decorre:

∑ 𝑦𝑖 = 1

Agora, vamos relacionar a massa da mistura com a massa de seus componentes.

𝑚 = 𝑚1 + 𝑚2 + 𝑚3 + ⋯ 𝑚𝐼 → 𝑚 = ∑ 𝑚𝑖

Com a massa, temos a fração mássica (𝑓𝑖 ), que é dada por:


𝑚𝑖
𝑓𝑖 =
𝑚
Desta última equação, decorre:

∑ 𝑓𝑖 = 1

A análise mássica também é conhecida como análise gravimétrica.


A massa molecular aparente (média) da mistura (𝑀) é dada por:
𝑚 ∑ 𝑚𝑖 𝑚1 + 𝑚2 + 𝑚3 + ⋯ + 𝑚𝐼
𝑀= = =
𝑛 𝑛 𝑛
𝑛1 𝑀1 + 𝑚2 𝑀2 + 𝑚3 𝑀3 + ⋯ + 𝑚𝐼 𝑀𝐼
𝑀=
𝑛
𝑛1 𝑛2 𝑛3 𝑛𝐼
𝑀 = ( ) 𝑀1 + ( ) 𝑀2 + ( ) 𝑀3 + ⋯ + ( ) 𝑀𝐼
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
Sabe-se que:
𝑛𝑖
𝑦𝑖 =
𝑛
Então:

𝑀 = 𝑦1 𝑀1 + 𝑦2 𝑀2 + 𝑦3 𝑀3 + ⋯ + 𝑦𝐼 𝑀𝐼 → 𝑀 = ∑(𝑦𝑖 𝑀𝑖 )

Em termos de fração molar, o peso molecular aparente da mistura é uma média


aritmética ponderada pela fração molar de cada componente da mistura e pelo mol de cada
componente da mistura.

5
Neste caso, a massa molecular aparente da mistura foi dada em função das frações
molares de cada componente, todavia, a massa molecular aparente da mistura pode ser dada
em função das frações mássicas de cada componente. Seja a equação:
𝑚 𝑚 𝑚
𝑀= = =
𝑛 ∑ 𝑛𝑖 𝑛1 + 𝑛2 + 𝑛3 + ⋯ + 𝑛𝐼

𝑚
𝑀= 𝑚 𝑚 𝑚 𝑚
(𝑀1 ) + (𝑀2 ) + (𝑀3 ) + ⋯ + (𝑀𝐼 )
1 2 3 𝐼

Passando a massa da mistura (𝑚) para o denominador, teremos:


1
𝑀= 𝑚 𝑚2⁄ 𝑚3⁄ 𝑚𝐼⁄
1⁄
( 𝑀 𝑚) + ( 𝑀 𝑚) + ( 𝑀 𝑚) + ⋯ + ( 𝑀 𝑚)
1 2 3 𝐼

Então, teremos:
1 1
𝑀= → 𝑀=
𝑓1 𝑓 𝑓 𝑓 𝑓
+ 2 + 3 + ⋯+ 𝐼 ∑( 𝑖 )
𝑀1 𝑀2 𝑀3 𝑀𝐼 𝑀𝑖
O peso molecular é calculado pela média harmônica quando se tem as frações mássicas.
A tabela 1.1 mostra alguns pesos moleculares/atômicos de algumas substâncias, em
kg/kmol.
Tabela 1.1 – Peso molecular/atômico de algumas substâncias.

Fórmula 𝑀
Substância
Química (kg/kmol)
Ar - 28,97
Água H2O 18,02
Argônio Ar 39,94
Carbono C 12,01
Cobre Cu 63,54
Dióxido de Carbono CO2 44,01
Dióxido de Enxofre SO2 64,06
Enxofre S 32,06
Hélio He 4,003
Hidrogênio H2 2,016
Monóxido de Carbono CO 28,01
Neônio Ne 20,18
Nitrogênio N2 28,01
Oxigênio O2 32,00
R 12 CCl2F2 120,92
R 22 CHClF2 86,48
R 134a CF3CH2F 102,03

Como já foi comentado, o ar é uma mistura de gases que geralmente encontra-se na


forma gasosa. Neste caso, será apresentada a composição do ar seco, em que os principais
componentes dele ar em termos de fração molar, conforme a Tabela 1.2.

6
Tabela 1.2 – Composição do ar seco em termos de fração molar.
Componente Fórmula Fração molar (%)
Nitrogênio 𝑁2 78,08
Oxigênio 𝑂2 20,95
Argônio 𝐴𝑟 0,93
Dióxido de carbono 𝐶𝑂2 0,03
Hélio, metano, neônio e outros - 0,01
Total 100

Conversão de fração molar em fração mássica e conversão de fração


mássica em fração molar
Existem duas situações básicas, a primeira quando se quer converter fração molar em
fração mássica e a segunda quando se quer converter fração mássica em fração molar.
Vamos à primeira situação, em que se deseja converter a fração molar em fração
mássica. Vamos utilizar a seguinte fórmula.
𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖
𝑓𝑖 =
∑(𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖 )
Vamos à segunda situação, em que se deseja converter a fração mássica em fração
molar. Vamos utilizar a seguinte fórmula.
𝑓𝑖 ⁄𝑀𝑖
𝑦𝑖 =
𝑓
∑( 𝑖 )
𝑀𝑖
Exemplo 1.1 – Transformação da base molar para a base mássica
Seja uma amostra, com 0,02 kmols, contendo, na base molar: 40% de 𝑆𝑂2 ; 30% de 𝐶𝑂2 ;
30% de 𝑁2 . Determine:
a) o número de mols de cada componente;
b) o peso molecular aparente da mistura;
c) as frações mássicas de cada componente;
d) a massa de cada componente;
e) a massa da mistura.
Solução
a) O número de mols de cada componente.
O número de mols de cada componente é dado pela seguinte fórmula: 𝑛𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑛.

Componente 𝑦𝑖 𝑛𝑖 (kmol)
𝑆𝑂2 0,4 0,4 × 0,02 = 0,008
𝐶𝑂2 0,3 0,3 × 0,02 = 0,006
𝑁2 0,3 0,3 × 0,02 = 0,006
Total 1 0,02

7
O número de mols de cada componente vale: 0,008 kmols de 𝑆𝑂2 ; 0,006 kmols de 𝐶𝑂2 ;
0,006 kmols de 𝑁2 .

b) O peso molecular aparente da mistura.


Vamos utilizar a seguinte fórmula:

𝑀 = ∑ 𝑦𝑖 𝑀𝑖

Vamos montar a tabela.


Componente 𝑦𝑖 𝑀𝑖 (kg/kmol) 𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖
𝑆𝑂2 0,4 64,06 0,4 × 64,06 = 25,624
𝐶𝑂2 0,3 44,01 0,3 × 44,01 = 13,203
𝑁2 0,3 28,01 0,3 × 28,01 = 8,403
Total 1 47,23

O peso molecular da mistura vale 47,23 kg/kmol.


c) As frações mássicas de cada componentes.
Vamos utilizar os resultados da última coluna da tabela do item b para calcularmos as
frações mássicas de cada componente. A fórmula é dada por:
𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖
𝑓𝑖 =
𝑀
Componente 𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖 𝑓𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖 ⁄𝑀
𝑆𝑂2 0,4 × 64,06 = 25,624 0,54254
𝐶𝑂2 0,3 × 44,01 = 13,203 0,27955
𝑁2 0,3 × 28,01 = 8,403 0,17791
Total 47,23 1

As frações mássicas são: 54,254% de 𝑆𝑂2 ; 27,955% de 𝐶𝑂2 e 17,791% de 𝑁2 .


d) A massa de cada componente.
Para calcular a massa de cada componente basta utilizar a seguinte fórmula:
𝑚𝑖
𝑛𝑖 =
𝑀𝑖
Com os resultados do número de mols do item a, vamos montar a tabela com os
seguintes dados.
Componente 𝑛𝑖 (kmol) 𝑀𝑖 (kg/kmol) 𝑚𝑖 = 𝑛𝑖 ∙ 𝑀𝑖
𝑆𝑂2 0,008 64,06 0,008 × 64,06 = 0,51248
𝐶𝑂2 0,006 44,01 0,006 × 44,01 = 0,26406
𝑁2 0,006 28,01 0,006 × 28,01 = 0,16806
Total 0,02 0,9446

8
A massa de cada componente vale: 0,51248 kg de 𝑆𝑂2 ; 0,26406 kg de 𝐶𝑂2 e 0,16806 kg
de 𝑁2 .
e) A massa da mistura.
A massa da mistura é obtida através da última linha e da última coluna da tabela anterior
e vale 0,9446 kg.

Exemplo 1.2 – Transformação da base mássica para a base molar


Seja uma amostra contendo na base mássica: 10% de 𝐻2 ; 50% de 𝐶𝑂2 ; 40% de 𝑁2 .
Determine:
a) as frações molares de cada componente;
b) o peso molecular aparente da mistura.

Solução
a) As frações molares de cada componente.
Vamos utilizar a seguinte equação para transformar fração molar em fração mássica.
𝑓𝑖 ⁄𝑀𝑖
𝑦𝑖 =
𝑓
∑( 𝑖 )
𝑀𝑖
Componente 𝑓𝑖 𝑀𝑖 𝑓𝑖 ⁄𝑀𝑖 𝑦𝑖
𝐻2 0,1 2,016 0,1 / 2,016 = 0,049603 0,049603/0,075245 = 0,65922
𝐶𝑂2 0,5 44,01 0,5 / 44,01 = 0,011361 0,011361/0,075245 = 0,15099
𝑁2 0,4 28,01 0,4 / 28,01 = 0,014281 0,014281/0,075245 = 0,18979
Total 1 1 0,075245 1

A fração molar de cada componente vale: 65,922% de 𝐻2 ; 15,099% de 𝑂2 ; 18,979% de


𝑁2 .
b) O peso molecular aparente da mistura.
O peso molecular aparente da mistura é dada pela seguinte fórmula.
1
𝑀=
𝑓
∑( 𝑖 )
𝑀𝑖
Onde o resultado do denominado desta equação está na última linha da quarta coluna
da tabela anterior, então:
1 1
𝑀= = = 13,290
𝑓
∑ ( 𝑖 ) 0,075245
𝑀𝑖
O peso molecular aparente da mistura vale 13,290 kg/kmol.

9
Relação entre pressão, volume e temperatura
Para relacionarmos estas variáveis, será utilizado o modelo de Dalton, que considera
que uma mistura e seus componentes ocupam o mesmo volume e estão à mesma temperatura,
mas cada componente tem uma pressão parcial (𝑝𝑖 ), sendo que a soma das pressões parciais de
todos os componentes corresponderá à pressão da mistura (𝑝). Como os componentes e a
mistura se comportam como gases ideias, podemos utilizar a própria equação dos gases ideais.
Estas relações podem ser usadas para uma mistura em um sistema, caso em que a massa
se conserva, e para um volume de controle, em que a região de estudo é fixa e há entradas e
saídas de massa.
Fórmulas para sistema.
O volume da mistura (∀) e o volume de cada componente (∀𝑖 ) em um dado sistema
ocupam a mesma região, ou seja, estão ocupando o mesmo volume, sendo que a relação é dada
por:
∀ = ∀𝑖
Se o sistema está a uma determinada temperatura, então a temperatura da mistura (𝑇)
e a temperatura de cada componente (𝑇𝑖 ) são iguais, que pode ser expresso como:
𝑇 = 𝑇𝑖
A pressão da mistura (𝑝) a pressão de cada componente (𝑝𝑖 ) em um dado sistema são
dadas por:

𝑝 = 𝑝1 + 𝑝2 + 𝑝3 + ⋯ + 𝑝𝐼 → 𝑝 = ∑ 𝑝𝑖

Aplicando a equação dos gases ideais para a mistura e para cada componente
conseguiremos relacionar a pressão da mistura com a pressão parcial de cada componente e
com a fração molar de cada componente.
𝑛𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖⁄
𝑝𝑖 ∀𝑖
=
𝑝 ̅
𝑛𝑅 𝑇⁄

Entretanto, temos que: 𝑇 = 𝑇𝑖 e ∀= ∀𝑖 , então teremos:
𝑝𝑖 𝑛𝑖
=
𝑝 𝑛
A razão entre o número de mols do componente (𝑛𝑖 ) e o número de mols da mistura
(𝑛), que fornecerá a fração molar do i-ésimo componente (𝑦𝑖 ), ou seja:
𝑛𝑖
𝑦𝑖 =
𝑛
Substituindo na penúltima equação, teremos:
𝑝𝑖
= 𝑦𝑖 → 𝑝𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑝
𝑝
Equação dos gases ideais para a mistura em um sistema.
𝑚𝑅̅ 𝑇 𝑅̅ 𝑇
𝑝∀ = 𝑛𝑅̅ 𝑇 𝑜𝑢 𝑝∀ = 𝑜𝑢 𝑝𝑣 =
𝑀 𝑀
Onde: 𝑝 é pressão da mistura; ∀ é o volume da mistura; 𝑛 é o número de mols da
mistura; 𝑇 é a temperatura da mistura; 𝑚 é a massa da mistura; 𝑣 é o volume específico da
mistura; 𝑅̅ é a constante universal dos gases e vale 8,314 kJ/(kmolK).

10
Equação dos gases ideais para o i-ésimo componente da mistura em um sistema.
𝑚𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖
𝑝𝑖 ∀𝑖 = 𝑛𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖 𝑜𝑢 𝑝𝑖 ∀𝑖 = 𝑜𝑢 𝑝𝑖 𝑣𝑖 =
𝑀𝑖 𝑀𝑖
Onde: 𝑝𝑖 é pressão do i-ésimo componente; ∀𝑖 é o volume do i-ésimo componente; 𝑛𝑖
é o número de mols do i-ésimo componente; 𝑇𝑖 é a temperatura do i-ésimo componente; 𝑚𝑖 é
a massa do i-ésimo componente; 𝑣𝑖 é o volume específico do i-ésimo componente.
Lembrando que os volumes da mistura e de cada componente serão iguais se estiverem
juntos dentro de um sistema e o volume de cada componente será diferente se estiver em
compartimentos diferentes. Veja as figuras a seguir.

Figura 1.2 – Casos em que os volumes dos componentes são iguais ao volume da mistura
e quando eles são diferentes.

Fórmulas para volume de controle.


A vazão volumétrica da mistura (∀̇) e a vazão volumétrica de cada componente (∀̇𝑖 ) em
um dado volume de controle são dadas por:
∀̇ = ∀̇𝑖
A temperatura da mistura (𝑇) e a temperatura de cada componente (𝑇𝑖 ) em um dado
volume de controle são dadas por:
𝑇 = 𝑇𝑖
A pressão da mistura (𝑝) a pressão de cada componente (𝑝𝑖 ) em um dado volume de
controle são dadas por:
𝑝𝑖
= 𝑦𝑖 → 𝑝𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑝
𝑝
Equação dos gases ideais para a mistura em um volume de controle.
𝑚̇𝑅̅ 𝑇 𝑅̅ 𝑇
𝑝∀̇ = 𝑛̇ 𝑅̅ 𝑇 𝑜𝑢 𝑝∀̇ = 𝑜𝑢 𝑝𝑣 =
𝑀 𝑀
Onde: ∀̇ é a vazão volumétrica da mistura; 𝑛̇ é a vazão molar da mistura; 𝑚̇ é a vazão
mássica da mistura.
Equação dos gases ideais para o i-ésimo componente da mistura em um volume de
controle.
𝑚̇𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖
𝑝𝑖 ∀̇𝑖 = 𝑛̇ 𝑖 𝑅̅ 𝑇𝑖 𝑜𝑢 𝑝𝑖 ∀̇𝑖 = 𝑜𝑢 𝑝𝑖 𝑣𝑖 =
𝑀𝑖 𝑀𝑖

11
Onde: ∀̇𝑖 é a vazão volumétrica do i-ésimo componente; 𝑛̇ 𝑖 é a vazão molar do i-ésimo
componente; 𝑚̇𝑖 é a vazão mássica do i-ésimo componente.

Propriedades para uma mistura de gases ideais


A princípio, as propriedades dos gases são dadas na base molar, por exemplo: dióxido
de carbono (𝐶𝑂2 ); nitrogênio (𝑁2 ); monóxido de carbono (𝐶𝑂) e vapor de água (𝐻2 𝑂). Já para o
ar seco, as propriedades são dadas na base mássica e para alguns gases monoatômicos, Hélio,
Neônio e Argônio, o calor específico na base molar dividido pela constante universal dos gases
vale 2,5, que é um valor constante para uma grande faixa de temperatura. Há valores tabelados
do calor específico à pressão constante, calor específico a volume constante e razão entre os
calores específicos na base mássica para alguns gases, como por exemplo: ar; dióxido de
carbono, nitrogênio, monóxido de carbono, hidrogênio e oxigênio.
Então para o Hélio, Neônio e para o Argônio, temos:
𝑐̅𝑝
= 2,5 𝑒 𝑅̅ = 8,314 𝑘𝐽/(𝑘𝑚𝑜𝑙 ∙ 𝐾)
𝑅̅
Temos a seguinte relação: 𝑐̅𝑝 = 𝑐̅𝑣 + 𝑅̅
Então para o Hélio, o Argônio e o Neônio, temos os seguintes calores específicos:
𝑐̅𝑝 = 20,785 kJ/(kmolK) e 𝑐̅𝑣 = 12,471 kJ/(kmolK)

Energia interna
A energia interna específica pode ser dada na base mássica, como por exemplo, a
energia interna específica da água ou do refrigerante 134a, dada em kJ/kg, mas também, pode
ser dada na base molar, em kJ/kmol, como aqueles gases já citados.
A energia interna específica de i-ésimo componente na base molar (𝑢̅𝑖 ) relaciona-se com
a energia interna específica do i-ésimo componente na base mássica (𝑢𝑖 ), conforme a equação
a seguir.
𝑢̅𝑖
𝑢𝑖 =
𝑀𝑖
A energia interna específica da mistura na base molar (𝑢̅) relaciona-se com a energia
interna específica da mistura na base mássica (𝑢), conforme a equação a seguir.
𝑢̅
𝑢=
𝑀
A energia interna específica de i-ésimo componente na base molar (𝑢̅𝑖 ) relaciona-se com
a energia interna específica da mistura na base molar (𝑢̅), conforme a equação a seguir.

𝑢̅ = ∑(𝑦𝑖 ∙ 𝑢̅𝑖 )

A energia interna específica de i-ésimo componente na base mássica (𝑢𝑖 ) relaciona-se


com a energia interna específica da mistura na base mássica (𝑢), conforme a equação a seguir.

𝑢 = ∑(𝑓𝑖 ∙ 𝑢𝑖 )

A energia interna do i-ésimo componente (𝑈𝑖 ) relaciona-se com a energia interna


específica do i-ésimo componente na base molar (𝑢̅𝑖 ) e com o número de mols do i-ésimo
componente (𝑛𝑖 ). A energia interna do i-ésimo componente (𝑈𝑖 ) relaciona-se com a energia

12
interna específica do i-ésimo componente na base mássica (𝑢𝑖 ) e com a massa do i-ésimo
componente (𝑚𝑖 ). A equação das duas é dada a seguir.
𝑈𝑖 = 𝑛𝑖 ∙ 𝑢̅𝑖 = 𝑚𝑖 ∙ 𝑢𝑖
A energia interna do sistema (𝑈) é dada por:

𝑈 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3 + ⋯ + 𝑈𝐼 → 𝑈 = ∑ 𝑈𝑖

A energia interna do sistema (𝑈) também pode ser dada por:

𝑈 = 𝑛 ∙ 𝑢̅ = 𝑛 ∑(𝑦𝑖 ∙ 𝑢̅𝑖 ) = ∑(𝑛𝑖 ∙ 𝑢̅𝑖 )

A energia interna do sistema (𝑈) também pode ser dada por:

𝑈 = 𝑚 ∙ 𝑢 = 𝑚 ∑(𝑓𝑖 ∙ 𝑢𝑖 ) = ∑(𝑚𝑖 ∙ 𝑢𝑖 )

A variação de energia interna é dada por:

∆𝑈 = ∆𝑈1 + ∆𝑈2 + ∆𝑈3 + ⋯ + ∆𝑈𝐼 → ∆𝑈 = ∑ ∆𝑈𝑖

A variação de energia interna com os valores específicos na base molar pode ser dada
por:

∆𝑈 = 𝑛∆𝑢̅ = ∑(𝑛𝑖 ∆𝑢̅𝑖 ) = 𝑛 ∑(𝑦𝑖 ∆𝑢̅𝑖 )

A variação de energia interna com os valores específicos na base mássica pode ser dada
por:

∆𝑈 = 𝑚∆𝑢 = ∑(𝑚𝑖 ∆𝑢𝑖 ) = 𝑚 ∑(𝑓𝑖 ∆𝑢𝑖 )

A variação de energia interna específica pode ser dada por:

∆𝑢̅ = ∑(𝑦𝑖 ∆𝑢̅𝑖 ) 𝑜𝑢 ∆𝑢 = ∑(𝑓𝑖 ∆𝑢𝑖 )

A relação entre a variação de energia interna na base mássica e na base molar.


∆𝑢̅ ∆𝑢̅𝑖
∆𝑢 = 𝑜𝑢 ∆𝑢𝑖 =
𝑀 𝑀𝑖
Entalpia
A entalpia específica pode ser dada na base mássica ou na base molar, como aconteceu
com a energia interna.
A entalpia específica de i-ésimo componente na base molar (ℎ̅𝑖 ) relaciona-se com a
entalpia interna específica do i-ésimo componente na base mássica (ℎ𝑖 ), conforme a equação a
seguir.
ℎ̅𝑖
ℎ𝑖 =
𝑀𝑖
A entalpia específica da mistura na base molar (ℎ̅) relaciona-se com a entalpia específica
da mistura na base mássica (ℎ), conforme a equação a seguir.
ℎ̅
ℎ=
𝑀
A entalpia específica de i-ésimo componente na base molar (ℎ̅𝑖 ) relaciona-se com a
entalpia específica da mistura na base molar (ℎ̅), conforme a equação a seguir.

13
ℎ̅ = ∑(𝑦𝑖 ∙ ℎ̅𝑖 )

A entalpia específica de i-ésimo componente na base mássica (ℎ𝑖 ) relaciona-se com a


entalpia específica da mistura na base mássica (ℎ), conforme a equação a seguir.

ℎ = ∑(𝑓𝑖 ∙ ℎ𝑖 )

A entlapia do i-ésimo componente (𝐻𝑖 ) relaciona-se com a entalpia específica do i-ésimo


componente na base molar (ℎ̅𝑖 ) e com o número de mols do i-ésimo componente (𝑛𝑖 ). A entalpia
do i-ésimo componente (𝐻𝑖 ) relaciona-se com a entalpia específica do i-ésimo componente na
base mássica (ℎ𝑖 ) e com a massa do i-ésimo componente (𝑚𝑖 ). A equação das duas é dada a
seguir.
𝐻𝑖 = 𝑛𝑖 ∙ ℎ̅𝑖 = 𝑚𝑖 ∙ ℎ𝑖
A entalpia do sistema (𝐻) é dada por:

𝐻 = 𝐻1 + 𝐻2 + 𝐻3 + ⋯ + 𝐻𝐼 → 𝐻 = ∑ 𝐻𝑖

A entalpia do sistema (𝐻) também pode ser dada por:

𝐻 = 𝑛 ∙ ℎ̅ = 𝑛 ∑(𝑦𝑖 ∙ ℎ̅𝑖 ) = ∑(𝑛𝑖 ∙ ℎ̅𝑖 )

A entalpia do sistema (𝐻) também pode ser dada por:

𝐻 = 𝑚 ∙ ℎ = 𝑚 ∑(𝑓𝑖 ∙ ℎ𝑖 ) = ∑(𝑚𝑖 ∙ ℎ𝑖 )

A variação de entalpia é dada por:

∆𝐻 = ∆𝐻1 + ∆𝐻2 + ∆𝐻3 + ⋯ + ∆𝐻𝐼 → ∆𝐻 = ∑ ∆𝐻𝑖

A variação de entalpia com os valores específicos na base molar pode ser dada por:

∆𝐻 = 𝑛∆ℎ̅ = ∑(𝑛𝑖 ∆ℎ̅𝑖 ) = 𝑛 ∑(𝑦𝑖 ∆ℎ̅𝑖 )

A variação de entalpia com os valores específicos na base mássica pode ser dada por:

∆𝐻 = 𝑚∆ℎ = ∑(𝑚𝑖 ∆ℎ𝑖 ) = 𝑚 ∑(𝑓𝑖 ∆ℎ𝑖 )

A variação de entalpia específica pode ser dada por:

∆ℎ̅ = ∑(𝑦𝑖 ∆ℎ̅𝑖 ) 𝑜𝑢 ∆ℎ = ∑(𝑓𝑖 ∆ℎ𝑖 )

A relação entre a variação de entalpia na base mássica e na base molar.


∆ℎ̅ ∆ℎ̅𝑖
∆ℎ = 𝑜𝑢 ∆ℎ𝑖 =
𝑀 𝑀𝑖
Entropia
A entropia de uma substância pura como água tem o valor tabelado, portanto é só obter
o valor para uma dada temperatura e pressão, já para o ar, tem-se o valor de uma função de
entropia (𝑠 𝑜 ) que depende somente da temperatura e está na base mássica, mas não temos o
valor da entropia do ar para uma determinada temperatura e pressão. O que acontece nestes
casos é calcular a variação de entropia para o ar, conforme a equação a seguir.
𝑅̅ 𝑝2
∆𝑠 = 𝑠2 − 𝑠1 = 𝑠2𝑜 − 𝑠1𝑜 − 𝑙𝑛 ( )
𝑀 𝑝1

14
Onde:
𝑠2 − 𝑠1 é a variação de entropia do ar entre as temperaturas 𝑇2 e 𝑇1 ;
𝑠1𝑜 é a função de entropia para o ar na temperatura 𝑇1 ;
𝑠2𝑜 é a função de entropia para o ar na temperatura 𝑇2 ;
𝑝1 é a pressão do ar na condição 1;
𝑝2 é a pressão do ar na condição 2.

Para os gases ideais, a variação de entropia é calculada de modo análogo ao que foi feito
para o ar e os valores tabelados da função de entropia (𝑠̅ 𝑜 ) são dados na base molar, ou seja,
em kJ/(kmolK).
Variação de entropia para o i-ésimo componente na base molar (∆𝑠̅𝑖 ) é dada por:
𝑝2,𝑖
∆𝑠̅𝑖 = 𝑠̅𝑖𝑜 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝑖𝑜 (𝑇1 ) − 𝑅̅ 𝑙𝑛 ( )
𝑝1,𝑖
Relação entre variação de entropia para o i-ésimo componente na base molar (∆𝑠̅𝑖 ) e
variação de entropia para a mistura (∆𝑠̅) é dada por:

∆𝑠̅ = ∑(𝑦𝑖 ∙ ∆𝑠̅𝑖 )

Um detalhe muito importante, se entre a seção de saída e a seção de entrada de um


volume de controle, as proporções dos componentes se mantiverem constantes, então teremos
a seguinte relação de pressão:
𝑝2,𝑖 𝑝2
=
𝑝1,𝑖 𝑝1

Exemplo 1.3 – Mistura a uma dada pressão e temperatura


Uma combustão do gás metano (𝐶𝐻4 ) ocorreu a 300 kPa e 450 K. A análise molar dos
produtos gasosos de combustão estequiométrica do metano é:
Gás Fração molar
𝐶𝑂2 0,08
𝐻2 𝑂 0,16
𝑁2 0,76
Soma 1

Determine:
a) a massa molecular aparente da mistura, em kg/kmol;
b) a composição em termos de fração mássica (análise gravimétrica);
c) para 0,4 kmol de mistura, a massa de cada componente, em kg;
d) a pressão parcial de cada componente, em kPa;
e) o volume de cada componente em m3.

15
Solução
a) A massa molecular aparente da mistura, em kg/kmol.

Gás 𝑦𝑖 𝑀𝑖 𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖
CO2 0,08 44,01 3,5208
H2O 0,16 18,016 2,8826
N2 0,76 28,01 21,2876
Σ 1 27,691

A massa molecular aparente vale 27,691 kg/kmol.

b) A composição em termos de fração mássica (análise gravimétrica).

Gás 𝑦𝑖 𝑀𝑖 𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖 𝑓𝑖 = 𝑦𝑖 𝑀𝑖 ⁄𝑀
CO2 0,08 44,01 3,5208 3,5208/27,691 = 0,127146
H2O 0,16 18,016 2,8826 2,8826/27,691 = 0,104099
N2 0,76 28,01 21,2876 21,2876/27,691 = 0,768755
Σ 1 27,691 1

As frações mássicas está na quinta coluna e são:


𝑓𝐶𝑂2 = 0,127146; 𝑓𝐻2 𝑂 = 0,104099; 𝑓𝑁2 = 0,768755
c) Para 0,4 kmol de mistura, determine a massa de cada componente, em kg.
𝑚 = 𝑛 ∙ 𝑀 = 0,4 ∙ 27,691 = 11,0764 𝑘𝑔
A massa de cada componente é dada por:
𝑚𝑖 = 𝑓𝑖 ∙ 𝑚
Gás 𝑚𝑖 = 𝑓𝑖 ∙ 𝑚
CO2 0,127146×11,0764 = 1,40832
H2O 0,104099×11,0764 = 1,15304
N2 0,768755×11,0764 = 8,51504
Σ 11,0764

A massa de cada componente, em kg, vale.


𝑚𝐶𝑂2 = 1,40832; 𝑚𝐻2 𝑂 = 1,15304; 𝑚𝑁2 = 8,51504

d) A pressão parcial de cada componente, em kPa.


A pressão parcial de cada componente é dada por: 𝑝𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑝. A pressão da mistura (𝑝)
vale 300 kPa.

16
Gás 𝑦𝑖 𝑝𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑝
CO2 0,08 0,08×300 = 24
H2O 0,16 0,16×300 = 48
N2 0,76 0,76×300 = 228
Σ 1 300

A pressão de cada componente, em kPa, vale:

𝑝𝐶𝑂2 = 24; 𝑝𝐻2 𝑂 = 48; 𝑝𝑁2 = 228

e) O volume de cada componente em m3.


Sabe-se que cada componente ocupará o mesmo volume, de acordo com a lei de Dalton,
portanto, só precisamos calcular o volume de um componente.
Aplicando a lei dos gases ideais, o volume do dióxido de carbono vale:

𝑚𝐶𝑂2 𝑅̅𝑇 1,40832 ∙ 8,314 ∙ 450


𝑝𝐶𝑂2 ∙ ∀𝐶𝑂2 = → 24 ∙ ∀𝐶𝑂2 = → ∀𝐶𝑂2 = 4,9884
𝑀𝐶𝑂2 44,01
O volume de cada componente e da mistura será de 4,9884 m3.

Primeira Lei para Sistema


A primeira lei para sistema se aplica normalmente para uma mistura de gases, levando em
consideração a quantidade total de gases.
𝑄12 − 𝑊12 = ∆𝑈 + ∆𝐸𝐶 + ∆𝐸𝑃
Onde:
𝑄12 é o calor transferido em um processo do estado 1 para o estado2;
𝑊12 é o trabalho realizado em um processo do estado 1 para o estado2;
∆𝑈 é a variação de energia interna da mistura;
∆𝐸𝐶 é a variação de energia cinética da mistura;
∆𝐸𝑃 é a variação de energia potencial da mistura.

Agora temos que o trabalho em um processo ocorre para o caso de gases ideais, em que a forma
geral é dada por:
2
𝑊12 = ∫ 𝑝𝑑∀
1

Onde:
𝑝 é a pressão da mistura;
∀ é o volume da mistura.

17
Exemplos aplicados a sistemas

Exemplo 1.4 - Compressão politrópica de uma mistura de gases ideais

Uma mistura de 0,3 kg de dióxido de carbono


(𝐶𝑂2 ) e 0,20 kg de nitrogênio (𝑁2 ) é comprimida em
um conjunto cilindro-pistão de 𝑝1 = 1 bar e 𝑇1 = 300 K
até 𝑝2 = 3 bar em um processo politrópico no qual 𝑛𝑝
= 1,25.

Determine:
a) o número de mols da mistura, em kmol;
b) a massa molecular aparente, em kg/kmol;
c) a temperatura ao final da compressão, em K;
d) o trabalho de compressão, em kJ;
e) a variação de energia interna do CO2, em kJ;
f) a variação de energia interna do N2, em kJ;
g) a variação de energia interna da mistura, em kJ;
h) a transferência de calor, em kJ;
i) a pressão parcial do CO2 e do N2 à pressão de 1 bar;
j) a pressão parcial do CO2 e do N2 à pressão de 3 bar;
k) a variação de entropia do CO2, em kJ/K;
l) a variação de entropia do N2, em kJ/K;
m) a variação de entropia da mistura, em kJ/K.

Dióxido de Carbono (CO2) Nitrogênio (N2)


𝑇 (K) 𝑢̅ (kJ/kmol) ̅̅̅
𝑠 𝑜 [kJ/(kmol∙K)] 𝑢̅ (kJ/kmol) ̅̅̅
𝑠 𝑜 [kJ/(kmol∙K)]
300 6939 213,915 6229 191,682
370 9068 222,044 7687 197,794
380 9392 223,122 7895 198,572

Solução
a) O número de mols da mistura, em kmol.
𝑚𝑖 0,30 0,20
𝑛 = ∑( )= + = 0,013957
𝑀𝑖 44,01 28,01
O número de mols da mistura vale 0,013957 kmol.

18
b) A massa molecular aparente, em kg/kmol.
𝑚 0,5
𝑛= → 0,013957 = → 𝑀 = 35,82
𝑀 𝑀
A massa molecular aparente vale 35,82 kg/kmol.
c) A temperatura ao final da compressão, em K.
Para um processo politrópico de um gás ideal, temos a seguinte equação:
𝑛𝑝 −1 1,25−1
𝑇2 𝑝2 𝑛𝑝 𝑇2 3 1,25
=( ) → =( ) → 𝑇2 = 373,7
𝑇1 𝑝1 300 1
A temperatura final de compressão vale 373,7 K.
d) O trabalho de compressão, em kJ.
O trabalho de um processo politrópico de um gás ideal é dado por:
𝑛𝑅̅ (𝑇2 − 𝑇1 ) 0,013957 ∙ 8,314 ∙ (373,7 − 300)
𝑊12 = = → 𝑊12 = −34,21
1 − 𝑛𝑝 1 − 1,25
O trabalho de compressão vale -34,21 kJ.
e) a variação de energia interna do CO2, em kJ;
𝑚𝐶𝑂2
∆𝑈𝐶𝑂2 = 𝑈𝐶𝑂2 (𝑇2 ) − 𝑈𝐶𝑂2 (𝑇1 ) = 𝑛𝐶𝑂2 [𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇2 ) − 𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇1 )] = [𝑢̅ (𝑇 ) − 𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇1 )]
𝑀𝐶𝑂2 𝐶𝑂2 2
0,30
∆𝑈𝐶𝑂2 = [9187,9 − 6939] = 15,33
44,01
A variação de energia interna do dióxido de carbono vale 15,33 kJ.
f) A variação de energia interna do N2, em kJ.
𝑚𝑁2
∆𝑈𝑁2 = 𝑈𝑁2 (𝑇2 ) − 𝑈𝑁2 (𝑇1 ) = 𝑛𝑁2 [𝑢̅𝑁2 (𝑇2 ) − 𝑢̅𝑁2 (𝑇1 )] = [𝑢̅ (𝑇 ) − 𝑢̅𝑁2 (𝑇1 )]
𝑀𝑁2 𝑁2 2
0,20
∆𝑈𝑁2 = [7764,0 − 6229] = 10,96
28,01
A variação de energia interna do nitrogênio vale 10,96 kJ.
g) A variação de energia interna da mistura, em kJ.
∆𝑈 = ∆𝑈𝐶𝑂2 + ∆𝑈𝑁2 = 15,33 + 10,96 = 26,29
A variação da energia interna da mistura vale 26,29 kJ.
h) A transferência de calor, em kJ.
Aplicando a primeira lei da termodinâmica para sistemas em regime permanente,
teremos:
𝑄12 − 𝑊12 = ∆𝑈 + ∆𝐸𝐶 + ∆𝐸𝑃
Neste caso, a variação de energia cinética (∆𝐸𝐶) e a variação de energia potencial (∆𝐸𝑃)
são iguais a ZERO. Consequentemente, a primeira lei torna-se:
𝑄12 − 𝑊12 = ∆𝑈 → 𝑄12 = 𝑊12 + ∆𝑈 = −34,21 + 26,29 = −7,92

19
A transferência de calor vale -7,92 kJ. Neste caso houve uma transferência de calor para
fora do conjunto cilindro-pistão.
i) A pressão parcial do CO2 e do N2 à pressão de 1 bar.
A pressão parcial do dióxido de carbono a 1 bar vale:
𝑝1,𝐶𝑂2 = 𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑝1
A fração molar é dada por:
𝑛𝐶𝑂2 𝑚𝐶𝑂2 ⁄𝑀𝐶𝑂2 0,30⁄44,01
𝑦𝐶𝑂2 = = = = 0,4884
𝑛 𝑛 0,013957
Então, a pressão parcial do CO2 para a pressão de 1 bar é dada por:
𝑝1,𝐶𝑂2 = 𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑝1 = 0,4884 ∙ 1 = 0,4884
A pressão parcial do nitrogênio a 1 bar vale:
𝑝1,𝑁2 = 𝑦𝑁2 ∙ 𝑝1
A fração molar é dada por:
𝑛𝑁2 𝑚𝑁2 ⁄𝑀𝑁2 0,20⁄28,01
𝑦𝑁2 = = = = 0,5116
𝑛 𝑛 0,013957
Então, a pressão parcial do N2 para a pressão de 1 bar é dada por:
𝑝1,𝑁2 = 𝑦𝑁2 ∙ 𝑝1 = 0,5116 ∙ 1 = 0,5116
A pressão parcial do CO2 vale 0,4884 bar e a pressão parcial do N2 vale 0,5116 bar.
j) A pressão parcial do CO2 e do N2 à pressão de 3 bar.
O mesmo raciocínio em relação ao que foi feito no item anterior, mas agora com uma
pressão de mistura de 3 bar.
A pressão parcial do dióxido de carbono a 3 bar vale:
𝑝2,𝐶𝑂2 = 𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑝2
A fração molar é dada por:
𝑛𝐶𝑂2 𝑚𝐶𝑂2 ⁄𝑀𝐶𝑂2 0,30⁄44,01
𝑦𝐶𝑂2 = = = = 0,4884
𝑛 𝑛 0,013957
Então, a pressão parcial do CO2 para a pressão de 3 bar é dada por:
𝑝2,𝐶𝑂2 = 𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑝2 = 0,4884 ∙ 3 = 1,4652
A pressão parcial do nitrogênio a 3 bar vale:
𝑝2,𝑁2 = 𝑦𝑁2 ∙ 𝑝2
A fração molar é dada por:
𝑛𝑁2 𝑚𝑁2 ⁄𝑀𝑁2 0,20⁄28,01
𝑦𝑁2 = = = = 0,5116
𝑛 𝑛 0,013957
Então, a pressão parcial do N2 para a pressão de 3 bar é dada por:
𝑝2,𝑁2 = 𝑦𝑁2 ∙ 𝑝2 = 0,5116 ∙ 3 = 1,5348
A pressão parcial do CO2 vale 1,4652 bar e a pressão parcial do N2 vale 1,5348 bar.
k) A variação de entropia do CO2, em kJ/K.

20
A variação de entropia de um gás ideal, com propriedades variáveis, é dada por:
𝑝2,𝐶𝑂2
𝑜 (𝑇 )
∆𝑆𝐶𝑂2 = 𝑛𝐶𝑂2 [𝑠̅𝐶𝑂 𝑜 ̅
2 − 𝑠̅𝐶𝑂2 (𝑇1 ) − 𝑅 ln ( )]
2
𝑝1,𝐶𝑂2
𝑚𝐶𝑂2 𝑜 𝑝2,𝐶𝑂2
∆𝑆𝐶𝑂2 = 𝑜 (𝑇 )
[𝑠̅𝐶𝑂2 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝐶𝑂 ̅
1 − 𝑅 ln ( )]
𝑀𝐶𝑂2 2
𝑝1,𝐶𝑂2

0,30 1,4652
∆𝑆𝐶𝑂2 = [222,443 − 213,915 − 8,314ln ( )]
44,01 0,4884
∆𝑆𝐶𝑂2 = −0,00413
A variação de entropia do dióxido de carbono vale -0,00413 kJ/K.
l) A variação de entropia do N2, em kJ/K.
𝑝2,𝑁2
∆𝑆𝑁2 = 𝑛𝑁2 [𝑠̅𝑁𝑜2 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝑁𝑜2 (𝑇1 ) − 𝑅̅ ln ( )]
𝑝1,𝑁2

𝑚𝑁2 𝑜 𝑝2,𝑁2
∆𝑆𝑁2 = [𝑠̅𝑁2 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝑁𝑜2 (𝑇1 ) − 𝑅̅ ln ( )]
𝑀𝑁2 𝑝1,𝑁2

0,20 1,5348
∆𝑆𝑁2 = [198,082 − 191,682 − 8,314ln ( )]
28,01 0,5116
∆𝑆𝐶𝑂2 = −0,01952
A variação de entropia do nitrogênio vale -0,001952 kJ/K.
m) A variação de entropia da mistura, em kJ/K;
∆𝑆 = ∆𝑆𝐶𝑂2 + ∆𝑆𝑁2 = −0,00413 − 0,01952 = −0,02365
A variação da mistura vale -0,02365 kJ/K.

Exemplo 1.5 – Mistura adiabática a volume constante


Dois reservatórios de pressão rígidos, isolados, estão conectados por uma válvula.
Inicialmente 0,025 kmol de dióxido de carbono (𝐶𝑂2 ) está à pressão (𝑝𝑖,𝐶𝑂2 ) de 1,5 bar e à
temperatura (𝑇𝑖,𝐶𝑂2 ) de 600 K está contido em um dos reservatórios. O outro reservatório
contém inicialmente 0,05 kmol de nitrogênio (𝑁2 ) à pressão (𝑝𝑖,𝑁2 ) de 3,0 bar e à temperatura
(𝑇𝑖,𝑁2 ) de 300 K. A válvula é aberta e permite-se a mistura dos gases até que seja alcançado o
estado de equilíbrio final. Durante este processo, não há interação de calor ou trabalho entre os
conteúdos dos vasos de pressão e a vizinhança. Neste caso, não há variação de energia cinética
e nem variação de energia potencial.

21
Determine:
a) o volume inicial do dióxido de carbono, em m3;
b) o volume inicial do nitrogênio, em m3;
c) a temperatura final da mistura, em K, após a abertura da válvula;
d) a pressão final da mistura, em kPa;
e) as pressões parciais finais, em kPa;
f) a geração de entropia, em kJ/K.

Solução
a) O volume inicial do dióxido de carbono, em m3.
Aplicando a equação dos gases ideais, temos:
𝑝𝑖,𝐶𝑂2 ∙ ∀𝑖,𝐶𝑂2 = 𝑛𝐶𝑂2 ∙ 𝑅̅ ∙ 𝑇𝑖,𝐶𝑂2 → 150 ∙ ∀𝑖,𝐶𝑂2 = 0,025 ∙ 8,314 ∙ 600
∀𝑖,𝐶𝑂2 = 0,8314 𝑚3
O volume inicial do dióxido de carbono vale 0,8314 m3.
b) O volume inicial do nitrogênio, em m3.
𝑝𝑖,𝑁2 ∙ ∀𝑖,𝑁2 = 𝑛𝑁2 ∙ 𝑅̅ ∙ 𝑇𝑖,𝑁2 → 300 ∙ ∀𝑖,𝑁2 = 0,05 ∙ 8,314 ∙ 300
∀𝑖,𝑁2 = 0,4157 𝑚3
O volume inicial do nitrogênio vale 0,4157 m3.
c) A temperatura final da mistura, em K, após a abertura da válvula.
Aplicando a equação da primeira lei da termodinâmica para sistema, temos:
𝑄12 − 𝑊12 = ∆𝑈 + ∆𝐸𝐶 + ∆𝐸𝑃
Como: 𝑄12 = 𝑊12 = ∆𝐸𝐶 = ∆𝐸𝑃 = 0, então a equação da primeira lei torna-se:
∆𝑈 = 0 → ∆𝑈 = ∆𝑈𝐶𝑂2 + ∆𝑈𝑁2 = 0
A variação de energia interna do dióxido de carbono vale:
∆𝑈𝐶𝑂2 = 𝑛𝐶𝑂2 ∙ [𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇𝑓 ) − 𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇𝑖 )] = 0,025 ∙ [𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇𝑓 ) − 𝑢̅𝐶𝑂2 (600𝐾)]
A energia interna do 𝐶𝑂2 a 600 K vale 17291 kJ/kmol. Então:
∆𝑈𝐶𝑂2 = 0,025 ∙ [𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇𝑓 ) − 17291]
A variação de energia interna do nitrogênio vale:
∆𝑈𝑁2 = 𝑛𝑁2 ∙ [𝑢̅𝑁2 (𝑇𝑓 ) − 𝑢̅𝑁2 (𝑇𝑖 )] = 0,05 ∙ [𝑢̅𝑁2 (𝑇𝑓 ) − 𝑢̅𝑁2 (300𝐾)]
A energia interna do 𝑁2 a 300 K vale 6229 kJ/kmol. Então:
∆𝑈𝑁2 = 0,05 ∙ [𝑢̅𝑁2 (𝑇𝑓 ) − 6229]
Substituindo as variações de energia interna parciais na variação da energia interna so
sistema, teremos:
∆𝑈 = ∆𝑈𝐶𝑂2 + ∆𝑈𝑁2 = 0

0,025 ∙ [𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇𝑓 ) − 17291] + 0,05 ∙ [𝑢̅𝑁2 (𝑇𝑓 ) − 6229] = 0

22
Deixando as incógnitas do lado esquerdo da equação, teremos:
0,025 ∙ 𝑢̅𝐶𝑂2 (𝑇𝑓 ) + 0,05𝑢̅𝑁2 ∙ (𝑇𝑓 ) = 0,025 ∙ 17291 + 0,05 ∙ 6229 = 743,73

Esta última equação diz que: 𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑈𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 → 𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 743,73

Esta é uma equação, em que precisamos estimar alguns valores de temperatura final
para que o lado esquerdo da equação seja igual ao lado direito dela. É um processo iterativo,
em que um erro de no máximo 1% já estará adequado para o nosso objetivo.
Sabemos que a temperatura inicial do dióxido de carbono vale 600 K e a temperatura
inicial do nitrogênio vale 300 K, então para uma mistura entre estes dois gases, a temperatura
final será um valor entre 300 K e 600 K. Como uma primeira aproximação, vamos estimar
temperaturas de 50 K em 50 K de 350 K a 550 K, vamos montar uma tabela e verificar o resultado.

𝑇 (K) 𝑢̅𝐶𝑂2 (kJ/kmol) 𝑢̅𝑁2 (kJ/kmol) 𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙


350 8439 7270 574,48
400 10046 8314 666,85
450 11742 9363 761,70
500 13521 10423 859,18
550 15372 11492 958,90

Podemos perceber que o resultado está entre 400 K e 450 K, sendo que a tabela fornece
valores de 10 em 10 K, então vamos listar os valores de 400 K a 450 K de 10 em 10 K.

𝑇 (K) 𝑢̅𝐶𝑂2 (kJ/kmol) 𝑢̅𝑁2 (kJ/kmol) 𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙


400 10046 8314 666,85
410 10378 8523 685,6
420 10714 8733 704,5
430 11053 8943 723,48
440 11393 9153 742,48
450 11742 9363 761,70

O valor da energia interna inicial (𝑈𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ) é de 743,73, então o resultado da


temperatura final estará entre 440 K e 450 K. Fazendo uma interpolação linear, teremos:

𝑇 (K) 𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑓 − 440 743,73 − 742,48


=
440 742,48 450 − 440 761,70 − 742,48
𝑇𝑓 743,73
𝑇𝑓 = 440,7
450 761,70

Calculando as propriedades da energia interna para 440,7 K, teremos:


Para 𝑇𝑓 = 440,7 K → 𝑢̅𝐶𝑂2 = 11417 kJ/kmol e 𝑢̅𝑁2 = 9168 kJ/kmol.
Calculando a energia interna final (𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ), teremos:

23
𝑈𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,025 ∙ 11417 + 0,05 ∙ 9168 = 743,83

O erro relativo vale:


743,83
𝐸𝑟𝑟𝑜 = ( − 1) × 100% = 0,0134%
743,73
O erro é de 0,0134%, o que está muito bom, então a temperatura final vale 440,7 K.
d) A pressão final da mistura, em kPa.
𝑝𝑓 ∙ (∀𝐶𝑂2 + ∀𝑁2 ) = (𝑛𝐶𝑂2 + 𝑛𝑁2 ) ∙ 𝑅̅ ∙ 𝑇𝑓
Substituindo os valores, teremos:
𝑝𝑓 ∙ (0,8314 + 0,4157) = (0,025 + 0,05) ∙ 8,314 ∙ 440,7
𝑝𝑓 = 220,35 𝑘𝑃𝑎
A pressão final vale 220,35 kPa.
e) As pressões parciais finais, em kPa.
As pressões parciais finais valem:
𝑛𝐶𝑂2 0,025
𝑝𝑓,𝐶𝑂2 = ∙ 𝑝𝑓 = ∙ 220,35 = 73,45
𝑛𝐶𝑂2 + 𝑛𝑁2 0,025 + 0,05

𝑛𝑁2 0,05
𝑝𝑓,𝑁2 = ∙ 𝑝𝑓 = ∙ 220,35 = 146,9
𝑛𝐶𝑂2 + 𝑛𝑁2 0,025 + 0,05

A pressão final do dióxido de carbono vale 73,45 kPa e a pressão final do nitrogênio vale
146,9 kPa.

f) A geração de entropia, em kJ/K.


A geração de entropia para sistemas é dada pela fórmula.
𝑓
𝛿𝑄
𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = ∫ ( ) + 𝑆𝑔𝑒𝑟
𝑖 𝑇 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡
Como o sistema é adiabático, então a transferência de calor é igual a zero e a geração
de entropia fica sendo a variação de entropia do sistema, que se torna:
𝑆𝑔𝑒𝑟 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = ∆𝑆𝐶𝑂2 + ∆𝑆𝑁2
A variação de entropia do dióxido de carbono é dada por:
𝑝𝑓,𝐶𝑂2
𝑜
∆𝑆𝐶𝑂2 = 𝑛𝐶𝑂2 [𝑠̅𝐶𝑂 𝑜 (𝑇 )
(𝑇𝑓 ) − 𝑠̅𝐶𝑂 ̅
𝑖 − 𝑅 ∙ 𝑙𝑛 ( )]
2 2
𝑝𝑖,𝐶𝑂2
Temos as seguintes propriedades para o dióxido de carbono.
𝑜
Condição 𝑇(K) 𝑠̅𝐶𝑂2
𝑝𝐶𝑂2 (kPa)
Inicial 600 243,199 150
Final 440,7 229,297 73,45

24
Substituindo os valores na variação de entropia do dióxido de carbono, teremos:
73,45
∆𝑆𝐶𝑂2 = 0,025 [229,297 − 243,199 − 8,314 ∙ 𝑙𝑛 ( )] = −0,1991
150
∆𝑆𝐶𝑂2 = −0,1991
A variação de entropia do dióxido de carbono vale -0,1991 kJ/K.

A variação de entropia do nitrogênio é dada por:


𝑝𝑓,𝑁2
∆𝑆𝑁2 = 𝑛𝑁2 [𝑠̅𝑁𝑜2 (𝑇𝑓 ) − 𝑠̅𝑁𝑜2 (𝑇𝑖 ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )]
𝑝𝑖,𝑁2
Temos as seguintes propriedades para o nitrogênio.

Condição 𝑇(K) 𝑠̅𝑁𝑜2 𝑝𝑁2 (kPa)


Inicial 300 191,682 300
Final 440,7 202,909 146,9

Substituindo os valores na variação de entropia do nitrogênio, teremos:


146,9
∆𝑆𝑁2 = 0,05 [202,909 − 191,682 − 8,314 ∙ 𝑙𝑛 ( )] = 0,8582
300
∆𝑆𝑁2 = 0,8582
A variação de entropia do nitrogênio vale 0,8582 kJ/K.

A geração de entropia é dada por:


𝑆𝑔𝑒𝑟 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = ∆𝑆𝐶𝑂2 + ∆𝑆𝑁2
Substituindo os valores, teremos:
𝑆𝑔𝑒𝑟 = ∆𝑆𝐶𝑂2 + ∆𝑆𝑁2 = −0,1991 + 0,8582 = 0,6591
A geração de entropia vale 0,6591 kJ/K.

Exemplo 1.6 - Expansão isobárica de uma mistura de gases ideais

Uma mistura com a seguinte fração


molar: 40% de ar; 36% de oxigênio e 24% de
neônio são expandidos em um conjunto
cilindro-pistão em um processo isobárico, em
que a pressão vale 540 kPa. A temperatura
inicial do processo vale 300 k e a temperatura
final do processo vale 480 K. O volume inicial
do conjunto cilindro-pistão vale 1000 cm3.
Vamos considerar que o início é o índice 1 e o
final é o índice 2.

25
Determine:
a) o número de mols da mistura, em kmol;
b) o número de mols de cada gás, em kmol;
c) a massa de cada gás, em kg;
d) o volume final da mistura, em cm3;
e) o trabalho de expansão, em J;
f) a variação de energia interna da mistura, em J;
g) a transferência de calor, em J;
h) a variação de entropia do ar, em J/K;
i) a variação de entropia do O2, em J/K;
j) a variação de entropia do Neônio, em J/K;
k) a variação de entropia da mistura, em kJ/K.

Propriedades do ar e do oxigênio.
Ar Oxigênio (O2)
𝑇 (K) 𝑢 (kJ/kg) 𝑠 𝑜 [kJ/(kg∙K)] 𝑢̅ (kJ/kmol) ̅̅̅
𝑠 𝑜 [kJ/(kmol∙K)]
300 214,07 1,70203 8736 205,213
480 482,49 2,17760 14151 219,326

O neônio tem propriedades constantes, em que: 𝑐̅𝑝 = 2,5𝑅̅ e 𝑐̅𝑣 = 1,5𝑅̅. Substituindo o
valor de 𝑅̅ = 8,314 kJ/(kmolK), teremos: 𝑐̅𝑝 = 20,785 kJ/(kmolK) e 𝑐̅𝑣 = 12,471 kJ/(kmolK)
Solução
a) O número de mols da mistura, em kmol.
Aplicando a equação dos gases ideais, teremos:
𝑝1 ∙ ∀1 = 𝑛 ∙ 𝑅̅ ∙ 𝑇1 → 540 ∙ 10−3 = 𝑛 ∙ 8,314 ∙ 300 → 𝑛 = 2,165 × 10−4
O número de mols da mistura vale 2,165×10-4 kmol.
b) O número de mols de cada gás, em kmol.
O número de mols de cada gás é dado por: 𝑛𝑖 = 𝑦𝑖 ∙ 𝑛. Substituindo os valores, teremos:
Número de mol do ar: 𝑛𝑎𝑟 = 0,4 ∙ 2,165 × 10−4 = 0,866 × 10−4 kmol.
Número de mol do 𝑂2 : 𝑛𝑂2 = 0,36 ∙ 2,165 × 10−4 = 0,7794 × 10−4 kmol.
Número de mol do 𝑁𝑒: 𝑛𝑁𝑒 = 0,24 ∙ 2,165 × 10−4 = 0,5196 × 10−4 kmol.
c) A massa de cada gás, em kg.
A massa de cada gás é dada pela seguinte fórmula: 𝑚𝑖 = 𝑛𝑖 ∙ 𝑀𝑖 .
Substituindo os valores, teremos:
Massa do ar: 𝑚𝑎𝑟 = 0,866 × 10−4 ∙ 28,97 = 0,002509 kg.
Massa do 𝑂2 : 𝑚𝑂2 = 0,7794 × 10−4 ∙ 32 = 0,002494 kg.

26
Massa do 𝑁𝑒: 𝑚𝑁𝑒 = 0,5196 × 10−4 ∙ 20,18 = 0,001049 kg.
d) O volume final da mistura, em cm3.
Como o processo ocorre à pressão constante, teremos:
∀2 ∀1 ∀2 1000
= → = → ∀2 = 1600
𝑇2 𝑇1 480 300
O volume final vale 1600 cm3.
e) O trabalho de expansão, em J.
O trabalho de expansão é dado por:
𝑊12 = 𝑝 ∙ (∀2 − ∀1 ) = 540 × 103 ∙ (0,0016 − 0,001) = 324
O trabalho de expansão vale 324 J.
f) A variação de energia interna da mistura, em J.
A variação da energia interna da mistura é composta pela soma da variação da energia
interna de cada gás.
∆𝑈 = ∆𝑈𝑎𝑟 + ∆𝑈𝑂2 + ∆𝑈𝑁𝑒
A variação da energia interna do ar vale:
∆𝑈𝑎𝑟 = 𝑚𝑎𝑟 ∙ [𝑢𝑎𝑟 (𝑇2 ) − 𝑢𝑎𝑟 (𝑇1 )]
Substituindo os valores, teremos:
∆𝑈𝑎𝑟 = 0,002509 ∙ (484,49 − 214,07) = 0,678 𝑘𝐽 = 678 𝐽
A variação interna do oxigênio vale:
∆𝑈𝑂2 = 𝑛𝑂2 ∙ [𝑢̅𝑂2 (𝑇2 ) − 𝑢̅𝑂2 (𝑇1 )]
Substituindo os valores, teremos:
∆𝑈𝑂2 = 0,7794 × 10−4 ∙ (14151 − 8736) = 0,4220 𝑘𝐽 = 422 𝐽
A variação da energia interna do neônio vale:
∆𝑈𝑛𝑒 = 𝑛𝑁𝑒 ∙ 𝑐̅𝑣,𝑁𝑒 ∙ (𝑇2 − 𝑇1 )
Substituindo os valores, teremos:
∆𝑈𝑁𝑒 = 0,5196 × 10−4 ∙ 12,471 ∙ (480 − 300) = 0,117 𝑘𝐽 = 117 𝐽
A variação da energia interna da mistura é dada por:
∆𝑈 = ∆𝑈𝑎𝑟 + ∆𝑈𝑂2 + ∆𝑈𝑁𝑒
Substituindo os valores, teremos:
∆𝑈 = 678 + 422 + 117 = 1217 𝐽
A variação da energia interna da mistura vale 1217 J.
g) A transferência de calor, em J.
Para o cálculo da transferência de calor, vamos aplicar a primeira lei da termodinâmica
para sistema.
𝑄12 − 𝑊12 = ∆𝑈 → 𝑄12 = 𝑊12 + ∆𝑈 = 324 + 1217 = 1541 𝐽
A transferência de calor vale 1541 J.

27
h) A variação de entropia do ar, em J/K.
A variação de entropia do ar é dada por:

𝑜 (𝑇 ) 𝑜
𝑅̅ 𝑝2,𝑎𝑟
∆𝑆𝑎𝑟 = 𝑚𝑎𝑟 ∙ [𝑠𝑎𝑟 2 − 𝑠𝑎𝑟 (𝑇1 ) − 𝑙𝑛 ( )]
𝑀𝑎𝑟 𝑝1,𝑎𝑟
Lembrando que a razão entre as pressões parciais do ar é igual à razão entre as pressões
do ar entre o fim e o início do processo, ou seja:
𝑝2,𝑎𝑟 𝑝2 540
= = =1
𝑝1,𝑎𝑟 𝑝1 540
Substituindo os valores, teremos:
8,314
∆𝑆𝑎𝑟 = 0,002509 ∙ [2,17760 − 1,70203 − ∙ 𝑙𝑛(1)] = 0,00119 𝑘𝐽⁄𝐾
28,97
A variação de entropia do ar vale 1,19 J/K.
i) A variação de entropia do O2, em J/K.
𝑝2,𝑂2
∆𝑆𝑂2 = 𝑛𝑂2 [𝑠̅𝑂𝑜2 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝑂𝑜2 (𝑇1 ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )]
𝑝1,𝑂2
Lembrando que:
𝑝2,𝑂2 𝑝2 540
= = =1
𝑝1,𝑂2 𝑝1 540
Substituindo os valores, teremos:
∆𝑆𝑂2 = 0,7794 × 10−4 ∙ [219,236 − 205,213 − 8,314 ∙ 𝑙𝑛(1)] = 0,00109 𝑘𝐽⁄𝐾
A variação de entropia do ar vale 1,09 J/K.
j) A variação de entropia do Neônio, em J/K.
Como o calor específico do neônio é constante, então vamos utilizar a seguinte fórmula
de variação de entropia.
𝑇2 𝑝2,𝑁𝑒
∆𝑆𝑁𝑒 = 𝑛𝑁𝑒 [𝑐̅𝑝,𝑁𝑒 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )]
𝑇1 𝑝1,𝑁𝑒
Lembrando que:
𝑝2,𝑁𝑒 𝑝2 540
= = =1
𝑝1,𝑁𝑒 𝑝1 540
Substituindo os valores, teremos:
480
∆𝑆𝑁𝑒 = 0,5196 × 10−4 ∙ [20,785 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 8,314 ∙ ln (1)] = 0,51 × 10−3 𝑘𝐽⁄𝐾
300
A variação de entropia do neônio vale 0,51 J/K.
k) a variação de entropia da mistura, em kJ/K.
A variação da entropia da mistura vale:
∆𝑆 = ∆𝑆𝑎𝑟 + ∆𝑆𝑂2 + ∆𝑆𝑁𝑒
Substituindo os valores, teremos
∆𝑆 = 1,19 + 1,09 + 0,51 = 2,79
28
Exemplos aplicados a volumes de controle

Exemplo 1.7 – Mistura de gases em expansão através de um bocal adiabático


Uma mistura de dois gases, CO2 com fração molar de 80% e O2 com fração molar de 20%,
entram em um bocal adiabático a uma pressão (𝑝1 ) de 5 bar, a uma temperatura (𝑇1 ) de de 700
K e velocidade (𝑉1) de 2,5 m/s e estes gases deixam o bocal a uma pressão (𝑝2 ) de 1 bar e a uma
temperatura (𝑇2 ) de 580 K, conforme a figura a seguir. Despreze a variação de energia potencial.

a) Determine a massa molecular aparente da mistura de gases, em kg/kmol.


b) Calcule a variação de entalpia: ℎ1 − ℎ2 , utilizando os dados da tabela logo a seguir.
Dados dos gases: da entalpia na base molar (ℎ̅), em kJ/kmol e da função de entropia
̅̅̅
𝑜
(𝑠 ), em kJ/(kmol∙K).
CO2 O2
T (K) ℎ̅ 𝑠̅ 𝑜 ℎ̅ 𝑠̅ 𝑜
580 21337 241,602 17290 225,262
700 27125 250,663 21184 231,358

c) Determine a velocidade da mistura de gases na saída do bocal (𝑉2 ), considerando a


variação de entalpia calculada no item b. Sugestão: utilize a primeira lei da termodinâmica.
d) Calcule a variação da entalpia em função do calor específico, conforme a fórmula a
seguir.
ℎ1 − ℎ2 = 𝑐𝑝 (𝑇1 − 𝑇2 )
Considere que o calor específico é avaliado na seguinte temperatura média (𝑇𝑚𝑒𝑑 ).
𝑇1 + 𝑇2
𝑇𝑚𝑒𝑑 =
2
Dados dos calores específicos à pressão constante (𝑐𝑝 ) dos gases, em kJ/kg.

T (K) CO2 O2
600 1,075 1,003
650 1,102 1,017

e) Determine a velocidade da mistura de gases na saída do bocal (𝑉2 ), considerando no


cálculo da entalpia como calculado no item “d”.
f) Qual é a sua conclusão sobre a velocidade calculada no item “c” e no item “e”.
g) Calcule a variação de entropia, em kJ/(kg∙K), ∆𝑠 = 𝑠2 − 𝑠1 .
̇ ⁄𝑚̇), em
h) Determine a taxa de geração de entropia por unidade de vazão mássica (𝑆𝑔𝑒𝑟
kJ/(kg∙K).

29
Solução
a) Massa molecular aparente da mistura de gases, em kg/kmol.

𝑀 = ∑ 𝑦𝑖 𝑀𝑖 = 0,8 ∙ 44,01 + 0,2 ∙ 32 → 𝑀 = 41,608

A massa molecular aparente da mistura dos gases vale 41,608 kg/kmol.


b) Variação de entalpia: ℎ1 − ℎ2 , em kJ/kg.
A variação da entalpia na base mássica em função dos valores na base molar é dada por:
ℎ̅1 − ℎ̅2 𝑦𝐶𝑂2 [ℎ̅𝐶𝑂2 (𝑇1 ) − ℎ̅𝐶𝑂2 (𝑇2 )] + 𝑦𝑂2 [ℎ̅𝑂2 (𝑇1 ) − ℎ̅𝑂2 (𝑇2 )]
ℎ1 − ℎ2 = =
𝑀 𝑀
Substituindo os valores da tabela, teremos:
0,8 ∙ [27125 − 21337] + 0,2 ∙ [21184 − 17290]
ℎ1 − ℎ2 =
41,608
ℎ1 − ℎ2 = 130,00
A variação de entalpia, ℎ1 − ℎ2 , vale 130,00 kJ/kg.
Dados dos gases: da entalpia na base molar (ℎ̅), em kJ/kmol e da função de entropia
̅̅̅
𝑜
(𝑠 ), em kJ/(kmol∙K).
CO2 O2
T (K) ℎ̅ 𝑠̅ 𝑜 ℎ̅ 𝑠̅ 𝑜
580 21337 241,602 17290 225,262
700 27125 250,663 21184 231,358

c) Velocidade da mistura de gases na saída do bocal (𝑉2 ), considerando a variação de


entalpia calculada no item b. Sugestão: utilize a primeira lei da termodinâmica.
Primeira lei da termodinâmica aplicada para volume de controle, em regime
permanente para escoamento unidimensional.
𝑉1 2 − 𝑉2 2
0 = 𝑞𝑣𝑐 − 𝑤𝑣𝑐 + (ℎ1 − ℎ2 ) + ( )
2
Lembre-se: devido às diferenças de unidades, é preciso dividir a variação de energia
cinética por 1000.
Bocal adiabático, não há transferência de calor (𝑞𝑣𝑐 = 0) e o bocal não realiza trabalho
(𝑤𝑣𝑐 = 0), então a primeira lei da termodinâmica torna-se:

𝑉1 2 − 𝑉2 2
0 = (ℎ1 − ℎ2 ) + ( )
2000
Substituindo os valores, teremos:
2,52 − 𝑉2 2
0 = 130,00 + ( ) → 𝑉2 = 509,9 𝑚/𝑠
2000
d) Variação da entalpia em função do calor específico, conforme a fórmula a seguir.
ℎ1 − ℎ2 = 𝑐𝑝 (𝑇1 − 𝑇2 )
Temperatura média (𝑇𝑚𝑒𝑑 ) vale:

30
𝑇1 + 𝑇2 700 + 580
𝑇𝑚𝑒𝑑 = = = 640 𝐾
2 2
O calor específico à pressão constante do CO2 vale 1,0966 kJ/(kg∙K) e o do O2 vale 1,0142
kJ/(kg∙K).
ℎ1 − ℎ2 = 𝑓𝐶𝑂2 ∙ (ℎ1 − ℎ2 )𝐶𝑂2 + 𝑓𝑂2 ∙ (ℎ1 − ℎ2 )𝑂2

ℎ1 − ℎ2 = 𝑓𝐶𝑂2 ∙ 𝑐𝑝,𝐶𝑂2 ∙ (𝑇1 − 𝑇2 ) + 𝑓𝑂2 ∙ 𝑐𝑝,𝑂2 ∙ (𝑇1 − 𝑇2 )


Mas:
𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑀𝐶𝑂2 𝑦𝑂2 ∙ 𝑀𝑂2
𝑓𝐶𝑂2 = 𝑒 𝑓𝑂2 =
𝑀 𝑀
Substituindo, teremos:
𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑀𝐶𝑂2 ∙ 𝑐𝑝,𝐶𝑂2 ∙ (𝑇1 − 𝑇2 ) + 𝑦𝑂2 ∙ 𝑀𝑂2 ∙ 𝑐𝑝,𝑂2 ∙ (𝑇1 − 𝑇2 )
ℎ1 − ℎ2 =
𝑀
0,8 ∙ 44,01 ∙ 1,0966 ∙ (700 − 580) + 0,2 ∙ 32 ∙ 1,0142 ∙ (700 − 580)
ℎ1 − ℎ2 =
41,608
ℎ1 − ℎ2 = 130,07 𝑘𝐽/𝑘𝑔
e) Determine a velocidade da mistura de gases na saída do bocal (𝑉2 ), considerando no
cálculo da entalpia como calculado no item “d”.
𝑉1 2 − 𝑉2 2
0 = (ℎ1 − ℎ2 ) + ( )
2000
Substituindo os valores, teremos:
2,52 − 𝑉2 2
0 = 130,07 + ( ) → 𝑉2 = 510,0 𝑚/𝑠
2000
f) Qual é a sua conclusão sobre a velocidade calculada no item “c” e no item “e”.
Considerando as propriedades constantes, praticamente não há diferença entre os
resultados, com um erro relativo de 0,0196%.
g) Calcule a variação de entropia, em kJ/(kg∙K), ∆𝑠 = 𝑠2 − 𝑠1 .
Sabemos que a variação da entropia do sistema é a soma das entropias de cada gás, ou
seja:
∆𝑠 = ∆𝑠𝐶𝑂2 + ∆𝑠𝑂2
Variação de entropia do CO2 na base molar.
𝑝2,𝐶𝑂2
𝑜 (𝑇 )
∆𝑠̅𝐶𝑂2 = 𝑠̅𝐶𝑂 𝑜 ̅
2 − 𝑠̅𝐶𝑂2 (𝑇1 ) − 𝑅 ∙ ln ( )
2
𝑝1,𝐶𝑂2
Lembrando que:
𝑝2,𝐶𝑂2 𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑝2 𝑝2
= =
𝑝1,𝐶𝑂2 𝑦𝐶𝑂2 ∙ 𝑝1 𝑝1
Então:
𝑝2
𝑜 (𝑇 )
∆𝑠̅𝐶𝑂2 = 𝑠̅𝐶𝑂 𝑜 ̅
2 − 𝑠̅𝐶𝑂2 (𝑇1 ) − 𝑅 ∙ ln ( )
2
𝑝1
Substituindo os valores, teremos:

31
∆𝑠̅𝐶𝑂2 = 241,602 − 250,663 − 8,314 ∙ ln(1⁄5)
∆𝑠̅𝐶𝑂2 = 4,3199 𝑘𝐽/(𝑘𝑚𝑜𝑙 ∙ 𝐾)
Variação de entropia do O2.
𝑝2,𝑂2
∆𝑠̅𝑂2 = 𝑠̅𝑂𝑜2 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝑂𝑜2 (𝑇1 ) − 𝑅̅ ∙ ln ( )
𝑝1,𝑂2
Lembrando que:
𝑝2,𝑂2 𝑦𝑂2 ∙ 𝑝2 𝑝2
= =
𝑝1,𝑂2 𝑦𝑂2 ∙ 𝑝1 𝑝1
Então:
𝑝2
∆𝑠̅𝑂2 = 𝑠̅𝑂𝑜2 (𝑇2 ) − 𝑠̅𝑂𝑜2 (𝑇1 ) − 𝑅̅ ∙ ln ( )
𝑝1
Substituindo os valores, teremos:
∆𝑠̅𝐶𝑂2 = 225,262 − 231,358 − 8,314 ∙ ln(1⁄5)
∆𝑠̅𝑂2 = 7,2849 𝑘𝐽/(𝑘𝑚𝑜𝑙 ∙ 𝐾)
Variação de entropia da mistura.
∆𝑠̅ 𝑦𝐶𝑂2 ∙ ∆𝑠̅𝐶𝑂2 + 𝑦𝑂2 ∙ ∆𝑠̅𝑂2
∆𝑠 = =
𝑀 𝑀
0,8 ∙ 4,3199 + 0,2 ∙ 7,2849
∆𝑠 = 𝑠2 − 𝑠1 = = 0,1181 𝑘𝐽/(𝑘𝑔 ∙ 𝐾)
41,608
̇ ⁄𝑚̇), em
Determine a taxa de geração de entropia por unidade de vazão mássica (𝑆𝑔𝑒𝑟
kJ/(kg∙K).
A segunda lei para volume de controle para uma entrada e uma saída é dada por:
𝑄̇
0 = ∑( ) ̇
+ 𝑚̇ ∙ (𝑠1 − 𝑠2 ) + 𝑆𝑔𝑒𝑟
𝑇 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡

Como o bocal é adiabático, então o primeiro termo da equação é igual a zero, restando apenas:
̇
𝑆𝑔𝑒𝑟
̇
0 = 𝑚̇ ∙ (𝑠1 − 𝑠2 ) + 𝑆𝑔𝑒𝑟 → = 𝑠2 − 𝑠1
𝑚̇
Substituindo os valores, teremos:
̇
𝑆𝑔𝑒𝑟
= 0,1181
𝑚̇
A taxa de geração de entropia por unidade de vazão mássica vale 0,1181 kJ/(kg∙K).

Exemplo 1.8 – Compressor: processo adiabático


Uma mistura tendo uma análise molar de 40% de ar e 60% de hélio entra em um
compressor a 300 K e 1 bar e é comprimida de forma adiabática para 3 bar e 530 K. O compressor
opera em regime permanente, com uma vazão mássica de 0,2 kg/s de mistura e os efeitos de
energia cinética e potencial podem ser desprezados. Admita o comportamento de gás ideal.
Considere para o hélio que 𝑐̅𝑝 ⁄𝑅̅ = 2,5, sendo este valor válido na faixa de temperatura de 300
K a 1000 K.

32
Determine:
a) a fração mássica de cada componente;
b) a vazão mássica de cada componente, em kg/s;
c) a potência do compressor, em kW;
d) a variação de entropia, em kW/K;
e) a taxa de geração de entropia, em kW/K.
Propriedades do ar
𝑇 (K) ℎ (kJ/kg) 𝑠 𝑜 [kJ/(kg∙K)]
300 300,19 1,70203
530 533,98 2,27967

Propriedade do hélio
𝑐̅𝑝 2,5 ∙ 𝑅̅ 2,5 ∙ 8,314
𝑐𝑝 = = = = 5,192 𝑘𝐽⁄(𝑘𝑔 ∙ 𝐾)
𝑀 𝑀 4,003
Solução
a) A fração mássica de cada componente.
Gás 𝑦𝑖 𝑀𝑖 𝑦𝑖 ∙ 𝑀𝑖 𝑓𝑖 = 𝑦𝑖 𝑀𝑖 ⁄𝑀
AR 0,4 28,97 11,588 11,588/13,99 = 0,8283
Hélio 0,6 4,003 2,402 1 – 0,8283 = 0,1717
Σ 1 13,99 1

As frações mássicas valem: 𝑓𝑎𝑟 = 0,8283 𝑒 𝑓𝐻𝑒 = 0,1717


b) A vazão mássica de cada componente, em kg/s.
Vazão mássica do ar é dada por:
𝑚̇𝑎𝑟 = 𝑓𝑎𝑟 ∙ 𝑚̇ = 0,8283 ∙ 0,2 = 0,1657 𝑘𝑔/𝑠
Vazão mássica do hélio é dada por:
𝑚̇𝐻𝑒 = 𝑚̇ − 𝑚̇𝑎𝑟 = 0,2 − 0,1657 = 0,0343 𝑘𝑔/𝑠
c) A potência do compressor, em kW.
Aplicando a primeira lei da termodinâmica para volume de controle, em regime
permanente, escoamento unidimensional, teremos:
𝑉1 2 − 𝑉2 2
0 = 𝑄̇𝑐𝑜𝑚𝑝 − 𝑊̇𝑐𝑜𝑚𝑝 + 𝑚̇ [(ℎ1 − ℎ2 ) + ( ) + 𝑔(𝑧1 − 𝑧2 )]
2
Levando em consideração que o termo de variação de energia cinética e potencial é
igual a zero e o processo é adiabático, 𝑄̇𝑐𝑜𝑚𝑝 = 0, teremos:
𝑊̇𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑚̇(ℎ1 − ℎ2 )
Sabemos que:
𝑊̇𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑚̇𝑎𝑟 (ℎ𝑎𝑟,1 − ℎ𝑎𝑟,2 ) + 𝑚̇𝐻𝑒 ∙ 𝑐𝑝,𝐻𝑒 ∙ (𝑇1 − 𝑇2 )
𝑊̇𝑐𝑜𝑚𝑝 = 0,1657 ∙ (300,19 − 533,98) + 0,0343 ∙ 5,192 ∙ (300 − 530)

33
𝑊̇𝑐𝑜𝑚𝑝 = −38,74 − 40,96 = −79,7
A potência de compressão vale -79,7 kW.
d) A variação de entropia, em kW/K.
Como os valores tabelados estão na base mássica, então teremos a seguinte fórmula:
∆𝑆 = 𝑆2 − 𝑆1 = ∆𝑆𝑎𝑟 + ∆𝑆𝐻𝑒 = 𝑚̇𝑎𝑟 ∙ ∆𝑠𝑎𝑟 + 𝑚̇𝐻𝑒 ∙ ∆𝑠𝐻𝑒
A variação de entropia para o ar é dada por:

𝑜 (𝑇 ) 𝑜
𝑅̅ 𝑝2,𝑎𝑟
∆𝑆𝑎𝑟 = 𝑚̇𝑎𝑟 ∙ [𝑠𝑎𝑟 2 − 𝑠𝑎𝑟 (𝑇1 ) − 𝑙𝑛 ( )]
𝑀𝑎𝑟 𝑝1,𝑎𝑟
Neste caso, teremos:
𝑝2 𝑝2,𝑎𝑟 𝑝2,𝐻𝑒 3
= = =
𝑝1 𝑝1,𝑎𝑟 𝑝1,𝐻𝑒 1
Substituindo os valores para o ar, teremos:
8,314 3
∆𝑆𝑎𝑟 = 0,1657 ∙ [2,27967 − 1,70203 − 𝑙𝑛 ( )] = 0,0404
28,97 1
A variação de entropia para o hélio é dada por:
𝑇2 𝑅̅ 𝑝2,𝐻𝑒
∆𝑆𝐻𝑒 = 𝑚̇𝐻𝑒 ∙ [𝑐𝑝,𝐻𝑒 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑙𝑛 ( )]
𝑇1 𝑀𝐻𝑒 𝑝1,𝐻𝑒
Substituindo os valores para o hélio, teremos:
530 8,314 3
∆𝑆𝐻𝑒 = 0,0343 ∙ [5,192 ∙ 𝑙𝑛 ( )− 𝑙𝑛 ( )] = 0,0231
300 4,003 1
∆𝑠 = 0,0404 + 0,0231 = 0,0635
A variação de entropia vale 0,0635 kW/K.
e) A taxa de geração de entropia, em kW/K.
A segunda lei da termodinâmica para volume de controle com uma entrada e uma saída
é dada por:
𝑄̇
0 = ∑( ) ̇
+ 𝑚̇ ∙ (𝑠1 − 𝑠2 ) + 𝑆𝑔𝑒𝑟
𝑇 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡

Como o compressor é adiabático, então o primeiro termo da equação é igual a zero, restando
apenas:
̇
0 = 𝑚̇ ∙ (𝑠1 − 𝑠2 ) + 𝑆𝑔𝑒𝑟 ̇ = 𝑚̇(𝑠2 − 𝑠1 ) = ∆𝑆 = 0,0635
→ 𝑆𝑔𝑒𝑟
A taxa de geração de entropia vale 0,0635 kW/K.

Exemplo 1.9 – Turbina: expansão adiabática


Uma mistura de 50% de gases hélio e argônio, na base molar, entra em uma turbina a
1500 K e 7,5 bar e expande-se de modo adiabático, saindo da turbina a uma pressão de 1 bar.
Desprezar a variação de energia cinética e potencial. A eficiência isentrópica da turbina é de
80%, para um processo em regime permanente, em que a variação de energia cinética e
potencial pode ser desprezada. Para o hélio e para o argônio, temos:
𝑐̅𝑝 5
= → 𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 = 𝑐̅𝑝,𝐴𝑟 = 2,5 ∙ 8,314 = 20,785 𝑘𝐽⁄(𝑘𝑚𝑜𝑙 ∙ 𝐾)
𝑅̅ 2
34
Avalie a variação de entalpia, de acordo com a seguinte fórmula:
ℎ̅2 − ℎ̅1 = 𝑐̅𝑝 (𝑇2 − 𝑇1 )
Avalie a variação de entropia, de acordo com a seguinte fórmula:
𝑇2 𝑝2
𝑠̅(𝑇2 , 𝑝2 ) − 𝑠̅(𝑇1 , 𝑝1 ) = 𝑐̅𝑝 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )
𝑇1 𝑝1
Determine:
a) o mol aparente da mistura, em kg/kmol;
b) a temperatura isentrópica na saída da turbina, em K;
c) a entalpia na entrada da turbina, em kJ/kmol;
d) a entalpia na saída da turbina, considerando o processo isentrópico, em kJ/kmol;
e) a entalpia na saída da turbina, em kJ/kmol;
f) o trabalho na turbina, em kJ/kg.

Solução
a) O mol aparente da mistura, em kg/kmol.
𝑀 = 𝑦𝐻𝑒 ∙ 𝑀𝐻𝑒 + 𝑦𝐴𝑟 ∙ 𝑀𝐴𝑟 = 0,5 ∙ 4,003 + 0,5 ∙ 39,94
𝑀 = 21,97 𝑘𝑔/𝑘𝑚𝑜𝑙
O mol da mistura vale 21,97 kg/kmol.
b) A temperatura isentrópica na saída da turbina, em K.
Para um processo isentrópico, com mais de um gás, neste exercício, com dois gases,
temos:
𝑠̅2 − 𝑠̅1 = 0
𝑇2 𝑝2,𝐻𝑒 𝑇2 𝑝2,𝐴𝑟
𝑠̅2 − 𝑠̅1 = 𝑦𝐻𝑒 [𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )] + 𝑦𝐴𝑟 [𝑐̅𝑝,𝐴𝑟 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )] = 0
𝑇1 𝑝1,𝐻𝑒 𝑇1 𝑝1,𝐴𝑟
Entretanto:
𝑝2,𝐻𝑒 𝑦𝐻𝑒 ∙ 𝑝2 𝑝2
= =
𝑝1,𝐻𝑒 𝑦𝐻𝑒 ∙ 𝑝1 𝑝1
e
𝑝2,𝐴𝑟 𝑦𝐴𝑟 ∙ 𝑝2 𝑝2
= =
𝑝1,𝐴𝑟 𝑦𝐴𝑟 ∙ 𝑝1 𝑝1
Que resulta em:
𝑇2𝑠 𝑝2 𝑇2𝑠 𝑝2
𝑦𝐻𝑒 [𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )] + 𝑦𝐴𝑟 [𝑐̅𝑝,𝐴𝑟 ∙ 𝑙𝑛 ( ) − 𝑅̅ ∙ 𝑙𝑛 ( )] = 0
𝑇1 𝑝1 𝑇1 𝑝1

Rearranjando os termos, temos:


𝑦𝐻𝑒 ∙𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 +𝑦𝐴𝑟 ∙𝑐̅𝑝,𝐴𝑟 𝑅̅
𝑝2 𝑇2𝑠 𝑅̅ 𝑇2𝑠 𝑝2 𝑦𝐻𝑒 ∙𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 𝑦𝐴𝑟 ∙𝑐̅𝑝,𝐴𝑟
=( ) 𝑜𝑢 =( )
𝑝1 𝑇1 𝑇1 𝑝1

35
Substituindo os valores, teremos:
8,314
𝑇2𝑠 1 0,520,785+0,5∙20,785
=( ) → 𝑇2𝑠 = 670,0 𝐾
1500 7,5
A temperatura isentrópica na saída da turbina vale 670,0 K.
c) A entalpia na entrada da turbina, em kJ/kmol.
ℎ̅1 = 𝑦𝐻𝑒 ∙ 𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 ∙ 𝑇1 + 𝑦𝐴𝑟 ∙ 𝑐̅𝑝,𝐴𝑟 ∙ 𝑇1
ℎ̅1 = 0,5 ∙ 20,785 ∙ 1500 + 0,5 ∙ 20,785 ∙ 1500
ℎ̅1 = 31178 𝑘𝐽/𝑘𝑚𝑜𝑙
A entalpia na entrada da turbina vale 31178 kJ/kmol.
d) A entalpia na saída da turbina, considerando o processo isentrópico, em kJ/kmol.
ℎ̅2𝑠 = 𝑦𝐻𝑒 ∙ 𝑐̅𝑝,𝐻𝑒 ∙ 𝑇2𝑠 + 𝑦𝐴𝑟 ∙ 𝑐̅𝑝,𝐴𝑟 ∙ 𝑇2𝑠
ℎ̅2𝑠 = 0,5 ∙ 20,785 ∙ 670,00 + 0,5 ∙ 20,785 ∙ 670,0
ℎ̅2𝑠 = 13926 𝑘𝐽/𝑘𝑚𝑜𝑙
A entalpia na saída da turbina considerando o processo isentrópico vale 13926 kJ/kmol.
e) A entalpia na saída da turbina, em kJ/kmol.
Usando a fórmula da eficiência isentrópica da turbina, teremos:
ℎ̅1 − ℎ̅2 31178 − ℎ̅2
𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏 = → 0,8 =
ℎ̅1 − ℎ̅2𝑠 31178 − 13926

ℎ̅2 = 17376 𝑘𝐽/𝑘𝑚𝑜𝑙


A entalpia na saída da turbina vale 17376 kJ/kmol.
f) O trabalho na turbina, em kJ/kg.
Aplicando a primeira lei da termodinâmica para a turbina, já desprezando a variação de
energia cinética e potencial, teremos:
0 = 𝑞𝑡𝑢𝑟𝑏 − 𝑤𝑡𝑢𝑟𝑏 − (ℎ1 − ℎ2 )
Como a turbina é adiabática (𝑞𝑡𝑢𝑟𝑏 = 0), então:
𝑤𝑡𝑢𝑟𝑏 = (ℎ1 − ℎ2 )
Como a variação da entalpia é dada na base molar, teremos que convertê-la para a base
mássica, assim:

ℎ̅1 − ℎ̅2 31178 − 17376


𝑤𝑡𝑢𝑟𝑏 = = → 𝑤𝑡𝑢𝑟𝑏 = 628,2 𝑘𝐽/𝑘𝑔
𝑀 21,97

O trabalho da turbina vale 628,2 kJ/kg.

36

Você também pode gostar