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Justitia,
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Justilia, São Paulo, 52 (152).
(152), out./dez.
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oul./dez. 1990
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.. .. _ DOUTRINA
DOUTRINA
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2. Noções preliminares
2.1 Etimologia do vocábulo
Divergem os autores quanto à ()rigemorigem etimológica da palavra extradiçao,
extradição, vez
e
que para alguns, como De Plácido e Silva, é ela formada das expressões latinas ex,
significando fora de, e traditio, significando entrega'
entrega" , enquanto que que para Nicoline
Nicolini'
origina~se na expressão extra dicere, significando o poder de determinação fora do
origina-se
território. ". ".
Parece mais correto o entendimento de Castori,Castori,Pessina
Pessina e [ariza,
Lanz3, citados por
4
Bento de Faria
Faria",, para quem a etimologia da palavra extradição reside na fórmula
extra~tradere ex~tradere, ou seja, entregar a outrem fora do lugar.
extra-tradere ou ex-tradere,
Aspectos da extradição no Direito brasileiro 2.2 Conceito.
5
A extradiçãO,
extradição, como define Anibal Brun0 BrunaS,) é o ato pelo qual um Estado entrega
um acusado ou condenado que se encontra em seu território a outro Estado, Estado,· que o
MAURíCIO
MAURÍCIO AUGUSTO GOMES reclama para julgá-lo ou puni-lo segundo suas leis, ou ainda,ainda) conforme Hildebrando

Promotor de Justiça - SP Accioly, citado por Frederico Marques " , "é o ato pelo qual um Estado entrega um
indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à Justiça de
- - - - _ . _...... - - - - - - - - - - - - - - -
outro Estado,
Estado) competente para julgá-lo e puni-lo",
puni-lo".
Denota-se, pois, a dúplice finalidade da extradição)
extradição, destinando-se tanto a
possibilitar o processo e julgamento do autor do crime, pelo modo legalmente
estabelecido, como a efetivar a execução de pena já imposta em sentença condenató-
SUMÁRIO: 1- 1· Colocação do tema. 2- 2.- Noções prc1iminares.
preliminares. 2.1· Etimologia do
2.2.- Conceito. 2.3·
vocábulo. 2.2· 2.3- Origem. 2,4- 2.5· Classificação. 3-
2.4· Características. 2.5. ria. Conseqüentemente,
ria, Conseqüentemcntc, o extraditando tanto pode ser o réu ou acusado, como pode
Extradição no Direito Brasileiro. 3.1·
3.1- Resumo histórico. 3.2- Normas reguladoras. ser o condenado, que como tal pode ser capturado.capturado,
3.3· Condições da extradição. 3,4·
3.3- 3,4- Infrações passíveis de extradição. 3.4.1- Trata- Claro é que só se verifica o fenômeno da extradição quando há solicitação do
mento legal. 3.4.2.-
3.4.2. Delitos de menor gravidade. 3.4.3·
3.4.3- Crimes políticos. 3.4.4- Estado interessado em punir o delinqüente,
delinqüente) pois, como bem observa Bento de Faria; Faria.'
Crimes militares e de opinião. 3.5·
3.5- Condições para a extradição. 3.6-3.6· Proibição de ressaltando a necessidade de pedido de entrega do extraditando pelo Estado
extraditar o nacional. 3.7·
3.7- Extradição denegada. 3.8- Outras considerações. prisão, por iniciativa própria do
requerente: "Não seria admissível, entre nós, a sua prisão)
oferecê·lo ao Estado
governo para oferecê-lo Estado,l em cujo território delinqüiu, mas que não o()
reclamou",.
reclamou"
1. Colocação do tema 2.3 Origem
Desde remota antiguidade, aparecem casos de aplicação da extradição.
Desdc extradiçao. Entre~
Entre-
osurgimento da necessidade internacional de combater a criminalidade, que tanto, é somente a partir do século XVI que se vai formando dela uma concepção
não mais poderia se restringir aos limites territoriais de cada Estado, vez que a jurídica com obrigatoriedade, precisando~se
precisando-se sua idéia desde o Tratado de \\1 estpha~
Westpha-
atividade criminosa ganhou intensa mobilidade com o desenvolvimento dos meios lia, que fez entrever um sistema de Estados com direitos e deveres recíprocos e fez
de transporte e de comunicação,
comunicação) fez difundir o uso da extradição,comb
extradiçâo,comb um dos declinar o prestígio do direito de asilo. Todavia, era aplicada de modo arbitrário
instrumentos jurídicos mais úteis ao eficiente alcance daquela finalidade. pelos soberanos de então,
então) direcionada contra rebeldes especialmente
cspecialmente em casos de
crimes políticos, com aparência de favor de um Estado a outro.
Efetivamente, como assinalou Clóvis Bevilácqua "o instituto da extradição se
Nos tempos modernos,
modernos) contudo, a extradição revela caráter diverso, represen-represen~
organizou, como uma cooperação
cooperaçâo dos Estados, para defesa da ordem social contra o
tando uma das maiores caracterlsticas da assistência internacional no campo do
crime, para a defesa da vida jurídica, em sua luta contra a força desorganizadora da
crimc)
penal, podcndo~se
direito penal) podendo-se nela identificar
idcntificar a providência que exprime de modo mais
impiedade e da injustiça"].
injustiça"'. intenso, em tal domínio, o sentimento de solidariedade dos povos civilizados e da
intenso)
O presente trabalho descreve, resumidamentc)
resumidamente, o desenvolvimento doutrinário e comunidade de seus interesses de segurança e defesa social.
legislativo sobre a matéria, fazendo com isso uma pequena abordagem a respeito de
alguns aspectos que revelam
reVelatTl os contornos jurídicos do instituto da extradição no
Direito brasileiro. Vocabulário Jurídico, 6. aa cd.)
eei., Forense, Rio de Janeiro, 1980, 2."2.° vol.,
voL, piÍg.
pfig. 666
3. Cf. José
Jos" Frederico Marques, Curso de Direito Penal, La ed., cd., voL
vol. 1,
[, Saraiva, 195'1,
[9.1'\, p. 287
~.
..;. Código Penal Brasileiro (Comentado), 2." ed., eel., voL
vaI. I, Record, 1958,
1938, pág. 87
BDJur 5. Direito Penal, 1.<1 ed.,
PenaL, 1." cd., Tomo 1,I, Ed. NBcional
Nadonal de Direito, pág, 245
Direito. 1956, pág.
6. Ob.
üb. cie., pág. 287
cit., piÍg.
1. Direito.
Direito Público ~l~~~d)~~~~!~~.~rvoL
u u u w Internacional, \'01. lI, pág. 126/128. 7. üb. cit.,
Ob. cit.. pág. 88
42 Justilia, São Paulo, 52 (152), out.ld_ez_._l_9_9_0
Juslitia, out./dez. 1990 _ DOUTRINA
OOUTRINA 43
~---

S
É a lição
Hção de Galdino de Siqueira ,l que cita a afirmação de Adolphe Prins no outro Estado, enquanto que a passiva ocorre quando o Brasil recebe de Estado
sentido de que os territórios dos diferentes Estados rornar-se-iam
tornar-se-iam lugares de refúgio delinqüente.·.
estrangeiro o pedido de entrega de um delinqüente,
extradição' constituiria,
para os delinqüentes, e a recusa de extradição· tOÍ1.stituiria, fia0
não só um ato de Observe~se
Observe-se que inexiste extradição voluntária, vez que éé" indispensável
indispenSável para a
hostilidade para o Estado que reclama o delinqüente, mas também uma ofensa ao sua concessão o pedido feito por um Estado estrangeiro, aléin
além do que;
que, nein
nem mesmo o °
princípio de justiça. delinqüente pode dispensar o controle judicial imposto pOr pOr nossa legislaçãO.
legislação.
2.4 Características
Por isso é que Jimenez de Azua, consoante cítaçãodeJosé
citação de José Fredeticó Marques,"
Frederico lvíarqucs,:l
Entende~se que a extradição tem por fundamento principal a universalidade do
Entende-se afirma que: "Como é imprescindível o pedido de Estado estrangeiro para para a entrega
direito de punir, do jus puniendi dos Estados, ou como melhor diz Bento de Faria? Faria,9 do delinqüente, não se pode falar em extradição requerida tie eXtradiçãO voluntaria",
extradiçãO voluntária".
"A
« A - extradição -~ assenta substancialmente na necessidade internacional de
segurança e de defesa social. É um dever recíproco dos Estados, o qual se define pela
assistência mútua que os os mesmos se devem, no interesse de todos, para para0 fiin de
o fim 3 - Extradição no Direito brasileiro.
brasileiro
ll
delinqüência'\.···
assegurar com eficiência a prevenção e repressão da delinqüência • .
Como diz Frederico Marques'O
Marques!0 , a extradição "traduz o direito persecutório ou 3.1 Resumo histórico
punitivo do Estado em sua projeção extraterritorial. O jus puniendi que nasce do Citando Haroldo Valadão, Frederico Marques anota que a extradiçãosurge,
extradiçãcisurge, no
delito, e o jus persequendi com que o Estado envida os meios necessários para direito imperial)
imperial, sob o regime administrativo, por força da circular de 4 de fevereiro
obter a condenação do delinqüente, ficariam obstruídos ou anulados, se não de 1847, expedida pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Bento da Silva
houvesse a cooperação internacional na luta contra o crime, de que é a extradição o Lisboa, Barão de Cairú, às Legaç6es
Legações e Consulados do Brasil, contendo as condições
mais eficaz dos institutos". em que o governo do Brasil, mediante reciprocidade, concederia a entrega dos
Por sua vez, a extradição possui dupla natureza, sendo administrativa relativa- criminosos"". Menciona que, na ocasião, a Câmara dos Deputados
"grandes criminosos,,12.
mente ao ato material de entrega do delinqüente e jurisdicional relativamente à Ministro de Estrangeiros
pretendia elaborar uma lei sobre extradiçãO, pelo que o :Ministro
decisão judicial autorizando ou não tal entrega. . . . . . .•... '. 1848, que,
entendeu revogar aquela circular, o que fez por outra de 10 de agosto de 1848,·
13
J3
Observe-se que a manifestação judicial não·
não atinge o méritoda<extradiçãO,ou
mérito· daextradição,ou segundo afirmação de. de Rodrigo Otávio não se efetivou e a Circular de 1847
seja, o Juiz do Estado requerido não aprecia a justiça ou injustiça
injustiça da da condenação continuou vigente e serviu de fundamento a várias extradições
extradiç6es concedidas pelo
ocorrida no
no. Estado requerente, nem a correção da persecução penal pelo Estado governo brasileiro.
solicitante. Subseqüentemente, ainda segundo Frederico Marques, passou-se ao regime das
Com efeito; em que pese o procedimento estabelecidcipara
estabelecido para sua Concessão,
concessão, nãO tiãOéé convenções, "aparecendo os primeiros tratados, a princípio parciais, restritos a
convenç6es,
o Poder Judiciário quem concede a extradição, posto que esta é ato do Poder crimes"l" como os tratados de 1851, com o Uruguai e o Peru;
limitadas espécies de crimes,,14,
Executivo, que é o órgão do Estado que tem a atribuição de representá-lo nas em 1853, com o Equador; em 1855, com Portugal; em 1857, com a Argentina. Ai·gentina.
relações com os demais Estados da comunidade internacional. Passa-se depois para os tratados gerais, abrangendo quase todas as espécies de
Certo é, porém, que já desde o Decreto-Lei n. ° o 394, de 1938, o Executhio
Executivo em crimes,
crimes. Nesse período, refere o autor, concedia-se a extradição de modo sumário.
matéria de extradição está subordinado à decisão do Judiciário, pois, o artigo 10 "Bastava que, por via diplomática, mediante promessa de reciprocidade, em notas
daquele diploma tinha
tinha o seguinte conteúdo:·
conteúdo: "Nenhum pedido de extradição será reversais, fosse ela pedida para o autor de um crime grave, previsto em nosso Código
atendido sem prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre a legali- Criminal, e se justificasse o pedido com a apresentação de algum mandado de prisão
dade ou procedência do mesmo, bem como sobre o caráter da infração, na naforma
forma do ou ato de acusação, para que se mandasse prender o extraditado, que era posto à
solicitadol~..
h
art. 2.°, 3.0".
2,0, § 3.°". '.. . , :: :.• " '.':' . disposição do governo que o havia solicitado
al'tigo 83 da
Na legislação atualmente em vigor não é diferente, pois, o artigo Lei n.
diJ.Lei n. ° Esse modo de se conceder a extradição somente sofreu alteração em 1906,
6.815, de 19/08/80, de teor semelhante, estabelece que "Nenhuma extradição será provocada por pedidos de habeas corpus levados à Justiça Federal; tendo sido
concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do Suprem() Suprelll() Tribunal Federal concedida ordem de habeas corpus com o fundamento de que nenhuma lei
decisão" ~. . o que .traz
sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão"; traz uma estabelecia o caso de prisão de estrangeiros por ordem do Poder Executivo mediante
exigência a mais, consistente na decisão dada pelo Plenário do Supremo Tribunal requisição de autoridade estrangeira.
Federal, o que não existia na legislação precedente.
Considerou~se
Considerou-se ainda, como jurisprudência pacífica, a partir daí, a regra prevista
previsca
2.5 Classificação
no acórdão do Supremo Tribunal Federal, de 14 de junho de 1905, de que "só se
Costuma-se classificar a extradição em ativa e passiva. Ocorre a extradição ativa
quando é o Estado brasileiro que solicita que a entrega do criminoso seja feita por

11. Ob. cit.) pág. 290,


cit., pãg. 290.
12. Ob. cit., 19l.
cie, pág. 191.
8. Tratado de Direito BDJurPenal, 2." ed., Tomo I, Ed. ]. Konfino, 1950, pág. 210 13. Direito do Estrangeiro
Estrangdro no Brasil, 1909, pág. 282.
9. Ob. de, 14. Oh. ciL,
Ob. cie., pág. 29l.
291.
9. Ob. cit., pág. 88'uhutlp://bdjuwj.gov.br
10. Ob. cit.,
de, pág.
pag. 288
" 1.5.
15. Otávio, ob.
Rodrigo Orávio, ci!., págs.
oI,. cit., págõ. 286/7.
44 Justilia, São Paulo, 52 (152), out.ldez.
Jusiilia, ouUdez. 1990 DOUTRINA 45
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permmna
permitiria a prisão
pnsao e entrega, havendo tratado ec dc
de acordo com este,
estc, abolida por concedida a extradição, vez que a reciprocidade ou o direito costumeiro não
contrário à Constituição Federal, quer a extradição pc1a
pela simples vontade do Poder autoriza por si só a entrega de qualquer delinqüente.
Executivo, quer a que se fundasse em promessa de reciprocidade, em acordo A segunda condição deve ser dividida da seguinte forma: a)condições
a}condições de
mediante notas reversais". qualificação; b)condiçõesde perseguibilidade. As primeiras dizem respeito às infra-
3.2 Normas reguladoras ções penais que justificam a entrega do delinqüente; as segundas se relacionam com
Como resultado de decisões judiciais, como as acima apontadas, foi editada a as causas impeditivas da persecutio criminis, malgrado
malgrado· se trate de delito em que a
Lei n. oo 2.416, de 28 de junho de 1911, que regulava a extradição de nacionais e extradição é permitida. O autor acima referido menciona que Hildebrando Accíoly
Accioly
estrangeiros, ficando denunciados, pelo seu art,
art. 12, todos os tratados de extradição dá a estas últimas a denominação de "condições exigidas para a extradição"
extradição" e
então vigentes}
vigentes, o que não impediu que pouco depois, entretanto, se prosseguisse àquelas "de atos suscetíveis de motivar a extradição".
com a celebração de novos tratados, notando~se
notando-se que o Código de Bustamante, Ainda dentro das condições existe a atinente à qualidade da pessoa reclamada.
reclamada,
Internacional- de Havana de 1928 e àprovado
originado no Congresso Internacional aprmTado por nós, T rata~se das condiçües
Trata-se condições sobre a pessoa do extraditando, vez que a extradição importa
também cuidou da extradição. o exame dessas concliçües,
condições, porquanto de regra não se entrega o nacional à justiça
Nova regulamentação da extradição surgiu com o Decreto~lei n, ° 394; de 28 de
Decreto-lei n. estrangeira para ser julgado ou cumprir pena.
abril de 1938, a respeito do qual Bento de Faria salienta que, em relação à.Lei n, °
à Lei n.o 3.4 Infrações passíveis de extradição
2.416, a diferença substancial "reside na supressão da possibilidade de serem 3.4.1 Tratamento legal
extraditados os brasileiros natos, já estabelecida na Constituição de 16 de junho de
1934 (art. 113, n.o 31) e na de 10 de novembro de 1937 (art. 122, n.o n. o 12), e de A indicação de quais as infrações
infraçües que autorizam a extradição é feita nas leis e
Jl16
brasileiros naturalizados antes da perpetração do crime,,16.
crime • nos tratados que a autorizam, existindo leis que adotam o sistema de enumeração,
descrevendo os delitos suscetíveis de extradição ou trazendo o rol dos que não a
O citado dispositivo constitucional teve repetição nas Constituições posteriores,
posteriores,
admitem.
inclusive na de 1969 (Emenda n.o 1 à Constituição de 1967), cujo parágrafo 19 do
artigo 153 tinha a redação seguinte: "Não será concedida a extradição doestrangei~
doestrangei- É mais freqüentemente usado o sistema que se limita a declarar que somente as
ro por crime político ou de opinião,
opiniao) nem, em caso algum,
algum} ade brasileiro". infrações a que é imposta certa penalidade ou as de certa natureza poderão
determinar a extradição.
Estrangeiro" pelo Decreto~
Posteriormente, foi editado o chamado "Estatuto do Estrfmgeird'pe1o
n. o 941, de 13/10/69, substituindo integralmente a legislação de 1938 no que
lei n.o qüe diz O segundo sistema foi o adotado na Lei n.O n.o 2.416, de 1911, no Decreto~lei
Decreto-lei n.o
respeito à extradição. Tal"Estatuto Estrangeiro l l foi revogado pela Lei n. oo 6.815,
Tal "Estatuto do Estrangeiro" 394, de 1938, e na Lei n.o
n.O 6.815,
6.815} de 1980. De acordo com essa última, em vigor, não
alteraçc)essubstan~
de 19 de agosto de 1980, deixando de trazer, contudo, quaisquer alteraçüessubstan- se concederá a extradição (art. 77) caso: a) a lei brasileira impuser ao crime a pena de
ciais, relativamente à extradição, em comparação com o "Estatuto" anterioLAssim, prisão igualou inferior a um ano; b) o fato constituir crime político (incisos IV e
a Lei n. oO 6.815, de 19/08/80 (alterada pela Lei n.o 6.964 de 1981), paralelamente
paralelàmente VII).
Vll).
com os tratados aos quais esteja o Brasil vinculado, é a fonte formal
formal da extradição; A extradição é excluída no primeiro caso, em razão
razao da pequena gravidade do
na legislação brasileira. delito, revelada pela sanção penal abstratamente cominada no preceito secundário
3.3 Condições da extradição da norma incriminadora, enquanto que no segundo caso é a natureza da in-fraçao
infração
Sebastião~oler,citéldo
As condições a que se subordina a extradição, conforme Sebastião Soler, citado que está a impedir a concessão da extradição. A sistemática, como aqui referida,
referida J'á

por Frederico Marques,!r determina~
Marques,lI estão assim agrupadas: a)condições referentes a determina- legislação revogada lH'6 •.
era adotada na legislaçao '

das rclaçoes fato e suapunibi1i~


relações entre os Estados; b)condiçôes sobre a qualidade do fàtoesuapunibili- 3.4.2 Delitos de menor gravidade
dade; c)condições relativas à qualidade da pessoa reclamada. Para as infrações de pequena gravidade, a extradição é inaplicável como se vê
Quanto à primeira, na extradição predomina o direito convenc.ionaLA crescen~
convenCionaL Acrescen- n. o 6.815, de 1980, que toma por base a penalidade
do art. 77, inciso IV da Lei n.o
te solidariedade internacional na luta contra o crime tem multiplicado esses acordos abstratamente cominada. Diversamente da legislação revogada, que empregava o
interestatais para entrega de crinlinosos.
trinlinosos. termo genérico "infração", o atual fala em crime, o que é tecnicamente mais preciso,
Muitos países, entretanto, deixaram a fase convencional; passando para a da fazendo, assim, expressa exclusão das contravenções.
legislação interna. O exemplo dado pela Bélgica em 1833 passou a ser seguido Faria 19 , que
Contudo, mesmo na vigência do direito anterior, já dizia Bento de Faria'",
sucessivamente por outros países, como os Estados Unidos (1848),
(1848)} Inglaterra (1870) e a extradição só se admite quando se trate de fato qualificado como delito,
outros; o Brasil o fez em 1911. Com tal medida, a entrega do delinqüente pode~se
pode-se excluindo~se, portanto, as contravenções e, ainda mais, porque as contravenções
excluindo-se, contravençoes
efetivar sem tratado ao mesmo tempo em que se garantem melhor os direitos estão submetidas ao regime da mais rigorosa territorialidade na legislação penal
individuais do extraditando. Evidentemente, inexistindo lei ou tratado não pode ser brasileira. Assim, ainda que a conduta seja tipificada como crime no Estado

16. Ob. dt.,


BDJur
16. Ob. cit pág, 106.
httpJlbdjur.llj.gov.br 18. Cf. Frederico
Froderico Marques, oh. cie, pág. 298.
Marque" ob.
117.
i. Ob. dt., pág. "',.
cit,. pag. 295. 19. Ob.
Oh. cit.. pág. 126.
46 Justitia, São
Justilia, São Paulo,
Paulo, 52
52(152),
(152), ouLldez,
ouLldez. 1990
1990 DOUTRINA
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46 47
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estrangeiro, se
estrangeiro, se no
no sistema
sistema jurídico
jurídico nacional
nacional aa mesma
mesma conduta
conduta não não passar
passar de
de Está
Está aí aí adotado
adotado oo critério
critério da da preponderância
preponderância da da matéria
matéria política
política ou ou comum
comum e,e,
LI
contravençao aa extradição
contravenção extradição não
não poderá
poderá serser deferida
deferida (STF,
(STF, Extr. 473~5 -- República
Extr. 473-5 República segundo
segundo Bento Bento de de Faria!"
Faria , há há essa
essa preponderância
preponderância "quando"quando aa violação
violação do do interesse
interesse
Italiana, ReI.
Italiana, ReI. Min.
Min. Moreira
Moreira Alves,
Alves, DjU
DJU 05/05/89,
05/05/89, p. 7.158), do
p. 7.158), do mesmo
mesmo modo
modo que
que privado
privado sobrepuja
sobrepuja em em gravidade"
gravidade l l àà do do outro
outro delito
delito (político
(político ou ou dede opinião).
opinião).
Dão se
não se concede
concede aa extradição
extradição se
se oo fato,
fato, embora
embora considerado
considerado crime
crime emem outro
outro Estado,
Estado, Para José Afonso
Para José Afonso da da Silva;
Silvaj contudo;
contudo, oo dispositivci
dispositivo referido
referido éé inconstituCional
inconstitucional
não éé tipificado
não tipificado ou
ou punível
punível nono Brasil
Brasil (STF,
(STF I Extr.
t:xtr. 472-7
472-7 -----: Estados
Estados Unidos
Unidos da
da exatamente
exatamente em razão da predominância atribuída ao Crime
em razão da predominância atríbuída ao crime' político.
político. São São suassuas
América, ReL
América, ReI. Min.
Min. Moreira
Moreira Alves,
Alves, DJUDJU 05/05/89,
05/0)/89, p. 7.lo8).
p. 7.158). , palavras:
palavras: "Ora,"Ora, oo fato fato principal,
principal) para para aa tutela
tutela constitucional,
constitucional, éé sempre sempre oo crime crime
3.4.3 Crimes
Crimes políticos
políticos político.
político, Este
Este éé queque imuniza
imuniza oo estrangeiro
estrangeiro da da extradiçao,
extradição. Logo, Logo, onde
onde ele ele sese caracteri-
caracteri,
3.4.3 ze,
ze, onde ele exista, predomina sobre qualquer outra circunstância, c, portanto, nâo
onde ele exista, predomina sobre qualquer outra Circunstância, e, portanto, não
Não se
Não se concede
concede aa extradição
extradição quahdofundada
qllandofundada no cometimentodecritncs
no cometimento de<crimes cabe
cabe aa medida,
medida, pouco pouco importando
importando haja haja ouou não
não delito
delito comum
comum envolvido,
envolvido, que que fica
fica
políticos. Muitas
políticos. Muitas são
são as
as razões,
razões, colocad?s
colocadas como
como justificativas
justificativas dessa exclusã~" r~ssal­
dessa, exc1iisão,.ressa!- submergido
submergido naquele"n.
naquele" .
n ,
1L
tando oo Prof.
tando Prof. Anibal Bruno o\ que
Anibal Bruno' "É um
que "E um preceito
preceito que
que pertence
pertence ao
ao regime regime dede
3.5
3.5 Condições
Condições para para aa extradição
extradição , " " "
privilégio que prevalece nos crimes desse gênero e que decorre da consideração' da
privilégio que prevalece nos crimes desse gênero e que decorre da consideração da
natureza própria
própria desses
desses crimes,
crimes, queque visam
visam geralmente
geralmente umum fim
fim altruísta
altruísta '-'-
-'-. . .:- melhorar
melhorar Como
Como obstáculos
obstáculos impedientes
impedientes àà concessão
concessão da da extradição,
extradição, enumera0
enumera0 art:igo artigo 77 77
natureza
as condições
condições dodo país
país ou
ou da humanidade~,
da humanidade da
da Lei
Lei n.n. °o 6.815/80
6.815/80 as as condições
condições negativas
negativas de de perseguibilidade
perseguibilidade seguintes:
seguintes: a) a) oo. fato
fato
as -, eede que não
de que não revelam
revelam nos
nos seus
seus agentes agentes oo
caráter perigoso
perigoso ee condenável
condenável do do criminoso
criminoso comum".
comum". que
que motivar
motivar oo pedido
pedido não não for
for considerado
considerado crimecrime nono Brasil
Brasil ouou no
no EstadO
Estado tequerente;
l'équerentc;
caráter ,,'.:' b)
b) oo Brasil
Brasil forfor competente,
competente, segundo segundo suassuas leis,
leis, para
para julgar
julgar oo crime',
crime illpúta:db
irnputado ao ao
Muito embora
Muito embora aa qualificação
qualificação de
de delito
delito como
como político
político seja
seja de'
de compCtêrid:à
competência dodo extraditando;
extraditando; c) c) oo extraditando
extraditando estiver estiver aa responder
responder aa processo
processo ou ou já já houvei>sido
houver sido
país rcquerido,
país requerido, oo parágrafo
parágrafo 1.0, do
do art.
art. 77,
77, da
da Lei
Lei n.o
n.o 6.815
6.815 de
de 1980,
1980, estatui
estatui que
que aa condenado
condenado ou ou absolvido
absolvido no no Brasil
Brasil pelo
pelo mesmo
mesmo fatofato emem queque sese fundar
fundar oo pedido; pedido; d) d)
alegação de
alegação de fim
fim ou
ou motivo
motivo político
político não
não impedirá
impedirá aa extradição
extradição quando ~ato
quando bo fato quando
quando estiver
estiver extinta
extinta aa punibilidade
punibilidade pela pela prescrição
prescrição scgundo
segundo aa lei lei brasileira
brasileira ou ou aa dodo
constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou
constituir, principalmentc, infração da lei penal comum, ou quando o crimequando o enme Estado
Estado requerente;
requerente; e) e) oo extraditando
extraditando houver houver de de responder,
responder, no no Estado
Estado requerente,
requerente,
comum) conexo
comum, conexo aoao delito
delito político,
político, constituir
constituir oo fato
fato principaL
principal. perante Tribunal ou Juízo juízo de exceção (incisos n.os UI, V, VI
n. Os ll, Ill, VI e VIll).VIII).
No parágrafo
No parágrafo 3.
3.°° do
do referido
referido dispositivo estabelece~se que
dispositivo estabelece-se que o
o Supremo
Supremo Tribtmal
Tribunal Por
Por seu
seu turno,
turno, exigidas
exigidas no no artigo
artigo 7878 do
do "Estatuto",
HEstatuto l1 , encontram-se
encontram-se as as condições
condiçoes
Federal poderá
Federal deixar de
poderá deixar de considerar
considerar crimes
crimes políticos
políticos os
os atentados
atentados contra:Chefes
contra Chefes de
de positivas de perseguibilidade seguintes:
positivas de perseguibilidade seguintes: a) ter sido o crime cometido no território
a) ter sido o crime cometido no território do do
Estado ou
Estado ou quaisquer
quaisquer autoridades,
autoridades, bem
bem assim
assim osos atos
atos de anarquismo, terrorismo,
de anarquismo, terrorismo, Estado requerente
Estado requerente ou ou serem
serem aplicáveis
aplicáveis ao extraditando as
ao extraditando leis penais
as leis penais desse
desse Estado;
Estado; b) b)
sabotagem, seqüestro de
sabotagem, seqüestro de pessoa)
pessoa, ou que importem
ou quc importem propaganda
propaganda: de guerra ou
de guerl'a ou de
de existir sentença
existir sentença final final dede privação
privação de liberdade, ou
de liberdade, ou estar
estar aa prisão
prisão do do extraditando
extraditando
processos
processos violentos
violentos para
para subverter
subverter aa ordem
ordem política
pOlítica ou
ou social.
sodal., autorizada
autorizada por por juiz,
juiz, tribunal
tribunal ou autoridade competente
ou autoridade competente do do Estado" requerente
Estado·· requerente
(incisos I e Il). li).
3.4.4
3.4.4 Crimes
Crimes militares
militares ee de
de opinião
opinião
Quando negada
Quando negada aa extradiçãO,
extradição, não não sese admitirá
admitirá novonovo pedido
pedido baseado
baseado no no mesmo
mesmo
Do mesmo t~inbém>exchiíada
mesrn.o modo que os crimes políticos, o direito anterior também excluía da
ll
fato, por
fato) por força
força expressa
expressa em em disposição
disposição contida
contida no no artigo
artigo 88 88 da
da LeiLei n. 6.815/80.
n. oo 6.815/80.
extradição
extradição osos crimes
crimes de
de caráter
caráter "puramente
"puramente militar
militar", assim
assim como
ccimo os
os puramente
puramente ,
No tocante
No tocante ao ao exercício
exercício da da competência
competência jurisdicional,
jurisdicional, dispõedispõe aa legislação
legislação
religiosos
religiosos ee os
os crimes
crimes de
de opinião.
opinião. , brasileira (art.
brasileira (art. 78
78 dada Lei
Lei n.
n. oo 6.815/80),
6.815/80), queque oo Estado
Estado requerente
requerente somente
somente pode pode obter
obter
11 21
A
A respeito
respeito de
de tais
tais crimes,
crimes, ensina·
ensina AnibaI
Anibal Bruno
Bruno :: ('Falta
"Falta em.
em geral,
geral, aos seus
aossClls aa entrega do criminoso, se tiver competência para processá~lo. processá-lo.
agentes,
agentes, oo caráter
caráter verdadeiramente
verdadeiramente criminoso
criminoso dodo malfeitor
malfeitor de
de Direito
Direito comum,
comuni;e e àà Por outro
Por outro lado,
lado, caso
caso aa jurisdição
jurisdição brasileira
brasíleira seja
seja concorrente,
concorrente, isto istci é,é, sese oo Brasi!
Brasil
sua
sua repressão
repressão um
um interesse
interesse geral,
geral, que
que justifique
justifique aa assistência
assistência jurídica internacional
jurídicainternai::ional também for
também for competente
competente para para oo julgamento
julgamento ee processo
processo do do criminoso,
criminoso, segundo segundo as as
que
que constitui
constitui aa extradição.
extradição. normas de
normas de direito
direito penalpenal internacional,
internacional, não não poderá
poderá ser ser concedida
concedida aa extradiçãoextradição
Ainda
Ainda que
que se
se reconheça
reconheça nesses
nesses fatos
fatos puníveis alguma coisa que
puI1Íveisa.1gumacôisa que os
os aparenta
aparenta com
com pretendida (art.
pretendida (art. 77,
77, n.n.°o UI).
lll). A A competência
competência internacional
internacional da da jurisdição
jurisdição brasileira
brasileira éé
os
os crimes
crimes políticos,
políticos, aa legislação
legislação infra
infra constitucional
constitucional vigente
vigente sobre
sobre aa extradição
extràdição apurada de
apurada de conformidade
conformidade com com as as normas
normas internas
internas contidas
contidas no no nosso
nosso chamado
chamado
e'Estatuto
("Estatuto dodo Estrangeiro
ll
Estrangeiro")) não
não contemplou
contemplou regra
regra semelhante
semelhante àà cOIitida
contida no
no Direito
Direito "direito penal
'ldireito penal internacionaP')
internacional", consoante
consoante disposto
disposto nos nos arts.
arts. 5,°
5.° ee 7. 7.°,
0 , dodo Código
Código
revogado,
revogado, persistindo a exclusão,contudo, por forçado disposto no inciso Lll do
persistindo a exclusão, contudo, por forçado dispostonoincisoLIl do Penal em
Penal em vigor.
vigor.
artigo
artigo 5,°
5.° da
da Constituição
Constituição de de 1988,
1988; que
qt:ie proíbe
proíbe aa extradição
extradição do
do estrangeiro
estrimgeiro por
por crime
crime A legislaçãO
A legislação brasileira
brasileira de de extradição
extradição exige
exige aa duplicidade
duplicidade de de incriminação
iricriminação como como
político
político ou
ou dede opinião.
opínião. ' pressuposto do
pressuposto do pedido
pcdido extradicional.
extradicional. Realmente,
Realmente, éé necessário
necessário que que oo fato fato realizado
realizado
pelo criminoso
pelo criminoso seja seja punido
punido tanto
tanto segundo
segundo aa leilei do
do Estado
Estado requerente
requerente como como segundosegundo
OO §§ 1.0,
1.0, do
do artigo
artigo 7676 da
da Lei n. o 6.815/80preC:eitl1a.cpieaéxceçãorelativa
Lei n.o 6.815/80preceit:llâ:qtieaexceçãoielatíva aos aos modo, subordina~se
crimes aa lei
lei do
do Estado
Estado requerido.
requerido. Do Do mesmo
mesmo modo, subordina-se também também aa prescrição
prescrição àà
crimes políticos
políticos não
não impedirá
impedirá aa extradição
extradição quando
quandO oo fatocol1stituir,
fato constituir, principalmente,
principalmente; duplicidade de de incriminação,
incriminação, ou ou seja,
seja, éé indispensável,
indispensável, para para queque aa extradição
extradição se se
infração duplicidade
infração da
da lei
lei penal
penal comum,
comum, ouou quando
quando houver
houver conexão de crime
cciricxãOdé' crime comum com
comimicom viabilizc, que não tenha ocorrido a prescrição, tanto no Brasil como no Estado
delitos viabilize) que não tenha ocorrido a prescrição) tanto no Brasil como no Estado
delitos políticos,
políticos, ee aa infração
infração comum
comum "constituir
"constituir oo' fato principar'. ,
fato"ptincipal". requerente.
requerente,
':r

20. Ob. • 250. BDJur


cit., pág. 22. Ob.
22. Ob. cit., 13J.
pág. 13J.
cit., pág.
20. Ob.
21.
Ob. ci
cit., pág.
hnp:/lbdjur.llj.gov.br
252. 23. Curso
Curso de de Direito
Direito Constitucional
Constitucional Positivo, 5. a edição,
Positivo, 5." edição, Rcv.
Re\'. dos
dos Tribun8is,
Tribunais, S.S. Paulo, 1989, pago
Paulo 1989, 297.
pãg. 297.
21. Oh. cito, pago L.'J!.. 23. I

,.-
48
48 Justitia, São Paulo,
Juslilia, São Paulo, 52
52(152),
(152), out.ldez.
outJdez. 1990
1990 DOUTRINA 49
DOUTRINA 49
--~='-'--------- ---

Nao éé necessana,
Não necessária, porém,
porém, absoluta
absoluta coincidência
coincidência entre entre aa denominação
denominação dos dos A
A vedação
vedação éé tradicional
tradicional em em nosso
nosso Direito,
Direito, como
como se se percebe
percebe do do registro
registro feito
feito por
por
delitos, pelo
delitos, pelo direito
direito dodo país
país requerente,
requerente, ee aa adotada
adotada pelopelo Brasil,
Brasil, bastando
bastando que,que, nana Rodrigo
Rodrigo Otávio,Otávio, ao ao afirmar
afirmar que que na na circular
circular enviada
enviada pelo pelo Governo
Governo Imperial
Imperial às às
essência, as condutas imputadas sejam tratadas como crimes,
essência, as condutas imputadas sejam tratadas como crimes, por um e outro, como por um e outro, COIDO legações
legações brasileiras
brasileiras no no estrangeiro,
estrangeiro, aa 44 de de fevereiro
fevereiro dede 1847,
1847, estava consignado ~~e
estava consignado q~e
rem decidido
tem decidido oo Supremo
Supremo Tribunal
Tribunal Federal
Federal (Extr.
(Exrr. 480-8
480-8 -- República
República Francesa,
Francesa, ReI.
ReI. "se
"se oo criminoso
criminoso fossefosse cidadão
cidadão brasileiro,
brasileiro, não não poderia
poderia ser
ser entregue
entregue porpor não
não oo penrenr
permItlr
Min. Sidney
Min. Sidney Sanches,
Sanchcs, DJUDJU de 17111189, p.
de 17/11/89, p. 17.185).
17.185). aa Constituição
Constituição do do Império,,26.
Império,,26.
Quando vários
Quando vários países
países solicitam
solicitam aa extradição
extradição da da mesma
mesma pessoa,
pessoa, surgéo
surge o problema
problema A respeito da
A respeito da impossibilidade
impossibilidade de de extradição
extradição de de brasileiros,
brasileiros, 3a Constituição
Constituição
da competência
da competência do do Estado
Estado requerente, necessitando~seestabelecer
requerente, necessitando-se estabelecer qualqual aá jurisdição
jurisdição Federal
Federal de de 1988
1988 contém
contém cláusula
cláusula maismais especificadora,
especificadora, trazendo
trazendo inovação,
inovação, pois
pois está
está
prcvalente.
prevalente. . . assim redigida: "nenhum
assim redigida: "nenhum brasileiro
brasileiro seráserá eXtraditado,
extraditado, salvo
salvo oo naturalizado,
naturalizado, em em caso
caso
Na hipótese, prevalece o Estado do Iocus delici:i, se a extracliçãof~r p~~lidaem
Na hipótese, prevalece o Estado do Iocus delicti, se a extradição for pedida em dede crime
crime comum,
comum, praticado
praticado antesantes dada naturalização,
naturalização, ou ou dede comprovadoenvolvimen-
comprovadoenvolvimen-
conseqüência do do mesmo
mesmo fatofato delituoso,
delituoso, conforme
conforme determina
determina oo "Estatuto",
"Estatuto", salva
salvo toto emem tráfico
tráfico ilícito
ilícito dede entorpecentes
entorpecentes ee drogas drogas afins,
afins, nana forma··daIei''.··
forma da lei''.
conseqüência
disposição em
disposição em sentido
sentido contrário
contrário constante
constante de de tratado
tratàdo oliou convenção
convençãocotrl algum dos
com algum dos Por
Por suasua vez,
vez, dispõe
dispõe oo inciso
inciso II do
do artigo
artigo 77 77 do
do "Estatuto
"Estatuto do do Estrangeiro"
Estrangeiro"(Lei n. o°
(Lei n.
Esrados requerente
Estados requerente (artigo
(arrigo 79,
79, caput
caput ee §§ 3.°3. 0 da
da Lei
Lei 6.815/80).
6.815/80). 6.815/80), que que não
não se concederá
concederá a extradição
extradição quando
quando se tratar
tratar de
de btasileiro, salvo se
bra.sileitojsalvo se
No caso
caso de de oo lugar
lugar da
da infração situar-se emem umum Estado,
Estado, porpor ali
ali ter
ter ocorrido
ocorddo oo aa aquisição
aquisição dessa nacionalidade verificar-se verificar~se apósapós o fatofato que motivar
motivara o pedido.
pedido.
No infração situar-se
resultado, e em outro, por haver se verificado nele a ação delituosa, aplica~sea'regra aplica~sea regra Diferente
Diferente era era aa sistemática
sistemática da da antiga
antiga Lei Lei n.o
n.O 2.416,
2.416, de 1911, pois,s(~uartigo
de 1911, pois, seu artigo 1.0 1.0
do art. 79, § 2.° 2. ° in fine, que deixa a preferência ao arbítrio do governo brasileiro. permitia a extradição de nacionais e estrangeiros, se bem que relativamente àqueles, àqUeles)
Tratando~se de de pluralidade
pluralidade dede infrações,
infrações, rege
rege oo casa0
caSa0 art.
art. 79,
79,§ 1.0 dbciteido
db citado conforme
conforme oo contidocontido no no seuseu §§ 1. 0, só
1. 0, só pudesse
pudesse serser concedida
concedida quando,
quando, por por ·lei
lei ou
ou
Tratando-se § 1.0
"Estatuto", que que dispõe
dispõe queque terá
terá preferência:
preferência: a) a) oo Estado
Estado requerehteemcujo
requerehte em cujo tratado, o país requerente assegurasse ao Brasil a reciprocidade de tratamento.
"Estatuto",
território haja
território haja sido
sido cometido
cometido oo crime
crime mais
mais grave,
grave, segundo
segundo aa leilei brasileira;
brasileira; b)bque
b)oque Conforme
Conforme anota anota Frederico
Frederico Marques,
Marques, oo Congresso
Congresso Jurídico
Jurídico Brasileiro,
Brasileiro, dede 1900,
1900,
em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando,
em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos se a gravidade dos não
não se manifestou sobre o assunto, embora tivesse sido a matéria objeto de
se manifestou sobre o assunto, embora tivesse sido a matéria objeto de
crimes for
crimes for idêntica;
idêntica; c) c) oo Estado
Estado de de origem,
origem, ou ou na na sua
sua falta,
falta, oo domiciliar
domiciliar do do discussão.
discussão. O O Conselheiro
Conselheiro Lafayette
Lafayette entendia,
entendia, em em 1902,
1902, ao ao escrever
escrever seu seu "Direito
HDireito
extraditando, se
extraditando, se os
os pedidos
pedidos forem
forem simultâneos (incisos I,
simultãneos (incisos I, Ir
II ee lU)
IIl). . Internacional",
Internacional", ee com com apoio
apoio em internacionalistas ee penalistas,
em internacionalistas penalistas, que que "não
Hnão éé admissí-
adrnissí~
3.6 Proibição de de extraditar
extraditar o o nacional
nacional vel a extradição de reinícula, mas tão-somente de estrangeiros"
vel a extradição de reinícula, masZi tão~somente de estrangeiros" desde que desde que (§ 146)
146)
3.6 Proibição
não
não haja estipulação em
haja estipulação contrário 27 ,, sendo
em contrário sendo que que no
no Código
Código de de Bustamante
Bustamante constava
constava
Entende a· a maioria dos doutrinadores, como Eusébio Gomez Gom~z e .Cálon,
.Câl~n, .citados
. ci~~clos aa respeito
respeito aa seguinte
seguinte regra:regra: "Art.
"Art. 345 345 -- Os Estados contratantes
Os Estados contratantes não não estão
estão
por
por Bento
Bento de
de Faria,
Faria, "que
"que aa nacionalidade
nacionalidade dodo delinqüente
delinqüente não
não deve
deve servir
servir de
de Óbice
Óbice aa obrigados a entregar os seus nacionais. A nação que se negue a entregar um de seus
sua
sua extradição
extradição porquanto
porquanto oo princípio
princípio absoluto
absoluto da
da não
não entrega
entrega dodo próprio
próprio súdito
súdito não não cidadãos fica obrigada a julgá~lo." julgá-lo."
se
se compadece
compadece com com aa assistência
assistência judiciária
judiciária entre
entre as
as nações
nações ee aa boa administração da
boaadmiriistração da
justiça penal,,2+.
penal"H.. ." ••..• •• .•. Afirma oo acatado
Afirma acatado autorautor que que aa não
não entrega
entrega do do nacional
nacional ao ao juiz
juiz do
do locus
Ioeus patrati
patrati
com~etência do foro
eriminis, exclui a competência
criminis, f~ro onde
~n~e. melhor
me.lhor se pode decidir aa. causa, :au~a,
Segundo
Segundo Anibal
Anibal Bruno,
Bruno, "o "o grande
grande argumento
argumento vem vem sendo que, com
sendo que, essa
COIüessa citando ]imenez
citando Jimenez de de Azua"S,
Azua- , para
para quem
quem ({oo princípio
pnnclplo ainda
amda atenta
atenta contra
contra as as exigências
eXlgenClas
proibição, se retira o criminoso das mãos dos seus juízes legítimos, que são os do de solidariedade
de solidariedade internacional,
internacional, ee não não se se recomenda
recomenda em em face
face dos
dos postulados
postulados de de defesa
defesa
lugar do crime, daqueles mesmos em melhor situação para conhecer con.hecerc!odo fato,
fato, social que informam aa atividade repressiva do Estado".
segundo
segundo aa lei
lei penal
penal que
que foi
foi realmente
realny.ente violada,
violada, ee colher
colher elementos
elementos para
para o6 processo
processo ee aa
boa administração
boa administraçao da da justiça,,25.
justiça,,2>. . '.' '.' . '.' '. . AA definição
definição jurídica
jurídica da da nacionalidade
nacionalidade encontra~se
encontra-se na na Constituição
Constituição Federal
Federal queque
arrola no
arrola no seu
seu artigo
artigo 12 12 quais
quais são são os os indivíduos
indivíduos brasileiros
brasileiros natos
natos (inciso
(inciso I)I) ee
Entretanto,
Entretanto; segundo
segundo nosso
nosso direito positivo, aa extradição
direitopositivoj extradição sornentepoderáser
somente poderá ser naturalizados (inciso
naturalizados (inciso lI).
II).
concedida
concedida quando
quando oo extraditando
extraditando nãonão for
for brasileiro.
brasileiro. Em
Em relação
relação aa essa
essa condição
condição Considera-se aa época
Considera~se época em em queque foi
foi cometido
cometido oo crimecrime na na apreciação
apreciação da da nacionali~
nacionali-
pessoal,
pessoal, nem
nem mesmo
mesmo os os tratados
tratados ouou convenções
convenções internacionais
internacionais podem
podem de de outra
outra dade do
dade do brasileiro
brasileiro objeto
objeto do do pedido
pedido de de extradição.
extradição. Com Com efeito,
efeito, oo brasileiro
brasileiro naturah~
naturali-
forma
forma dispor
dispor em
em virtude
virtude dede existir
existir norma
norma constitucional (artigo 5.°,
constitucional (artigo 5. 0 , ine.
inc. LI
LI da
da zado nãonão será
será entregue
entregue ao ao Estado
Estado estrangeiro
estrangeiro se se adquiriu
adquiriu aa nacionalidade
nacionalidade pátriapátria
zado
Constituição,
Constituição, Federal de 1988)
Federal de 1988) dispondo
dispondo expressamente
expressamente sobre
sobre oo assunto.
assunto. antes da da perpetração
perpetração do do crime,
crime, segundo
segundo oo disposto
disposto no no art.
art. 76,
76, inciso
inciso II da
da Lei
Lei n.n.oo
antes
Trata-se
Trata-se de
de garantia
garantia individual
individual que já vinha
que já vinha solenemente
solenemente declarada
declarada no art. 153,
no art. 153, 6.815/80.
6.815/80.
§§ 19,
19, da Constituição Federal revogada, onde se estabelecia que "em caso algum"
da Constituição Federal revogada, onde se estabelecia que "em caso algum" Como decorrência
Como decorrência do do dispositivo
dispositivo legallegal mencionado
mencionado ee do do contido
contido no no inciso
inciso LILI
seria
seria concedida
concedida aa extradição
extradição dede brasileiroj'
brasileiro; conforme
conforme idêntica
idêntica disposição
disposição da
da Consti-
Consti-
o do artigo
do artigo 5.°5.° dada Constituição
ConstituiçãO Federal Federal de de 1988,
1988, nãonão éé aa datadata do do pedido
pedido de de
tuição de 1946
tuição de 1946 em
em seu art. 141,
seu art. 141, §§ 33.
33. Por
Por sinal,
sinal, oo mesmo
mesmo constava
coristava do art. 122,rt.
do art. 122,h.o extradição, ou ou mesmo
mesmo aa do do início
início dodo procedimento
procedimento criminal,
criminal, queque regula
regula aa entrega
entrega ou ou
12, da Constituição de 193?, que estatuía o seguinte: "nenhum brasileiro poderá ser extradição,
12, da Constituição de,1937', que estatuía o seguinte: "nenhum brasileiro poderá ser não dodo naturalizado,
naturalizado, mas mas sim sim aa época
época em em que
que praticou
praticou oo delito.
delito.
extraditado não
extraditado por
por governo
governo. estrangeiro".
estrangeiro".

26. Oh.
26. Ob. cit.
cito pág. 281.
pág. 28l.
24.
24. Oh. cit. pág. •152.
Ob. cito BDJ~r 27. Oh.
27. Ob. cit., 307.
pág. 307.
cit., pág.
25.
25. Oh. "'-0' 249.
cit., pág.
Ob. cit., _ }np;JIbdJUr.llj.gov.br
28. Frederico
28. Frederico Marques.
Marques, ob.
ob. ee loe.
loc. dt.
cito
50 Justitia, São
Jusiitia, São Paulo,
Paulo, 52
52 (152),
(152), out./dez_.
out.ldez"__'9'-9'-O
_1_99_0 _ ._._.._."... _
-_.---_._--_._---_._--_DOUTRINA
. ..:....:.._-------_.._. - __._ _ 51
.... _ - - - -
..-.. -~---

brasileiro naturalizado, no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de


É a incontornável conseqüência da fraude à lei, posto que, conforme ensina entorpecentes e drogas afins (inciso UI LU do artigo 5. 0 ).
29
com atualidade Bento de Faria , "em relação a estrangeiro a naturalização posterior
A disposição é reflexo da solidariedade internacional no combate combatc aos delitos
ao fato que determinar o pedido do país onde a infração for cometida não nao temtem· o
relativos ao tráfico denarcóticos,ç;l,1jo
denarcóticos,çujo cometimento, cada vez mais intenso e
efeito de impedir a extradição, porquanto os os atos praticados em fraude da lei são
organizado, somente pode ser reprimido mediante cooperação ec atuação conjunta
corrumpit".
insuscetíveis de produzir efeitos contra ela. Fraus omnia corrumpit".··
dos vários Estados. Infraconstitucionalmente, os crimes relativos ao tráfico de
Siqueira") ao ressaltar que "esta solução, que vemos adotada
Diz bem Galdino SiqueiraJ-J entorpecentes estão previstos na Lei n. o 6.368/76. Ressalta-sc,
Ressalta-se, porém, que a
no tratado celebrado entre a Inglaterra e a França, em 14 de agosto de 1876, é:<i éa aplicação do dispositivo constitucional autorizador da extradição do naturalizado,
mais jurídica, por isso que, se é certo que a naturalização tem por efeitos imediatos no caso, depende de comprovado envolvimento, na forma da lei, o que significa
romper os vínculos que prendiam o indivíduo ao país de origem, esses efeitos não co~autoria ou participação (art. 29 do
comprovação de envolvimento sob a forma de co-autoria
retroagem, especialmente no sentido de extinguir os
alcançam o passado, não rettoagem, Código Penal). •. ...•. . .•.
deveres que tinha o indivíduo para com o Estado de origem, quais os de submeter"se submetCl-~se
às suas leis e de sofrer a punição que,
quc, em conseqüência de sua infração, lhe possam
Oportuno anotar que a circunstância pessoal de ser sá oo eXtr~ditârid()'âisa~~
extraditancl0c:asadc) com
brasileira, ou mesmo possuir prole brasileira,
brasileira,rião rcpresenta obstáculo ao deferimen~
não rei1reseritaobstáculo:aÓdefefimen"
aplicar seus tribunais".
to da extradição, consoante a Súmula n. n.oo 421 do
do Supremo Tribunal Federal, que
TribunalFederal,
O brasileiro não extraditado deve responder, perante a justiça brasileira, pelo estabelece: "Não impede a extradição a circunstância de ser o extradiradocasado
extraditado casado
crime cometido no estrangeiro, nos termos do disposto no inciso II do artigo).o artigo 7.o do com brasileira ou ter filho brasileiro.))
brasileiro." . .
Código Penal e observadas as condições estabelecidas nas alíneas do parágrafo .2.° 2.° Com a edição da Constituição Federal de 1988 não é mais possível a deCl'etação
cleCl'ctação
funda~se na necessidade de evitar a impunidade
do mesmo artigo. A sistemática funda"se impunidade do
da prisão do extraditando pelo Ministro da Justiça, como ocorria no regime
nacional que delinqüe alhures, pois, se ele não pode ser extraditado, em virtude virtude de
constitucional revogado. Apreciando "Questão de Ordem", na Extradição n,o
sua qualidade de brasileiro, imprescindível se faz oo processo e julgamentorid
julgamento11ó Brasil
478~6,
478"6, da Confederação Suíça
Suíça,l relator o Senhor Ministro Moreira Alves, em sessão
para que o delito não permaneça sem punição: punição;
de 30/11188 6/1211988, pág. 33.326) acerca da competéncia
30/11/88 (DJU de 6/1211988. competência para decretar a
3.7 Extradição denegada prisão do extraditando, decidiu o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por
prisao
Estando satisfeitas as condições legais, a extradição do estrangeiro deverá ser unanimidade, que, no processo de extradição, diante da regra do art. 5.°, inciso
concedida, não havendo necessidade de ter sido pedida a entrega por por parte do paíspaís a LXI, da Constituição de 5.10.1988, que determina que ninguém scrá será preso senão em cm
cuja nacionalidade se prende o criminoso,
Criminoso, pois o que se toma em em.consideração
corisideração é o flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
lugar da infração, isto é, o país em cujo território a infração foi praticada.
infração:,foi·praticada.· competente, excetuados apenas os casos de transgressão militar ou crime propria~ propria-
Na ocorrência de negação da extradição do estrangeiro; este será julgado, mente militar definidos em lei, não mais compete ao lvfinistro
Ministro da Justiça
justiça decretar a
"quando for o caso", em nosso País. Analisando a legislação revogada,Frcderico
revogada; Frederico custódia do extraditando, mas ao Ministro relator do feito, fcito, no Supremo Tribunal
31
Jl
Marques cita Oscar Tenóri0
Tenório quc,que, sobre a matéria, tece as considerações seguintes: Federal.
"Não dispõe O o Decrcto~Lei
Decreto"Lei n. o 394 - silenciando também o Código PenaL- P~nal-:- a
respeito de julgamento de estrangeiro cuja cxtradição
extradição forfor negada . . pelo Brasil em
determinados casos. Mas, para os crimes que afetam a interesses de dc: caráter interna~
interna-
cional, o direito convencional contém
contém disposições a respeito.uMenciona
respeito." Menciona então a
convenção firmada pelo Brasil ee outras nações para a repressão
l-epi-essaó do tráfico ilícito de
ttáfi20 ilíéito
nO<fÍyas, em 1936, cujo art. 8.°
drogas noceiras, 8. o dispõe o seguinte: HOsestraIl~eiros
"Os estrangeiros que
praticarem no estrangeiro um dos atos previstos no ho art. 2. o e que se encontrarem
encoritraremno se·
no
território de uma das Altas Partes Contratantes, devem ser processados· eepi.1nidos, ·pi.1nidos,
como se o ato tivesse sido praticado nesse território, preenchidas as seguintes
condições: a) se havendo sido pedida a extradição não puder ela ser concedida por
puderelasercohcedida
motivo estranho ao ato propriamente dito; b) b) se a legislação dó país dc
legislaçãodO'país de refúgio
refugio
admitir, como regra geral, o processo por infrações cometidas por estrangeiro fora
do território nacional."
nacionaL"
3.8 Outras considerações
Na esteira das considerações acima transcritas,
transcritas, observamos
obsei:vamos que que o Constituinte
Constít'uirite
de 1988 positivou que poderá ser concedida a extradição mesmo· mesmo em se tratando
tratahdo de

29.
29. Ob. cit pago 154 BDJur
Ob. Clt.,
30. Ob.
.30. Ob. Clt., _~~lp://bdiur.llj.goy.br
'.-0. 212.
cit., pág.
31. Oh. pág. 309.
cit.,, pág.
Ob. cito 30i).

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