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Ferreira
Agosto/2022
Definição
Etiologia e Fisiopatologia
As principais causas de DRC que levam pacientes a evoluir para fase terminal são:
¨ Nefroesclerose hipertensiva – 35%
¨ Glomerulopatia diabética – 30%
¨ Glomerulopatias primárias – 12%
¨ Outras – 20%
¨ Rins policísticos – 4%
Hiperfiltração
+ TFG
+ adaptativa
PROGRESSÃO
Atrofia
Glomeruloesclerose
Tubular +
Þ Fase de função renal normal sem lesão renal – importante do ponto de vista
epidemiológico, pois inclui pessoas integrantes dos chamados grupos de risco
para o desenvolvimento da doença renal crônica (hipertensos, diabéticos,
parentes de hipertensos, diabéticos e portadores de DRC, etc), que ainda não
desenvolveram lesão renal.
Þ Fase de lesão com função renal normal - corresponde às fases iniciais de lesão
renal com filtração glomerular preservada, ou seja, o ritmo de filtração
glomerular está acima de 90 ml/min/1,73m2.
Þ Fase de insuficiência renal funcional ou leve - ocorre no início da perda de
função dos rins. Nesta fase, os níveis de uréia e creatinina plasmáticos ainda são
normais, não há sinais ou sintomas clínicos importantes de insuficiência renal e
somente métodos acurados de avaliação da função do rim (métodos de
depuração, por exemplo) irão detectar estas anormalidades. Os rins conseguem
manter razoável controle do meio interno. Compreende a um ritmo de filtração
glomerular entre 60 e 89 ml/min/1,73m2.
Þ Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada - nesta fase, embora os
sinais e sintomas da uremia possam estar presentes de maneira discreta, o
paciente mantém-se clinicamente bem. Na maioria das vezes, apresenta
somente sinais e sintomas ligados à causa básica (lupus, hipertensão arterial,
diabetes mellitus, infecções urinárias, etc.). Avaliação laboratorial simples já nos
mostra, quase sempre, níveis elevados de uréia e de creatinina plasmáticos.
Corresponde a uma faixa de ritmo de filtração glomerular compreendido entre
30 e 59 ml/min/1,73m2.
Þ Fase de insuficiência renal clínica ou severa - O paciente já se ressente de
disfunção renal. Apresenta sinais e sintomas marcados de uremia. Dentre estes
a anemia, a hipertensão arterial, o edema, a fraqueza, o mal-estar e os sintomas
digestivos são os mais precoces e comuns. Corresponde à faixa de ritmo de
filtração glomerular entre 15 a 29 ml/min/1,73m2.
Þ Fase terminal de insuficiência renal crônica - como o próprio nome indica,
corresponde à faixa de função renal na qual os rins perderam o controle do meio
interno, tornando-se este bastante alterado para ser incompatível com a vida.
Nesta fase, o paciente encontra-se intensamente sintomático. Suas opções
terapêuticas são os métodos de depuração artificial do sangue (diálise peritoneal
ou hemodiálise) ou o transplante renal. Compreende a um ritmo de filtração
glomerular inferior a 15 ml/min/1,73m2.
A DRC é subdividida em estágios (0, 1, 2, 3a, 3b, 4 e 5), com base no ritmo de
filtração glomerular e em relação a proteinúria em A1, A2 e A3, antes, a doença era
estadiada apelas pela TFG, porém, o risco de piora da função renal está intimamente
ligado a quantidade de albuminúria, de modo que ela foi incorporada na classificação.
Essas duas classificações diferentes unidas estagiam a doença, assim como dão
seu prognóstico. Conforme mostra a tabela, pacientes na faixa verde dificilmente tem
complicações graves e pacientes na vermelha geralmente estão em diálise, para evitar
outras complicações.
Risco para DRC
Grau: Elevado
Þ Hipertensão arterial;
Þ Diabetes mellitus;
Þ História familiar de DRC.
Grau: Médio
Þ Enfermidades sistêmicas;
Þ ITU de repetição;
Þ Litíase urinária repetida
Þ Uropatias;
Þ Crianças com < 5 anos;
Þ Adultos com > 60 anos;
Þ Mulheres grávidas.
Manifestações clínicas
Diferentes sinais e sintomas podem ser observados com falência renal avançada,
incluindo hipervolemia, hipercalemia, acidose metabólica, hipertensão, anemia e
doença mineral óssea. O desenvolvimento de doença renal terminal (IRC classe V)
resulta numa constelação de sinais e sintomas conhecida como uremia. A progressão
rápida da doença renal é definida como declínio sustendado na TFG > 5ml/min/1,73m2
/ano.
As manifestações do estado urêmico incluem anorexia, náusea, vômito,
pericardite, neuropatia periférica e anormalidades do sistema nervoso central (variando
de perda de concentração e letargia e convulsões, como e morte). Não existe correlaçõ
direta entre os níveis séricos absolutos de nitrogênio ureico no sangue ou creatinina e o
desenvolvimento desses sintomas.
O distúrbio ósseo e mineral decorrente da DRC inicia-se com a redução na
produção de 1,25 dihidroxi-calciferol. O declínio progressivo do nível sérico da vitamina
D é acompanhado por elevação de paratormônio (PTH) a medida que declina a filtração
glomerular. Assim, nos estágios 3 e 4 da DRC, a maioria dos pacientes já apresenta
hiperparatireoidismo secundário.
Alguns achados clínicos e laboratoriais podem ser vistos em pacientes com estágio 4 e 5
conforme o sistema acometido:
Diagnóstico
¨ CKD-EPI:
¨ MDRD;
¨ Equação de Cockcrof-Gault
Tratamento
- Prevenção:
¨ Diminuir ingestão de sódio (menor que 2g/dia) correspondente a 5g de cloreto
de sódio, em adultos.
¨ Abandono de Tabagismo.
¨ IMC alvo entre 20-25 Kg/m2.
¨ Dieta com restrição proteica (0,8 g de proteína/ kg de peso /dia) para pacientes
com TFG menor que 30 ml/min. Deve-se atentar para desnutrição desses
pacientes.
¨ Vacinações: Influenza (anualmente), Pneumococo (realizar uma dose e um
reforço em 5 anos) e Hepatite B (avaliar se paciente foi vacinado e se houve
resposta sorológica. A vacina contra hepatite B no paciente com DRC deve ser
aplicada em dose dupla nos meses 0, 1, 2 e 6 para pacientes com anti-HBs < 10
UI/mL. Deve-se repetir o esquema para os não respondedores e realizar novo
anti-HBs em 2 meses após a última dose. Em pacientes no estágio 4 e 5 deve-se
reavaliar o anti-HBs anualmente e se valores se tornarem inferiores a 10 ui/mL,
revacinar ).
¨ Prevenir ou tratar rapidamente distúrbios hemodinâmicos evitando
desidratação (diarreia, vômito, uso excessivo de laxantes ou diuréticos) ou
episódios de hipotensão arterial.
¨ Controle pressórico com valores menores que 140/90.
¨ Controle glicêmico nos diabéticos, com valores de hemoglobina glicada em torno
de 7%. Alvo menos rigoroso pode ser considerado em pacientes com
hipoglicemias frequentes, início tardio do diabetes, doença micro ou
macrovascular avançada e em idosos.
¨ Evitar medicamentos nefrotóxicos (como AINE, aminoglicosídeos, lítio) e ajustar
dose quando necessário (como benzodiazepínicos, colchicina, digoxina,
fenofibrato, metformina e glibenclamida);
¨ Pacientes com proteinúria, em especial diabéticos, se beneficiam com o uso de
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ou Bloqueadores de
Receptores da Angiotensina (BRA). O uso concomitante das duas classes de
medicamentos está contra-indicado devido a piores desfechos clínicos e não há
evidência suficiente para recomendar a associação entre IECA e BRA para
prevenir a progressão da DRC. Deve-se tentar atingir, quando tolerado, a dose
alvo de cada medicação (40 mg/dia para enalapril, 150mg/dia para captopril ou
100 mg/dia para losartana). Ao iniciar a medicação, deve-se atentar se não
ocorrerá piora da hipertensão, hipercalemia ou diminuição da TFG. Se houver
uma queda da TFG maior que 30% deve-se suspender o medicamento e
encaminhar para o nefrologista. Não iniciar IECA ou BRA para prevenção primária
de DRC em pacientes diabéticos normoalbuminúricos e normotensos.
¨ Estatinas reduzem mortalidade e eventos cardiovasculares em pacientes com
TFG reduzida (estágios 1 a 3) e dislipidemia.
¨ Betabloqueadores reduzem mortalidade e eventos cardiovasculares em
pacientes com TFG reduzida e insuficiência cardíaca.
Controle:
¨ Hipervolemia;
¨ Anemia;
¨ Acidose metabólica;
¨ Distúrbio mineral ósseo (DMO);
¨ HAS;
¨ Distúrbio hidroeletrolíticos;
¨ Hipercalemia.
1. https://kdigo.org/wp-content/uploads/2017/02/KDIGO_2012_CKD_GL.pdf
2. https://www.scielo.br/j/jbn/a/RMwrNxPxP5D8mcwXBjtBKnJ/?format=pdf&lan
g=pt
3. https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/11/jbn_v26n3s1a02.pdf
4. https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/nefrolog
ia_resumo_doenca_renal_cr%C3%B4nica_TSRS.pdf
5. Outros...