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PERGUNTAS DURANTE A AULA

QUESTÃO 10 (SLIDE)
Artigo: Assincronia paciente-ventilador (2018)
O autodisparo é uma assincronia oposta à anterior: o ventilador dispara um ciclo ao
reconhecer, indevidamente, uma variação de fluxo ou pressão no circuito como sendo um
esforço muscular respiratório espontâneo do paciente. Em outras palavras, o sistema de
sensibilidade do aparelho é “enganado” por artefatos, como vazamentos com
despressurização do circuito ou oscilações de fluxo e/ou pressão por presença de
condensado no mesmo, ou ainda por transmissão de variações de pressão intratorácica
pelos batimentos cardíacos pela ejeção do volume sistólico.

O duplo disparo consiste na oferta, pelo ventilador, de dois ciclos consecutivos para
apenas um esforço muscular do paciente, ou seja, ocorre quando um esforço do paciente
dispara dois ciclos seguidos. Nesse caso, o tempo neural inspiratório do paciente é maior
que o tempo do ciclo mecânico do ventilador. O primeiro disparo resulta do esforço do
paciente.
QUESTÃO 11 (SLIDE)
Associação da disfunção cardíaca a esquerda e BH com a falha da extubação.
Artigo:
https://www.scielo.br/j/rbti/a/sCNNwKWY5Nffj45Xp6WbrhN/?format=pdf&lang=pt

Há forte plausabilidade biológica de que o BH seja associado com falha do desmame ou


da extubação. Um BH positivo pode levar a extravasamento capilar, com aumento da
água extravascular pulmonar, contribuindo para a disfunção respiratória após a
extubação.(17) Além disso, a disfunção cardiovascular vem sendo cada vez mais
reconhecida como causa importante da falha do desmame, mesmo em pacientes sem
cardiopatia previamente reconhecida.(18) A incidência de disfunção cardíaca induzida
pelo desmame como causa de falha desse processo varia entre 20% e 87%.(5-9) Quando
o paciente retoma a respiração espontânea, restaura os valores negativos das pressões
intratorácicas, incrementando assim o retorno venoso, o volume sanguíneo central e a
pós-carga ventricular esquerda.(19) Nesse cenário, uma sobrecarga de volume pode
contribuir para descompensar a função cardiorrespiratória.
Explicação:

Ou seja, a doença cardíaca a esquerda pode ser um preditor de falha na extubação, visto
que no processo de transição da pressão positiva para a negativa (ambiente) há um
aumento da pós-carga (resistência enfrentada durante a ejeção) de VE.

QUESTÃO 16 (SLIDE)
Associação da capnografia com a relação V/Q
Artigo: https://bjan-sba.org/article/5e498ba50aec5119028b472a/pdf/rba-42-1-51.pdf
O CO2 produzido durante o metabolismo celular é transportado pelo sistema venoso ao
átrio e ao ventrículo direitos, chega aos pulmões e difunde-se dos capilares aos alvéolos.
Dos alvéolos, este gás é finalmente eliminado com a mistura exalada. A quantidade de
CO2 que alcança os espaços alveolares é proporcional ao débito cardíaco e ao fluxo
sanguíneo pulmonar. A eliminação deste gás para o ambiente depende da eficácia da
ventilação.
Durante a fase inspiratória, em condições habituais, não se detecta nível significativo de
CO2 no gás inspirado. Porém, à medida em que se processa a expiração, aumenta
progressivamente a pressão parcial deste gás na mistura exalada. Esta elevação é
gradativa, visto que o início da fase expiratória corresponde ao deslocamento da massa
gasosa que ocupa espaços não sujeitos a trocas, como traquéia, brônquios e bronquíolos
não respiratórios ("espaço morto" anatômico). Níveis máximos de CO2 são obtidos ao
final da expiração e correspondem ao teor dos gases que compõem a mistura alveolar.

A ausência ou redução do CO2 na mistura exalada implica em interrupção da


ventilação ou hipoventilação alveolar (ventilação de "espaço morto"). Isto ocorre em
apnéia, desconexão do circuito, extubação acidental, vazamento, obstrução (Figura 9) ou
intubação esofágica (Figura 10). A intubação esofágica segue-se redução abrupta ou
desaparecimento da PETCO2 ("lavagem" do CO2 gástrico). Apenas a visualização direta
da passagem do tubo traqueal através das cordas vocais é capaz de diagnosticar a correção
da intubação traqueal com maior acerto que o capnograma.

Explicação:

Ou seja, indiretamente pode-se usar a capnografia para avaliar a ventilação, e assim inferir
sobre a relação V/Q.

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