P A L A V R A D O I TA L O

PODE
ACREDITAR
NO QUE ESTOU
DIZENDO
VOCÊ DEVE SE
LEMBRAR DO
FILME MATRIX.
A computação gráfica pode ter
sido bem produzida; a atuação
de Keanu Reeves, impecável,
mas a idéia que sustenta o
filme é mais frouxa que prego
na areia. Dentro da realidade
da Matrix nada existe de fato,
nada é sólido nem permanece,
tudo é criação mental de um
arquiteto louco e pode mudar
a qualquer momento. A base
desse mundo é a desconfiança.
NÃO É ASSIM NA
VIDA REAL. Deixar de
confiar no testemunho, próprio
ou alheio, é perder o chão
sobre o qual estão erguidos os
pilares de nosso conhecimento.
Mesmo o conhecimento
científico, último refúgio dos
desconfiados, só pode existir
se dermos crédito ao que outra
pessoa testemunhou. É irônico
e trágico que, abandonando
a capacidade de confiar em
nós mesmos e nos outros,
acabemos por depositar toda
nossa confiança em uma
autoridade vaga e dispersa
que muitas vezes não aparece
para nós senão pelo rótulo de
“comunidade científica”. Nesta
semana, quero que você se livre
da desconfiança e de todos
os cacoetes mentais que dela
provêm.
 NESTE CA,
VOCÊ VAI
DESCOBRIR:
 POR QUE SUA

SÓ PODERÁ

CONDUZI-LO(A) À ;

POR QUE A

CIENTIFICAMENTE
É ESSENCIAL PARA A VIDA E OS
RELACIONAMENTOS;

COMO

E TORNAR-SE, VOCÊ
MESMO(A), A PROVA QUE VOCÊ PROCURA.
Toda segunda-feira, o seu Caderno de Ativação
traz sugestões de atividades ou reflexões
baseadas em um dos temas abordados nas lives.
Se você está chegando agora, não se preocupe:
o Guerrilha Way não é uma maratona em
que você tenha de alcançar quem chegou
antes, mas um barco que o recolhe onde
você está e o impulsiona para frente. Atrasar
o GW não dá juros. Aliás: não se atrasa o GW.
A hora certa para se fazê-lo é a hora que se faz
ele. A quantidade ideal é a quantidade feita.
L iv e Es p e ci a l

AFINAL, VOCÊ
CONFIA EM
QUÊ?

Acesse o Portal GW para conferir os áudios e vídeos das lives da semana passada.
PEDIRAM-ME
CERTA VEZ QUE EU
APRESENTASSE UM
ESTUDO CIENTÍFICO
QUE COMPROVASSE
O BENEFÍCIO DE
DAR ESMOLA. Mais do
que um pedido esquisito, esse é
um sintoma do nosso tempo: um
sintoma da mentalidade cientificista,
do desejo de que exista uma prova
científica para tudo.
Essa aberração do conhecimento tem cria-
do as piores atrocidades sociais. Um sujei-
to que exige prova científica para tudo está
baseando sua forma de entender e agir na
desconfiança. Ele não confia mais no teste-
munho de seus próprios olhos, muito me-
nos no testemunho dos olhos alheios, e sem
essa confiança é impossível orientar-se na
realidade.

O ser humano não pode ter como base de

seu entendimento a demonstração lógica
ou a prova científica. O nosso conhecimen-
to sempre foi baseado primeiramente no
testemunho, e tanto é assim que a base do
conhecimento científico também é a fé: a
fé no testemunho de alguém que fez uma
experiência ou que a replicou.
O elemento da confiança é o que
estrutura o mundo. O maior men-
tiroso da face da Terra está, em
último caso, instalado na verda-
de. Se ele se esquecesse, ao men-
tir, de quem é ele, de por que está
mentindo, de para quem está
mentindo, de qual é a verdade
que sua mentira oculta ou defor-
ma, já não seria um mentiroso,
mas um louco. Deixar de confiar
na verdade que permanece sob
o véu de mentiras que as pessoas
às vezes tecem é, por sua vez, tor-
nar-se louco.

Isso também é assim em todo re-

lacionamento humano. Por mais
que seu sócio engane você ou que
seu cônjuge o tenha traído, essas
pessoas nunca vão conseguir
ser falsas cem por cento, porque
elas sempre serão elas e nunca
poderão ser outra pessoa. Não é
possível instalar-se na mentira; a
verdade e, com ela, o amor e a
confiança, estão na base de tudo.
Para perceber esse núcleo de verdade em
que você está instalado, é preciso abando-
nar o fetiche da auto-imagem. Elaborar men-
talmente suas características, formar em sua
mente que você é isto ou aquilo é caminhar
para a frustração. E se você agir, por fraque-
za, de outro modo? E se você agir, por força
(porque precisava), de outro modo?

Temos de confessar todos os dias que existi-

mos, que somos testemunhas não só da nos-
sa própria existência, como da existência de
nossa mãe, de nosso cônjuge, de nossos ir-
mãos, de nossos filhos e, com esse exercício,
abandonar de vez a exigência insana de
prova científica para tudo. Exigir demonstra-
ções lógicas e provas científicas a todo mo-
mento, como se o pensamento exercesse um
império sobre a realidade, não vai nos levar
a conhecer coisa alguma. O único método
legítimo para se chegar ao conhecimento é
a confissão do testemunho solitário.
HORA DO
AQUECIMENTO

Tente se lembrar de qualquer coisa que você

tenha visto ontem, enquanto ninguém esta-
va por perto. Pode ser uma cena, um objeto,
uma expressão que você captou em alguém.

– Descreva o que você viu.

– O que você descreveu é um testemunho.
– Você consegue prová-lo?
– Você confiaria menos no que viu, só por-
que não pode prová-lo?
1
VOCÊ ESTÁ
INSTALADO
NA VERDADE;
SUA AUTO-
IMAGEM,
NÃO.
SABE QUAL É A
RECEITA CERTA PARA
A INFELICIDADE?
CONFIAR NESSA
PORCARIA DE AUTO-
IMAGEM, QUE NÃO
SERVE PARA NADA.
A sua auto-imagem muda. Num
dia, você se vê como responsável;
no outro, como irresponsável. Num
período, se vê como organizado; no
outro, seu quarto está uma bagunça.
Em um momento de crise, você
tomou uma decisão corajosa; em
outro, acovardou-se.

NENHUMA dessas coisas é você.

E QUEM
VOCÊ É?
A diferença entre o mentiroso
e o louco é que o mentiroso
está instalado na verdade, mas
mente no seu testemunho,
enquanto o louco perdeu o
contato com a realidade.

Esse elemento de verdade

é sólido e nunca muda. Um
mentiroso até pode fingir ser
outra pessoa todos os dias,
mas ele sabe que, todos os
dias, acorda SENDO a mesma
pessoa. Você também tem essa
experiência e pode recordá-la
para orientar-se a partir dela.
Sempre insisto no exercício do mapeamen-
to das circunstâncias.
Mapear as circunstâncias significa
descrever a sua situação atual — não o
seu estado mental ou sua opinião sobre
si mesmo. Significa saber quais são os
elementos factuais da sua vida — mais
sólidos do que os delírios de auto-imagem
MAPEIE SUAS CIRCUNSTÂNCIAS
BREVEMENTE, PROCURANDO
SENTIR O PESO DE CADA COISA.
Por exemplo: Onde você nasceu?
É filho de quem? Onde você está hoje?
Quais são as suas circunstâncias?
Quantos anos tem? Trabalha em quê?
É solteiro(a), casado(a)? Tem filhos?
Mapeie sua situação:

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 2
CONFIE
Se você sabe quem você é e sabe
onde está, pode confiar no seu pró-
prio testemunho. Além disso, pode
confiar no testemunho alheio. Isso
é FUNDAMENTAL para uma orien-
tação no mundo.
Todo conhecimento tem uma boa
dosagem de CRENÇA. É impossível
provar tudo o que tomamos como
verdade. Também é impossível exi-
gir que alguém prove tudo o que
testemunhou.
Temos de confiar uns nos outros.
Essa confiança é a BASE para qual-
quer entendimento.
PARA
PROVAR
O QUE FOI
DITO...
Considere qualquer teoria científi-
ca em que você acredite. Pode ser
desde a existência dos micróbios
até a teoria da relatividade.
Você consegue reproduzir todas as
experiências necessárias para pro-
var essa teoria, ou precisa confiar no
testemunho de um monte de gente
(só para mencionar alguns: no tes-
temunho de quem elaborou a teo-
ria, de quem criou os instrumentos
da pesquisa, de quem fiscalizou o
procedimento, de quem divulgou a
teoria ao longo dos anos, e por aí
vai)?
3
SABEMOS
MAIS DO QUE
PODEMOS
PROVAR QUE
SABEMOS.
O sujeito que pede uma prova científica
para TUDO não está instalado na realida-
de.
Não podemos provar a maior parte dos
nossos conhecimentos. A prova científica
não é o nosso principal modo de orienta-
ção no mundo. Se a mãe dá uma ordem
ao seu filho, a obediência do filho não de-
pende de uma prova que valide a ordem
da mãe.
O filho não precisa, aliás, de prova cien-
tífica nenhuma para TESTEMUNHAR que
mãe dele é a mãe dele.
VOCÊ CONSEGUE
PROVAR SEU
TESTEMUNHO?
Se você conhece uma pessoa, você é teste-
munha da existência dela.
Pense em qualquer pessoa que você co-
nheça: sua mãe, sua melhor amiga ou
amigo, seu namorado. Tente imaginar a
história de vida dessa pessoa, como vocês
se conheceram e como é sua relação com
ela.
Elabore agora um argumento que prove
logicamente a existência dessa pessoa,
ou tente pensar em um experimento que
alguém possa replicar e que prove que o
seu conhecido realmente existe.
FALHE MISERAVELMENTE e vá para a pró-
xima página.
 4
“ DOC,
PROVE-ME
QUE O SEU
ARSENAL
FUNCIONA.”
EXPERIMENTE-O.
VOCÊ SERÁ A PROVA.
TRABALHAR
SERVIR
SER ÚTIL
DAR ESMOLA
NÃO ENCHER O SACO
TOMAR BANHO FRIO DE MANHÃ
FICAR FORTE
FICAR BONITA
FAZER COQUE
E, MULHERES, AGIR COM DOÇURA.
Pode procurar em qualquer base de dados:
não há pesquisa científica comprovando a
eficácia de nada disso.
Pode procurar entre as pessoas que colo-
caram isso em prática: abundam os teste-
munhos de vidas e relacionamentos trans-
formados.
Por isso, deixe de história.
Teste e confie no próprio testemunho.
COMUNIQUE-SE HOJE!
A comunidade Guerrilha Way tem mais de 30.000 pessoas. Já
parou para pensar que vocês têm algo em comum? Comuni-
que sua experiência GW postando vídeos, fotos ou textos so-
bre as atividades da semana. Use a hashtag #GWsemana45
Nosso dream team está à disposição para tornar sua experiência GW cada vez
melhor. Envie suas críticas, sugestões ou elogios para aluno@italomarsili.com.br.
Será um prazer ouvir você!