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Enteroressonância

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sem a permissão expressa da autora.

AUTORIA

Joice Brandão

COLABORAÇÃO

Bruna Casprechen

@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sobre mim...

Olá galera da radiologia!!! Meu nome é Joice Brandão,


sou técnica em radiologia e responsável pelo SIMPLIFICANDO
RESSONÂNCIA. Sou completamente apaixonada pela área e
tive meu primeiro contato com a ressonância há 11 anos. No
início me deparei com materiais complexos e de difícil
compreensão para aplicar no meu dia a dia. Pensando
nisso, decidi compartilhar parte do meu caderno de estudo,
onde anotei tudo que aprendi desde meus tempos de estágio
até hoje de uma maneira simples e fácil de entender.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
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Enteroressonância

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Esse exame tem o objetivo de investigar processos
inflamatórios como doença de Crohn, neoplasias e
obstruções e sangramentos do intestino delgado.

O que você precisa saber:

Os parâmetros que definem um bom exame requerem


distensão adequada das alças do intestino delgado, e para
prevenir artefatos o paciente é posicionado em decúbito
ventral, isso reduz movimentos da parede abdominal,
diminui a peristalse e ameniza artefatos de suscetibilidade .
A distensão das alças é feita com um volume médio de 1,5 a
2 litros de contraste oral. Aqui onde trabalho atualmente,
usamos uma média de 8 a 10 sachês de muvinlax misturado
a agua para contrastar as alças.

Importante ressaltar que há um prazo para o paciente


tomar o contraste . O tempo mais praticado são 40 minutos ,
no qual o paciente deve tomar um copo a cada 5 minutos
até terminar o contraste. Deve se evitar atrasos entre o
tempo que se inicia o preparo do exame, em que o paciente
começa a tomar o contraste, e o tempo em que se inicia a
aquisição das imagens, pois a maioria dos radiologistas
preferem não ver o intestino grosso contrastado. Se você
ultrapassar o período de 1 hora entre o preparo e o início do
exame as chances são de que o contraste pode passar do
intetino delgado e começar a contrastar o intestino grosso.
Se por acaso o intestino grosso contrastar, mas não houver
prejuízo na distenção das alças do delgado, não há
problema.
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Esse é considerado um contraste bifásico: apaga em T1 e
bilha em T2.

Um jejum de 4 horas é aconselhável e agentes


antiperistalticos ajudam reduzir os movimentos
involuntários do intestino e proporciona uma imagem
muito melhor.

A aquisição das imagens exige o uso da bobina


dedicada, uma bobina torso por exemplo.

O posicionamento em decúbito ventral também oferece


aquisições mais ágeis em função dos efeitos compressivos e
favorece uma distensão melhor das alças pelo contraste oral.
Outro ponto alto desse exame é a administração do
contraste venoso, este por sua vez é fundamental para
avaliar cronicidade da inflamação,pesquisa de neoplasias e
etc.

A escolha do protocolo com sequências e planos


adequados farão toda diferença, acredite em mim .Se a
sequência de pulso equivocada for selecionada , seu exame
pode esta fadada ao fracasso.

A primeira coisa que você precisa lembrar aqui é que este


exame visa estudar o intestino delgado. O plano coronal
favorece esse estudo em virtude da disposição das alças na
cavidade abdominal, principalmente em sequencias
influenciadas pelo tempo de aquisição.

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Protocolo

A maior parte das imagens são adquiridas com


sequencias de pulso single shot SSFSE porque são
praticamente insensíveis ao movimento movimento e muito
sensíveis ao líquido.

Lembre-se que as maiorias esmagadoras das patologias


ta-se tendem a aumentar a quantidade hídrica do tecido,
logo é compreensível que seja a primeira escolha para esse
estudo. Ressalta-se também que elas são extremamente
rápidas, sendo completadas em segundos, ás vezes em uma
única apneia, isso é possível graças ao seu trem de ecos quase
infinitos, que são pulsos de sucessivos de refasagem de 180
graus.

Essa sequência é capaz de colher toda a informação


necessária e preencher todas as linhas do “espaço K” para
reconstruir as imagens num único pulso de exicitação.

Ela é o que chamamos de extremo das sequencias SE.


Porém seu longo trem de eco também tras desvantagens
importantes pois seu grau de borramento e muito maior, e
sua sensibilidade para lesões sólidas como as metástases é
muito menor. Inclusive por isso incentiva-se que haja pelo
menos uma sequência com sincronização respiratória no
protocolo.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sequências SSFP que são imagens GRADIENTE também
são comumente usadas.

O fato dessas sequências proporcionarem pesadas


ponderações T2 ajuda a desenhar muito bem o interior das
alças, já que as paredes e pregas são mais escuras que o
contraste no interior do intestino.

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Sequências que usam a supressão de gordura são
capazes de causar um destaque ainda maior entre
patologias e tecidos saudáveis, já que o contraste entre as
estruturas é ainda maior. Mas nem tudo é perfeito, aqui
sofremos com perda de sinal e nossa RSR vai lá pra baixo.

As sequências ponderadas em T1 são especialmente


importantes após o uso do contraste endovenoso e
normalmente são adquiridos em sequências dinâmicas 3D
com supressão de gordura no plano coronal pois favorecem o
tempo de aquisição. Além disso um axial T1 pós tardio é
desejável.

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As sequências 3D pos contraste sofrem perda de detalhe
da parede intestinal pela peristalse, mas há menos artefatos
de respiração e temos considerável resolução.

Ainda falando sobre protocolo... é importante fazer uma


pequena consideração em torno das sequências difusão DWI.
Elas tem contraste inerentemente T2, por isso mesmo são
capazes de isolar e apontar de forma eficiente áreas de
inflamação e neoplasia.

O que ninguém pode negar é que a parte mais excitante


do exame são as sequências CINE, estas são consideradas
sequências de motilidade, ponderadas em T2. As sequências
CINE estudam o movimento peristáltico, indicando
inflamação do delgado quando não há peristalse ou
quando os movimentos estão muito reduzidos.

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IMPORTANTE:

A subdistenção inadequada das alças pode simular


uma patologia de estenose ou espessamento da alça, isso
porque a alça acaba não “esticando” o suficientemente
esperado.

Você deve ter essa informação sempre em mente, pois o


radiologista se baseia em medidas feitas tanto no interior
da alça quanto em suas paredes e pregas para fazer o
diagnóstico.

A espessura da alça varia de acordo com o quão


distendido está o intenstino, mas em geral não passa de
3mm.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
PLANEJAMENTO:

Seu paciente é grande e seu FOV não consegue abraçar


todo abdome? Não se preocupe.

Como o importante é o estudo do intestino delgado, não


há problema em cortar o fígado durante o planejamento. Eu
particulamente tomo como referência a sínfise púbica para
posicionar a bobina. A borda inferior da bobina fica ao
nível da sínfise e o sinal que pegar pra cima é lucro.

Os radiologistas gostam de ver a bexiga mas não se


importam em perder um pouco de fígado, desde que o
intestino delgado não seja prejudicado. Lembrando que é
muito importante conferir com seu radiologista quais são
as preferências dele.

Espero que essas informações o ajudem em seu próximo


exame.

Até a próxima.

REFERÊNCIAS:

FUNDAMENTALS OF BODY MRI, SECOND EDITION


Copyright© 20117 by Elsevier, Inc. All rights reserved.

www.radiopaedia.org/

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