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ESTUDO DE CASO:

O autor, desde a sua admissão, labora em condições periculosas,


posto que durante toda sua jornada de trabalho estava sujeito ao
contato de agentes nocivos (combustíveis, tais como óleo diesel e
gasolina), os quais ficavam armazenados, de forma aérea, no seu
ambiente de trabalho.

Dentre as atribuições do reclamante estava a de realizar o


abastecimento, operando a bomba de combustível, dos 15/16
veículos da frota da reclamada, em média, de três a quatro vezes na
semana. Ao mesmo tempo, uma vez por mês, acompanhava o
recebimento e a descarga (transbordo) do óleo diesel do caminhão
tanque para o tanque de armazenamento aéreo.

A capacidade de armazenamento do tanque de combustível,


conforme foto em anexo, era de 3.200 litros de óleo diesel. Haviam,
também, cerca da 20 litros de gasolina armazenados no
almoxarifado.

Os controles de cada abastecimento (veículo, data, quantidade,


numeração do hidrômetro) eram realizados em um “caderno”
próprio, conforme fotos, em anexo.

Importante destacar que, no início deste mês (1º setembro de 2020),


o gerente da reclamada, Sr. Fábio, determinou que os
abastecimentos dos veículos passariam a ser realizados pelos
próprios condutores dos veículos (eletricistas).

O reclamante sempre esteve exposto a agentes inflamáveis e


explosivos. O risco de explosão destes materiais, bem como a
quantidade de estocagem destes produtos, acarreta o pagamento
do adicional de periculosidade requerido.

O contato do autor com os produtos inflamáveis são aptos a


ensejarem o risco previsto na NR-16, tendo em vista que o volume
de combustível, ao qual o reclamante ficava exposto, é maior que o
previsto na exceção da NR. Além disto, era realizada a operação da
bomba de combustível.

O bem maior do trabalhador é sua vida, sendo dever constitucional


do empregador colaborar com sua preservação com o emprego de
meios que neutralizem o risco ou que, ao menos, o diminua à
condição aceitável. Estando o empregado exposto a perigo
decorrente de inflamáveis, a preocupação do legislador e da própria
sociedade é maior, o que gera o direito ao recebimento do adicional
de periculosidade, nos termos do artigo 193 da CLT. Observe-se
ainda a Súmula 39, do C. TST.
Portanto, o adicional de periculosidade, no grau de 30%, nunca foi
pago ao autor.
Assim, devido o pagamento do adicional de
periculosidade, na ordem de 30% sobre os salários do reclamante,
durante todo o
período contratual, devendo esta parcela integrar o salário do autor
para o cálculo de
todas as horas extras pagas, DSR/feriados sobre extras pagas,
férias, gratificações de
férias, 13º salários e FGTS.

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