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A estrutura organizacional, seus

processos, sua cultura


ANALISAR, COM DETALHES, OS DIVERSOS ASPECTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E O

DESENVOLVIMENTO DE SEUS PROCESSOS, FORMALIZADOS OU NÃO, QUE INFLUENCIAM E SÃO

INFLUENCIADOS PELA CULTURA DA ORGANIZAÇÃO.

AUTOR(A): PROF. AUGUSTO PAULO CARRERA BRAUN

Não existe uma forma única e perfeita de estrutura que possa atender todas as empresas, daí buscar-se

aquela que atenda peculiaridades e situações locais e agregue vantagens específicas à organização. Para

Wagner & Hollenbeck (2002), estruturar uma organização implica fazer escolhas bem ponderadas entre

várias alternativas.

Entre essas alternativas podemos encontrar estruturas “pesadas”, com vários níveis de comando, pouco

flexíveis e centralizadoras, ou outras mais adaptativas às condições do seu mercado específico e com maior

adaptabilidade e flexibilidade. As primeiras assemelham-se às grandes pirâmides egípcias, enquanto as

últimas podem ser representadas por pequenas pirâmides, mais achatadas, por terem menos níveis

hierárquicos.
Legenda: ORGANOGRAMA

Desde que Henry Fayol estruturou seu trabalho buscando o melhor arranjo entre os setores das empresas,

estas vêm buscando montar suas estruturas funcionais da forma que melhor atenda suas necessidades.

Assim pregava ele que, quanto mais detalhada e especializada fosse essa divisão de responsabilidades,

maior seria a eficiência da organização. Essa divisão de responsabilidades era demonstrada, graficamente,

pelas linhas horizontais do seu organograma, indicando as especialidades de cada área. As linhas verticais

indicavam os diferentes níveis de poder e seu nível de autoridade e responsabilidades (RIBEIRO, 2003). 

Interpretando e aprofundando um pouco mais essa afirmação, os desenhos das estruturas organizacionais

buscam atender as necessidades de seus fornecedores, clientes, empregados e acionistas para – através do

atendimento a eles – ela ter suas necessidades satisfeitas (WAGNER & HOLLENBECK, 2002).

Essas estruturas, são chamadas mecanicistas e orgânicas (WAGNER & HOLLENBECK, 2002), e apresentam

ainda, entre si, outras diferenças que demonstram e confirmam aspectos culturais e comportamentais

distintos. Nas estruturas mecanicistas, as tarefas e responsabilidades são rigidamente definidas, a

comunicação é fundamentalmente vertical (o caminho para um contato com outra área passa sempre pela

chefia), lealdade à organização e à chefia são reforçadas constantemente. Já, nas orgânicas, há flexibilidade

na negociação das responsabilidades das tarefas executadas e a comunicação processa-se vertical e

horizontalmente.

O PODER DENTRO DA ESTRUTURA FUNCIONAL


Uma estrutura funcional define e demonstra, também, como se distribui o poder dentro das

organizações.

Os processos internos
Ao pensarmos nos processos internos de uma organização, devemos entendê-los como as diversas
atividades que ela tem e que são inter-relacionadas de maneira lógica. Assim, pensando nesta instituição

onde você estuda e que tem o objetivo de atender às necessidades dos alunos que buscam estudar e formar-
se em nível superior, ela tem como atividades: elaborar os conteúdos das disciplinas dos diversos cursos,

disponibilizar professores preparados para ministrar as aulas, manter infraestrutura física adequada para
atendê-los, controlar os seus desenvolvimentos acadêmicos, administrar o fluxo financeiro e também seus

empregados, entre outras atividades.


As atividades acima se inter-relacionam e se completam, constituindo o que chamamos de processos, que

são as formas como a organização organiza suas tarefas para atender as necessidades de seus clientes, os
alunos (OLIVEIRA, 2010).
O importante é que esses processos sejam adequadamente administrados e geridos do início ao fim, de
maneira integrada e controlada, buscando fazer com que tenham eficiência e eficácia em todo o seu ciclo.

Dentro da empresa onde você trabalha, existem os mais diversos processos: o de recrutamento e seleção; de
produção; de compras; de vendas; contábil; de qualidade de produtos ou serviços etc.

Legenda: A DEFINIçãO DE UM PROCESSO

E quem administra esses processos? São os gerentes, que executam diversas ações de mensuração e ajustes

do que é realizado, propondo melhorias, fixando metas, buscando recursos para mantê-los e desenvolvê-
los. 

Todas essas características compõem a cultura organizacional, que é o jeito de ser da empresa, a sua
personalidade, de forma idêntica ao que acontece conosco, onde a estrutura da nossa personalidade é a

somatória de nossos valores, atitudes e comportamentos. Evidentemente, cada tipo de estrutura


organizacional, além de representar a forma de pensar e agir de uma organização, influi – decisivamente - 

nos seus aspectos comportamentais e decisórios. Nós agimos, nos comportamos e tomamos as decisões de
acordo com o que a cultura da empresa nos orienta e permite.

E como se forma essa cultura organizacional? De onde ela surge?

A formação da cultura
Cabe aqui, innicialmente, lembrar o termo agricultura, que leva ao conceito de plantação, trabalhar a terra,
e que foi tomado emprestado, em parte, para o campo da produção humana, a cultura, que tem – entre suas
inúmeras definições – o valor das ideias aprendidas e depois distribuídas (GOMES & GOMES, 2014).
Mais uma vez, voltemos à nossa instituição educacional. Seus fundadores iniciaram o empreendimento com

uma pequena escola de datilografia, que depois se diversificou e abrangeu a educação infantil, a básica e a
intermediária, até chegar aos cursos superiores. Desde o início, a forma de pensar e agir desses
empreendedores foi moldando o estilo da instituição, determinando seus valores e repassando-os ao que
vieram trabalhar com eles.

Com o desenvolvimento do empreendimento, novos profissionais juntaram-se ao negócio, novas ideias


surgiram, novas formas de trabalho apareceram, novas formas de administrar foram implantadas, sua
estrutura funcional se alterou; e tudo isso foi construindo a “forma de ser”, a cultura da instituição. E a
cultura, devagar e paulatinamente, também foi se alterando.

A sociedade em  que vivemos também veio mudando ao longo do tempo e novos hábitos passaram a fazer
parte do nosso cotidiano. A tecnologia desenvolveu-se em grande escala, em especial nos últimos anos; o
mercado de trabalho diferenciou-se e passou a exigir novas competências dos profissionais que pretendia
contratar e manter em seus quadros; os relacionamentos pessoais e sociais também vieram alterando-se

com o tempo.
Atenta a isso, a instituição também se moderniza e se adequa a essa nova realidade, exigindo novos perfis
de seus profissionais e implantando novas formas de desenvolvimento de cursos (vejam a crescente
utilização de aulas de ensino à distância!) e modernas técnicas de administração de seus recursos e das

pessoas.
Atente, agora, para a organização onde você trabalha; converse com funcionários mais antigos e pergunte-
lhes se a empresa, hoje, é a mesma de cinco anos atrás. O que mudou?
“Ah! A estrutura é diferente e tem menos níveis hierárquicos; os processos estão mais ágeis pela
informatização; as pessoas trabalham e comportam-se de maneira diferente, seus valores são outros! ” Isto
é, muito provavelmente, o que você ouvirá de pessoas que hoje trabalham com você, ou - talvez - já seja a
forma de você pensar. 
E será que isso modifica os aspectos comportamentais envolvidos nas decisões dos gestores e da

organização?
A cultura influencia as pessoas, mas estas também influenciam a cultura; desta forma, quem decide o faz
influenciado pela cultura organizacional, mas sem deixar de interferir nela, levado por seus valores e
convicções pessoais (GOMES & GOMES, 2014).

Vamos refletir sobre o tema desta aula e responder as questões que se seguem.

ATIVIDADE
Fayol pregava que a divisão de responsabilidades, dentro de uma

organização, deveria ser detalhada, dentro da especialização de cada

área, determinando a eficiência da organização.

I – Graficamente, as linhas verticais de um organograma determinam o

nível de autoridade, de poder de cada área.

II - Graficamente, as linhas horizontais de um organograma determinam

o nível de autoridade, de poder de cada área.

III - Graficamente, as linhas verticais de um organograma determinam a

especialização de cada área.

IV - Graficamente, as linhas horizontais de um organograma

determinam a especialização de cada área.

Estão corretas as alternativas:

A. I e III;

B. I e IV

C. II e III

D. II e IV

ATIVIDADE

Assinale a única alternativa correta:

A – Processos são as formas como a organização organiza suas

tarefas para atender as necessidades de sua clientela.

B – Nas estruturas mecanicistas, as tarefas e responsabilidades são

rigidamente definidas e a comunicação processa-se vertical e

horizontalmente.
C – Quem administra os processos são os funcionários administrativos

e operacionais, que executam diversas ações de mensuração e ajuste

do que é realizado, propondo melhorias, fixando metas e buscando

recursos para mantê-los e desenvolvê-los.

D - Nas estruturas orgânicas, há flexibilidade na negociação das

responsabilidades das tarefas executadas e a comunicação processa-

se verticalmente.

A. A – Processos são as formas como a organização organiza suas tarefas para atender as
necessidades de sua clientela.

B. B – Nas estruturas mecanicistas, as tarefas e responsabilidades são rigidamente definidas e a


comunicação processa-se vertical e horizontalmente.

C. C – Quem administra os processos são os funcionários administrativos e operacionais, que


executam diversas ações de mensuração e ajuste do que é realizado, propondo melhorias, fixando

metas e buscando recursos para mantê-los e desenvolvê-los.

D. D - Nas estruturas orgânicas, há flexibilidade na negociação das responsabilidades das tarefas


executadas e a comunicação processa-se verticalmente.

ATIVIDADE

O texto estudado discorre sobre a cultura organizacional, sua formação

e alterações ao longo do tempo, e dos aspectos comportamentais

envolvidos.

I – Podemos afirmar que a cultura de uma organização tem sua origem

nos seus fundadores, que determinam seus valores e os repassam aos

colaboradores.

II – A cultura de uma organização é imutável, mesmo que se alterem

sua estrutura funcional e formas de trabalho.


III – A tecnologia nada tem a ver com as alterações no mercado de

trabalho e tampouco com os processos de trabalho.

IV – As alterações culturais de uma empresa, ao longo do tempo,

alteram também o processo decisório, pois os comportamentos se

modificam.

Estão incorretas as alternativas:

A. I e III

B. I e IV

C. II e IV

D. II e III

REFERÊNCIA
GOMES, Luiz Flávio Autran Monteiro; GOMES, Carlos Francisco Simões. Tomada de Decisão: enfoque

multicritério. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

OLIVEIRA, D. de P.R. de. Sistemas, Organização & Métodos, uma abordagem gerencial. São Paulo: Atlas,
2010. 

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. São Paulo: Saraiva, 2003. 

WAGNER III, John A; HOLLENBECK, John R. Comportamento Organizacional: criando vantagem


competitiva. São Paulo: Saraiva, 2002.

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