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As decisões compartilhadas nos

grupos e equipes
ANALISAR A FORMAÇÃO DOS GRUPOS, SEU DESENVOLVIMENTO, OS PAPEIS DESEMPENHADOS, A

FORMAÇÃO DAS EQUIPES, OS PROCESSOS DECISÓRIOS.

AUTOR(A): PROF. AUGUSTO PAULO CARRERA BRAUN

Temos um grupo de amigos para viajarmos ou para irmos ao cinema ou teatro. Isso significa que temos um

objetivo comum e interagimos entre nós, percebendo-nos como um grupo, “o nosso grupo”. De forma

semelhante temos o nosso grupo de estudos em sala de aula, ou o nosso grupo de trabalho.

Legenda: TRABALHO EM EQUIPE

Participamos de diversos grupos ao mesmo tempo, estando ora com um, ora com outro, de acordo com

nossos interesses. Em nosso trabalho, junto com os colegas de nosso departamento, somos um grupo
Um grupo é uma reunião de pessoas que
interagem umas com as outras, trabalhando em
um propósito comum e percebendo que são um
grupo. 
DUBRIN, 2006, P. 234

formal, criado pela empresa para a realização de tarefas afins, comuns a todos, visando alcançar seus

objetivos (DUBRIN, 2006). Mas almoçamos com outros colegas, vamos aos shoppings com outros ou

vimos às aulas com outros ainda. Esses outros grupos são chamados de informais, criados ao longo do

tempo, e têm funções de integração e amizade, sem tarefas definidas, conforme cita DuBrin (2006).

Os grupos formais são criados para realizar tarefas mais complexas que não poderiam ser executadas por

apenas uma pessoa. É o caso da nossa área de trabalho, conforme citamos acima, ou o nosso grupo de

estudos de uma determinada disciplina (mesmo que o curso seja em EaD), com o qual realizamos nossas

atividades, apresentações e estudos.

Cada grupo apresenta sua história de criação e crescimento, mas todos passam por estágios semelhantes

de desenvolvimento, conforme a teoria de Bruce Tuckman, citado em Kinicki (2006, p.257), uma das mais
conhecidas teorias sobre a formação de grupos.

Para ele os estágios de desenvolvimento grupal são:


Formação, Tormenta, Normatização, Desempenho,
Interrupção.
A primeira fase, a de formação, é caracterizada pela proximidade das pessoas e a oportunidade de
realizarem algo, juntas, e isto acontece, muitas vezes, pelo acaso. Você está em sala de aula e, de repente,

o professor pede para formarem um grupo com o objetivo de desenvolver uma atividade e você faz isso,
aleatoriamente, com as pessoas sentadas próximas a você.  Alguma incerteza e desconfiança aparecem de

imediato, seguidas por algum grau de ansiedade, afinal as pessoas ali não se conhecem. E, vocês,
  participantes, vão experimentando e aprendendo como agir no grupo. Se os resultados da tarefa que os

aproximou for adequado, vocês – provavelmente – voltarão a trabalhar juntos.


Se isso voltar a acontecer de forma repetida, é possível que a convivência traga alguns pequenos conflitos,

em função dos diferentes estilos que vocês tenham. E aí começa a segunda fase da formação de um
grupo: a tormenta. Se os estilos são diferentes, poderão aparecer situações de tensões e pequenas
rivalidades e até o comando do grupo pode ser disputado nesse momento; a interdependência entre os
participantes começa a ser testada. Esta fase termina quando a hierarquia de liderança se estabelece e os

papeis de cada um vão se definindo.


Na sequência vem a fase de normalização, e os relacionamentos vão se padronizando a partir de regras de

convivência, normalmente não escritas, mas faladas, discutidas ou apenas subentendidas. Definem-se as
responsabilidades, divisões das tarefas de acordo com as competências e começa a surgir a ideia de um

grupo formado.
É, a partir daí, que o grupo começa a funcionar de fato e desenvolver as atividades com bom desempenho,

que é o nome desta fase, onde todos perseguem as metas grupais e realizam suas tarefas. 
Quando os grupos são transitórios ou temporários, há mais uma fase, que é o encerramento. O seu grupo

acadêmico de estudos apresenta essa característica, pois se desfará ao final do módulo ou ao final do
curso.

Wagner & Hollenbeck (2002), denominam as quatro primeiras fases do desenvolvimento de um grupo de:
iniciação, diferenciação, integração e maturidade, mas mantendo as mesmas características do trabalho de

Tuckman, citado acima. 

DUBRIN E OS PAPEIS NOS GRUPOS


DuBrin (2006), ao abordar a atuação dos membros de um  grupo,  estabelece os seguintes papeis:

1. Colaborador de conhecimento: compartilha informações úteis para a consecução das tarefas.


2. Observador do processo: mostra ao grupo como este está desenvolvendo seu trabalho.
3. Apoiador de pessoas: fornece apoio emocional e media conflitos.
4. Desafiador: critica decisões que possam não ter a qualidade esperada ou sejam eticamente
questionáveis.
5.  Ouvinte: saberrouvir pode facilitar um resumo das ideias discutidas, posicionando o grupo sobre
o momento que enfrenta.
6. Mediador: concilia pontos de vista opostos.
7. “Porteiro”: mantém as entradas para os debates e apresentação de ideias abertas a todos,
incentivando os mais calados e tímidos a participarem ativamente.
8. Líder “toma conta”: encoraja o grupo a definir seus objetivos, em especial quando não há um líder
formalizado.

AS EFICáCIAS DO INDIVíDUO E DO GRUPO


Sozinhos chegamos mais rápido. Juntos vamos mais longe.
                                                             Autor desconhecido

Todos os papeis acima são facilitadores de decisões grupais, tornando os grupos mais eficazes e
prevalecendo os conceitos básicos de liderança, pois em alguns as decisões são transferidas para o grupo,

permitindo o amadurecimento, o fortalecimento, o empoderamento de seus membros; e, em outros, o líder


consulta os participantes antes de tomar a decisão. No meio do caminho, existem os grupos que
compartilham os problemas, avaliam as alternativas e buscam chegar a um consenso. 

Incluir grupos no processo de tomada de decisão tem prós e contras. Quanto ao aspecto
positivo, os grupos contêm um conjunto maior de conhecimento, fornecem perspectivas
mais variadas, criam mais compreensão das decisões, aumentam a aceitação da decisão
e criam base para treinamento aos funcionários inexperientes.

KINICKI & KREITNER, 2006

Legenda: TOMADA DE DECISãO EM GRUPO

Os processos de solução de problemas e tomada de decisões em grupo são variados, mas deve prevalecer
o conceito de que várias cabeças pensam melhor que uma só. Para seguir essa linha de pensamento,

existem algumas técnicas, entre as quais mencionamos, citando Kinicki (2006):


1. Brainstorming, que pode ser traduzido como ‘tempestade de ideias’ utilizado para auxiliar os grupos a
gerar ideias e alternativas para resolver problemas. Nessa técnica, as ideias originais devem ser
colocadas sem que haja críticas ou julgamentos iniciais, limitadores de criatividade. Em um segundo
momento as ideias são votadas e, a partir daí as eleitas passam a ser discutidas.
2. Técnica Delphi, que gera ideias e julgamentos de especialistas, fisicamente dispersos, através de
questionários físicos ou virtuais. As respostas são resumidas e é dado retorno aos participantes; estes as
revisam, priorizam as questões e as reenviam, sendo esse processo repetido algumas vezes, até a
obtenção da melhor solução. Essa técnica pode ser aplicada quando há dificuldade em reunir todos os
membros de um grupo, ou quando se quer evitar discussões face-a-face.  
Entretanto, para Robbins (2005), decisões grupais apresentam algumas desvantagens, como o tempo

consumido, pressões intragrupais e busca de domínio e influência.


De toda a maneira temos, aqui também, inúmeros e variados elementos para sustentar nossos estudos e
discussões.

Então, vamos aos exercícios em busca de alicerçar


nossos conhecimentos sobre este tema interessante? 
ATIVIDADE FINAL

Considerando os quatro itens abaixo, estabeleça – na ordem correta –

os papeis executados por um participante de grupo.

I – compartilhando informações úteis para realizar as tarefas,

mostrando ao grupo o seu desenvolvimento nos trabalhos.

II – oferecendo apoio emocional e mediando conflitos.

III – criticando decisões sem qualidade e eticamente questionáveis,

sendo também resumindo ideias discutidas.

IV – conciliando pontos de vista opostos e ajudando o grupo a definir

seus objetivos.

A. Colaborador, Observador, Mediador, Tomador de conta, Ouvinte, Apoiador.


B. Ouvinte, Tomador de conta, Mediador, Colaborador, Desafiador, Observador.
C. Observador, Desafiador, Colaborador, Mediador, Tomador de conta, Ouvinte.
D. Colaborador, Observador, Apoiador, Desafiador, Ouvinte, Mediador, Tomador de conta.

Entre as técnicas grupais para tomada de decisão, temos:

____ O brainstorming, conhecido como "tempestade de ideias" e que é

utilizado para ajudar os grupos a gerar alternativas para resolver

problemas. São construídos questionários que são enviados a

especialistas.

____ A técnica Delphi aplicada a especialistas fisicamente dispersos e

todas as ideias são colocadas sem críticas ou julgamentos iniciais, que

depois são votadas.

____ Brainstorming, onde ideias são apresentadas sem limitadores de

criatividade e depois votadas, passando as eleitas a serem discutidas.

____ Técnica Delphi , utilizada quando há dificuldade para reunir todos

os membros de um grupo ou quando se quer evitar discussões frente a

frente. 

A. FFVF
B. FFVV
C. FFVF
D. FVVF

Classifique a segunda coluna de acordo com a primeira.

I - Formação                       ___ As metas grupais são perseguidas e

realizadas as tarefas.

II - Normatização               ___ São definidas as responsabilidades e

divisões de tarefas de acordo com as competências.

III - Tormenta                    ___ Aparecem situações tensas e rivalidades.


IV - Desempenho             ___ Caracterizada pela oportunidade de

pessoas próximas realizarem algo, juntas.

A. IV, III, I, II

B. III, IV, II, I


C. IV, III, II, I

D. I, II, III, IV

REFERÊNCIA
DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson

Learning, 2006.

KINICKI, Ângelo. KREITNER, Robert. Comportamento Organizacional. São Paulo: McGraw-Hill, 2006, 460 p.
ROBBINS, Stephen Paulo. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

536 p.
WAGNER III, John A. HOLLENBECK, John R. Comportamento Organizacional criando vantagem competitiva.

São Paulo: Saraiva, 2002, 496 p.

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