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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – BACHARELADO – 2022.1

ALLEF DOUGLAS PINTO DOS SANTOS

MICROBIOLOGIA MÉDICA
EXPERIMENTO DE RECONHECIMENTO DE ENTEROBACTÉRIAS

RECIFE/2022

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ALLEF DOUGLAS PINTO DOS SANTOS

MICROBIOLOGIA MÉDICA
EXPERIMENTO DE RECONHECIMENTO DE ENTEROBACTÉRIAS

Trabalho apresentado no curso de


graduação da Universidade Federal de
Pernambuco.

Orientadora: Eulália Camelo Pessoa de


Azevedo Ximenes

RECIFE/2022

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INTRODUÇÃO

A Enterobacteriaceae é formada por uma diversidade de bactérias Gram negativas,


com formato bacilar que abrange diversos gêneros. Esses microrganismos são
amplamente encontrados na natureza, como no solo, nas plantas, na água, no trato
gastrointestinal de animais e humanos.

Essas bactérias também podem colonizar os sistemas de água prediais. O grande


problema é que a família Enterobacteriaceae corresponde a 90% dos Gram-negativos
de importância médica e podem causar infecções hospitalares.

Alguns gêneros e espécies como: Escherichia coli, Klebsiella penumoniae e


Enterobacter spp. são reconhecidas como importantes agentes etiológicos de
infecções hospitalares, responsáveis por cerca de 70% das infecções do trato urinário
(ITU) e 50% dos casos de sepse .

Como as Enterobacteriaceae são uma causa comum de doenças em


estabelecimentos de saúde, elas são particularmente importantes no contexto da
resistência aos antibióticos.

A família Enterobacteriaceae se desenvolveu ao longo do tempo e tem uma


capacidade inata de proliferar, desenvolvendo resistência aos produtos químicos
antimicrobianos, tornando o antibacteriano existente ineficaz e emergindo como
resistente ao carbapenem, um antibiótico de última linha.

A identificação de uma enterobactéria geralmente é feita com um conjunto de provas


bioquímicas, seguidas ou não de provas sorológicas, que contemple os critérios
firmados no objetivo. Como no presente experimento foram utilizados 05 (cinco)
meios, dentre os quais podem ser tiradas provas bioquímicas sobre qual tipo de
enterobactéria está sendo estudada.

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MATERIAIS E METODOS

Para se fazer o reconhecimento de qual tipo de bactéria estávamos estudando, foi


utilizado um Kit Enterobacterias, do laboratório Laborclin, cuja finalidade do mesmo é
a identificação bioquímica de bacilos Gram-negativos, oxidase negativa e
fermentadores da glisose (Registro ANVISA: 10097010-135).
O mesmo kit é composto de 5 tubos de inoculação, cada um contendo um meio para
determinadas provas bioquímicas, com composições diferentes.
• Tubo 1 - Rugai sem sacarose - pH 7,4± 0,2 a 25ºC
Composição ([ ]): Citrato de ferro amoniacal (2g); Tiossulfato de sódio (2g); Dextrose
(10g); Ureia (40g); Nutrientes (23g); Agar (11g); Cloreto de sódio (5g); Fosfato
dissódico (2g); L – triptofano (1g); Azul de bromotimol (0,03g); Agua deionizada
(1000mL);

• Tubo 2 - LMI - pH 6,6 ± 0,2 a 25°C


Composição ([ ]): Digesto Pancreático de Caseína (10g/L); Extrato de levedura (3g);
Peptona (10g); Triptona (10g); L- Lisina (10g); Dextrose (1g); Ágar (2g); Agua
deionizada (1000mL);

• Tubo 3 - MIO - pH 6,5 ± 0,2 a 25°C


Composição ([ ]): Extrato de levedura (3g); Peptona (10g); Triptona (10g); L- Ornitina
(5g); Dextrose (1g); Ágar (2g); Agua deionizada (1000mL);

• Tubo 4 – Meio de Ramnose - pH 6,8± 0,2 a 25ºC


Composição ([ ]): Digesto Enzimático de Tecido Animal (10g); Extrato de carne (1g);
Cloreto de Sódio (1g); Purpura de Bromocresol (0,02g); L-Ramnose (50g); Água
deionizada (1000mL);

• Tubo 5 – Meio de Citrato - pH 6,9 ± 0,2 a 25ºC


Composição ([ ]): Sulfato de Magnésio (0,2g); Fosfato di-hidrogênio de amônio (1g);
Citrato de Sódio (2g); Azul de Bromotimol (0,02g); Cloreto de Sódio (5g); Água
(1000mL);

Figura 01: Tubos após o semeio da Figura 02: Tubos após a incubação da
bactéria. bactéria.

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A bactéria estuda foi semeada nos 5 tubos apresentados e logo após incubados, nas
especificações (Figura 01). Após o término da incubação (Figura 02) podermos ver as
diferenças nos tubos e após isso tirar nossas conclusões sobre o que houve e
identificar o tipo de bactéria que estávamos estudando.
Cada tubo inoculado possui uma composição particular, como já foi apresentada.
Através de cada um desses tubos há provas especificas para cada um desses, essas
provas são demonstradas na tabela abaixo.
Tubo Testes Bioquímicos Mudança do Meio
Desaminação do L-Triptofano
Coloração
(TRI)
Fermentação da glicose (GLI): Coloração
Tubo 01: Rugai sem Produção de gás a partir da
Aparecimento de Bolhas
sacarose glicose (GAS
Produção de gás sulfídrico
Coloração
(H2S)
Hidrólise da uréia Coloração
Descarboxilação da lisina (LIS) Coloração
Tubo 02: LMI Motilidade (MOT) Crescimento Bacteriano
Indol (IND) Surgimento de Anel
Descarboxilação da ornitina
Coloração
(ORN)
Tubo 03: MIO
Motilidade (MOT) Crescimento Bacteriano
Indol (IND) Surgimento do Anel
Tubo 04: Meio de Ramnose Rhamnose (RHA Crescimento e Coloração
Tubo 05: Meio de Citrato Citrato (CIT) Crescimento e Coloração
Tabela 01: Testes bioquímicos realizados nos tubos do kit e os possíveis tipos de mudanças que
possam ocorrer.

Com base na análise dos resultados podemos comparar com a tabela de bactérias e
verificar qual possível bactéria, tendo em vista os resultados esperados para tal
agente.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após o tempo de incubação as análises dos tubos foram feitas e chegaram aos
seguintes resultados sobre cada tubo.
Tubo 1 - Rugai sem sacarose
→ O primeiro teste desse tubo consiste na análise da Desaminação do L-Triptofano
(TRI). Devido a retirada de aminas do meio, deixando-o ácido, caso isso ocorra a
superfície do tubo adquire uma cor verde garrafa, caso não, o meio se mante
inalterado (verde-azulado). Como visto na imagem (Figura 03), o meio não
apresentou a mudança de cor, provando ser negativo para tal evento.
→ O segundo teste consiste na Fermentação da Glicose (GLI), a análise é feita
observando o fundo do tubo, caso a fermentação seja positiva a coloração muda
para amarela, caso não, a coloração continua verde. Como podemos ver no tubo
(Figura 03) a coloração mudou para amarelo, provando ser positivo para tal teste.
→ O terceiro teste é a Produção de Gás a partir da Glicose (GAS). Caso esse teste
seja positivo o meio apresentará umas bolhas de intensidade variável, caso seja
negativo o meio se mantém integro. Como podemos ver há um aparecimento de
bolhas (Figura 03) provando ser positivo para esse teste.
→ O quarto teste consiste na Produção de Gás Sulfídrico (H2S), caso esse teste seja
positivo o tubo irá apresentar uma coloração negra no fundo do tubo, caso seja
negativo permanecerá inalterado. Como podemos observar não houve mudança
para cor negra (Figura 03), provando ser negativo.
→ O quinto teste é a Hidrolise da ureia, quando há hidrolise o tubo apresenta uma
coloração azul em sua base, quando não, apresenta uma colocação diferente.
Como vemos o tubo não apresenta coloração azul, sendo negativo para esse
teste (Figura 03).
Tubo 2 – LMI
→ O teste feito nesse tubo é com base na Descarboxilação da Lisina (LIS), caso
ocorra o tubo fica com uma cor purpura, caso seja negativo o meio passa a ser
amarelo. Para esse teste temos a confirmação de ser positivo. (Figura 04).
→ Outro teste é o da Motilidade (MOT), avaliando o crescimento, como não houve,
a motilidade é negativa. (Figura 04).
→ Ainda podemos observar a reação com o Indol (IND), como não houve o
aparecimento do anel vermelho, o teste é negativo. (Figura 04).
Tubo 3 – MIO
→ Aqui o teste feito é o da Descarboxilação da Ornitina (ORN). Se o meio do tubo
tiver uma coloração purpura, o resultado é positivo, caso seja amarelo é negativo.
Analisando a imagem, temos a confirmação positiva para tal teste. (Figura 05).
→ Outro teste é o da Motilidade (MOT), avaliando o crescimento, como não houve,
a motilidade é negativa. (Figura 05).

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→ Ainda podemos observar a reação com o Indol (IND), como não houve o
aparecimento do anel vermelho, o teste é negativo. (Figura 05).
Tubo 4 – Meio de Ramnose
→ Nesse teste a base é a fermentação, caso ocorra a coloração muda para amarela,
caso não, o meio se mantém inalterado. Como ouve a fermentação o meio mudou
para amarelo, tendo em vista que o Purpura de Bromocresol apresenta coloração
amarela em meio ácido, teste positivo. (Figura 06).
Tubo 5 – Meio de Citrato
→ Caso seja positiva, há o crescimento bacteriano e a mudança de cor para azul,
caso não ocorra, o meio se mantém inalterado. Como podemos observar não
houve nem crescimento nem mudança de coloração, provando ser negativa.
(Figura 07).

Figura 03: Meio de Rugai sem Figura 04: Meio de LMI –


Sacarose – Resultado. Resultado.

Figura 05: Meio de MIO – Figura 06: Meio de Ramnose –


Resultado. Resultado.

Figura 07: Meio de Citrato –


Resultado.

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CONCLUSÕES
Com base nos nosso grupo controle e em resultados prováveis e esperados,
podemos comparar nossos resultados com resultados possíveis, e assim localizar
sobre qual organismos estamos estudando, a tabela a seguir mostra tipos de
enterobactérias e como se sairiam nos tubos, comparando com nossos resultados.
Cepas Resultado Esperado Resultado Obtido Resultado
ORN + ORN +
Escherichia coli MEIO MIO MEIO MIO
MOT + MOT - Negativo
ATCC 25922 (Tubo 3) (Tubo 3)
IND + IND -
LTD + MEIO RUGAI LTD -
Proteus MEIO RUGAI
GAS – SEM GAS +
mirabilis ATCC SEM SACAROSE Negativo
H2S + SACAROSE H2S -
25933 (Tubo 1)
URE + (Tubo 1) URE -
Proteus LIS – LIS +
MEIO LISINA MEIO LISINA
mirabilis ATCC MOT + MOT - Negativo
(Tubo 2) (Tubo 2)
25933 IND – IND -
Proteus MEIO ORN + MEIO ORN +
mirabilis ATCC ORNITINA MOT + ORNITINA MOT - Negativo
25933 (Tubo 3) IND - (Tubo 3) IND -
Proteus MEIO MEIO
mirabilis ATCC RAMNOSE RAM - RAMNOSE RAM + Negativo
25933 (TUBO 4) (TUBO 4)
Proteus MEIO
MEIO CITRATO
mirabilis ATCC CIT + CITRATO CIT - Negativo
(TUBO 5)
25933 (TUBO 5)
LTD – MEIO RUGAI LTD -
Klebsiella MEIO RUGAI
GAS + SEM GAS +
pneumoniae SEM SACAROSE Negativo
H2S – SACAROSE H2S -
ATCC 13883 (Tubo 1)
URE + (Tubo 1) URE -
Klebsiella LIS+ LIS +
MEIO LISINA MEIO LISINA
pneumoniae MOT – MOT - Positivo
(Tubo 2) (Tubo 2)
ATCC 13883 IND – IND -
Klebsiella MEIO ORN – MEIO ORN +
pneumoniae ORNITINA MOT – ORNITINA MOT - Negativo
ATCC 13883 (Tubo 3) IND - (Tubo 3) IND -
Klebsiella MEIO MEIO
pneumoniae RAMNOSE RAM + RAMNOSE RAM + Positivo
ATCC 13883 (TUBO 4) (TUBO 4)
Klebsiella MEIO
MEIO CITRATO
pneumoniae CIT + CITRATO CIT - Negativo
(TUBO 5)
ATCC 13883 (TUBO 5)

Com base na análise da tabela e imagens obtidas, podemos concluir que o organismo
em questão se trata da Klebsiella pneumoniae. E através disso é possível inferir os
medicamentos e os tratamentos necessários para auxiliar no tratamento. Revelando
a importância das análises clínicas na saúde humana e experimental.

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REFERENCIAS
→ https://www.laborclin.com.br/wp-
content/uploads/2019/05/kit_enterobacterias_bula_25012019.pdf
→ https://www.laborclin.com.br/wp-
content/uploads/2019/05/meio_de_rugai_com_lisina_510102_2.pdf
→ https://microimunoliga.blogspot.com/2018/09/estagio-em-microbiologia-
clinica-8.html
→ http://www.probac.com.br/Anexos/Bulas/Identifica%C3%A7%C3%A3o/Ente
rokit%20B%20rev-02.pdf

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