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FACULDADE MULTIVIX

GRADUAÇÃO DE DIREITO

CECÍLIA KRUGER BREMIKAMP

HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

VITÓRIA- ES
2022
SUMÁRIO

1- HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL..................................................3
1.1 ORIGEM ......................................................................................... 4
1.2 CARACTERÍSTICAS........................................................................5
1.3 FINALIDADE.................................................................................... 6

2- MÉTODOS CLÁSSICOS DE INTERPRETAÇÃO .................................7

3- FONTES DE INTERPRETAÇÃO ...........................................................8

4- TÉCNICAS E PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL


.............................................................................................................. 9

5- PAPEL DO JUDICIÁRIO NA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL


..............................................................................................................10
5.1 LIMITES .............................................................................................. 11
5.2 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL ......................................................... 12

6- REFERÊNCIAS .................................................................................. 13
1- HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

A hermenêutica jurídica compreende as técnicas que são utilizadas para


a interpretação de normas jurídicas sem o estado de norma constitucional, ou
seja, são as técnicas de interpretação das leis. A interpretação transforma textos
normativos em normas jurídicas, propiciando sua aplicação.
Hermenêutica é a ciência que fornece a técnica para a interpretação, e
interpretação é o ato de apreensão da expressão jurídica, enquanto que a
aplicação da norma é fazê-la incidir no fato concreto nela posto.
A hermenêutica constitucional estuda os métodos de interpretação da
constituição, os métodos de interpretação constitucional, aliados aos princípios
interpretativos, que tem a finalidade de dar a constituição a melhor aplicação
possível, de forma a preservar a sua natureza íntegra.
1.1 ORIGEM

De origem grega, a Hermenêutica é considera como a filosofia da


interpretação, sendo associada ao deus grego Hermes, que traduzia tudo o que
a mente humana não compreendesse.
Na mitologia grega “hermeios” simbolizava um deus-mensageiro tido
como o descobridor da linguagem e da escrita, esse deus era respeitado pelos
demais como sendo aquele que descobriu o meio de compreensão humana no
sentido de alcançar o significado das coisas e para transmiti-lo aos demais seres.
Assim, Hermes seria um "deus intérprete", considerado a entidade sobrenatural
dotada de capacidade de traduzir e decifrar o que mais ninguém conseguia.
Na Antiguidade grega, a hermenêutica relacionava-se com à gramática, à
retórica e à dialética e sobretudo com o método alegórico, para permitir a
conciliação da tradição com a consciência filosoficamente esclarecida. Mais
tarde, a arte da interpretação foi assumida por teólogos judeus, cristãos e
islâmicos.
1.2 CARACTERÍSTICAS

A hermenêutica se manifesta por meio da linguagem e através dela


constrói a interpretação do texto jurídico. A linguagem é, portanto, um
instrumento que possibilita a compreensão do texto, é necessário que todos os
elementos contidos na norma jurídica sejam analisados na compreensão do
texto jurídico. Em grande parte das vezes, a doutrina dispõe de processos,
métodos, formas ou elementos de interpretação para se referir às ferramentas
hermenêuticas.

Ao analisar a constituição é necessário compreender o sentido que ela


expressa dentro de um argumento lógico, sendo assim, o uso da hermenêutica
está relacionado a busca do significado e o alcance das normas jurídicas. Com
a hermenêutica pode-se encontrar soluções que tornam mais proporcional à
aplicação do direito.

Toda lei e todos os fatos podem sofrer interpretações, uma vez que são
considerados fenômenos sociais e jurídicos. Em geral são essas características
que definem a hermenêutica constitucional, são elas: linguisticidade,
literalidade, objetividade, necessidade, contextualidade e mutabilidade
1.3 FINALIDADE

As duas principais finalidades da interpretação constitucional são o


cumprimento da constituição e a atualização histórica de conceitos
constitucionais. Quando se cumpre as normas constitucionais gera a eficácia
prática, ou seja, aplicando na realidade mediante uma decisão judicial ou
administrativa, a constituição regula a vida em sociedade, organizando tarefas e
estabelecendo regras de convivência.
2- MÉTODOS CLÁSSICOS DE INTERPRETAÇÃO´

O método clássico de interpretação, ou hermenêutico constitucional, se


chama método jurídico, segundo ele, a constituição é uma lei e deve ser
compreendida levando em conta os elementos gramaticais, históricos,
teológicos, entre outros. Ou seja:
Pelo elemento gramatical deve- se buscar analisar a norma em sua
literalidade, tendo em vista a gramática e o texto.
Pelo elemento histórico, deve-se buscar analisar o contexto em que foi
criada a norma constitucional e também os registros dos debates acerca da sua
matéria.
Pelo elemento sistemático, também conhecido como lógico, deve-se
buscar avaliar a relação de cada norma com o restante da constituição.
Pelo elemento teleológico ou racional, deve-se buscar a finalidade da
norma.
Pelo elemento genético, deve-se realizar a investigação das origens dos
conceitos empregados no texto constitucional.
3- FONTES DE INTERPRETAÇÃO
A doutrina admite também os métodos modernos de interpretação
constitucional, os quais são os seguintes: método jurídico ou hermenêutico
clássico, método tópico-problemático, método hermenêutico-concretizador,
método científico-espiritual, método normativo-estruturante e método da
comparação constitucional.

O método tópico- problemático, tenta adaptar a norma constitucional ao


problema real, buscando a interpretação por meio da discussão do problema.
O método hermenêutico-concretizador reconhece o aspecto subjetivo da
interpretação, que sempre deve partir da norma constitucional em direção ao
problema real. O método científico-espiritual, busca analisar o texto
constitucional sob o ponto de vista da realidade espiritual, ou seja, é um
método acima de tudo sociológico. O método normativo-estruturante, defendido
por Friedrich Muller, sustenta que não existe identidade entre norma jurídica e
texto normativo, ou seja, a normal constitucional, abrange um pedaço da
realidade social, pois não restringe somente ao texto, mas se expande nas
atividades legislativa, jurisdicional e administrativa. O método da comparação
constitucional busca em outros ornamentos jurídicos as semelhanças e
diferenças entre os conceitos das normas constitucionais com a finalidade de
realizar a comparação, solucionando da melhor forma os problemas concretos.

A interpretação do texto jurídico pode acontecer de três maneiras: A


interpretação autêntica que é a interpretação vinda da própria pessoa que
elaborou a regra. A interpretação doutrinária que é a interpretação vinda da
doutrina, isto é, pelos estudiosos do direito. E a interpretação jurisprudencial,
que é baseada nos argumentos legais que se refletem na regra a ser
apreendida.
4- TÉCNICAS E PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

Os princípios são os da unidade da Constituição, da concordância


prática, da correção funcional, da eficácia integradora, da força normativa da
constituição e da máxima efetividade. Existe ainda os princípios da
proporcionalidade ou razoabilidade, da interpretação conforme a constituição e
o da presunção de constitucionalidade das leis.
O Princípio da unidade da constituição diz que as normas constitucionais
devem ser vistas não como normas isoladas, mas como conceitos integrados
em um sistema unitário de regras e princípios sem diferenças hierárquicas.
O Princípio da concordância prática ou da harmonização seria a
recomendação para que o aplicador das normas constitucionais, adote a
solução que aprimore a realização de todas elas pois não há hierarquia entre
as normas constitucionais.
O Princípio da máxima efetividade significa que se uma norma
constitucional permitir mais de uma interpretação, o sentido que garantir a
maior eficácia em um caso real deverá ser privilegiada em relação aos outros.
Segundo o Princípio da justeza, a interpretação da norma constitucional
não pode chegar a um resultado que ou perturbe o esquema
constitucionalmente já estabelecido.
O Princípio do efeito integrador explica que a constituição é um elemento
de integração entre Estado e sociedade, e portanto, deve ser privilegiada a
interpretação que produza e reforce o sentimento de unidade política e social.
5- PAPEL DO JUDICIÁRIO NA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

O Poder Judiciário tem o a função de controlar a constitucionalidade das


leis e dos atos normativos, dando-lhe validade quando haver conflito entre suas
disposições e os valores constitucionalmente consagrados. Os objetivos
somente são possíveis de serem alcançados a partir da aplicação das leis, que
se dá por intermédio da atuação de juízes, e com essa ação ocorre a atribuição
do exercício de uma hermenêutica jurídica, para que assim seja possível
entender a lei e então aplicá-la de forma justa e correta.
Atualmente, ocorre certas omissões sobre questões relevantes por parte
do executivo e legislativo, e com isso o poder judiciário acaba completando a
falta dos outros poderes na resposta aos problemas sociais e o que na teoria
deveria ser os três poderes atuantes, na prática o judiciário acaba se
sobressaindo através de uma atuação ampla.
5.1 LIMITES

O Poder Legislativo juntamente com o Executivo, muitas vezes, não


conseguem atuar para atender às demandas da sociedade a tempo. A questão
é que, no regime democrático, é necessário que se preserve a competência
política destes, cujos membros foram eleitos pelo voto da população e têm a
capacidade, para representar as maiorias, sendo assim, o fenômeno do ativismo
judicial não pode dar ao Poder Judiciário um crescimento ilimitado em prejuízo
dos demais. Nesse caso, o limite é a razoabilidade, pois a razoabilidade é a
própria Constituição, já que é dela que se emanam os fundamentos essenciais
de uma sociedade e do ser humano.
5.2 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

As mutações surgem de forma lenta e gradual sendo improvável uma


localização cronológica correta. Elas são da dinâmica social, da confluência de
grupos de pressão, das construções judiciais, dentre outros fatores. A mutação
constitucional é, portanto, o fenômeno que modifica determinada norma da
Constituição Federal sem que haja qualquer alteração no seu texto, ou seja, seu
teor permanece o mesmo, mas o sentido é novo.
A mutação constitucional é utilizada quando uma determinada situação
não estava presente na Constituição no momento de sua promulgação, e assim
adiciona-se o um novo sentido a norma através desse processo. Apresenta
características como a informalidade, pluralidade dos agentes, sujeição a limites,
e distanciamento no tempo, já que ocorre lentamente até consolidar um novo
entendimento que passe a regulamentar situações concretas.
6- REFERÊNCIAS

Hermenêutica Constitucional: Teoria da Constituição. Estratégia concursos, 2021.


Disponível em: < https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/hermeneutica-
constitucional/#:~:text=Como%20j%C3%A1%20foi%20falado%2C%20a,preservar%2
0a%20sua%20natureza%20unit%C3%A1ria >. Acesso em: 21 de abr. de 2022.

FILHO, Nagib Slaibi. Hermenêutica Constitucional.


Disponível em: < https://camolinaro.net/_files/200000447-
9e5c29f56d/HERMENEUTICA%20CONSTITUCIONAL%20NAGIB%20S.%20FI
LHO.pdf >. Acesso em: 21 de abr. de 2022.

Hermenêutica: origem, significado e atuação. DireitoNet, 2010. Disponível em:


< https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5707/Hermeneutica-origem-
significadoeatuacao#:~:text=De%20origem%20grega%2C%20a%20Hermen%
C3%AAutica,de%20%E2%80%9Cdeus%2Dint%C3%A9rprete%E2%80%9D >.
Acesso em: 21 de abr. de 2022.

Hermenêutica jurídica. JusBrasil, 2017. Disponível em: <


https://examedaoab.jusbrasil.com.br/artigos/401301519/hermeneutica-juridica
>. Acesso em: 21 de abr. de 2022.

A nova hermenêutica constitucional e as possibilidades do acontecimento


(aplicação) da Constituição. Âmbito Jurídico, 2014. Disponível em: <
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-nova-
hermeneutica-constitucional-e-as-possibilidades-do-acontecimento-aplicacao-
daconstituicao/#:~:text=%C3%80%20semelhan%C3%A7a%20da%20interpreta
%C3%A7%C3%A3o%20feita,mutabilidade%20%2D%2C%20resumidas%20a%
20seguir >. Acesso em: 21 de abr. de 2022.

NÁPOLI, Edem. Direito Constitucional - Resumo para Concursos. 2. ed.


Salvador: Juspodvim.

PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional


Descomplicado. 4. ed. Rio de Janeiro: Método
Mutação constitucional: uma alternativa ao problema do emendismo no
processo de reforma da Constituição. Âmbito Jurídico, 2017. Disponível em: <
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/mutacao-
constitucional-uma-alternativa-ao-problema-do-emendismo-no-processo-de-
reforma-da-constituicao/ >. Acesso em: 22 de abr. de 2022.

Mutação constitucional: conceito, histórico e evolução. JusBrasil, 2015.


Disponível em:
<https://duraorodrigo.jusbrasil.com.br/artigos/154636521/mutacao-
constitucional-conceito-historico-e-evolucao >. Acesso em: 22 de abr. de 2022

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