Você está na página 1de 3

RESUMO TEXTO NPJ 15/12/22

DEFESA PESSOAL POSITIVA

• o imputado tem o direito de saber em que qualidade presta as declarações;


• de estar acompanhado de advogado e reservar-se o direito de só declarar em juízo, sem
qualquer prejuízo (art. 5º, LV, CB);
• A presença do defensor no momento das declarações do suspeito diante da autoridade
judiciária ou policial é imprescindível (art. 185, CPP);
• Interrogatório é ato de investigação, não ato de prova (serve para justificar o processo ou o
não processo
• Interrogatório também limita o âmbito de atuação do juiz (não pode pronunciar decisão
sobre fato diferente do imputado);

Regras do interrogatório:
• deve ser realizado de forma imediata, ou, ao menos, num prazo razoável após a prisão;
• presença de defensor, sendo-lhe permitido entrevistar-se prévia e reservadamente com o
sujeito passivo;
• comunicação verbal não só das imputações, mas também dos argumentos e resultados da
investigação e que se oponham aos argumentos defensivos;
• proibição de qualquer promessa ou pressão direta ou indireta sobre o imputado para
induzi-lo ao arrependimento ou a colaborar com a investigação;
• respeito ao direito de silêncio, livre de pressões ou coações;
• tolerância com as interrupções que o sujeito passivo solicite fazer no curso do
interrogatório, especialmente para instruir-se com o defensor;
• permitir-lhe que indique elementos de prova que comprovem sua versão e diligenciar
para sua apuração;
• h) negação de valor decisivo à confissão.

Crimes de abuso de autoridade (arts. 15 e 18, Lei n. 13.869/2019):


• Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo;
• pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;
• de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono;
• Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo
se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
declarações.

DEFESA PESSOAL NEGATIVA

• Direito ao silêncio (art. 5º, LXIII, CF,88 e art. 8.2,g, CADH);


• do exercício do direito de silêncio não pode nascer nenhuma presunção de culpabilidade ou
qualquer tipo de prejuízo jurídico para o imputado;
• Direito de recusa. Exceção: extração de material genético (Lei n. 12.654/2012);
• evitar que alguém não submetido à investigação, ao declarar-se como testemunha, por
exemplo, acabe por ter suas palavras utilizadas contra si mesmo;
• o que foi dito sob a ausência do respeito do direito ao silêncio não pode valer contra o
declarante e tampouco justificar medidas cautelares pessoais ou outras decisões que lhe
prejudiquem;
• Provas surgidas a partir do desrespeito do direito ao silêncio são nulas;

INTERROGATÓRIO DO CORRÉU

• havendo dois ou mais réus deverão eles ser interrogados separadamente (art. 191, CPP);
• alegações finais do corréu delator são ouvidas primeiro que a do corréu delatado;
• a Lei n. 12.850/13 não indiqua qual é o momento adequado para a oitiva do delator, mas o
delator deve ser ouvido antes das testemunhas de defesa;
• O delator assume uma carga acusatória, devendo provar o fato para receber benefícios
penais. Ele tem o dever contratual de acusar;
• O corréu delator deixa de se defender das hipóteses acusatórias no final da instrução de
forma consensual e passa a defender sua liberdade, mas através da incriminação do
corréu delatado;

DÚVIDA: QUANDO O CORRÉU ACEITA A POSIÇÃO DE


DELATOR, ELE ASSUME A CULPA?
• Ordem das oitivas desrespeitada = invalidade processual;
• Ocorrendo a retirada do réu da sala de audiência no momento da coleta da prova
testemunhal, o juiz deve se atentar para que o interrogatório não seja procedido
imediatamente após para garantir o direito ao contraditório;
• Interrogatório por videoconferência é medida excepcional;
• o interrogatório por videoconferência não traz clareza nas hipóteses de incidência;

CONFISSÃO

• A confissão do acusado não constitui prova plena de culpabilidade;


• Réu tem que ter sido informado e “compreendido substancialmente” seus direitos
constitucionais; confissão tem que ter sido produzida em juízo; réu tem que ter sido
assistido por defensor técnico;
• Confissão feita na fase policial não será juntada ao processo (art. 3º-C, § 3º, CPP –
exclusão física dos autos da investigação);
• Inconstitucionalidade do art. 198, CPP (convencimento do juiz) - silêncio não importa
confissão;

PERGUNTAS AO OFENDIDO. PALAVRA DA VÍTIMA

• Vítima não é testemunha;


• Vítima não tem compromisso de dizer a verdade;
• Não pode se negar a comparecer pra depor;
• Não tem direito ao silêncio;
• Vítima será comunicada dos atos processuais relativos à prisão ou liberdade do acusado;
• Problemática da valoração da palavra da vítima – vítima contaminada pelo “caso
penal”/não presta compromisso de dizer a verdade;
• Jurisprudência brasileira tem feito duas ressalvas – crimes contra o patrimônio com
violência ou grave ameaça; e crimes sexuais;

Você também pode gostar