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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

LUCAS OLIVEIRA DA SILVA


MATRICULA: 2012150846

RIO DE JANEIRO
2014
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Leucodristofia metacromática

Erros Inatos do Metabolismo (EIM)

Estudo orientado: Mutações Gênicas


Professor: Adriana

RIO DE JANEIRO
2014
INTRODUÇÃO

Discorrer-se-á, no presente trabalho, que a leucodistrofia


metacromática (LDM) é uma doença genética e hereditária que se origina
num gene autossômico recessivo e causada pela deficiência da enzima
arilsulfatase. A responsável pela degradação de lipídios (gorduras). A não-
degradação destes lipídios, leva a um acúmulo excessivo de sulfatídios,
ocasionando a destruição rápida e progressiva do sistema nervoso.
A LDM pertence a um grupo de doenças conhecidas
como erros inatos do metabolismo. Os sintomas aparecem nos primeiros
meses de vida ou até a fase adulta. Antes do aparecimento dos sintomas o
indivíduo apresenta desenvolvimento das funções neurológicas completamente
normais.

DEFINIÇÃO

A palavra leucodistrofia foi introduzida a mais de dez anos


atrás que deriva dos radicais gregos leuko, que significa branco; trophy, que
significa crescimento; e dys, que significa doente. Colocando-se todos os
radicais juntos, a palavra significa “uma doença que afeta o crescimento da
bainha de mielina”, e o termo “metacromática” é usado porque o material
lipídico intracelular acumulado é de cor marrom ou dourado pelo azul de
toluidina (corante utilizado para exames histológicos).
Integrando um grupo de doenças metabólicas dos erros inatos do
metabolismo (EIM), a Leucodistrofia se refere a um grupo de disfunções que
afetam o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Afeta
principalmente a bainha de mielina do cérebro e em porção menor a outras
partes do sistema nervoso. As manifestações  das  leucodistrofias  são 
geralmente graduais. Cerca de 2% da população em geral possui deficiência
substancial de ARSA, com aproximadamente 10% da atividade catalítica
normal da enzima mas não desenvolvem qualquer manifestação patológica
associada à LDM, sugerindo que mesmo com essa redução, há o suficiente
para manter o metabolismo normal. O termo pseudodeficiência não pode ser
considerado adequado, pois conduz a uma impressão de deficiência apenas
aparente, enquanto que na realidade trata-se de uma deficiência real. A
pseudodeficiência de ARSA (PD-ARSA) ocorre devido à homozigose de um
alelo da arilsulfatase A, que se caracteriza por dois polimorfismos. O primeiro é
uma transição de adenina (A) para guanina (G), responsável pela substituição
de uma asparagina por uma serina no éxon 6 (N350S). Esse polimorfismo
resulta na perda do sinal de um dos três sítios de N-glicosilação da enzima. O
outro polimorfismo é resultado da perda do primeiro sinal de poliadenilação à
jusante a partir do códon de parada
(1524+95A>G), necessário para terminação adequada da síntese do mRNA
Em sua maioria a patologia é herdada de um gene
autossômico recessivo, existem os tipos infantil tardia, juvenil e adulta, e
podem se apresentar nas formas precoce e tardia, sendo a forma de inicio mais
comum(e grave), a tardia infantil, a qual apresenta sintomas como irritabilidade,
redução do tônus muscular, emaciação muscular, e perda da capacidade de
andar. A debilidade é progressiva e acompanhada de cegueira, convulsões
paralisia facial. Por volta dos dez anos que se dá a falência do indivíduo.
Os sinais característicos da doença que acomete
principalmente a substância branca são, epasticidade, ataxia, atrofia óptica,
neuropatia periférica, convulsões e demência, sendo essas manifestações
tardias.

A RNM mostra alteração difusa da intensidade do sinal da substância branca com hiposinal na
sequência pesada em T1 e hipersinal na sequência pesada em T2, com aspecto de
desmielinização. Cavidades císticas no polo anterior do lobo temporal bilateralmente.

A forma tardia de LDM tem uma prevalência estimada de 1


para 40.000 e os sintomas se iniciam, geralmente, entre 10 e 25 meses de
idade, quando os familiares começam a observar irritabilidade, e alguma
dificuldade motora na criança, podendo se manifestar por incoordenação e falta
de equilíbrio. Com a evolução do quadro, observa-se espasticidade de
membros inferiores com a abolição dos reflexos osteotendíneos, regressão
intelectual em geral em fases mais avançadas da doença evoluindo para óbito,
uma a quatro anos após o início do quadro. Há não só um, mas um conjunto de
sintomas associados aos acometidos de Leucodistrofia, a saber:
 Irritabilidade;
 Redução do tônus muscular;
 Quedas frequentes por conta da incoordenação;
 Funcionamento intelectual diminuído;
 Dificuldades na fala, inarticulação;
 Dificuldade na deglutição;
 Dificuldade na evacuação, fezes líquidas ou rijas.
Por se manifestar da mesma forma que outras doenças, os
sinais e sintomas são de difícil reconhecimento, o que torna complexo o
diagnóstico da LDM na fase inicial, estima-se que no Brasil 95% dos casos não
são diagnosticados. Dos poucos casos diagnosticados, grande parte dos
pacientes tem acesso a serviços de saúde que trabalham com erro inatos de
metabolismo, ou são famílias que tiveram condições de para transferir o
enfermo para centros maiores, permitindo assim, o registro da doença. O
diagnóstico de doenças metabólicas e principalmente da Leucodistrofia
Metacromática, é atrasado devido à escassez de laboratórios específicos,
tendo somente como referência no Brasil, a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.

CONCLUSÃO

Assim, não há tratamento específico para esse transtorno. O


Transplante de medula óssea pode ser considerado para os indivíduos que
sofrem nas formas de início tardio infantil ou juvenil desde que antes do início
dos sintomas, a fim de estabilizar as suas funções neurocognitivas, mas sua
eficiência não se justifica. Analisando as frequências de resultados alterados e
negativos entre os testes químicos e cromatografias, podemos observar que,
no geral, encontramos mais resultados negativos, o que era de se esperar em
se tratando de doenças raras. Entre aqueles resultados alterados nos testes
químicos encontramos muitas amostras com resultados que podem ser
considerados falso-positivos, ou seja, não são EIM, embora apresentem algum
teste alterado. Isso pode ser explicado, uma vez que vários fatores podem
interferir nos testes químicos de triagem, como doses maciças de alguns
antibióticos, ácido ascórbico e hidratos de coral, uso de outros medicamentos,
principalmente anticonvulsivantes e penicilina, alimentação rica em proteínas,
disfunção hepática severa e anemia.

REFERÊNCIAS

BEHRMAN, R. E.; KLIEGMAN, R. M. Princípios de Pediatria. 4ª Ed. Rio de


Janeiro. GUANABARA KOOGAM, 2004.
JAWETZ, MELNICK & ADELBERG. Microbiologia Médica. 20ª Ed.
GUANABARA KOOGAM, 1995.
AMÂNCIO, F. A. M., Investigação diagnóstica em Erros Inatos do
Metabolismo. J. Bras. Patol. Med. Lab., v 43 n 3 pag. 169-174 junho 2007

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