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Glossário neurologia

Sinais meníngeos: Sinais que avaliam a integridade das meninges. Quando


presentes sugerem irritação meníngea. Presentes nas síndromes meníngeas

Rigidez de nuca: Incapacidade de realizar a flexão do pescoço (encostar o


queixo no peito) de forma passiva (o médico realiza o movimento) ou de forma
ativa (o paciente realiza o movimento), muitas vezes associada com dor ao
realizar o movimento

Sinal de Kernig: Dor irradiada para a coluna ao realizar a extensão do joelho


com a flexão do quadril

Sinal de Brudzinski: Flexão do quadril e/ou joelhos à flexão do pescoço

Tônus muscular: Atividade muscular basal sustentada com o músculo em


repouso

Hipertonia: Aumento do tônus muscular. Pode ser elástica (espástica, sendo


chamada de espasticidade) quando apresenta dificuldade para realizar o
movimento no início e no final do movimento, sendo velocidade dependente,
pode apresentar o sinal do canivete e a marcha espástica (ceifante quando
espasticidade unilateral e em tesoura quando espasticidade bilateral), indica
lesão de trato piramidal/neurônio motor superior em fase subaguda/crônica.
Pode ser plástica (rigidez) com dificuldade de realizar o movimento durante
toda a amplitude do movimento, pode apresentar o fenômeno de “roda
denteada” quando o paciente apresenta um tremor concomitante, pode ser
desencadeada por manobras de coativação, e indica lesões de tratos
extrapiramidais

Hipotonia/atonia: Diminuição do tônus/ausência de tônus muscular, pode


levar a um aumento da amplitude do movimento, indica lesões de neurônio
motor inferior ou lesões de neurônio motor superior em fase aguda (fase de
“choque medular”)
Trofismo muscular: Volume do músculo, avaliado durante a palpação
muscular

Hipertrofia muscular: Aumento do volume do músculo

Hipotrofia muscular: Diminuição do volume do músculo. Pode estar presente


em lesões de neurônio motor inferior de forma mais precoce pela ausência do
estímulo e pode estar presente em lesões de neurônio motor superior de forma
mais tardia pelo desuso secundário à paresia/plegia associada

Atrofia muscular: Diminuição importante e acentuada do volume muscular.


Pode estar presente em lesões de neurônio motor inferior de forma mais
precoce pela ausência do estímulo e pode estar presente em lesões de
neurônio motor superior de forma mais tardia pelo desuso secundário à
paresia/plegia associada

Paresia: Fraqueza, diminuição da força muscular. Pode estar presente em


síndromes do neurônio motor superior e do neurônio motor inferior

Plegia: Paralisia muscular. Pode estar presente em síndromes do neurônio


motor superior e do neurônio motor inferior

Hemiparesia/hemiplegia: Diminuição da força muscular/paralisia em uma


metade do corpo (hemicorpo ou dimídio), pode ser completa (acomete par
craniano [situação mais comum ser o nervo facial] junto) ou incompleta (não
acomete par craniano), pode ser proporcionada (a perda de força no membro
superior é da mesma proporção que no membro inferior) ou desproporcionada
(a perda de força no membro superior é diferente da perda de força no membro
inferior, pode ter predomínio braquial ou crural)

Monoparesia/monoplegia: Diminuição de força/paralisia de um único membro

Paraparesia/paraplegia: Diminuição de força/paralisia em ambos os membros,


podendo ser braquial ou crural

Graus de força muscular:

0: Nenhum movimento

1: Esboço de movimento
2: Movimento que não vence a gravidade, movimentos de lateralização

3: Vence a gravidade, mas não vence a mínima resistência

4: Vence a gravidade e vence moderadamente a resistência. Divide-se


em 4+, 4 e 4- de forma subjetiva e comparativa com o próprio paciente

5: Vence a gravidade e totalmente a resistência

Reflexos osteotendíneos (ROT): Também chamados de reflexos profundos,


grupo de reflexos em que se obtêm respostas reflexas ao percutir-se áreas
tendíneas e/ou ósseas. Mais comuns: bicipital, estilorradial, tricipital, patelar e
aquileu

Reflexo idiomuscular: Resposta obtida após percussão do ventre muscular


de forma fisiológica

Reflexos cutâneos: Também chamados de reflexos superficiais, grupo de


reflexos em que se obtêm respostas reflexas ao estimular a pele. Mais comuns:
cutâneo-plantar (RCP) e cutâneo-abdominais

Hiperreflexia: Aumento da elicitação dos reflexos, podem ser chamados de


reflexos vivos, podem ter aumento de área reflexógena (capacidade de elicitar
o reflexo ao percutir uma área previamente incapaz de deflagrar o reflexo em
condições normais) e podem ter clônus (movimento repetitivo após manobra de
deflagração, pode ocorrer no reflexo patelar e no reflexo aquileu) esgotável ou
inesgotável. Indica lesões de neurônio motor superior em fase
subaguda/crônica

Sinal de Hoffman: Adução do polegar ao estimular a unha do terceiro


quirodáctilo, indica hiperreflexia

Sinal de Tromner: Adução do polegar ao estimular o terceiro quirodáctilo no


sentido inferior-superior, indica hiperreflexia

Hiporreflexia: Diminuição da elicitação dos reflexos, podem ser necessárias


manobras de facilitação para elicitação do reflexo. Pode indicar lesões de
neurônio motor inferior, neurônio motor superior em fase aguda ou que a
condução aferente do estímulo aferente do reflexo pode estar acometida
Arreflexia: Ausência de reflexos. Pode indicar lesões de neurônio motor
inferior, neurônio motor superior em fase aguda ou que a condução aferente do
estímulo aferente do reflexo pode estar acometida

Reflexo cutâneo-plantar (RCP): Resposta do hálux ao estimular a região


plantar no sentido inferior-superior e lateral-medial com extremidade
pontiaguda. Pode apresentar como resposta flexão do hálux (RCP em flexão),
pode não apresentar contração do hálux como resposta (RCP indiferente) ou
pode apresentar extensão do hálux como resposta (sinal de Babinski). O sinal
de Babinski ou até mesmo assimetrias entre os RCPs (flexão em um lado e
indiferente no outro, por exemplo) de forma sustentada, consistente e
recorrente indicam lesão de trato piramidal. Sinal de Babinski possui
sucedâneos, reflexos que apresentam estimulação diferente da cutâneo-
plantar, mas que apresentam a extensão do hálux como resposta e também
denotam lesão de trato piramidal, há diversos sucedâneos descritos na
literatura, sendo os mais famosos os sinais de Oppenheime, Schaefer, Gordon
e Chaddock. O sinal de Babinski também apresenta análogos, que são reflexos
que possuem estimulação diferente do estímulo cutâneo-plantar e resposta
diferente da extensão do hálux, mas que também denotam lesão de trato
piramidal, os sinais de Wartenberg e Pierre Marie-Foix são exemplos de
análogos de Babinski

Eumetria: Capacidade de acertar alvos corretamente durante manobras


cerebelares (provas índex-nariz, dedo-nariz-dedo, calcanhar-joelho)

Dismetria: Incapacidade de acertar alvos corretamente durante manobras


cerebelares (provas índex-nariz, dedo-nariz-dedo, calcanhar-joelho), pode
apresentar movimentos hipermétricos (paciente passa do alvo) ou hipométricos
(paciente não chega ao alvo), além de tremor cinético de intenção associado
(paciente começa a tremer ou piora o tremor que já apresentava ao aproximar-
se do alvo, também chamado de tremor cerebelar). Indica lesões de hemisfério
cerebelar ipsilateral

Eudiadococinesia: Capacidade de realizar movimentos repetitivos e


alternados
Disdiadococinesia: Incapacidade de realizar movimentos repetitivos e
alternados

Marcha atáxica: Marcha com a base alargada

Hipoestesia: Diminuição da sensibilidade

Anestesia: Ausência completa de sensibilidade em determinada modalidade


de sensibilidade ou em todas as modalidades

Hiperestesia: Aumento da sensibilidade

Alodínea: Dor a estímulos não dolorosos

Hiperpatia: Aumento progressivo da sensibilidade dolorosa a estímulos


dolorosos repetitivos

Palestesia: Sensibilidade vibratória

Cinestesia: Sensibilidade cinético-postural, também chamada de


propriocepção consciente

Hiposmia: Diminuição do olfato

Anosmia: Ausência do olfato

Hemianopsia homônima direita: Perda visual do campo temporal no olho


direito e do campo visual nasal no olho esquerdo. Indica lesão completa das
radiações ópticas (pós-quiasmática) à direita

Hemianopsia homônima esquerda: Perda visual do campo temporal no olho


esquerdo e do campo visual nasal no direito. Indica lesão completa das
radiações ópticas (pós-quiasmática) à esquerda

Hemianopsia heterônima bitemporal: Perda visual dos campos temporais em


ambos os olhos. Indica lesão no quiasma óptico

Hemianopsia heterônima binasal: Perda visual dos campos temporais em


ambos os olhos. Indica lesão em regiões periféricas de quiasma óptico ou
periquiasmática
Papiledema: Edema da papila do nervo óptico visualizado ao exame de
fundoscopia (exame de fundo de olho) secundário à hipertensão intracraniana
(HIC)

Edema de papila: Edema da papila do nervo óptico visualizado ao exame de


fundoscopia (exame de fundo de olho) secundário à outras causas que não
sejam a hipertensão intracraniana

Diplopia: Visão dupla, pode ser horizontal, vertical ou diagonal, pode ser para
perto ou para longe, pode ser monocular (não desaparece com a oclusão de
um olho, sugere lesões oftalmológicas ou somatizações psiquiátricas) ou
binocular (desaparece ao fechar um dos olhos, indica lesão de nervos
cranianos da motilidade ocular extrínseca)

Reflexo fotomotor direto: Contração da pupila que é estimulada com estímulo


luminoso

Reflexo fotomotor consensual: Contração da pupila contralateral à pupila


que é estimulada com o estímulo luminoso

Pupilas mióticas: Ambas as pupilas contraídas

Pupilas midriáticas: Ambas as pupilas dilatadas

Pupilas anisocóricas: Pupilas com diferença de diâmetros

Paralisia facial periférica: Paralisia de toda uma hemiface ipsilateral à via do


nervo facial lesada perifericamente

Paralisia facial central: Paralisia do quadrante inferior da face contralateral à


lesão da via do nervo facial lesada centralmente

Hipoacusia: Diminuição da audição

Hipoacusia de condução: Diminuição da audição devido à defeito da


condução do estímulo auditivo. Indica lesões periféricas, sendo muito comum
obstruções de canal auditivo externo por rolhas de cerúmen

Hipoacusia neurossensorial: Diminuição da audição devido à lesão de nervo


vestíbulo-coclear e estruturas centrais da via auditiva
Disartria: Dificuldade em articular as palavras

Dislalia: Troca de fonemas durante a fala

Disfagia: Dificuldade de realizar a deglutição

Disfonia: Alteração da fonação

Afonia: Perda da fonação

Sinal da cortina: Queda do palato mole ipsilateral à lesão do nervo


glossofaríngeo

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