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Pediatria LICIA

Terapêutica medicamentosa em odontopediatria

Ansioliticos: presença de ansiedade, medo ou fobia de intensidade suficiente para impedir a


realização do tratamento odontológico.

• Contraindicações: problemas broncopulmonares ou insuficiencia respiratória;


• Possíveis efeitos colaterais: confusão, incoordenação, apatia, sonolência, fraqueza e tontura.

Benzodiazepinicos:

→ Midazolan 2mg/ml: 0,25 a 0,5mg/kg 30min antes do procedimento. Ação entre 2 a 4 horas;

Anti-histaminico:

→ Cloridrato de hidroxizina 2mg/ml: 0,7ml/kg 30min antes do procedimento. Ação entre 4 a 6


horas.

Muitos odontopediatras pedem para fazer essa medicação no consultório, chegar 30mmin antes e
fazer a medicação. Pode ocorrer efeito rebote, pode durar menor tempo que o necessário. As
crianças ficam bem sonolentas, podem ficar um bom tempo sem beber água por estar
dormindo/dopado. Já vi casos de crianças que dormiram 24 horas.

De uns anos para cá começou a usar anti-histaminico para fazer medicação, a criança fica mais
lúcida.

Outras drogas mais comuns e que é muito usada para odontopediatria:

Nistatina - candidíase bucal.

• Bebês: 1 a 2 ml / 4x ao dia / 7 dias;


• Crianças: 1 a 6ml / 4x ao dia / 7 dias;
• Suspensão oral (bochechos ou aplicar na lesão em caso de uso de bebês);
• Solução deve ser bochechada e mantida na boca durante 1min antes de ser engolida.

Criança tem muito, principalmente quando tem febre, imunidade baixa. As vezes quando é criança
mais grandinha a gente pede p fazer bochecho e até engolir um pouquinho, pq da mais na gargante.
Quando é bebê, nós vamos com a gaze.

Miconazol (Daktarin gel oral)

• 4x ao dia nas lesões / 7 dias;


• Uso tópico;
• Aplicar com o auxílio de uma haste flexível ou gaze enrolada no dedo cobrindo com o gel a
mucosa bucal afetada.

Mas a nistatina é mais fácil de usar, pq o miconazol pode gerar ânsia de vômito.

Aciclovir (gengivoestomatite hérpica aguda)

• Uso tópico - 4x ao dia / 5 dias.

Estomatite aftosa:

Triancinolona acetonida (corticosteróide)


• 3x ao dia / uso tópico / 5 dias;
• Aplicar pequena quantidade sobre a lesão até q se desenvolva uma pelicula fina. Não
esfregar pois pode resultar numa sensação granular e arenosa e causar a desagregação do
produto.

Gingilone (corticosteróide)

• 4x ao dia / uso tópicp / 5 dias.

AD-MUC

• Extrato de camomila;
• 2x ao dia / uso tópico / 5 dias;
• Opção para pacientes alérgicos à corticosteróides;
• Contraindicação para pacientes com menos de 3 anos.

BISMUJET

• Suspensão oral;
• 1 a 2 gostas / 3 a 6x ao dia / 5 dias.

Incomodo na erupção dentária:

Camomilina C

• Extrato de camomila, vitamina C e D3;


• 3x ao dia / uso tópico;
• 4 meses a 2 anos – 1 cápsula de 12/12hr;
• Cápsula deve ser aberta e seu conteúdo deve ser misturado em qualquer alimento;
• Dose máxima diária de 4 cápsulas.
- Chá de camomila bem forte, deixa na geladeira, quando estiver incomodando o bebê, pega
com gaze e passa na região.

Nenê dent

• Camomila e lidocaína;
• 2 a 3x no dia / uso tópico / gel e solução;
• Aplicar pequena quantidade com o auxílio de um dos dedos ou de um algodão e massagear
suavemente, de preferência após as refeições e antes de a criança se deitar;
• Comercialização foi suspensa em 2012 devido excesso de lidocaína;
• 7mg/g - com 3,4mg/g foi liberado.

Traumatismo de dentes decíduos

Aspectos fundamentais: urgência (quando a criança é pequena não conseguimos acalmá-la);


particulares anatômicas, fisiológicas e psicológicas; segurança; capacitação técnica; relação dente
decíduo/permanente; envolvimento dos pais.

Precisa preservar as funções dos dentes decíduos: a estética, fonação, mastigação, estímulo de
crescimento em altura dos maxilares.

A temporalidade do decíduo no arco não é justificativa para tratamentos precários ou radicais.


“tenho uma amiga q a filha dela nasceu os dois caninos primeiro q os incisivos e ela pensou até em
fazer uma dentadura”.
Resultado favorável: diagnóstico adequado – planejamento do tratamento – acompanhamento.

Conduta frente ao traumatismo dentário:

• Executar o ocorrido e tranquilizar os pais e a criança;


• Anamnese, exame clínico inicial e radiográfico;
• Controle da dor;
• Limpeza da área e exame dos tecidos moles;
• Classificação e avaliação da lesão traumática;
• Tratamento imediata;
• Terapêutica; controle.

Paciente chega assustado com o acidente, com ansiedade, sentimento de culpa pq as vezes pode ter
ocorrido o acidente fazendo algo q os pais não tinham deixado, sangramento excessivo então tem q
tomar cuidado p não deixar excesso de gaze na mesa a vista dele, desconforte e dor.

Os pais/responsáveis ficam desorientados, assustados, tensos, sensação de culpa, acusação e


sentimento de impotência, devemos transmitir segurança.

Pensando no dente, devemos fazer as seguintes perguntas que são protocolo sobre o traumatismo:

• Quando, como, onde (caiu com a boca dentro da areia passa antibiótico), traumatismo
anterior?

Tratamento prévio - internvenção prévia; paciente medicado.

Sintomatologia dolorosa – dor espontânea, provocada, a mastigação.

Manifestações neurológicas - náuseas, cefaléia, confusão mental, otorragia, diplogica, vômitos,


letargia, epistaxe, trauma abdominal, dificuldade respiratória, irritabilidade aumentada.

Exame fisico:

• Limpeza da área - com sabonete neutro (extrabucal), gaze com clorefidina 0,12%
(intrabucal); há um tempo usava água oxigenada intrabucal;
• Exame fisico extrabucal – tecido mole: lacerações, contusões e abrasões na pele, corpos
estranhos, hematomas, hemorragias e lesão no mento. Tecido duro: anormalidades que
surgiram fraturas ósseas e limitações de abertura e fechamento de boca;
• Exame fisico intrabucal – tecidos moles: lacerações, contusões e abrasões na gengiva e
mucosa oral, assoalho da boca, corpos estranhos, edema, hematomas e hemorragias. Tecido
duro: trincas, fraturas, deslocamentos dentários, mobilidade, oclusão, exposição pulpar,
fratura ou exposição óssea;
• Exame radiografico – imediato: determinar a extensão do dano ao dente e estruturas
associadas. Mediato: imagem que possa ser armazenada para a comparação com exames
posteriores. No exame – dentes envolvidos, adjacentes e antagonistas. Radiografia oclusal
com filme 2 é a mais usada;

Exame radiográfico dentes decíduos:

Temos que olhar a presença, grau e direção de deslocamento; presença e localização da fratura
radicular; espessamento do espaço periodontal; grau de rizolise; alterações decorrentes de
traumatismos anteriores; relação do dente deciduo com o sucessor permanente.

Exame radiográfico dentes permanentes:


Posição do germe em relação aos dentes decíduos; grau de rizogênese; alterações decorrentes de
traumatismo anterior.

• Documentação fotografica - avaliação do tratamento e proservação do paciente.

Teste de sensibilidade da falso negativo então não se faz, principalmente no tratamento imediato, a
criança está sentindo todo ali naqueles momento.

Protocolo de instruções básicas aos responsáveis:

• Higiene bucal: escovação dentária com escova macia ou cotonete e aplicação de clorexidina
a 0,12% sem álcool, com gaze ou compressa de algodão, 2x/dia por 1 semana;
• Dieta: leve por 10 a 15 dias;
• Repouso do dente: remoção/restrição de hábitos de sucção de dedo, chupeta e mamadeira;
• Acompanhamento: orientar sobre as possíveis sequelas/repercussões na dentição decídua e
permanente, explicar a importância do retorno periódico de acordo com o tipo de
traumatismo e documentar as orientações com assinatura do responsável.

Classificação das lesões traumáticas:

→ Lesões traumáticas aos tecidos dentários;

Trinca de esmalte; fratura de esmalte; fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar; fratura de
esmalte e dentina com exposição pulpar; fratura coronorradicular; fratura radicular.

→ Trinca de esmalte: fratura incompleta de esmalte, sem perda de estrutura dental; podem ser
observadas como linhas que seguem a orientação dos prismas de esmalte; não requer
tratamento especifico – controle clinico nas consultas de manutenção; evitar alteração
brusca de temperatura; sensibilidade (fluorterapia); fenda maior (selantes, adesivos ou
resina).
→ Fratura de esmalte: perda de estrutura dentária limitada ao esmalte; segue a orientação dos
prismas de esmalte; apenas restauração;
→ Fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar: sensibilidade dentinária; tratamento é a
proteção do complexo dentinopulpar, restauração temporária com civ, reconstrução
estética com resina composta, colagem de fragmentos, orientação aos pais e
acompanhamento clinico e radiográfico 6 a 8 semanas.
→ Fratura de esmalte com dentina com exposição pulpar: fratura completa de coro; resposta
dolorosa e estimulo mastigatório e térmico; tamanho depende – tamanho da area exposta,
aspecto clinico do remanescente pulpar, idade do paciente, tempo após o traumatismo.
Avaliamos a presença de contaminação, tamanho da exposição pulpar, como está o
sangramento, olhar o estágio de Nolla. Tratamento – readiografia periapica; pulpotomia
parcial curetagem, pulpotomia ou pulectomia; orientação aos pais; controle clinico: 1
semana, 6 semanas e 1 ano; controle RX: após 1 ano se realizar pulpotomia ou pulpectomia.

Em relação aos dentes permanentes que vem, a probabilidade maior de sobrar espaço é na
mandíbula, pq os espaços são maiores que os dentes.

Paciente com degrau mesial, e vai extrair o 75, temos que colocar um mantenedor? Temos, pq tem
tendencia do paciente se tornar uma classe 3, pq o 1 molar já esta mesializado, a tendencia de se
mesializar mais é maior, e devido o espaço pequeno da mandibula o paciente se torna classe 3.
→ Fratura coronorradicular: fratura envolvendo esmalte, dentina, cemento podendo haver ou
não exposição pulpar; dor à mastigação; região anterior, forças diretas contra o elemento
dental permanente. Tratamento: radiografia periapica, remover o fragmento coronário e
avaliar o término apical da fratura, restauravel e sem exposição pulpar – civ / não
restauravel - remoção dos fragmentos deixando o fragmento radicular firme no local ou
extração do dente inteiro. Controle clinco: 1 semana, 6 meses e 1 ano. Controle R: 1 ano se
realizar pulpotomia e pulpectomia.

Não restauravel são quando nós analisamos o dente e sabemos q aquela restauração não vai ficar
ali. Pode fazer uma coroa de acetado, mas se ficar muito subgengival a fratura, não tem pq fazer
uma cirurgia gengival só pra colocar uma coroa ali.

→ Fratura radicular: fratura radicular envolve dentina, cemento e polpa. Geralmente localizada
no terço médio e apical. Avaliar: tipo de fratura, localização, presença de mobilidade ou
deslocamento, grau de formação radicular, contaminação, saude geral do paciente.

Sem deslocamento: 1 semana, 6-8 semanas, 1 ano até a erupção do permanente;

Com deslocamento: 1 semana, 4 semanas para remoção da contenção, 8 semanas, 1 ano até a
erupção do permanente.

Se o fragmento coronário for extraído: exame clinico após 1 ano e anualmente até a erupção do
permanente.

1. Lesões traumáticas aos tecidos de sustentação;

Concussão, subluxação, luxação lateral, extrusiva, intrusiva e avulsão.


• Concussão ou comoção: traumatismo de baixa intensidade; dente sensível, sem
deslocamento; mobilidade normal sem sangramento via sulco gengival; controle clinico – 1
semana, 6 a 8 semanas.
• Subluxação: traumatismo de intensidade baixa a moderada; sensível ao toque e a
mastigação; tem mobilidade mas não se deslocou; ode haver sangramento via sulco
gengival; rx periapical ou oclusal; controle clinico: 1 semana, 6 a 8 semanas e anualmente
até a erupção do permanente.
• Luxação lateral: deslocamento para a lingual ou vestibular; não há mobilidade; pode haver
interferência oclusal; rx oclusal ou periapical; sem interferência na oclusão: aguardar
reposicionamento espontâneo (até 6 meses); deslocamento intermediário e interferência
oclusal: reposicionar o dente por pressão digital, ajuste oclusal e contenção flexível por 4
semanas; deslocamento severo: extração ou reposiciona e contenção flexível por 4 semanas.
Controle clinico: 1 semana, 6-8 semanas, 6 meses e 1 ano até erupção do permanente, e
com a contenção 1 semana, 4 semanas p remover a contenção, 8 semanas, 6 meses e 1 ano
até a erupção.

• Luxação extrusiva: deslocamento parcial do dente para fora do seu alvéolo; mobilidade
excessiva; avaliar: grau de deslocamento, mobilidade, interferência oclusal, formação
radicular, cooperação da criança. Rx periapical ou oclusal. Extrusão pequena interferindo na
oclusão: reposicionamento por pressão digital e contenção flexivel por 4 semanas;
mobilidade excessiva ou extruido > 3mm: exodontia. Orientação aos pais. Controle clinico 1
semana, 6-8 semanas, 6 meses, 1 ano até a erupção do permanente. Se reposicionado com
contenção 1 semana, 4 semanas, p remover a contenção 8 semanas, 6 meses e 1 ano até
erupção do permanente.
• Luxação intrusiva: deslocamento do dente para dentro do alvéolo; esmagamento e ruptura
das fibras do ligamento periodontal e do feixe vasculonervoso; posição discreta de infra-
oclusão até desaparecimento da coroa; mobilidade: firme ou com graus variados.

Rx periapical e lateral de Fazzi; radiografar e avaliar qual a direção da intrusão, se tem ou não fratura
alveolar e a severidade da intrusão. Se o dente está encurtado é sinal q ele está distante do sucessor,
se ele está alongado é sinal que ele está próximo. tratamento: aguardar reposicionamento
espontâneo independente da direção do deslocamento; controle clinico: 1 semana, 6-8 semanas, 6
meses, 1 ano, 6 anos de idade. Antes, em 2020 se tivesse o deslocamento p V aguardava o
reposicionamento espontâneo, se o deslocamento fosse p L, exodontia. Foi escolhido aguardar pq
foi encontrado muita evidencia de reerupção, perocupação em causar maiores danos ao germe
permanente na extração e falta de evidencias de que a extração vai reduzir os dandos ao germe do
permanente.

• Avulsão: saída do dente do alvéolo; ruptura do lig. periodontal e do feixe vásculo-nervoso;


pode haver rompimento da tábua óssea; lesões frequentes ao permanente sucessor.
Tratamento: rx periapical ou oclusal, orientações aos pais, controle clinico: 6 a 8 semanas, 6
anos de idade, pra saber se precisa fazer ulectomia ou ulotomia por o tecido gengival ter
ficado mais fibrosado, o reimplante é contraindicado por poder causar mais danos ao germe
do permanente.
• Fratura alveolar: envolve ossso alveolar (V \ L), pode envolver osso adjacente; mobilidade e
deslocamento do segmento com vários dentes em movimentos ao mesmo tempo;
frequência há interferência oclusal. RX, periapical, oclusal ou lateral; reposicionamento do
segmento deslocado que esteja com mobilidade e/ou interferência oclusal; contenção
flexível por 4 semanas, orientação aos pais; controle clinico: 1 semana, 4 semanas p
remoção da contenção, 8 semanas, 1 anos e 6 anos de idade. Controle RX 4 semanas e 1
ano.

Consequências: alteração da cor da coroa, hemorragia interna, necrose pulpar, obliteração do


espaço pulpar, reabsorção interna, reabsorção externa, anquilose (motivo pelo qual não se usa mais
contenção rígida).

Hemorragia interna: coroa sofre escurecimento logo nos primeiros dias após trauma: cinza
avermelhado; rompimento de pequenos vasos no tecido pulpar. Não necessita tratamento imediato,
acompanhar o desaparecimento total ou parcial da alteração de cor, se os pais quiserem podemos
fazer tratamento estético.

Necrose pulpar: escurecimento da coroa iniciado tempo após o traumatismo e que tende a
aumentar de intensidade.

Obliteração pulpar: deposição acelerada de tecido mineralizado nas paredes do canal radicular e da
câmara pulpar; dente adquire coloração amarelada: polpa com vitalidade; necrose – 10 a 13%. Teste
de cavidade para saber se está vital ou necro.

Reabsorção interna: processo inflamatório irreversível e crônico, reabsorção interna da dentina,


morte dos odontoblastos condição rara, tratamento endodôntico radical ou exodontia. Mais comum
acontecer o PINK SPOTS quando afeta apenas na porção coronária.

Reabsorção externa: microrganismos no canal radicular se difundem pelos túbulos dentinários;


destruição da câmara protetora de cemento com reabsorção progressiva da raiz. Tratamento
endodôntico se não houver extensas áreas radiculares de reabsorção.
2. Lesões traumáticas aos tecidos moles;
3. Lesões traumáticas ao tecido ósseo.

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