Uma das principais manifestações da doença de Chagas é o megacólon, podendo causar complicações como constipação crônica, distensão abdominal e fecaloma. Várias opções cirúrgicas buscam aliviar os sintomas e prevenir complicações, porém algumas estão associadas a altos índices de morbidade e mortalidade.
Uma das principais manifestações da doença de Chagas é o megacólon, podendo causar complicações como constipação crônica, distensão abdominal e fecaloma. Várias opções cirúrgicas buscam aliviar os sintomas e prevenir complicações, porém algumas estão associadas a altos índices de morbidade e mortalidade.
Uma das principais manifestações da doença de Chagas é o megacólon, podendo causar complicações como constipação crônica, distensão abdominal e fecaloma. Várias opções cirúrgicas buscam aliviar os sintomas e prevenir complicações, porém algumas estão associadas a altos índices de morbidade e mortalidade.
Uma das principais manifestações viscerais da doença de Chagas é
o megacólon e suas consequentes complicações, tais como a constipação crônica e severa, a desconfortante distensão abdominal, os fenômenos oclusivos associados ao fecaloma e ao volvo da sigmoide, a necrose da alça volvida, a colite isquêmica ou a úlcera que pode ou não perfurar. Todas comuns e com grau variado de gravidade, que podem ser evitadas com o tratamento do megacólon. Várias são as alternativas possíveis para o tratamento cirúrgico do megacólon chagásico, todas com os objetivos de aliviar os sintomas da doença e prevenir suas complicações. Embora a maioria delas contemple esses objetivos, algumas estão associadas a altos índices de morbimortalidades e poucas foram criadas com base nos conhecimentos da fisiopatologia da doença. Assim, operações que incluem amplas dissecções do reto e que naturalmente se associam a número maior de complicações, devem ser evitadas, principalmente nos casos em que o reto tem dimensões normais. Nesses casos, a retirada do segmento proximal do reto e de todo o cólon dilatado com anastomose acima da reflexão peritoneal devolve ao paciente o que poderia ser esperado em termos funcionais, sem os riscos observados com as técnicas desnecessariamente radicais.
Doença de Chagas, fecaloma, tratamento cirúrgico.
Introdução:
A doença de Chagas foi descoberta, em 1907, na cidade de Lassance,
Minas Gerais, Brasil, por Carlos Ribeiro Justiano das Chagas, médico e sanitarista brasileiro, que fez a descoberta de todo processo de adoecer, de uma nova entidade mórbida, em uma viagem missionária para o combate de um surto de malária que acometia os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil (MELO 2004). Este é o único caso de que se tem conhecimento de uma única pessoa descrever todo processo de uma doença. A tripanossomíase americana, como também é conhecida a DC, é uma patologia primariamente silvestre, sendo o homem atingido, acidentalmente, pelo deslocamento populacional e pela exploração do meio ambiente de forma desordenada, resultando em moradias de má qualidade que serviram de abrigo para os vetores transmissores.
O quadro clínico da doença de Chagas afetando o intestino grosso se
caracteriza pelo aparecimento da constipação intestinal que, na grande maioria das vezes, é de evolução lenta e progressiva. Não se sabe quando, na vida de um paciente que foi infectado pelo T. cruzi, irão surgir às manifestações atribuíveis à colopatia chagásica. Estima-se que o período que separa um evento e outro dure cerca de 20 anos e que o megacólon leve mais 10 ou 20 anos para se estabelecer como tal. Essa constipação, de evolução lenta e progressiva, que se torna rebelde a qualquer tipo de tratamento clínico, caracteriza a colopatia chagásica. É comum o relato de constipação inicial de 2 ou 3 dias resolvida com uso de laxativo suave, mas que, com o passar do tempo, torna-se mais intensa, com o número de dias entre uma e outra evacuação aumentando. Evolui assim, durante vários anos, obrigando troca periódica de laxativos, dos mais brandos aos mais fortes, até a situação caracterizada por impossibilidade quase total para a evacuação das fezes. O abdômen cresce e comumente surge a mais frequente complicação do megacólon chagásico que é o fecaloma. Nada mais do que fezes acumuladas, num único bolo, no interior do intestino, ressecado, de grande volume e impossível de ser propelido pelos movimentos intestinais, que são ineficazes. Esse acúmulo fecal é notável, ao exame do abdômen, às vezes à simples inspeção, às vezes à palpação, quando é possível perceber pela sensação táctil a crepitação que ocorre pelo descolamento da mucosa que à compressão ficou "colada" na superfície grudenta do fecaloma. A sensação é a mesma que se percebe ao afastarmos duas superfícies de couro unidas por goma, ainda úmida. Esse sinal, patognomônico de fecaloma, é chamado sinal de Gersuny. O fecaloma pode, também, ser percebido pelo toque retal. Esses sintomas e sinais, ao lado da distensão abdominal provocada pela constipação crônica e dificuldade para expelir gases, os antecedentes do paciente, a zona de origem, a historia familiar possibilitam o diagnóstico de doença de Chagas com megacólon. O interrogatório dos diferentes aparelhos comumente fornece outros elementos que subsidiam o diagnóstico. Não é raro que nessa fase da avaliação do paciente sejam reveladas alterações em outros segmentos do tubo digestivo, principalmente no esôfago, bem como sintomas relativos à doença do coração. No exame laboratorial, a reação de fixação de complementos, conhecida como reação de Guerreiro e Machado, quando positiva, concretiza o diagnóstico que pode e deve ser confirmado pelo exame radiológico contrastado do intestino grosso (enema opaco) que irá, no caso, revelar um cólon dilatado e alongado, principalmente envolvendo o sigmóide e o descendente e, não raramente, o reto.
O tratamento cirúrgico do megacólon evoluiu, até certo ponto, de acordo
com as concepções a respeito da fisiopatologia e dos conhecimentos acumulados sobre a sua gênese, porém com os autores tomando, muito mais, como base o que era observado de resultados obtidos em estudos feitos com a doença de Hirschsprung. A grande influência que os conceitos de autores alemães, ingleses e franceses exerceram sobre os cirurgiões brasileiros pode ser notada na forma rápida com que as técnicas cirúrgicas desenvolvidas para o tratamento da doença congênita foram sendo importadas e usadas no tratamento do megacólon chagásico, com modificações que mais as adaptavam às características pessoais e às limitações da época, do que aos conhecimentos de quais eram e como eram os fatores ou por quais mecanismos eles participavam na origem dos "megas", na doença de Chagas. Assim, em alguma época, as simpatectomias e esficterotomias tiveram seu lugar na abordagem cirúrgica do megacólon chagásico, mesmo que entre nós pareça ter sempre predominado a ideia de que o segmento cólico dilatado deveria ser incluído nas ressecções. O megacólon chagásico tem indicação de tratamento cirúrgico não só por causa dos sintomas rebeldes de constipação, mas, também, pelo risco das complicações comuns e de graves consequências que acompanham essa doença . METODOLOGIA
O estudo de caso foi realizado no HOSPITAL REGIONAL no setor Clinica
Cirúrgica.
RESULTADOS E DISCUSSOES
As ações de enfermagem têm como objetivo principal esclarecer às
comunidades a importância das medidas profiláticas na prevenção da doença de Chagas, enfatizando o tratamento pós-exposição, a melhoria da qualidade de vida e a introdução de hábitos que se reflitam em mudanças de comportamento futuro. a) Definição: É uma doença de transmissível, causado por um parasito do gênero Trypanossoma e transmitida principalmente através do “barbeiro”. É conhecido também por: chupança, chupão, fincão, bicudo, procotó e entre outros. b) Agente causador: É um protozoário denominado Trypanossoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas: no inseto transmissor, vive no tubo digestivo.d) Ciclo biológico - Ovo: A fêmea copula uma só vez e transcorridos cerca de 20 a 30 dias começa a postura. Cada fêmea põe cerca de 200 ovos. A eclosão dos ovos varia conforme a temperatura ambiente e a espécie, ocorrendo em média um período de 25 dias. Logo após a postura, os ovos são brancos, porém em contato com o ar vão amarelando e depois de seis a sete dias tornam-se róseos na medida em que se aproxima o momento da eclosão. - Ninfas: Dos ovos eclodidos, nascem às ninfas. Procuram alimento de 2 ou 3 dias depois de nascidos e após sua primeira refeição a ninfa sofrerá mudanças em seu corpo, com a perda de sua pele. O “barbeiro” passa ao todo por 5 mudas até atingir o estágio adulto. - Adultos: Um adulto vive alguns meses, podendo alcançar um ano ou mais. As fêmeas efetuam a primeira postura com cerca de dois meses. Após a postura, tendem a migrar e formar novas colônias. O ciclo de vida dura em média de 1 a 2 anos.e) Modo de transmissão: O “barbeiro”, em qualquer estágio do seu ciclo de vida, ao picar uma pessoa ou animal com tripanossomo, suga juntamente com sangue formas 5 de T.cruzi, tornando-se um “barbeiro”, sendo eliminados através das fezes A transmissão se dá pelas fezes que o “barbeiro” deposita sobre a pele da pessoa, enquanto suga o sangue. Geralmente a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. O T.cruzi contido nas fezes do “barbeiro” pode penetrar no organismo humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na pele. Podemos ter ainda, outros mecanismos de transmissão através de: transfusão de sangue, caso o doador seja portador da doença; transmissão congênita da mãe chagásica, para o filho via placenta; manipulação de caça (ingestão de carne contaminada) e acidentalmente em laboratórios. f) Período de incubação: Oscila entre 4 e 10 dias, quando a transmissão é pelos triatomíneos, sendo geralmente assintomáticos. Nos casos de transmissão transfusional, pode alongar-se entre 20 ou mais dias. g) Quadro clínico Os sinais iniciais da doença se produzem no próprio local, onde se deu a contaminação pelas fezes do inseto. Estes sinais, surgem mais ou menos de 4 a 6 dias, após o contato do “barbeiro” com a sua vítima. Os sintomas variam de acordo com a fase da doença, que pode ser classificada em aguda e crônica. Fase aguda: febre, ma estar, falta de apetite, edemas localizados na pálpebra (sinal de Romanã) ou em outras partes do corpo (chagoma de inoculação), infartamentos de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manisfestação clínica da doença, podendo passar despercebida. Fase crônica: Nesta fase, muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi. E em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo. h) Diagnóstico: O diagnóstico compreende o exame clínico e laboratorial (pesquisa do parasito no sangue), na fase aguda e exame clínico, sorológico, eletrocardiograma e raio-X, na fase crônica. Nos dois casos, deve-se levar em consideração e investigação epidemiológica. i) Tratamento As drogas hoje disponíveis são eficazes, apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da descoberta precoce da doença. 6 1. Na fase inicial aguda, a administração de fármacos como nifurtimox alopurinol e benzonidazol cura completamente ou diminuem a probabilidade de cronicidade em mais de 80% dos casos. 2. A fase crônica é incurável, já que os danos em órgãos como o coração e o sistema nervoso são irreversíveis. Tratamento paliativo (tratamento que visa o controle dos sintomas - medicamentoso) pode ser usado. j) Vacinação: Ainda, não se dispõe de vacina para uso imediato. k) Medidas profiláticas: Baseiam-se principalmente em medidas de controle ao “barbeiro”, impedindo a sua proliferação nas moradias e em seus arredores. Além de medidas específicas (inquéritos sorológicos, entomológicos e desinsetização), as atividades de educação em saúde, devem estar inseridas em todas as ações de controle, bem como, as medidas a serem tomadas pela população local, tais como: Melhor habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas; Usar telagem em portas e janelas; Impedir a permanência de animais, como cão, gato, macaco e outros no interior da casa; Evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredor da casa; Construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos afastados das casas e mantê-los limpos; Retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas; Manter limpeza periódica nas casas e em seus arredores; Difundir juntos aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, vetor e sobre as medidas preventivas; Encaminhar os insetos suspeitos de serem “barbeiros”, para o serviço de saúde mais próximo. l) Intervenções nas complicações Megaesôfago: o caracteriza-se pela ausência ou diminuição acentuada dos plexos nervosos intramurais do esôfago, determinando distúrbio motor esofágico à deglutição. Quando esta destruição celular atinge níveis de 50 a 95%, ocorre uma progressiva desorganização de toda atividade motora e dilatação do órgão. Megacólon: Uma das principais manifestações viscerais da doença de Chagas é o megacólon e suas consequentes complicações, tais como a constipação crônica e severa, a desconfortante distensão abdominal, os fenômenos oclusivos associados ao fecaloma e ao volvo da sigmóide, a necrose da alça volvida, a colite isquêmica ou a úlcera que pode ou não perfurar. Todas comuns e com grau variado de gravidade, que podem ser 7 evitadas com o tratamento do megacólon. Várias são as alternativas possíveis para o tratamento cirúrgico do megacólon chagásico, todas com os objetivos de aliviar os sintomas da doença e prevenir suas complicações. Embora a maioria delas contemple esses objetivos, algumas estão associadas a altos índices de morbimortalidade e poucas foram criadas com base nos conhecimentos da fisiopatologia da doença. Assim, operações que incluem amplas dissecções do reto e que naturalmente se associam a número maior de complicações, devem ser evitadas, principalmente nos casos em que o reto tem dimensões normais. Nesses casos, a retirada do segmento proximal do reto e de todo o cólon dilatado com anastomose acima da reflexão peritoneal devolve ao paciente o que poderia ser esperado em termos funcionais, sem os riscos observados com as técnicas desnecessariamente radicais. Cardiomegalia: O coração é o órgão mais lesado. O coração aos poucos vai se dilatando e crescendo, atingindo dimensões enormes. É comum nessa fase avançada, as pernas ficarem inchadas, sensação de fraqueza, palpitações e falta de ar. Não são raras, infelizmente, as morte súbitas e inesperadas entre indivíduos jovens, aparentemente sadios. Mas a maior parte dos pacientes não chega a desenvolver formas graves da doença no coração e poderão ter uma vida praticamente normal. m) Ações de enfermagem As ações de enfermagem estão centralizadas nas medidas profiláticas. n) Epidemiologia e distribuição geográfica Estima-se que existam até 18 milhões de pessoas com esta doença no mundo, entre os 100 milhões que constituem a população de risco, distribuída por 18 países americanos. Dos infectados, cerca de 20.000 morrem a cada ano. A doença de Chagas crônica é um problema epidemiológico apenas em alguns países da América Latina, mas a migração crescente de populações aumentou o risco de transmissão por transfusão de sangue até mesmo nos EUA, e têm surgido casos da doença em animais silvestres até à Carolina do Norte. Distribuída pelas Américas desde os EUA até a Argentina, atinge principalmente as populações rurais pobres. As casas pobres, com reboco defeituoso e sem forro, são habitat para o inseto barbeiro, que dorme de dia nas rachaduras das paredes e sai à noite para sugar o sangue das pessoas que dormem geralmente no rosto ou onde a pele é mais fina. A doença afeta muitos outros vertebrados além do Homem: cães, gatos, roedores, tatus e gambás podem ser infectados e servir de reservatório do parasita (COURA, 1997). Com a tendência, no Brasil, de redução do número de casos novos de transmissão vetorial da doença de Chagas – tendência essa que se concretizou de forma mais intensa no Estado de São Paulo a partir da década de 70. Manifesta-se de forma mais premente a necessidade de se aperfeiçoar o atendimento clínico e cirúrgico ao contingente de pessoas infectadas ou doentes, quer em nível de assistência primária, quer em nível de um atendimento mais especializado. Nesse sentido, considerou-se como uma das etapas do planejamento de assistência ao chagásico o conhecimento da frequência de indivíduos chagásicos na população, fato que permite estabelecer um dimensionamento do problema e fornecer elementos para uma futura avaliação. CONSIDERAÇOES FINAIS
REFERENCIAS
Manejo clínico em doença de Chagas. E.D.Gontijo e M.°C.Rocha (eds.).
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, 1998;
SANTOS JÚNIOR JCM. Megacólon - Parte II: Doença de Chagas. Rev bras Coloproct, 2002(4): 266-277.
ENFERMAGEM VIRTUAL. Doença de Chagas. Disponível em:
http://www.enfermagemvirtual.com.br/enfermagem/principal/conteudo.asp ? Id=739. Acesso em 27 de setembro de 2009.