Você está na página 1de 21

ANOREXIGENOS

Profa. Ma Marcia Guelma Santos


ANOREXIA
 A anorexia é um transtorno alimentar caracterizado
por um medo intenso de engordar e preocupação
exagerada com o peso. A pessoa se olha no espelho e
acha que está gorda, mesmo que esteja muito magra.
 Esse medo de engordar leva a pessoa a fazer dietas
inadequadas, jejuns, praticar exercícios físicos
intensamente e ainda utilizar outros métodos para
emagrecer ainda mais.
 A característica mais marcante da anorexia é
a magreza exagerada, que pode chegar a um grau
de desnutrição extrema chamada de caquexia.
 Pessoas com anorexia também podem desenvolver
bulimia, como conseqüência daquele transtorno.
 A anorexia está associada a um perfeccionismo
exagerado, ansiedade e comportamentos obsessivos.
ANOREXIA ALCOOLICA
 A anorexia alcoólica é um distúrbio que ocorre
nas pessoas viciadas em álcool, que por abusarem
da bebida perdem a vontade de se alimentar.
 Ocorre com mais frequência na faixa etária entre
20 e 40 anos, em que as pessoas trocam a comida
pela bebida em busca de redução de peso.
 Da mesma forma que a anorexia alimentar, a
anorexia alcoólica causa sérios danos para a
saúde.
 A anorexia alcoólica ainda não foi classificada
como distúrbio alimentar pela medicina ou pelos
órgãos competentes para classificação das
doenças.
BULIMIA

 A bulimia é um distúrbio alimentar caracterizado


pela ingestão compulsiva de grandes quantidades
de alimentos num curto espaço de tempo, seguida
de vômitos induzidos, uso de laxantes e
diuréticos, jejuns prolongados e prática
exagerada de atividade física para não engordar.
 Na maior parte dos casos, a bulimia atinge
mulheres que estão dentro do peso ideal, mas que
são obcecadas com o corpo e por isso seguem
dietas muito rigorosas.
 De fato, a bulimia não é marcada pela magreza
exagerada das pessoas, como ocorre na anorexia,
estando mais relacionada com baixa autoestima e
sintomas depressivos.
CAUSAS DA BULIMIA
 A bulimia pose ser causada por diversos fatores,
entre eles, transtornos psicológicos, onde o
indivíduo tem obsessão por dieta e forma física
perfeita, mas come descontroladamente e sente-
se culpado por exagerar nas calorias ingeridas.
 Predisposição genética, insatisfação com o próprio
corpo, preocupação obsessiva com a forma física,
pressões sociais e familiares estão entre as
principais causas de bulimia.
 O tratamento da bulimia é multidisciplinar e
envolve médico, psicólogo, psiquiatra e
nutricionista.
ANOREXIGENOS
 Anorexígenos são medicamentos utilizados
frequentemente com a finalidade de inibir o
apetite , causar a aversão de alimentos, e com
isso estimular a anorexia.
 Anorexígenos ou moderadores de apetite são
medicamentos à base de anfetamina, com a
finalidade de induzir a falta de apetite, ou seja,
são os tão solicitados remédios para emagrecer.
Esses remédios podem causar efeitos colaterais
como: humor instável, dor de cabeça, depressão
nervosa, irritabilidade, dentre outros.
 A função dos anorexígenos é inibir a fome, dessa
forma, a substância química envia uma mensagem
para o cérebro “dizendo” que o organismo está
saciado; o cérebro, por sua vez, envia uma mensagem
de saciedade para o corpo. Na falta de uma
alimentação adequada, o organismo passa a utilizar a
energia (calorias) existente no corpo.
 Geralmente, os moderadores de apetite, dentre outras
substâncias químicas, trazem, além da anfetamina,
que é um estimulante, um outro composto químico
para reduzir a ansiedade. A fluoxetina, por exemplo.
LEGISLAÇÃO
PRINCIPAIS ANOREXIGENOS
 Fentermina;
 Dietilpropiona;

 Rimonabanto (não mais comercializado no Brasil


por seus efeitos colaterais);
 Sibutramina;

 Benfluorex;

 Catina;

 Fenmetrazina.
MECANISMO DE AÇÃO
 As anfetaminas são estimulantes do SNC (Sistema
Nervoso Central), que aumentam a vigília, cortam o
apetite e aumentam a atividade autônoma dos
indivíduos.
 Algumas são capazes de atuar no sistema
serotoninérgico, aumentando a liberação de dois
importantes neurotransmissores a noradrenalina e a
dopamina.
 A biodisponibilidade aumentada desses
neurotransmissores nas fendas sinápticas reduz o
sono e a fome e provoca um estado de agitação
psicomotora. A serotonina regula o apetite e junto
com dopamina, responsáveis pela sensação de prazer,
contribuem para a compulsão do uso.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
 A interação com antagônico, anulando o
antidiabéticos orais pode efeito anorexígeno.
alterar significativamente a O álcool pode interagir com
taxa de glicose. todas as classes de
 A interação com anti- anorexígenos provocando
hipertensivos, como a tonturas, vertigens,
clonidina, guanetidina, confusão mental e
metildopa e alcaloides da sonolência.
Rauwolfia diminuem os Os anorexígenos podem
efeitos hipotensores por reforçar o efeito central dos
competir com receptores estimulantes do sistema
adrenérgicos. nervoso central, dos
 A interação com hormônios hormônios da tireóide ou da
da tireóide aumenta a amantadina; os efeitos das
estimulação do sistema catecolaminas exógenas; os
nervoso central e com efeitos simpaticomiméticos
fenotiazina, como a dos IMAO.
clorpromazina, produz efeito
CASO CLINICO
 Clara de dezesseis anos procurou o SEPIA porque
tinha “compulsão por alimentos” há mais de dois anos
e queria tratamento para emagrecer. Na ocasião em
que iniciou seu tratamento no SEPIA, mantinha
excelente produção escolar, mas apresentava
dificuldade de socialização, tinha poucos amigos e
evitava ativamente oportunidades de novas amizades.
Os pais reclamavam que, sempre que estava em casa,
ela se trancava no quarto.
 O estudo familiar mostrou que o pai era uma pessoa
com características obsessivas e a mãe, portadora de
depressão, além de muito medrosa. Clara tinha um
irmão de dez anos.
 Ela sempre foi uma garota séria e preocupada com o
futuro e a produção escolar. Há dois anos começou a
ficar nada vez mais irritada e triste sem motivos
 Escondida dos amigos e familiares, alimentava de
forma irregular e exagerada; tornou-se obesa
(IMC=29). Muitas vezes tentando melhorar a sua
auto-estima, iniciava regimes alimentares de
pouquissimo valor calorico e não se lembrava de
quantas vezes provocou vômito para se livrar dos
alimentos ingeridos. Para tentar melhorar sua auto-
estima com seu corpo começou a tomar dietilpropiona
antes das refeições principais 2 vezes ao dias. 2
semanas depois Clara não sentia mais prazer nas
atividades de lazer de que antes gostava, tinha
dificuldade para iniciar o sono, parou de se alimentar
completamente, com muito vomito, nausea,
xerostomia, nervosismo, inquietação, cefaleia e
alucinações. Clara teve ideação suicida onde já havia
tentado uma vez (ingeriu grandes quantidades de
anticonvulsivante+ anticoagulantes + ansiolitico + 2
garrafas de vinho.)
 Após avaliação clinica e laboratorial, foi
diagnosticada bulemia nervosa crônica, depressão
gravde, sintomas compativeis com transtornos de
ansiedade generalizada.
 Clara foi submetida a parar com o anorexigeno e
iniciar um tratamento com antidepressivos e
psicoterapia (psicologo, psiquiatra e
nutricionista). Clara atingiu o seu peso desejado
(IMC=22,5) com dietas alimentares propostas
pela nutricionista e hoje passar bem.
REFERÊNCIAS
 Mônica de Fátima Gontijo Carneiro; Augusto
Afonso Guerra Júnior; Francisco de Assis
Acurcio. Prescrição, dispensação e regulação do
consumo de psicotrópicos anorexígenos em Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, 24(8):1763-1772, ago,
2008. Disponível em:
http://www.scielosp.org/pdf/csp/v24n8/05.pdf
 Evandro Murer. «Drogas, Anfetaminas Remédios
para Emagrecer.» (PDF). Fef.unicamp.br

Você também pode gostar