Você está na página 1de 2

Orientações pedagógicas

São condições essenciais para uma boa memorização:


- a convicção de que se é capaz, ou seja, a autoconfiança, a par com a motivação;
- a realização de revisões periódicas da matéria;
- a utilização de estratégias adequadas para a realização do estudo.

Dois princípios são importantes para se memorizar com facilidade e eficácia, permitindo que a informação


memorizada seja, mais tarde, evocada rapidamente:
- a organização da informação, feita de uma forma o mais pessoal possível;
- o recurso a estratégias que apelem aos dois hemisférios do cérebro.

Imagine-se:
- um monte de livros e revistas, que vai aumentando de cada vez que o André compra um novo livro ou uma nova
revista;
- uma estante com muitos livros e revistas, de todas as cores, tamanhos e temas, onde a Teresa guarda, no
primeiro sítio que lhe aparece, cada novo exemplar que adquire;
- uma estante em que existe uma prateleira dedicada a banda desenhada, outra a literatura portuguesa, outra a
revistas sobre automobilismo, etc., onde o Romeu coloca, no local que lhe parece mais apropriado, cada novo
livro ou revista.
Quem terá mais facilidade em encontrar um livro guardado há muito tempo: o André, a Teresa ou o Romeu?
A resposta é óbvia.

Nesta pequena história, a palavra-chave é organização. O mesmo se passa com o nosso cérebro e com a


memorização. A organização da informação é fundamental para a conseguirmos fixar bem e para a conseguirmos
evocar mais tarde com facilidade. Assim, precisamos sempre de relacionar os novos conhecimentos com a nossa
experiência e os nossos conhecimentos anteriores (como o Romeu faz quando escolhe a prateleira para o novo
livro). Essa organização será tanto mais eficaz quanto resultar de um trabalho pessoal.

A memorização é mais fácil e eficaz quando se utilizam estratégias que façam apelo aos dois hemisférios do cérebro.
De uma forma sucinta, referimos algumas das informações tratadas por cada um dos hemisférios:

lado esquerdo lado direito


-palavras - imagens
- ideias sequenciais - sons
- conceitos matemáticos - movimento

Partindo dos princípios que expusemos, vamos sugerir atividades que se baseiam neles e que recorrem a alguns
"truques" que podem ajudar a que o vento do esquecimento não arraste para sempre aquilo que queremos
memorizar. Precisamos de raízes fortes, que podem variar de acordo com o nosso estilo de aprendizagem:
- música
- movimento
- experiência sensorial interna
- dramatização
- manipulação
- humor
- associação a emoções fortes
- repetição com intervalos regulares

Nota: Não nos iremos referir a regularidade com que devem ser feitas as revisões, por já o termos feito no capítulo
referente a organização do horário de estudo.
Atividades:
“Vou memorizar…” (1, 2 e 3)
Com a realização desta atividade, pretende-se que os alunos se apercebam da importância da organização da
informação e também da utilização de diferentes formas de a executar, bem como da possibilidade de conjugar
diferentes estratégias para esse fim.

As atividades "Vou memorizar…" (1, 2 e 3) contêm as mesmas palavras. Numa, elas estão escritas perfeitamente ao
acaso. Noutra, elas estão organizadas por áreas vocabulares. Na última, cada área vocabular está acompanhada de
uma imagem a ela relativa e que simboliza os conceitos expressos pelas palavras que contém.

A turma é dividida em três grupos. Cada grupo, realizará uma atividade da ficha. A tarefa a realizar, individualmente,
consiste em decorar o maior número possível de palavras, em apenas um minuto.

Previsivelmente, o grupo que irá obter piores resultados será o da atividade n.°1 e o que irá obter melhores
resultados será o da atividade n.º 3. Terminado o trabalho e verificados os resultados, a turma irá discutir as razões
pelas quais foram obtidos resultados tão diferentes. Outro trabalho interessante é a partilha das estratégias
utilizadas por cada aluno, particularmente pelos que tinham a atividade n.°1.

Como atividade subsequente, o professor pode pedir aos alunos que, individualmente ou em grupos, organizem as
mesmas ou outras palavras de outras formas. Os alunos/grupos partilham o produto do seu trabalho e os critérios
que utilizaram para o fazerem.

Música e ritmo
A associação de palavras e ideias, juntando-se-lhe música ou movimento, e um poderoso auxiliar de memória. Aqui
entram as mnemónicas, as rimas e as canções, por exemplo.

Mnemónicas
 Igualdade de Euler (Matemática)

Favas mais Vagens dão Almoço para dois. Ou Feijão Verde da Almoço para dois.

 Circulação sanguínea (Ciências Naturais)


Ventrículo – Artéria – Capilares – Veias - Aurícula
VACVA

Rimas
 Exemplo sobre um caso difícil de ortografia em  Exemplo relativo ao número de dias do mês
inglês Trinta dias tem novembro,
I before E Exemplos: piece Abril, junho e setembro.
ceiling Com 28 só há um
Except after
Os restantes 31.
C.

Canções
Em História podem ser procuradas canções sobre os factos históricos a tratar. Há várias sobre os Descobrimentos, só
a título de exemplo.

Em línguas estrangeiras podem ser utilizadas canções para memorização de vocabulário ou de estruturas
gramaticais. Estas canções podem ser feitas pelos próprios alunos, utilizando-se melodias populares ou tradicionais,
conhecidas de todos, como a do "Frère Jacques".

Você também pode gostar