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Antropologia

como ciência da
alteridade
Isabel Milanez Ostrower
“Este é um material pedagógico organizado por servidor do IFRJ. Seu uso,
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existentes ou que vierem a ser desenvolvidos, somente poderão ser feitos
mediante autorização expressa de seu autor e do IFRJ. Caso contrário,
poderão ser aplicadas as penalidades legais vigentes”.
Sociologia
• Estudo da sociedade
europeia.
• Descoberta de leis gerais
• Análises qualitativas e
estudos estatísticos.
• Modelo teórico único
que explicasse os
diversos aspectos da
sociedade capitalista
Antropologia
• Estudo dos povos
colonizados na África,
Ásia e América.
• Método empiricista e
qualitativo: descoberta
das particularidades.
• Identificar o não
europeu.
Contexto histórico
• Séc. XIX: destruição do mundo feudal, expansão da
indústria e consolidação da sociedade capitalista
• Necessidade de expansão: exploração das nações
africanas e asiáticas.
• As estruturas sociais e produtivas não atendiam às
necessidades do capitalismo europeu: politeísmo,
poligamia, castas sem mobilidade, economia agrária e
de subsistência.
• “Missão civilizadora”: a conquista, dominação e
transformação da África e da Ásia exigiam justificativas
que ultrapassassem os interesses econômicos.
O evolucionismo
• Séc. XIX: Europa - modelo
econômico e político
único, que julgava
universal.
• Base teórica para os
interesses econômicos e a
expansão do capitalismo.
• Desenvolvimento
uniforme numa escala
evolutiva, indo da mais
atrasada para as mais
complexas.
Darwinismo social
• Tese do cientista natural inglês Charles Darwin: a
seleção natural pressiona as espécies para se
adaptarem ao ambiente; sobrevivem os mais
aptos e evoluídos.
• As sociedades se desenvolvem de forma
uniforme numa escala evolutiva, indo das mais
atrasadas para as mais complexas.
• Esse tipo de mudança garantiria a sobrevivência
dos organismos - sociedades e indivíduos -, mais
fortes e mais evoluídos.
Edward Tylor (1832-1917)
• Etnólogo e evolucionista inglês, defendeu a
existência de uma natureza humana universal
• A cultura é um conjunto de traços
comportamentais e psicológicos adquiridos e não
herdados biologicamente.
• Cultura: um conjunto “complexo de
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis,
costumes ou qualquer outra capacidade ou
hábitos adquiridos pelo homem como membro
de uma sociedade” (Cultura Primitiva, 1871)
Franz Boas (1858-1942)
• Antropólogo norte-americano, criticou o
evolucionismo.
• Não estava interessado nas leis, mas nos
processos e na história do desenvolvimento
de costumes e crenças.
• Pretendia estudar cada cultura em particular.
• “Particularismo histórico”: cada cultura segue
os seus próprios caminhos em função dos
diferentes eventos históricos que enfrentou.
Bronislaw Malinowski (1884-1942)
As sociedades não devem ser
comparadas, mas estudadas em si
mesmas.
Um traço cultural só pode ser
entendido no contexto da cultural à
qual pertence e não em relação a
outra qualquer.
Observar cada detalhe da vida social -
mesmo os sem importância e
incoerentes, tentando descobrir seu
significados e inter-relações.
Observação participante
• Método de pesquisa caracterizado pelo longo
processo de investigação e convivência do
antropólogo com o grupo estudado.
• Substitui as informações superficiais e
questionários inadequados pelo estudo
sistemático das sociedades.
• O investigador “mergulha” na vida nativa,
penetra na cultura, desvenda significados, guiado
por suas informações e não por teorias externas à
realidade estudada.
Etnocentrismo X Relativismo Cultural
• Etnocentrismo: atitude na qual a visão ou avaliação de
um grupo social está baseada nos seus próprios
valores, no seu grupo de referência. Daí resulta
incompreensão e intolerância em relação aos aspectos
das outras culturas, incluindo etnia, gênero, religião e
outras variáveis.
• Relativismo Cultural: só podemos estudar uma cultura
pelos seus próprios princípios. A compreensão de um
fato deve implicar a sua contextualização numa
determinada cultura, ou seja, uma sociedade deve ser
compreendida em relação a seus próprios costumes e
traços culturais.

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